quarta-feira, 12 de novembro de 2014

ONDE ESTÃO OS MORTOS AI ESTÃO OS ABUTRES Lc 17,26-37 - 14.11.2014


HOMILIA

Continua o discurso apocalíptico sobre a vinda do Filho do homem, que é preciso esperar na austeridade, na vigilância e na fé. Com exemplos da história antiga do povo de Deus, Jesus previne os seus discípulos para que se mantenham sempre na expectativa da vinda do reino de Deus. As ocupações e cuidados da vida presente podem não deixar tempo para viver na expectativa dessa vinda do Senhor, mas ela é certa e será para todos os homens.
A vinda do Reino de Deus é a vinda do Filho do Homem que o instaura.O retorno do Senhor é certo, mas o tempo é desconhecido. A vinda do Senhor acontecerá de modo rápido e inesperadamente. Nesta passagem se acentua a expressão: “não visível”, como anteriormente tinha feito em relação ao “não observável”. Poder-se-ia até imaginar um alerta contra a nostalgia dos “dias” em que Jesus já não mais estivesse visivelmente presente no meio dos seus discípulos. Mas não se pode jamais esquecer as palavras do Senhor: “Importa que eu me vá”, para ser assim conosco uma presença mais interiorizada no Espírito Santo.
Ao dizer que um será tomado e outro será deixado, o Senhor nos faz refletir que mesmo a intimidade com uma pessoa divina não nos dá a garantia de entrarmos no céu no dia do julgamento. Cada qual é julgado individualmente conforme o modo como viveu e como correspondeu à graça divina. A Boa Nova é que Deus confere sua graça e traz confiança a todos os que O buscam com fé e com o coração contrito. “A eternidade será como um banquete, escreve s. Gregório de Nissa, que minha alma saboreia. Isto nos é sugerido por Jesus em símbolos de alegria e consolação que vem do Espírito”. A recompensa é o próprio Deus, fonte de toda verdade e bondade, paz e vida eterna. “Senhor Jesus Cristo, vós sois minha esperança e salvação. Ajudai-me para que eu jamais perca o objetivo do Reino e daí-me a grande alegria e zelo de viver cada dia na fidelidade à vossa Palavra”
Portanto, superadas as antigas expectativas escatológicas e apocalípticas de uma vinda futura de Jesus, temos, hoje, a consciência de sua presença entre nós, hoje, na luta pela justiça no mundo em que vivemos, pois termina Jesus no Evangelho de hoje: Onde estiver o corpo de um morto, aí se ajuntarão os urubus. Isto quer dizer que neste mundo de malícias e mediocridade, nós não podemos e nem devemos dar o nosso corpo àqueles que o podem matar afim de que não sejamos devorados pelos urubus que rugem ao nosso redor como leão procurando a quem devorar.
Fonte Padre BANTU SAYLA

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