quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Homilia Diária - 02.12.2019

A Palavra de Jesus é sempre eficaz
HOMILIA

Os santos são homens e mulheres que se deixaram conduzir pela Palavra e pelo Espírito de Deus e, por isso, alcançaram a santidade. Celebramos hoje a memória de São Francisco Xavier.

O Evangelho de hoje é o de Mt 8,5-11. Estamos diante da narrativa do milagre que também aparece nos Evangelhos de Lucas e de João com diferenças sensíveis entre si.

O milagre em favor de um pagão, excluído do povo de Deus, é prova de uma fé que não havia sido mostrada em Israel. Assim, Jesus o apresenta como um membro do novo povo de Deus que não mais será formado por aqueles que pertencem a uma raça (a de Abraão), mas por aqueles que têm fé como Abraão: “Em verdade vos digo: nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé”.

Por isso, cabe dizer que o conteúdo principal da mensagem de Jesus, neste Evangelho, é a grande manifestação de fé de um gentio e a cura à distância, sem o toque direto d’Ele. A fé do gentio contrasta com a incredulidade dos israelitas. Com esta cura à distância, fica destacada a eficácia da Palavra de Jesus.

Além deste episódio com o centurião, a cura à distância acontece apenas com outra pagã: a mulher cananeia. Assim, é fortalecida a fé dos discípulos nas comunidades, em todo o mundo, que darão continuidade ao ministério de Jesus, sem a sua presença sensível.

Com Jesus, todos os povos de todos os tempos têm seu lugar à mesa de Deus, em comunhão com sua vida divina e eterna. Trata-se, portanto, de uma refeição, um banquete aberto para todos os povos, nações, línguas, tribos e raças desde que tenham como elemento fundamental a fé na Palavra do Filho do Homem: “Senhor … dizei somente uma ‘Palavra’ o meu criado ficará curado”.

Foi a partir da fé deste centurião que, hoje – antes de comungarmos -, professamos a nossa fé no Corpo e no Sangue de Jesus presentes na hóstia e no vinho consagrados: “Senhor, eu não sou digno de entreis em minha morada, mas dizei somente uma palavra e serei salvo”.

É comungando o Corpo e o Sangue de Jesus que o homem e a mulher se tornam fortes e comprometidos com a missão de anunciá-Lo aos seus irmãos. E, dentre estes homens ilustres, a Santa Mãe Igreja nos faz, hoje, meditar nas qualidades de São Francisco Xavier. Homem de uma fé verdadeira e sincera, o maior missionário dos nossos tempos. Com a garra de um verdadeiro “facho ardente”, São Francisco Xavier levou o Evangelho de Cristo para junto das culturas orientais, adaptando-as ao seu modo de compreender a Palavra da Salvação.

Que São Francisco Xavier nos inspire o seu jeito certo de hoje evangelizar, tal como ele se inspirou em Cristo nosso Senhor.

Padre Bantu Mendonça

Fonte https://homilia.cancaonova.com/


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quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Homilia Diária - 01.12.2019

Nos dias antes do dilúvio, todos comiam e bebiam (...)Vigiai, portanto, (...)também vós, ficai preparados!
HOMILIA

Nesse domingo, inicia mais um Ano Litúrgico, no qual relembramos e revivemos os Mistérios da História da Salvação. A Igreja nos põe de sobreaviso com quatro semanas de antecedência a fim de que nos preparemos para celebrar de novo o Natal e, ao mesmo tempo, para que, com a lembrança da primeira vinda de Deus feito homem ao mundo, estejamos atentos a essas outras vindas do Senhor: no fim da vida de cada um e no fim dos tempos. Por isso o Advento é o tempo de preparação e de esperança.

A palavra ADVENTO significa “Vinda”, chegada: nos faz relembrar e reviver as primeiras etapas da História da Salvação, quando os homens se preparam para a vinda do Salvador, a fim de que também nós possamos preparar hoje em nossa vida a vinda de Cristo por ocasião do Natal.

Isaías fala com ênfase da era messiânica, quando todos os povos se hão de reunir em Jerusalém para adorarem o único Deus. Jerusalém é figura da Igreja, constituída por Deus “sacramento universal de salvação” (LG 48), que abre os seus braços a todos os homens para os conduzir a Cristo e para que, seguindo os seus ensinamentos, vivam como irmãos na concórdia e na paz. Cada cristão deve ser uma voz a chamar os homens, com a veemência de Isaías, à fé verdadeira e ao amor fraterno. Convida Isaías: “Vinde, e deixemo-nos guiar pela luz do Senhor” (Is 2, 5).

O Evangelho (Mt 24, 37 – 44) convoca os cristãos à vigilância: “Vigiai, porque não sabeis em que dia virá o Senhor” (Mt 24, 42). São Paulo (Rm 13, 11 – 14) lembra que a salvação já está próxima. Chegou a hora de acordar, pois o dia se aproxima É preciso deixar as trevas e ser iluminados pela luz do dia, pela luz de Cristo. Trata-se da conversão: deixar as obras das trevas e fazer o bem revestindo-se do Senhor Jesus Cristo.

Preparemos o caminho para o Senhor que chegará em breve; e se notarmos que a nossa visão está embaçada e não distinguimos com clareza essa luz que procede de Belém, é o momento de afastar os obstáculos. É tempo de fazer com especial delicadeza o exame de consciência e de melhorar a nossa pureza interior para receber a Deus. É o momento de discernir as coisas que nos separam do Senhor e de lançá-las para longe de nós. Um bom exame de consciência deve ir até as raízes dos nossos atos, até os motivos que inspiram as nossas ações. E logo buscar o remédio no Sacramento da Penitência (Confissão)!

“Vigiai, não sabeis em que dia o Senhor virá”. Não se trata apenas da “parusia”, mas também da vinda do Senhor para cada homem no fim da sua vida, quando se encontrar face a face com o seu Salvador; e será esse o dia mais belo, o princípio da vida eterna! “Por isso, também vós ficai preparados! Porque na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá” (Mt 24, 44). Toda a existência do homem é uma constante preparação para ver o Senhor, que cada vez está mais perto; mas no Advento a Igreja ajuda-nos a pedir de um modo especial: “Senhor, mostrai-me os vossos caminhos e ensinai-me as vossas veredas. Dirigi-me na vossa verdade, porque sois o meu Salvador” (Sl 24).

Para manter este estado de vigília, é necessário lutar, porque a tendência de todo homem é viver de olhos cravados nas coisas da terra.

Fiquemos alertas! Assim será se cuidarmos com atenção da oração pessoal, que evita a tibieza e, com ela, a morte dos desejos de santidade; estaremos vigilantes se não abandonarmos os pequenos sacrifícios, que nos mantêm despertos para as coisas de Deus. Diz-nos São Bernardo: “Irmãos, a vós, como às crianças, Deus revela o que ocultou aos sábios e entendidos: os autênticos caminhos da salvação. Aprofundai no sentido deste Advento. E, sobretudo, observai quem é Aquele que vem, de onde vem e para onde vem; para quê, quando e por onde vem. É uma curiosidade boa. A Igreja não celebraria com tanta devoção este Advento se não contivesse algum grande mistério”

Procuremos afastar os motivos que impedem a acolhida do Senhor:

– os prazeres da vida: a pessoa mergulhada nos prazeres fica alienada… No domingo, dorme… passeia… pratica esportes… mas não sobra tempo para a Missa.

– trabalho excessivo: a pessoa obcecada pelo trabalho esquece o resto: Deus, a família, os amigos, a própria saúde…

Como desejo me preparar para o Natal desse ano?

Apenas programando festas, presentes, enfeites, músicas?

Preparemos numa atitude de humildade e vigilância a chegada de Cristo que vem.

Mons. José Maria Pereira

Fonte https://www.presbiteros.org.br/


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Homilia Diária - 30.11.2019

A graça de cooperarmos com Deus
HOMILIA

‘Ano da Fé’ é tempo de estreitarmos os nossos laços de amizade com Jesus: «Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando» (Jo 13,14). E, como sabemos, o que difere o amigo de um simples servo executor de tarefa será sempre o conhecimento de causa.

Mas como, então, chegar a este nível de relacionamento, no qual a obediência passa a ser expressão de amor cheio de fé? O Evangelho de Mt 4,18-22 aponta-nos uma via segura, trilhada pelos primeiros escolhidos da Nova e Eterna Aliança.

No contexto da perícope citada, Jesus já havia iniciado o Seu ministério na Galileia, anunciando a proximidade do Reino dos Céus (cf. Mt 4,17), quando lança um olhar de eleição e conhecimento sobre a realidade de quem Ele queria compartilhando o Seu destino de vida e missão: «Jesus viu os dois irmãos: Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens» (Mt 4,18-19). Assim, o evangelista apresenta-nos diversos passos que podem ser traduzidos pelos verbos: ver, seguir e fazer.

Diferentemente dos mestres judeus que eram procurados pela cultura e santidade que apresentavam, o Sábio e Santo Jesus é quem toma a iniciativa de procurar as ovelhas para transformá-las em pastores e apóstolos, n’Ele o Pastor Eterno e Apóstolo do Pai.

Jesus, em tudo, comunicou o movimento da Trindade-Amor em relação à humanidade: «Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele que nos amou e enviou o Seu Filho como oferenda de expiação pelos nossos pecados» (1Jo 4,10). Por isso Ele, sem merecermos, nos dirige a Sua Palavra chamando, porque ama e, amando, porque chama: «Segui-me».

Estas palavras dirigidas aos primeiros continuam a penetrar a história da humanidade e os corações que se deixam conquistar por tão grande proximidade: «Tu me seduziste Senhor, e eu me deixei seduzir! Foste mais forte do que eu e me subjugaste» (Jr 20,7). Amor rico em promessas: «… eu farei de vós». Assim, no pessoal – «eu»- , Ele aceita bondosamente capacitar aqueles que são olhados e chamados.

Mas com que finalidade? Resposta: para participarmos do cumprimento das promessas de Deus novas e antigas: «Mas agora mando numerosos pescadores – oráculo do Senhor – para pescá-los. Meus olhos acompanham todo o seu caminhar» (Jr 16,16-17). Nas palavras neotestamentárias: «pescadores de homens».

Grande graça é podermos, como povo batizado, participarmos do comum dom e dever do apostolado, o qual tem uma origem divina como é próprio do mistério da Igreja Apostólica, assim ensina o Magistério oficial: «Toda a Igreja é apostólica, na medida em que, por meio dos sucessores de Pedro e dos apóstolos, permanece em comunhão de fé e de vida com a sua origem. Toda a Igreja é apostólica, na medida em que é “enviada” a todo o mundo. Todos os membros da Igreja, embora de modos diversos, participam deste envio. “A vocação cristã é também, por natureza, vocação para o apostolado”. E chamamos “apostolado” a “toda a atividade do Corpo Místico” tendente a “alargar o reino de Cristo à terra inteira”» (Catecismo da Igreja Católica, nº 863).

Por isso, os esforços para uma Nova Evangelização e Missões “ad Gentes” (aos povos distantes), não poderão cessar para a Igreja de Cristo. Contemos com o auxílio de todos os santos e santas que seguem como modelos autênticos de resposta correta e coerente às escolhas de Deus e nossos familiares (cf. CIC, nº 959). Eles (santos) seguem triunfantes no estado da Igreja Celeste como eficazes intercessores para uma milagrosa pescaria, a cada dia primada na qualidade.

Os homens e mulheres do nosso tempo precisam encontrar em nosso olhar, em nossas palavras e ações o reflexo d’Aquele Divino Pescador que, um dia, também nos chamou e nunca cessa de recordar-nos tão grande e imerecido dom do Espírito Santo.

Padre Fernando Santamaria – Comunidade Canção Nova

Fonte https://homilia.cancaonova.com


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Homilia Diária - 29.11.2019

JESUS E A PARÁBOLA DA FIGUEIRA Lc 21,29-33
HOMILIA

Esta parábola da figueira encerra o “discurso escatológico” que encontramos nos três Evangelhos sinóticos, seguindo-se as advertências sobre a necessidade de vigiar e orar. Depois da descrição da violência característica dos poderes deste mundo, é confirmada a presença do Reino de Deus entre nós, como escatologia já realizada.

O escatológico-apocalíptico, que é a expectativa de um fim glorioso para Israel, tem sua origem na tradição do Dia de Javé, o dia da vingança sobre os seus inimigos e de glória e poder para o povo eleito. Os discípulos originários do judaísmo, com sua visão messiânico-escatológica ainda não compreendiam as palavras de Jesus. Jesus os adverte: Vós, do mesmo modo… ficai sabendo…É fundamental que fiquemos atentos para não sermos surpreendidos.

Os cristãos são admoestados a se manterem em contínuo estado de vigilância em relação à história, uma vez que ela está sendo fermentada pelas realidades escatológicas. Urge, pois, perceber como nela se manifestam os sinais do fim.

A mensagem de Jesus nada tem a ver com os apocalipses da época, reservados a um grupo restrito de iniciados. Jesus ensina publicamente, sem a preocupação de selecionar seus ouvintes. Embora só os discípulos o compreendam, sua doutrina deve ser anunciada a todos os povos. Basta abrir-se para Ele, para entender o conteúdo de seus ensinamentos.

A tensão que se estabelece é a tensão da esperança. A esperança é o desejo ardente de realizar, hoje, a vontade de Deus. O Reino de Deus já está acontecendo. É a sedução do bem, da vida, da comunhão com Deus, da solidariedade, da fraternidade, da partilha, da alegria. E as palavras de Jesus são anunciadas como convite à participar do banquete da Vida.

A figueira e as demais árvores foram empregadas para ilustrar a parábola da escatologia. Vendo-as frutificar, é possível afirmar, sem perigo de engano, que o verão se aproxima. Igualmente, pode-se declarar que algo de novo estará acontecendo na história, quando a morte ceder lugar à vida, a escravidão abrir espaço para a liberdade, a injustiça for sobrepujada pela justiça, o ódio e a inimizade forem vencidos pelo amor e pela reconciliação.

Este germinar de esperança é um sinal evidente da presença do Filho do Homem, fazendo a escatologia acontecer. Chegará um tempo de plenitude. Este, porém, está sendo preparado pela aproximação paulatina daquilo que todos esperamos.

Pai, reforça a sinceridade de minha fé nas palavras de teu Filho Jesus, pois nele o teu Reino se faz presente na nossa história, realizando, assim, tua promessa de salvação.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/


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Homilia Diária - 28.11.2019

JESUS FALA DA DESTRUIÇÃO DE JERUSALÉM Lc 21,20-28
HOMILIA

Estamos vivendo o tempo que precede o Advento, tempo de espera e arrependimento. Ocasião propicia para que estejamos conscientes das nossas ações e atentos ao que podem significar as coisas que acontecem ao nosso redor. Jesus nos adverte dos fenômenos que acontecerão no mundo e com as pessoas antes da Sua vinda gloriosa. Se prestarmos atenção, muitos sinais já se fazem notar hoje, no mundo. A maioria das pessoas se apavora quando ouve falar desses prognósticos, porém, os que têm a percepção dos ensinamentos evangélicos, compreendem que as palavras de Jesus vêm nos edificar e nos ajudam a manter a esperança na nossa libertação.

O mundo à nossa volta se angustia e sofre. Muitas pessoas passam por dificuldades e se sentem perdidas, no entanto, isto é prenúncio de libertação. Jesus mesmo nos esclarece quando diz: “Quando estas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima”. Jesus já veio como homem e chegou para nós por meio do seio de Maria, se entregou por nós, foi crucificado, morto e ressuscitado para a nossa Salvação. Não podemos mudar os prognósticos de Jesus, todos esses fatos já estão acontecendo. Porém, o que nós podemos fazer é assumir o nosso posto de guardiões da fé sem temor, na certeza de que o tempo da libertação se aproxima e deixando que a manifestação da vida de Jesus aconteça no nosso coração primeiro.

Expressão retomada por todos os Evangelhos Sinóticos numa retomada da profecia de Daniel 9,27 sobre as 70 Semanas. Cremos que este mundo, conforme a profecia de Jesus está caminhando para o fim? O que Jesus fala sobre o fim dos tempos, o dia do julgamento e a destruição de Jerusalém não era novidade para os judeus. Jesus alerta sim para a iminência da destruição de Jerusalém pela rejeição do Evangelho. Segundo o historiador Josefo mais de um milhão de pessoas morreram quando os romanos destruíram Jerusalém com seu templo no ano 70. A ruína de Jerusalém deveu-se à sua indiferença diante da visita de Deus, na pessoa do Senhor Jesus Cristo (Lc 19,44).

A abominação é o termo específico para condenar os ídolos, como também a profanação e a apostasia que eles trazem consigo. Por isso, Jesus fala também do julgamento do fim do mundo. Só a cegueira espiritual nos pode impedir de reconhecer os claros sinais que anunciam o dia do julgamento para os que recusam a palavra de Deus a respeito da graça e da salvação. S.Cipriano e S. Agostinho afirmam que neste dia final não se salvarão os que carecem de fé, embora permaneçam na comunidade dos fiéis e participem dos sacramentos. Aliás, a palavra desolação, segundo a etimologia da palavra grega, significa tornar um deserto, vazio da vida de Deus.

Jesus tinha dito aos discípulos o que lhes custaria segui-lo. E prometeu que jamais os deixaria sozinhos, mesmo no tempo de tribulação. Os santos e mártires que foram submetidos aos tormentos e à morte fizeram da prisão um templo de oração e acesso para o trono da glória de Deus. Eles reconheceram a presença salvadora de Jesus em suas vidas em todas as circunstâncias. O discípulo que seguia Jesus podia perder sua vida corporal, mas não sua alma.

O maior dom que nos é dado é o de nossa redenção e de adoção como filhos de Deus. Jesus nos redimiu da escravidão do pecado, do medo da morte e da destruição final. Somos gratos porque nossa esperança está no céu e na promessa que Jesus retornará para estabelecer seu reino de paz e de justiça. Sua segunda vinda será marcada por sinais que todos reconhecerão. Seu julgamento é um sinal de esperança para os que confiaram nele.

Qual é a percepção que você tem das palavras de Jesus? Você se atemoriza quando ouve falar desses acontecimentos? As coisas que você vê acontecer no mundo, hoje, já confirmam isto? – Jesus já veio para você?

Senhor, enchei meu coração de gratidão pelo dom da redenção e aumentai minha esperança em vosso retorno na glória. Que aquele dia me traga alegria e paz. Ajudai-me a servir-vos fielmente, e que eu faça o melhor uso de meu tempo agora à luz do tempo que virá!

Fonte https://homilia.cancaonova.com/



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terça-feira, 26 de novembro de 2019

Homilia Diária - 27.11.2019

PERSEGUIÇÕES E SOFRIMENTOS Lc 21,12-19
HOMILIA

Jesus Cristo, o Filho de Deus, Aquele no qual nós cremos e seguimos, disse muito claramente e de várias maneiras que aqueles que o seguirem serão perseguidos. Atenção, não que eles podem ser perseguidos, mas que o serão decerto. Eis algumas das suas palavras a tal propósito: “Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós” (Mt 5,11-12)

A perseguição e o sofrimento do discípulo são tidos por Jesus como sinais premonitórios do fim. O testemunho de seu Nome atrairia de tal forma a ira dos inimigos que estes lançariam mão de toda sorte de maldade contra os seguidores do Mestre. Sofrimento, perseguição, prisões, acusações na sinagoga, morte e ódio era o que lhes aguardava. Até mesmo, a perseguição por parte dos próprios familiares. Tudo isso por causa da fidelidade ao Mestre Jesus. Era preciso, pois, avivar neles a chama da perseverança. Tarefa desafiadora! Não obstante isso, nos momentos mais difíceis os discípulos receberiam a ajuda divina, de forma que não precisariam preparar a própria defesa. Receberiam, também, uma sabedoria tão sublime, capaz de levá-los a convencer seus adversários. Além da perseverança, os discípulos necessitarão de uma grande fé em Deus. “Nem um só cabelo cairá de vossa cabeça” – garante Jesus ao grupo dos discípulos, facilmente contamináveis pelo medo. A luta, afinal de contas, é do Mestre. Os discípulos são unicamente seus mediadores. O Pai os protege, preservando-os do mal, porque é o Senhor. Ninguém como Deus tem nas mãos a vida dos discípulos, e, por conseguinte, tem o poder de livrá-los do mal.

Os verdadeiros cristãos sempre foram perseguidos em qualquer época e lugar que tenham vivido. Algumas vezes a perseguição será mais forte outras vezes menos forte, mas a perseguição haverá sempre.

Meu irmão, minha irmã, no meio das perseguições permaneça firme na fé não negando o Senhor, sabendo que, como disse o Senhor Jesus, com a vossa perseverança ganhareis as vossas almas (cfr. Lucas 21,19). Lembrai-vos destas palavras de Paulo: “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há-de ser revelada” (Rom. 8,18), e também destas: “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós cada vez mais abundantemente um eterno peso de glória; não atentando nós nas coisas que se vêem, mas sim nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, enquanto as que se não vêem são eternas” (2 Cor. 4,17-18). Estas palavras são de grande consolação, pois fazem perceber como após o sofrimento, a nós, cristãos, nos espera a glória, uma eterna glória, diante da qual os sofrimentos são coisa pouca. Certo, o sofrimento, justamente porque é um sofrimento, faz-nos sofrer de várias maneiras, mas, aliás, é justo que nós soframos porque também Jesus Cristo sofreu muito por nós. Por que não haveríamos nós de sofrer por amor do seu Nome? E, além disso, as aflições cooperam para o nosso bem porque, como diz Paulo, produzem em nós paciência (cfr. Rom. 5,3) e a paciência cumpre perfeitamente a obra de Deus em nós (cfr. Tiago 1,2-4). Portanto, não murmuremos contra Deus no meio das aflições, mas oremos encomendando as nossas almas ao fiel Criador, fazendo o bem (cfr. Tiago 5,13 e 1 Ped. 4:19).

Não desanimeis, portanto, é normal, justo e útil aquilo que vos sucede. Alegrai-vos de serdes julgados dignos de ser menosprezados e perseguidos pelo Nome de Jesus.

Pai, dá-me uma fé profunda que me possibilite perseverar nos momentos de dificuldade, sem abrir mão da tarefa que recebi: levar adiante o projeto de Jesus.

Fonte https://homilia.cancaonova.com


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segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Homilia Diária - 26.11.2019

O ENSINAMENTO DE JESUS Lc 21,5-11
HOMILIA

Neste texto, São Lucas nos apresenta o ensinamento de Jesus. Ensinamento que liberta, traz vida nova e faz de todos os que o escutam, o guardam e o traduzem em vida templos santos do Seu Reino. Ao dizer não ficará pedra sobre pedra , Ele quer que a fé do povo não se limite simplesmente nas paredes do belo templo de Jerusalém. Mas que olhem para o interior de cada um deles. Pois dias virão em que os verdadeiros adoradores hão de adorar a Deus em espírito e verdade. Assim, como o templo de Jerusalém será destruido, assim também o será todo aquele em quem não houver gratuidade, respeito e justiça no relacionamento humano. Quem não tiver fé em Deus que deve ser adorado em espírito e em verdade, dias virão em que se desmoronará. A vida soidifica-se na gratuidade e no amor, no perdão e na justiça. Mas em nosso mundo, onde o poder econômico parece falar mais alto do que Deus, é preciso que o cristão esteja atento na fé, na esperança e na caridade confiando somente em Deus. Que seja como o vigia esperando pela aurora, para fazer e viver na gratuidade e não fazer da religião uma fonte de renda como fiziam os judeus no templo. É preciso que estejamos vigilantes, a fim de que não sejamos encanados pelos falsos profetas e filosofias errôneas que andam pelo mundo perdendo as almas. Alías nos adverte são Pedro” Sede sóbrios e vigilantes porque o nosso inimigo o demónio anda à nossa volta como leao que ruge procurando a quem devorar. Resisti-lhe firmes na fé. Portanto, para ti me dirijo também. Fique de olho aberto, os sinais preditos por Jesus já estão a acontecer. Diria eu, já não será o fim do mundo? Pois é. Quer seja quer não o nosso lema deve ser: Se o demónio madruga o cristão já não dorme. Por isso, siga o ensinamento de Jesus e será com Ele templo santo e destinatário do Reino de Deus seu e nosso Pai que está no Céu.

Que Deus te abençõe.

Pe. Bantu

Fonte https://homilia.cancaonova.com/


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domingo, 24 de novembro de 2019

Homilia Diária - 25.11.2019

A VIÚVA QUE DÁ TUDO O QUE TINHA PARA VIVER Lc 21,1-4
HOMILIA

Hoje, aprendemos de Jesus, o verdadeiro valor das coisas materiais. Parado à porta do Templo, Jesus observava o comportamento das pessoas que chegavam para participarem do culto. Perto de Jesus estava uma caixa para a coleta das ofertas que serviriam para a manutenção do Templo e, para socorrer os que estivessem necessitados. Ali, cada um colocava a sua contribuição livremente, de acordo com a sua vontade. Percebeu então Jesus, que muitos ricos depositaram boas quantias e que os pobres também contribuíam. E, uma viúva pobre, por fim, aproxima-se do cofre e deposita duas únicas moedinhas que tinha em sua bolsa. Jesus, após o culto, chama os seus apóstolos e lhes diz : Em verdade vos digo, que esta viúva pobre depositou muito mais do que todos os outros juntos pois, todos deram das sobras que sempre têm, mas ela, deu tudo o que tinha, todo o seu sustento.

Desta lição concluímos que a doação tem que representar, verdadeiramente, a vontade do nosso coração. Às vezes, sentimos muito quando presenciamos certas cenas que nos chocam, devido ao tamanho do sofrimento que um irmão nosso possa estar passando. Em vários locais que frequentamos, não estamos livres de presenciar a dor e o sofrimento que deprimem e sufocam pessoas como nós. Porém, pelas adversidades da vida, o que presenciamos dói muito na carne e no espírito daqueles sofredores.

Ficamos horrorizados, condoídos e compadecidos, chegando até mesmo às lágrimas. A maioria, enxugando os olhos e limpando a garganta, sai abatida e com muita dor no coração, porque mesmo não estando naquele estado, leva uma vida muito apertada, com muita luta e coragem, conseguindo sobreviver e mesmo tendo pouco recurso sempre são os que mais ajudam. Mas a minoria, privilegiada, ignora aqueles sofredores e até lastimam aquele quadro que enfeia a sua cidade; que mancha o bom nome que ela tem, mas com raras exceções, procuram ajudar àqueles desfavorecidos, mesmo tendo dinheiro e posição social que pode lhes dar condições de acionar as autoridades, para conseguir mudar o tratamento destinado àqueles que nada têm. Gastam, gastam, gastam, mas não gostam de partilhar.

Por isso Jesus fala que os ricos deram do que lhes sobrava. Isso não é dar com amor; é preciso partilhar. Não basta ter dó; não basta ter pena; não basta chorarmos compadecidos; como muitos fazem nos velórios quando abraçam e deixam uma mensagem para os parentes e, depois, falam mal dos defuntos, comentando sobre a sua vida. Isso não muda nada na vida dos que sofrem as marcas de um esquema social que os coloca à margem dos planos dos que dirigem esta e outras nações que têm os mesmos problemas no mundo inteiro. Com auxílio material, com boa vontade de os ouvirmos e falarmos com carinho e muito amor cristão, alguma coisa sempre se pode fazer. É preciso partilhar o Deus que trazemos dentro de nós com aqueles que encontramos nas esquinas da vida.

Que triste alguém que vem à casa do Senhor e tem a sua oferta rejeitada, porque com Deus não se pode barganhar, ou se oferece a oferta, a adoração de coração, com a vida ligada a Ele ou então melhor que nem ofereça.

O que essas pessoas não entendem é que Deus nunca precisou e nem precisa de recursos puramente humanos para levar a sua palavra, para levar a sua Igreja por esta terra em nossa era, mas o que Ele sempre procurou e procura ainda hoje, são os verdadeiros adoradores que o adorem em espírito e em verdade, Ele sempre procurou corações abertos que não se rendam às coisas desse mundo, mais que se dediquem a Ele em todos os momentos de sua vida. O Senhor nunca se preocupou com a quantidade da oferta, mas sim com a qualidade dessa. Era só aquilo que a viúva tinha, e foi para essa oferta que Deus atentou. O que é que nós temos para oferecer ao Senhor? Ofereçamos de todo o coração, para que possa chegar a nossa oferta em odor suave diante do nosso Deus!

Pai, dá-me um coração de pobre capaz de partilhar até do que me é necessário, porque confio totalmente no teu amor providente.

Fonte https://homilia.cancaonova.com


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sábado, 23 de novembro de 2019

Homilia Diária - 24.11.2019

«Este é o Rei dos Judeus»
HOMILIA

Celebramos neste último domingo do tempo litúrgico a solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo, estabelecida no calendário litúrgico pelo Papa Pio XI, no ano de 1925, como resposta aos regimes políticos ateus e totalitários que negavam os diretos de Deus e da Igreja. Esta solenidade nasceu com o objetivo de responder às correntes que se opunham aos valores cristãos. Cristo é o rei do universo e deve reinar no mundo e no coração dos homens. Seu reino é um reino de justiça, de paz e de amor.

As origens do reconhecimento do reinado de Cristo se encontram no próprio evangelho. Cristo não reina de acordo com categorias humanas e ele mesmo esclarece que o seu reinado não é deste mundo. A Cristo pertence o Reino de Deus. Em um diálogo com Jesus diante do tribunal, Pilatos pergunta: “Tu és Rei?”. Diante deste questionamento Jesus responde:  “Tu o dizes, eu sou rei. Para isso nasci e vim ao mundo, para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta minha voz” (Jo 18,37).

Quando alguém era condenado, no alto da cruz fixavam uma inscrição declarando o crime cometido.  No caminho, essa inscrição era levada, de maneira visível, por um soldado, ou o condenado o trazia pendurada ao pescoço.  Jesus recebeu a seguinte inscrição: ‘Este é o Rei dos Judeus”. Esta inscrição foi redigida em três línguas: grego, latim e hebraico.  Hebraico, por ser a língua dos judeus. Latim, o idioma oficial do Império Romano. Grego, porque era popular, muito conhecido e falado em toda a região.

Ao celebrar a solenidade de Cristo, Rei do Universo, tudo isso é lembrado pela Igreja, que não pensa em cetros e coroas, mas no profundo sentido espiritual e teológico que tem o Reino de Cristo, segundo a palavra que Ele mesmo disse ao governador romano: “Meu reino não é deste mundo” (Jo 18,36).

Na leitura do evangelho que a Igreja nos convida a refletir neste dia, temos a figura do bom ladrão que a tradição identifica como São Dimas. Ele se encontra também na cruz, ao lado de Jesus, presenciando a sua morte e testemunhando todos os acontecimentos. Na verdade, junto a Jesus estavam dois malfeitores, um se converte e se salva, sabe aproveitar a companhia de Jesus, o outro, não.  O mau ladrão, do mesmo modo, estava junto de Jesus na cruz, no entanto, não soube aproveitar este momento. Já o bom ladrão, ao contrário, reconhece a sua inocência e faz uma alusão à sua realeza ao dirigir a Ele estas palavras: “Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado” (v. 42). Ele faz isto em um espírito de fé e obtém do Cristo uma resposta: “Hoje mesmo estarás comigo no paraíso” (v. 43).

O bom ladrão recebe o paraíso por causa desta fé, como muitos outros personagens da Sagrada Escritura, que também receberam a cura pela fé (cf. Lc 18,42).  Somente o bom ladrão atinge o mistério profundo de Jesus. Precisamente um bandido é o único que entende algo do que está acontecendo. Ele reprova a atitude do seu companheiro, e reconhece que o Cristo foi condenado injustamente, para finalmente lhe suplicar com humildade: “Jesus, lembra-te de mim quando chegares em teu reino” (v. 42).

E Jesus, que até então estava calado e não havia respondido aos que zombavam dele, abriu os lábios para falar ao bom ladrão: “Em verdade vos digo: hoje mesmo estarás comigo no paraíso” (v. 43).  Assim foi ele o primeiro beneficiário da salvação trazida ao homem pela cruz de Cristo. Até o momento de sua morte vemos o que foi a constante da vida do Cristo Senhor: sua preferência pelos pecadores, como bem ressalta os evangelhos: Ele acolhe os pecadores (Lc 15,2).  A promessa que o Senhor faz ao bom ladrão revela esta vitória e é garantia de nossa esperança cristã. O “hoje estarás comigo” é o “hoje” perene da salvação, o hoje que inicia a escatologia, isto é, o presente e o futuro da nova criação e da nova humanidade dos redimidos. Uma vez vencida a morte, esperamos estar com o Senhor no paraíso, isto é, na vida eterna que a cruz gloriosa de Cristo, Rei e Senhor da vida, anuncia. 

O título que para muitos foi motivo de escândalo e de injúrias, será a salvação do bom ladrão, em quem a fé lançou raízes, quando mais oculta parecia a divindade do Salvador.  Com isto percebemos também o valor da oração. Na prece curta do bom ladrão ele pede apenas para que Cristo possa lembrar dele, mas ouve a resposta: “Hoje estarás comigo no Paraíso” (v. 43).  A vida consiste em habitar com Jesus Cristo, e onde está Jesus Cristo ali está o Reino. Possamos dizer como disse na cruz o bom ladrão: “Jesus, lembra-te de mim, quando vieres com teu reino”(Lc 23,42).

Chama ainda a nossa atenção a frase: “Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso”. Foi decisivo este “comigo”, pronunciado por Jesus. Observamos que o bom ladrão está na cruz “como” Jesus, mas, sobretudo, está na cruz “com” Jesus. E, contrariamente ao outro malfeitor e a todos os demais que o ridicularizam, não pede a Jesus que desça da cruz, nem que o faça descer, mas, ao contrário, diz: “Lembra-te de mim, quando entrares no teu reino” (v. 42).

O bom ladrão vê Jesus na cruz desfigurado, irreconhecível e, no entanto, pela fé, o vê como a um rei e deposita nele a sua confiança. Ele acredita naquilo que está escrito no letreiro acima da cabeça de Jesus: “Rei dos judeus”. Ele crê e confia. Por isso, já se encontra no “hoje” de Deus, no Paraíso, porque o Paraíso consiste nisto: estar com Jesus, estar com Deus.

Nesta passagem, observa-se que o futuro é antecipado para o presente, quando Jesus promete ao bom ladrão: “Hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23,43). A acusação: “Este é o Rei dos Judeus”, escrita numa tábua pregada no alto da cruz, torna-se assim a proclamação da verdade, o que deve sempre constituir para nós um convite a recordar de que Rei somos servos, sobre qual trono ele foi elevado e como foi Ele fiel até ao fim, para vencer o pecado e a morte com a força da misericórdia divina.

A exemplo do bom ladrão, todos nós, que carregamos nossas cruzes, esperamos um dia ouvir as palavras do Rei, que tem a cruz como trono: “Em verdade vos digo, hoje mesmo estarás comigo no meu Reino” (v. 43). Nesta perspectiva, a pergunta importante que devemos fazer na solenidade de Cristo Rei é se Ele reina dentro de mim e se a sua realeza é reconhecida e vivida por mim. E nós, que cremos que Jesus retornará como Rei da Glória e que o seu reino não terá fim, peçamos a ele que nos faça repetir como o bom ladrão no alto da cruz: “Jesus, lembra-te de mim, quando vieres com teu reino” (v. 42).  Esta deve ser a nossa oração quotidiana, para que o Cristo Senhor venha reinar em cada um de nós. Que nesta Solenidade possamos olhar para Cristo e reconhecê-lo em sua realeza e dizer: “Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado” (cf. Lc 23, 42).

Peçamos também a Virgem Maria, a quem Deus associou de modo singular à realeza do seu Filho, que nos conceda acolhê-lo como Senhor da nossa vida e a ela, também invocada pelo povo cristão como Rainha e advogada nossa, que possa interceder sempre por nós, para que possamos seguir cotidianamente Jesus, o nosso Rei, como ela fez, e que possamos todos os dias pedir a Ele: “Venha a nós o vosso Reino”.  Assim seja.



Anselmo Chagas de Paiva, OSB

Mosteiro de São Bento/RJ.


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quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Homilia Diária - 23.11.2019

A PERGUNTA SOBRE A RESSURREIÇÃO Lc 20,27-40
HOMILIA

A propósito de uma pergunta capciosa dos seus adversários que negavam a ressurreição dos mortos, Jesus procura fazer-lhes compreender que, no mundo novo da ressurreição, as coisas estão fora e acima do nosso modo de pensar terreno. A ressurreição dos mortos pertence já a esse “mundo que há-de vir” para além da morte, em que Deus vive como Deus de vivos, como Ele Se tinha revelado no episódio da sarça ardente, ao apresentar-Se a Moisés como Deus dos que tinham vivido antes, mas que para Ele são sempre vivos, Ele “o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, o Deus de Jacob”.
Os saduceus, grandes proprietários de terras, formavam a elite dos sacerdotes(20,27-40). Não acreditavam na ressurreição, e propõem a Jesus um caso difícil, para mostrar que é absurdo crer na ressurreição. Jesus retifica a questão, mostrando que a vida da ressurreição não deve ser concebida como mera cópia da vida na dimensão presente. E os mortos ressuscitam? Referindo-se à célebre forma “Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacó”, Jesus mostra que, sendo Deus dos vivos e da Vida, também Abraão, Isaac e Jacó devem estar vivos com ele. Com efeito, o sentido de toda a criação é viver para Deus, e essa vida não conhece fim. Ruma para a plenitude, sempre. O que está com Deus está vivo para gozar a vida em abundância.
            Os saduceus queriam embaraçar Jesus fazendo perguntas a partir da prática do levirato (Dt 25.5-6). No livro do Deuteronômio está ordenado que, no caso de um irmão falecer sem descendência, é a obrigação de um irmão casar com a viúva para dar o nome à família. Se, nessa prática, uma viúva casar sucessivamente, de quem será a mulher na ressurreição? Jesus afirma a ressurreição (vv. 35-37), e mostra aos saduceus que as instituições pertencentes a esta ordem das coisas não continuarão pós-ressurreição. Em outras palavras, as instituições terrenas não continuarão no céu, que é o mundo da justiça plena. O mundo onde está presente o Reino de Deus. Todas as instituições e poderes são transitórios e provisórios, ainda.
            A continuidade entre o agora e o então está em Deus e na sua graça. E Jesus faz excursão mais profunda no Pentateuco, lembrando-os do que Moisés disse a respeito de Deus como o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó. A ressurreição é contrastada, por isso, pela imposição da morte; pelos determinismos e fatalismos da cultura, da religião, da política corrompida, nos sistemas de pensar. A ressurreição é a dádiva da vida e vem de Deus. Assim, à luz da ressurreição, a vida é vista e vivida sob o poder da graça. Em Lucas a ênfase recai na expressão: “não podem mais morrer” com referência aos filhos da ressurreição.
            Pai, és Deus da vida e Deus dos vivos, e queres todos os seres humanos em comunhão contigo para sempre. Ajuda-me a viver, já nesta vida, esta comunhão eterna.

Fonte http://homiliadopebantu.blogspot.com/


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Homilia Diária - 22.11.2019

JESUS NO TEMPLO Lc 19,45-48
HOMILIA

Naquele tempo a celebração da Páscoa acontecia anualmente no templo em Jerusalém. Era uma das três festas anuais que exigiam o comparecimento de todos os homens, sendo as outras a festa de Pentecostes e a dos Tabernáculos. A festa da Páscoa comemorava a saída dos judeus da escravidão no Egito (Êxodo 12:1-13) e começava aproximadamente no décimo quarto dia de abril em nosso calendário, durando sete dias ao todo. A Páscoa propriamente era celebrada no dia inicial, seguindo-se depois a festa dos Pães Ázimos.

Muitas judeus com suas famílias viajavam do mundo inteiro para Jerusalém durante essas festas. Assim, durante a Páscoa, a área do templo ficava sempre abarrotada com milhares de visitantes além dos seus habitantes.

Todo israelita de vinte anos para cima tinha que pagar anualmente na tesouraria sagrada do templo meio siclo como um oferecimento ao Senhor (Êxodo 30:13-15), e isto com a tradicional e antiga moeda hebraica deste valor exato. O povo também era obrigado a oferecer animais como sacrifício pelos pecados. Muitos não podiam trazer consigo seus animais porque vinham de longe, ou porque não dispunham de animais nas perfeitas condições exigidas.

Havia, portanto, grande procura de moedas de meio siclo assim como de animais próprios para os sacrifícios e holocaustos na festa da Páscoa. Para facilitar o comércio, os líderes religiosos permitiam que cambistas de moedas e comerciantes montassem suas bancas e barracas na corte dos gentios no templo, mediante um aluguel. Era lucrativo para os negociantes e rendoso para os sacerdotes, à custa dos que vinham oferecer sacrifício. O templo de Deus estava sendo usado de forma inadequada, e a perseguição do ganho material e o uso de práticas gananciosas predominavam. A Casa de Deus tinha se tornado uma espécie de bolsa de mercadorias ou feira livre.

O Senhor indignou-se com isto e, tendo feito um chicote de cordas, expeliu todos do templo com seus animais, espalhou o dinheiro dos cambistas e virou-lhes as mesas, dizendo aos que vendiam as pombas “tirai daqui estas coisas: não façais da casa do meu Pai casa de negócio”, pois estavam fazendo um escárnio da casa de Deus. Ao término do seu ministério, aproximadamente três anos mais tarde (Mateus 21:12-17; Marcos 11:12-19; Lucas 19:45-48), Ele repetiu esta “limpeza”, pois o motivo de lucro daquela gente era mais forte que o desejo de conservar a santidade do templo.

Deus sempre preveniu seu povo contra o uso do culto a Ele para o seu próprio enriquecimento. O que o Senhor fez naquelas ocasiões não foi cruel ou injusto, mas era apenas a manifestação da sua santidade e justiça, o que fez com que seus discípulos se lembrassem do versículo no Salmo 69:9… “o zelo da tua casa me devorou”. Este salmo é citado dezessete vezes no Novo Testamento e é um dos seis salmos mais citados no Novo Testamento.

Jesus tinha amplos motivos para dizer que os comerciantes gananciosos haviam transformado o templo de Deus num “covil de salteadores”. Para poder pagar o imposto do templo, os judeus e os prosélitos procedentes de outros países tinham de trocar seu dinheiro estrangeiro por moeda aceitável. Os cambistas operavam negócios lucrativos, cobrando uma taxa para cada moeda cambiada. Jesus os chama de salteadores, sugere que as taxas deles eram tão excessivas, que na realidade extorquiam dinheiro dos pobres.

Alguns não podiam levar seus próprios animais para ser sacrificados. Todos que os levavam tinham de submetê-los a um exame feito por um inspetor no templo por uma taxa. Muitos que não queriam arriscar-se a ter um animal rejeitado depois de trazê-lo de longe, compravam um leviticamente “aprovado” dos negociantes corruptos no templo. Muitos dos camponeses pobres eram bem enganados ali.

Há evidência de que o ex-sumo sacerdote Anás e sua família tinham capital investido nos comerciantes no templo. Escritos rabínicos falam de “bazares dos filhos de Anás [no templo]”. O lucro que recebiam dos cambistas e da venda de animais na área do templo era uma das suas principais fontes de renda. A ação de Jesus, de expulsar os comerciantes, não só tinha por alvo o prestígio dos sacerdotes, mas também os bolsos deles.

Não será que esta cena ainda se repete em nossos dias nas festas dos padroeiros em nossas paróquias e capelas?

Espírito purificador, tira do meu coração toda sorte de maldade e de egoísmo, que o tornam indigno de ser morada de Deus.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/


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