quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Homilia Diária - 02.01.2022

 VIEMOS ADORÁ-LO Mt 2,1-12


HOMILIA


« Epifania » quer dizer « manifestação », « aparição ». A glória de Deus manifesta-se num menino que é o Verbo encarnado. É uma solenidade ! Entre os nossos irmãos do Oriente, essa festa é celebrada como o verdadeiro Natal. Na verdade, a figura dos Magos, no evangelho desta solenidade da Epifania, apesar de parecer de pouco significado, longe de ser uma mera presença sem qualquer importância, desempenha um papel importante na vida da Igreja, e na vida de cada um de nós.


Neste capítulo temos a história resumida da infância do Senhor Jesus. Era de se esperar que depois dos acontecimentos relatados por Lucas no cap. 2, sobre o nascimento do Senhor Jesus Cristo, toda a Judéia e Jerusalém correriam em busca do “recém nascido Rei dos Judeus”, mas pelo relato que temos aqui em Mateus, logo aqueles acontecimentos notáveis foram esquecidos. Como é comum ver pessoas que ouvem as boas novas de salvação e depois seguem suas vidas como se aquilo que ouviram não tem nenhuma importância, não influenciam em nada suas vidas.


Nos surpreendem alguns detalhes nestes versículos. “Uns magos vieram do oriente…” O oriente no Velho Testamento sempre fala do homem separado de Deus seguindo seu próprio caminho e se afastando cada vez mais do Senhor (Gn 3:24; 4:16; 11:2). Porém ao chegarmos no Novo Testamento encontramos homens vindo do oriente em busca do “Emanuel”, Deus conosco (Mt 1:23). Contudo esta busca não aconteceu pelo mero interesse humano, antes foi Deus quem os despertou usando uma linguagem que ele pudessem entender, uma estrela. Aos pastores de Belém Deus enviou um anjo, aos magos uma estrela … Deus tem Seus meios de despertar todos os homens em todos os lugares. Confiemos na Sua sabedoria e poder (“Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar”, At 2:39).


Outro detalhe importante de observarmos é que “tendo nascido Jesus em Belém … vieram do oriente a Jerusalém…” O propósito pelo qual eles vieram foi para adorá-Lo (v. 2), contudo foram onde Ele não estava, Jerusalém.


Jerusalém era o centro de adoração e, pensando assim, os magos concluíram que ali deveria nascer e viver o Rei dos Judeus … Que engano! Assim sempre são os pensamentos humanos, raciocinam com sua lógica sem conhecerem o verdadeiro caminho do Senhor. Foi assim desde Caim, que pensava ser aceito por Deus chegando a Ele pelos seus próprios meios. Tem sido assim durante toda a história da humanidade e até hoje. Os homens querem encontrar Deus nos seus próprios caminhos, pelas suas religiões que eles mesmo inventam. Bem disse o Senhor por intermédio de Isaías: “Porque os Meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os Meus caminhos, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos” (Is 55:8-9).


Outro fato importante é que o centro religioso naqueles dias ainda era Jerusalém. Ali continuavam as cerimônias, as ofertas, as festas. Mas o Senhor não estava ali. Que lição há aqui para nós hoje! Quão facilmente uma igreja pode continuar com suas reuniões de oração, partir do pão e todo o formalismo, e, contudo o Senhor não está no meio. Não é exatamente este o mal da igreja de Laodicéia? Achavam que tinham tudo, mas eram miseráveis, e o pior: o Senhor estava fora, batendo à porta, esperando para alguém ouvir e abrir a porta (Ap 3:17-18, 20).


Voltando para Mateus cap. 2 notamos como este engano foi corrigido. As Escrituras foram abertas, e mostrado com certeza o rumo que esses adoradores deveriam seguir (vs. 4-5). Sempre será assim para os de coração sincero, uma vez que as Escrituras lhes são abertas e seus pensamentos e caminhos são apresentados como sendo contrários aos de Deus, logo abandonam seus próprios caminhos para seguirem o Caminho seguro apontado por Deus em Sua Palavra. Contudo nem todos estão dispostos a deixarem “Jerusalém” para adorar numa simples “casa”. Não vemos que os demais habitantes de Jerusalém se ajuntaram aos magos para irem com eles adorar. Eles foram perturbados, mas não atraídos ao Cristo, o Rei dos Judeus. Oh! Como a história se repete! Quantos estão satisfeitos em seu meio religioso idólatra, ou em meio a tantas cerimônias e atividades que não têm nenhuma base bíblica, e quando ouvem da simplicidade da “casa” — um grupo de cristãos que se reúnem atraídos ao nome do Senhor na simplicidade que a igreja se reunia no princípio — não tem desejo de sair de “Jerusalém” em busca de Cristo. Para os magos não importava o lugar, nem mesmo a aparência, mas a Pessoa. Eles não vieram à Jerusalém para adorar, como o eunuco em At 8:27, mas vieram para adorá-Lo, e se Ele não estivesse ali, então não podiam adorar.


Ainda há outro personagem para analisarmos, Herodes. Atrás de uma capa de piedade havia um único interesse … matar o Menino. Quantos usam a piedade com o único interesse de beneficiar-se a si mesmo. Estão na igreja porque querem tirar alguma vantagem. Bem nos avisa Paulo em I Tm 6:5 sobre “homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais.“


E, prostrando-se, O adoraram…


Finalmente encontramos no v. 11 uma cena cuja grandeza é impossível descrever em palavras. Estes homens sábios, certamente instruídos em toda a ciência, estão em uma casa bem simples. Ali há um Menino de menos de dois anos de idade, e estes homens ilustres se prostram diante daquele Menino para adorá-Lo.


Adoração vai além de qualquer compreensão humana! Nem os discípulos puderam entender quando aquela mulher derramou o precioso ungüento sobre a cabeça de Jesus (Mt 26:7-8). Puderam avaliar o preço do ungüento, puderam sentir o seu olor, mas não puderam compreender um coração que adora. Contudo o problema daqueles discípulos, pelo menos nesta ocasião, era que eles não estavam contemplando Aquele que estava diante deles como deveriam. O tamanho da nossa adoração é relativo ao valor que damos ao Alvo da nossa adoração. Como um Judas poderia entender aquela mulher se o “Mestre” só lhe valia 30 moedas de prata? Quanto valia Cristo para os outros discípulos? Quanto vale o Senhor Jesus Cristo para nós? Quanto estamos dispostos a deixar por Ele?


Para os magos não era meramente um Menino que eles estavam adorando, mas Deus mesmo. Atrás daquela aparência frágil de um Menino se podia ver o Rei dos Judeus. Suas ofertas falam muito da contemplação e entendimento que eles tiveram: ouro, falando da Sua realeza; incenso, do Seu sacerdócio, e mirra da Sua missão de Profeta. Além disso essas dádivas falam de outros aspectos da Sua maravilhosa Pessoa, vida e obra. O ouro é o material que simboliza a divindade (no Tabernáculo, o lugar onde a presença de Deus estava, tudo era revestido de ouro) — aquele Menino era Deus manifesto em carne. O incenso nos fala da Sua vida humana, mas perfeita, que viveu sempre de modo que agradou o Pai. E a mirra nos fala de Seus sofrimentos vicários, pelos quais Ele cumpriria aquela grande obra da nossa salvação.


Não é de se admirar que corações ocupados assim com o Senhor venham para adorá-Lo, e não ficam satisfeitos com qualquer outra coisa, nem mesmo com toda a pompa religiosa. Eles buscam a Pessoa. Eles buscam a Cristo! Que nosso anseio seja: “Onde está o Rei que acaba de nascer”? VIEMOS ADORÁ-LO.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/

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quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

Homilia Diária - 01.01.2022

 MARIA, MÃE DE DEUS E NOSSA MÃE Lc 2, 16-21


HOMILIA


O ano litúrgico antecipa-se ao ano civil, iniciando-se com o tempo do Advento que prepara o Natal. Na oitava do Natal, em 1º de janeiro, a Igreja faz a comemoração de Maria, “Mãe de Deus”. Este título de Maria, atribuído pelo Concílio de Éfeso (431), realça a íntima união entre a divindade e a humanidade, revelada na encarnação de Jesus. A maternidade divina de Maria vem, de certo modo, preencher a carência do feminino na imagem tradicional de Deus, particularmente no Primeiro Testamento. Nas devoções a Maria, os fiéis buscam a face materna de Deus.


Nos evangelho Maria ocupa um papel mais discreto na Bíblia se comparado com a tradição católica. Os dados estritamente biográficos derivados dos Evangelhos dizem-nos que era uma jovem donzela virgem, quando concebeu Jesus, o Filho de Deus. Era uma mulher verdadeiramente devota e corajosa. O Evangelho de João menciona que antes de Jesus morrer, Maria foi confiada aos cuidados do apóstolo João e a Igreja Católica viu aí que nele estava representada toda a humanidade, filha da Nova Eva.


«A virgem engravidará e dará à luz um filho… Mas José não teve relações com ela enquanto ela não deu à luz um filho. E ele lhe pôs o nome de Jesus. » (Mateus 1,23-25), “Você ficará grávida e dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Jesus. … será chamado Filho do Altíssimo.” Maria pergunta ao anjo Gabriel: “Como acontecerá isso, se não conheço homem?” O anjo respondeu: «O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com a sua sombra. Assim, aquele que nascer será chamado santo, Filho de Deus.» (Lucas 1,26-35).


As passagens onde Maria aparece no Novo Testamento são:


O aparecimento do arcanjo Gabriel, e anúncio de que seria ela a mãe do Filho de Deus, o prometido Messias. (Lucas 1,26-56 a Lucas 2:1-52; compare com Mateus 1:2).


A visitação à sua prima Santa Isabel e o Magnificat (Lc 1,39-56).


O nascimento do Filho de Deus em Belém, a adoração dos pastores e dos reis magos (Lc 2,1-20).


A Sua purificação e a apresentação do Menino Jesus no templo (Lc 2,22-38).


À procura do Menino-Deus no templo debatendo com os doutores da lei (Lc 2,41-50).


Meditando sobre todos estes fatos (Lc 2,51).


Nas bodas de Casamento em Caná, da Galiléia. (João 2:1-11)


À procura de Cristo enquanto este pregava e o elogio que Lhe faz (Lc 8,19-21) e (Mc 3, 33-35).


Ao pé da Cruz quando Jesus aponta a Maria como mãe do discípulo e a este como seu filho (Jô 19,26-27).


Depois da Ascensão de Cristo aos céus, Maria era uma das mulheres que estavam reunidas com restantes discípulos no derramamento do Espírito Santo no Pentecostes e fundação da Igreja Cristã. (Atos 1,14; Atos 21-4)


Lucas é o evangelista da misericórdia e dos pobres. Em sua narrativa, são os humildes pastores que, movidos pela esperança da libertação e do resgate de sua dignidade, vão ao encontro do recém-nascido. Maria acolhe o novo que se manifesta e, em oração, medita sobre seu significado. Em Jesus, que recebeu um nome comum em sua época, revela-se o projeto de Deus de nos conceder a salvação por meio da humildade e da comum condição da encarnação.


Convido-te a dar o primeiro passo no novo ano de mãos dadas com Santa Maria, a Mãe de Deus e nossa Mãe Ela nos dá segurança, porque traz em seus braços o Príncipe da Paz. Sem o acolhimento de nosso Salvador; o mundo celebra inutilmente o dia Mundial da Paz e da Fraternidade Universal. Os homens têm provado, ao longo dos séculos, que são impotentes para construir a verdadeira Paz por si própria. Continuam poderosos apenas para multiplicar a violência e provocar mortes. Por isso, hoje é um dia de súplica universal pela Paz e pela Fraternidade, que somente Jesus pode fazer-nos construir. E nós suplicamos confiantes, porque ora connosco e por nós a Mãe de Deus, Aquela que deu ao mundo a nossa Paz! Jesus Cristo o Príncipe da Paz! Maria Rainha da Paz, daí-nos a Paz!

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terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Homilia Diária - 31.12.2021

O PORTÃO DE ENTRADA PARA O CÉU É A PALAVRA Jo 1,1-18


HOMILIA


Estamos diante do portão de entrada, a primeira coisa que se vê ao abrir o Evangelho de João. O Prólogo é como uma fonte, da qual quanto mais se tira água, mais água aparece. Por isso que há muitos escritos sobre o Prólogo de João e nunca se esgota o assunto.


No princípio era a Palavra, luz para todo ser humano. “No princípio era a Palavra…” faz pensar na primeira frase da Bíblia que diz: “No princípio Deus criou o céu e a terra”. Deus criou por meio da sua Palavra. “Ele falou e as coisas começaram a existir”. Todas as criaturas são uma expressão da Palavra de Deus. O prólogo diz que a presença universal da Palavra de Deus é vida e luz para todo ser humano. Esta Palavra viva de Deus, presente em todas as coisas, brilha nas trevas. As trevas tentam apagá-la, mas não conseguem. A busca de Deus renasce constantemente no coração humano. Ninguém consegue abafá-la.


João Batista não era a luz. João Batista veio para ajudar o povo a descobrir e saborear esta presença luminosa e consoladora da Palavra de Deus na vida. O testemunho de João Batista foi tão importante que muita gente pensava que Ele fosse o Cristo (Messias) (At 19,3; Jo 1,20). Por isso o Prólogo continua: “João Batista veio apenas para dar testemunho da luz!” (Jo 12,7s).


Os seus não a receberam (Jo 1,9-11): Assim como a Palavra de Deus se manifesta na natureza, na criação, da mesma maneira ela se manifesta no “mundo”, isto é, na história da humanidade e, de modo particular, na história do povo de Deus. Mas o “mundo” não reconheceu nem recebeu a Palavra. Desde os tempos de Abraão e Moisés, ela “veio para o que era seu, mas os seus não a receberam”. Quando fala “mundo” João indica o sistema tanto do império como da religião da época, fechados sobre si e incapazes de reconhecer e receber a Boa Nova (Evangelho) da presença luminosa da Palavra de Deus.


Os que aceitam tornam-se filhos de Deus. As pessoas que se abriam, aceitando a Palavra, tornavam-se filhos de Deus. A pessoa se torna filho ou filha de Deus não por mérito próprio, nem por ser da raça de Israel, mas pelo simples fato de confiar e crer que Deus, na sua bondade, nos aceita e nos acolhe. A Palavra entra na pessoa fazendo-a sentir-se acolhida por Deus como filho(a). É o poder da graça de Deus.


A Palavra se fez carne. Deus não quer ficar longe de nós. Por isso a sua Palavra chegou mais perto ainda e se fez presente no meio de nós na pessoa de Jesus. Literalmente o texto diz: “A Palavra se fez carne e montou sua tenda no meio de nós!”. No tempo do Êxodo, lá no deserto, Deus vivia numa tenda, no meio do povo (Ex 25,8). Agora, a tenda onde Deus mora conosco é Jesus, “cheio de graça e de verdade”. Jesus veio revelar quem é este nosso Deus que está presente em tudo, desde o começo da criação.


Moisés deu a Lei, Jesus trouxe a Graça e a Verdade (Jo 1,15-17): Estes versículos resumem o testemunho de João Batista a respeito de Jesus: “Aquele que vinha antes de mim passou na minha frente porque existia antes de mim!” (Jo 1,15.30). Jesus nasceu depois de João, mas Ele já estava com Deus desde antes da Criação. Da plenitude dele todos nós recebemos, inclusive o próprio João Batista. Moisés, dando a Lei, nos manifestou a vontade de Deus. Jesus trouxe a Graça e a Verdade que nos ajudam a entender e a observar a Lei.


É como a chuva que lava. Este último versículo resume tudo. Ele evoca a profecia de Isaías segundo a qual a Palavra de Deus é como a chuva que vem do céu e para lá não volta sem ter realizado a sua missão aqui na terra (Is 55,10-11). Assim é a caminhada da Palavra de Deus. Ela veio de Deus e desceu entre nós na pessoa de Jesus. Através da obediência de Jesus ela realizou sua missão aqui na terra. Na hora de morrer, Jesus entregou o Espírito e voltou para o Pai. Cumpriu a missão que tinha recebido.


“O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos, o que tocamos com as nossas mãos, acerca do Verbo da Vida, é o que nós vos anunciamos. Porque a Vida manifestou-se e nós vimos e damos testemunho dela. Nós vos anunciamos a Vida eterna, que estava junto do Pai e nos foi manifestada. Nós vos anunciamos o que vimos e ouvimos, para que estejais também em união conosco. E a nossa comunhão é com o Pai e com o seu Filho, Jesus Cristo. E vos escrevemos tudo isto, para que a vossa alegria seja completa” (1 Jo 1,1-4).


“No princípio era a Palavra” (Jo 1,1). “A Palavra do nosso Deus permanece eternamente” (Is 40,8). A Palavra de Deus abre a história com a criação do mundo e do homem: “Deus disse” (Gen 1,3.6ss.); proclama que o seu centro está na Encarnação do Filho, Jesus Cristo: “E o Verbo Se fez carne” (Jo 1,14), e fecha-a com a promessa certa do encontro com Ele numa vida sem fim: “Sim, Eu virei em breve” (Ap 22,20).


É a certeza suprema que o próprio Deus, no seu infinito amor, entende dar ao homem de todos os tempos, fazendo do seu povo a sua testemunha. É esse grande mistério da Palavra como supremo dom de Deus que o Sínodo entende adorar, agradecer, meditar, anunciar à Igreja e a todos os povos.


O homem contemporâneo mostra de tantas maneiras que tem uma grande necessidade de ouvir Deus e falar com Ele. Nota-se hoje, entre os cristãos, uma abertura apaixonada para a Palavra de Deus como fonte de vida e graça de encontro do homem com o Senhor.


Não surpreende, portanto, que a essa abertura do homem responda Deus invisível, que, “na abundância do seu amor, fala aos homens como a amigos e conversa com eles, para os convidar e os receber em comunhão com Ele”. Esta generosa revelação de Deus é um contínuo acontecimento de graça.


Senhor Jesus, que eu veja tua glória de Filho de Deus resplandecer em teus gestos misericordiosos em favor da humanidade.

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segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Homilia Diária - 30.12.2021

JESUS, MARIA E JOSÉ ABENÇOAI AS FAMÍLIAS Lc 2,36-40


HOMILIA


Da gruta de Belém, onde naquela Noite Santa nasceu o Salvador, o olhar volta-se hoje para a humilde casa de Nazaré, para contemplar a Santa Família de Jesus, Maria e José, cuja festa celebramos, no clima festivo e familiar do Natal.


O Redentor do mundo quis escolher a família como lugar do seu nascimento e do seu crescimento, santificando assim esta instituição fundamental de todas as sociedades. O tempo passado em Nazaré, o mais longo da sua existência, permanece envolto por uma grande discrição e dele poucas notícias nos são transmitidas pelos evangelistas. Se, porém, desejamos compreender mais profundamente a vida e a missão de Jesus, devemos aproximar-nos do mistério da Santa Família de Nazaré para ver e ouvir. A liturgia de hoje oferece-nos para isso uma oportunidade providencial.


A humilde casa de Nazaré é para todo o crente, e especialmente para as famílias cristãs, uma autêntica escola do Evangelho. Aqui admiramos a realização do projeto divino de fazer da família uma íntima comunidade de vida e de amor; aqui aprendemos que cada núcleo familiar cristão é chamado a ser pequena «igreja doméstica», onde devem resplandecer as virtudes evangélicas. Recolhimento e oração, compreensão mútua e respeito, disciplina pessoal e ascese comunitária, espírito de sacrifício, trabalho e solidariedade são traços típicos que fazem da família de Nazaré um modelo para todos os nossos lares.


Desejei realçar estes valores na Exortação apostólica «Familiaris consortio», de que celebramos, neste ano, o vigésimo aniversário. O futuro da humanidade passa pela família que, nos tempos de hoje, mais do que qualquer outra instituição, foi assinalada por profundas e rápidas transformações da cultura e da sociedade. A Igreja, porém, nunca deixou de fazer chegar «a sua voz e oferecer a sua ajuda a quem, conhecendo já o valor do matrimônio e da família, procura vivê-lo fielmente; a quem, incerto e ansioso, anda à procura da verdade e a quem é injustamente impedido de viver livremente o próprio projeto familiar» (Familiaris consortio, 1). Ela dá conta da sua responsabilidade e deseja continuar, ainda hoje, «a oferecer o seu serviço a cada homem interessado nos caminhos do matrimônio e da família»


Para realizar esta sua ingente missão, a Igreja conta de modo especial, com o testemunho e contribuição das famílias cristãs. Melhor ainda, «perante os perigos e dificuldades que a instituição familiar atravessa, ela convida a um suplemento de audácia espiritual e apostólica, na consciência de que as famílias são chamadas a ser ‘sinal de unidade para o mundo’, e a testemunhar ‘o Reino e a paz de Cristo, para os quais o mundo inteiro caminha’» (ibid. 48).


Os cristãos, recorda o Concílio Vaticano II, atentos aos sinais dos tempos, devem promover «ativamente o bem do matrimônio e da família, quer pelo testemunho da sua vida pessoal, quer pela ação harmônica com todos os homens de boa vontade» (Gaudium et spes, 52). É necessário proclamar com alegria e com coragem o Evangelho da família.


Jesus, Maria e José abençoem e protejam todas as famílias do mundo, para que nelas reinem a serenidade e a alegria, a justiça e a paz, que Cristo, ao nascer, trouxe como dom à humanidade.


Pai, dá-me a graça de ser piedoso e justo como as pessoas envolvidas no Mistério da Encarnação de teu Filho Jesus. Sejam elas para mim fonte de perene inspiração.

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Homilia Diária - 29.12.2021

 JESUS É APRESENTADO NO TEMPLO Lc 2,22-35


HOMILIA


Esta cena evangélica nos apresenta a futura missão de Jesus. A cena da apresentação do menino Jesus no templo e o rito de purificação de Maria são ricos em detalhes que evidenciam a identidade do Salvador. Revestem-se de um conjunto de elementos proféticos, pelos quais a existência de Jesus se pautará.


Ele foi apresentado como pobre. Seus pais ofereceram um casal de rolinhas ou dois pombinhos, como era previsto para as famílias mais pobres. Aliás, toda a vida de Jesus transcorrerá na pobreza.


Com o rito de oferta, o Messias tornava-se uma pessoa consagrada ao Pai. Esta será uma marca característica de sua existência. Não se pertencerá a si mesmo; todo seu ser estará posto nas mãos do Pai, por cuja vontade se deixará guiar.


O velho Simeão definiu a missão do Messias Jesus: ser luz para iluminar as nações e manifestar a glória de Israel para todos os povos. Por meio de Jesus, a humanidade poderia caminhar segura, sem tropeçar no pecado e na injustiça, e, assim, chegar ao Pai. Por outro lado, o Messias Jesus estava destinado a ser sinal de contradição. Quem tivesse a coragem de acolhê-lo, seria libertado de seus pecados. Mas, para quem se recusasse aderir a Ele, seria motivo de queda. Portanto, Jesus seria escândalo para uns, e ressurreição para outros.


Os olhos de Simeão, homem justo e piedoso, viram a Salvação assim que pousaram em Jesus, porque o Espírito Santo estava com ele. Assim acontece com todos nós que voltamos o nosso olhar para Jesus e esperamos pelas promessas de Deus. É o Espírito Santo quem nos faz ter uma experiência da Salvação de Jesus e, quando isto acontece, nada mais será importante na nossa vida. Pode dizer que teve um encontro pessoal com Jesus o homem e a mulher que sentiram a força na hora do desamparo, que experimentaram a alegria no momento de tristeza, que mantêm acesa a chama da fé nas horas de maior desespero.


Simeão, homem velho, já quase no final da vida, poderia estar desiludido e desanimado, no entanto, ele frequentava o Templo todos os dias porque o Espírito Santo já lhe havia anunciado antes que ele não morreria sem ver o Messias. Por isso, ele continuou firme e cheio de esperança. O Espírito Santo também hoje nos assegura de que Jesus já veio mais uma vez no Natal e que se mantivermos os nossos olhos voltados para Ele, com certeza, nós poderemos ter novamente uma experiência de Salvação.


Sentir a presença de Jesus dentro do nosso coração é o maior bem e o melhor presente de Natal que nós já recebemos.


Você já teve essa experiência com Jesus? Como você tem olhado para Ele? Você consegue perceber os “pensamentos do seu coração”? Procure mergulhar em você mesmo e peça ao Espírito Santo que lhe revele o que o seu coração pensa.


Pai, que teu Filho Jesus seja para mim motivo de crescimento e de promoção, levando-me a conhecer-te sempre mais e a aderir ao teu Reino de amor.

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domingo, 26 de dezembro de 2021

Homilia Diária - 28.12.2021

A FUGA PARA O EGITO Mt 2,13-18


HOMILIA


Esta narrativa de Mateus expressa um êxodo às avessas. O Egito não é mais o lugar da opressão, mas o lugar da proteção. O opressor não é mais o faraó, mas o rei idumeu-judeu que reina sobre a Judeia e toda a Palestina. Mateus nos mostra que um homem, acreditando nos sonhos, salvou Deus. Assim ele fala: Após o regresso dos magos, eis que o Anjo do Senhor apareceu em sonho a José e lhe disse: Levanta-te, toma o Menino e a Mãe e foge para o Egito. Fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o Menino para o matar. Foi um sonho. E para que soubéssemos disso, a única fonte foi o próprio José.


Acreditando no sonho, ele partiu para uma viagem de muitos quilômetros, no deserto do Sinai, tirando o Deus humanado das garras de um sanguinário. A empreitada da fuga foi dolorosa. A temperatura no deserto, à noite, chega a zero grau e durante o dia a cinquenta graus positivos. A Sagrada Família seguiu por um caminho que nem José conhecia, mas sabia que devia, por cautela, desviar dos caminhos por onde circulavam os judeus, egípcios e romanos. Havia ainda o risco de encontrar ladrões e feras do deserto, até chegarem às terras do Egito, onde se viram salvos.


Interessante: por volta do ano 1250 a.C., os judeus saíram do Egito perseguidos pelo Faraó, que queria eliminá-los. Agora, aquela estrutura do governo egípcio torna-se proteção ao Menino-Deus.


É impressionante como a salvação corre em fios tênues. Deus deixou que José guiasse Maria e Jesus pelo deserto, até o Egito. E lá permaneceram por mais de quatro anos, até a morte de Herodes, quando então puderam voltar.


Esse capítulo se apóia na credibilidade de sonhos. Quantas vezes temos sonhos, sinais e não acreditamos neles ou não lhes damos a devida atenção. A psicologia e a parapsicologia modernas nos ensinaram a desvanecer do nosso espírito esses avisos de Deus. A Bíblia está repleta dessas manifestações. Os sonhos bíblicos geralmente levaram à restauração de alguma coisa.


Esses sonhos tornaram-se, com o tempo, menos frequentes, porque o homem está cada vez mais materialista, com a “vida voltada unicamente para os gozos e bens materiais”, passando então a sonhar com o que professa: matéria, matéria, matéria… A espiritualidade cedeu lugar à materialidade. Já não acreditamos que Deus se comunica conosco também através de sonhos e sinais. Mas são modos sutis de nos falar. Isto ficou bem claro ao colocar nas mãos de José, através do sonho, o poder de salvar o Menino-Deus da fúria assassina de outro homem. Deus poderia ter-lhe enviado um anjo, como fez a Maria; mas não, José teve de acreditar através do sonho. E da mesma forma aconteceu aos três magos: cumpriram a vontade de Deus através do sinal (a estrela) e do sonho (sobre Herodes).


José salvou por duas vezes o Deus feito homem, por acreditar na comunicação de Deus através do sonho. Na primeira, da difamação humana, ao acreditar no sonho revelador da maternidade divina de Maria, que concebera por obra do Espírito Santo. Na segunda, salvou-o da fúria de Herodes. Isto sem falar de sua fixação em Nazaré, ao retornar do Egito para Israel, por receio de Arquelau, sucessor de Herodes, “tendo recebido um aviso em sonho”.


Depois Deus levou José, para que o Verbo encarnado executasse o plano de salvação que conhecemos. José deixa na terra Jesus e vai para o Céu. A espiritualidade deste Evangelho se resume em nos fazer acreditar nas revelações divinas, mesmo quando feitas através de sonhos e sinais.


Pai, apesar da minha fraqueza, sei que contas comigo para o serviço do teu Reino. Vem em meu auxílio, para que eu seja um instrumento útil em tuas mãos.

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Homilia Diária - 27.12.2021

 NÃO ESTÁ AQUI, RESSUSCITOU! Jo 20,2-8


HOMILIA


São João Evangelista ou Apóstolo João, foi um dos doze apóstolos de Jesus e, além do Evangelho, também escreveu três epístolas (1, 2, e 3) e o Livro do Apocalipse.


João seria o mais novo dos 12 discípulos; tinha, provavelmente, cerca de vinte e quatro anos de existência, à altura do seu chamado por Jesus. Consta que seria solteiro e vivia com os seus pais em Betsaida. Era pescador de profissão – consertava as redes de pesca. Trabalhava junto com seu irmão Tiago e em provável sociedade com André e Pedro.


As heranças deixadas nos escritos de João demonstram uma personalidade extraordinária. De acordo com as descrições, ele seria imaginativo nas suas comparações, pensativo e introspectivo em suas dissertações e pouco falador como discípulo. É notório o seu amadurecimento na fé através da evolução da sua escrita.


Segundo os registros do “Novo Testamento”, João foi o apóstolo que seguiu com Jesus na noite em que Ele foi preso. O apóstolo foi corajoso ao ponto de acompanhar o seu Mestre até a morte na cruz.


Em seu Evangelho, encontramos seis cenas em que aparece um discípulo anônimo. Algumas vezes, ele é caracterizado como “o discípulo amado” ou como “o discípulo a quem Jesus amava”. Assim se dá no encontro com Jesus, junto a João Batista; na última ceia; na condução de Jesus preso ao pátio do sumo sacerdote; junto à cruz com Maria; nesta narrativa de hoje, do encontro do túmulo vazio e na pesca milagrosa com o ressuscitado no mar da Galiléia. A tradição identificou-o com João, irmão de Tiago, cujo nome não aparece neste Evangelho, e que seria o seu próprio autor. No encontro do túmulo vazio, enquanto Maria Madalena e Pedro ficam perplexos, este discípulo destaca-se por crer na presença viva de Jesus sem vê-lo. Sem necessidade de aparições do ressuscitado, o discípulo tem uma fé penetrante que reconhece a eternidade de Jesus em sua humanidade a partir da experiência que teve de seu convívio e de seu testemunho de amor.


A História conta que João esteve presente e ao alcance de Jesus até a última hora. A ele foi entregue a missão de tomar conta de Maria, a mãe de Jesus. Cristo, como filho único de Maria, tinha a responsabilidade de cuidar de sua mãe após a morte de seu pai José (quanto aos supostos “irmãos” de Jesus designados nos evangelhos, os linguistas e historiadores sérios atestam que, em aramaico, antigo idioma utilizado por Jesus, as palavras que designavam irmãos eram utilizadas indistintamente para primos e outros parentes). Jesus poderia, é claro, ter passado esta incumbência para algum de seus supostos irmãos se Ele realmente os tivesse, mas a entregou aos cuidados de seu melhor amigo, João (sendo tal argumento mais uma prova consistente de que Jesus não teve irmãos carnais).


Depois da morte e martírio de Tiago, João teria partido para a Ásia Menor, onde dirigiu a importante e influente comunidade cristã de Éfeso, fundada por Paulo anos antes. João esteve várias vezes na prisão, foi torturado e exilado na Ilha de Patmos, onde teria escrito o Apocalipse, por um período de cerca de quatro anos, até que o cruel imperador Domiciano foi assassinado e o manso imperador Nerva chegasse ao poder em Roma.


De todos os doze apóstolos, João Zebedeu finalmente tornou-se o mais destacado teólogo. Ele morreu de morte natural, em Éfeso, no ano 103 d.C., quando tinha 94 anos.


Que ele nos ajude a proclamar cada dia que o sepulcro de Cristo continua vazio. Porque Ele não está aqui, ressuscitou como havia dito.

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sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Homilia Diária - 26.12.2021

JESUS NO TEMPLO Lc 2,41-52


HOMILIA


São Lucas, que se pode chamar “o evangelista do coração”, tem páginas que tocam profundamente o coração da gente. É ele que conta a parábola do filho pródigo, a conversão do publicano Zaqueu, da pecadora Madalena e do ladrão crucificado ao lado de Jesus. Narra também vários fatos da infância de Jesus e coroa a história dessa infância, narrando o episódio da peregrinação a Jerusalém, quando o Menino se afastou da comitiva e só foi encontrado três dias depois, no Templo, encantando aos doutores com suas perguntas e suas respostas. As mães são aquelas que mais vivamente percebem a dolorosa beleza dessa página. Principalmente se é alguma mãe que teve a triste experiência de um filho afastado de casa, sem ela saber o paradeiro. Um sequestro talvez! Curiosamente isso acontece às vezes em romarias, como aconteceu com Maria e José nessa peregrinação ao Templo.


A Liturgia nos faz ler este episódio na Missa deste domingo depois do Natal, que é dedicado a celebrar a Sagrada Família. E muito sabiamente! Muito pedagogicamente! Porque nesse episódio aparecem de maneira muito viva os valores da família: a dedicação e a responsabilidade dos pais, o tesouro que é um filho, a religião na família, o deixar-se guiar pela vontade de Deus, manifestado de maneira tão sublime nas palavras do Menino Jesus: “Não sabíeis que eu me devo ocupar nas coisas de meu Pai?” (Lc 2,49). São Lucas registra que Maria ia guardando a lembrança de todas essas coisas no seu coração (Ibid., v 51).


Ficou muito bem ter a Igreja colocado dentro das comemorações do mistério do Natal esse olhar para a Sagrada Família. Jesus quis passar por essa experiência. Não apareceu de repente já adulto, pregando ao povo. Como assinalou elegantemente o Papa Leão XIII, o divino Sol da justiça, antes de iluminar o mundo com a plenitude do seu esplendor, quis brilhar suavemente entre as paredes de um lar: a humilde casa de Nazaré. Aí nós encontramos o amor, a fé, a harmonia, o trabalho, a humildade. E podemos adivinhar a edificação e a presença serviçal que dessa casa se irradiavam para a vizinhança. Era como se uma estrela tivesse baixado à terra para iluminar de perto a pequena aldeia da Galileia. A família – realidade tão sagrada! – tem sido muito agredida pela mentalidade materialista e hedonista dos tempos que estamos vivendo. A Igreja vê tudo isso com apreensão. E sabe que grande parte dos males da sociedade tem sua raiz na falta da família ou na família desajustada. Falta a preparação para o casamento, falta a seriedade do compromisso conjugal, falta o empenho para fazer de cada lar um ambiente de amor e de harmonia. Há muita família desajustada pela falta de recursos, por essa pobreza extrema que leva tanta gente ao desespero. Mas há também muita família desajustada, na qual não faltou o dinheiro, mas faltou o amor, faltou a coragem, faltou a fé. É mais do que sabido que com o dinheiro se constrói uma casa, até grande e luxuosa; mas com nenhum dinheiro deste mundo se constrói um lar. O lar é feito de valores mais altos, esses valores exatamente que o materialismo vai destruindo. Há muitos jovens por aí que tomaram caminhos desviados, não porque Ihes tivesse faltado em casa dinheiro e conforto; mas porque Ihes faltou a sensação de que eram realmente amados. Eles também – é claro! – podem ter contribuído para isso, influenciados, talvez, por maus exemplos. O problema é frequentíssimo em casais divorciados! E a escola do divórcio está aí abrindo suas portas escancaradamente, sobretudo, através das luzes e das cores das telenovelas. Quanta responsabilidade!


O Concílio Vaticano II, na sua maravilhosa constituição sobre “A Igreja no mundo de hoje” -“Gaudium et Spes” – se estende ricamente sobre o problema da família. É preciso que os casais estudem esse documento. E aí aprenderão as melhores lições sobre o amor conjugal – gloriosamente ordenado à procriação de filhos -, sobre a educação da prole, sobre o lar como Igreja doméstica e escola de fé, sobre a família como primeira escola das virtudes sociais e como célula vital da sociedade, da qual, portanto, depende a saúde do corpo social.


Que a humilde casa de Nazaré ilumine com as luzes de seus sublimes exemplos cada família deste nosso planeta enlouquecido! E que as crianças cresçam em estatura e graça como Jesus, diante de Deus e dos homens”. Deus tem um propósito de crescimento para ti e para os teus filhos também.


Espírito que orienta nossa vida para Deus, ajuda-me a crescer cada dia, em sabedoria e graça, buscando como Jesus adequar minha vida ao querer do Pai.

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quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Homilia Diária - 25.12.2021

O VERBO DIVINO SE FEZ HOMEM Jo 1,1-18


HOMILIA


Ressoou, nesta noite, o antigo e sempre novo anúncio do Natal do Senhor. Ressoou para quem está alerta, como os pastores de Belém há mais de dois mil anos; também ressoa para quem aderiu ao apelo do Advento e, permanecendo atento, está pronto a acolher a mensagem feliz que canta a liturgia: “Hoje nasceu o nosso Salvador”.


Nesta noite, o tempo abre-se ao eterno, pois vós, ó Cristo, nascestes entre nós vindo do Alto. Do seio de uma Mulher, de todas a mais bendita, vós viestes à luz, Filho do Altíssimo. A vossa Santidade purificou, de uma vez por todas, o nosso tempo: os dias, os séculos, os milênios. Com o vosso nascimento, fizestes do tempo um “hoje” de salvação.


Celebramos, nesta noite, o mistério de Belém, o mistério de uma noite singular que está, de certa forma, no tempo e para além do tempo. Do seio da Virgem nasceu um Menino, uma manjedoura serviu de berço para a Vida imortal.


Natal é a festa da vida, porque Jesus, vindo à luz como cada um de nós, abençoou a hora do nascimento. Uma hora que, simbolicamente, representa o mistério da existência humana, unindo a aflição à esperança, a dor à alegria. Tudo isto aconteceu em Belém: uma Virgem-Mãe deu à luz; “veio ao mundo um homem” (Jo 16,21), o Filho de Deus, o Filho do Homem. Mistério de Belém!


O Verbo chora numa manjedoura. Chama-se Jesus, que significa “Deus salva”, porque Ele “salvará o povo dos seus pecados” (Mt 1,21).


Não é em um palácio que nasce o Redentor, que vem instaurar o Reino eterno e universal. Ele nasce em um estábulo e, permanecendo entre nós, acende no mundo o fogo do amor de Deus (cf. Lc 12,49). Este fogo nunca mais se apagará.


Que possa este fogo arder nos corações como chama de caridade ativa, que dê acolhimento e apoio a tantos irmãos provados pela necessidade e pelo sofrimento!


Senhor Jesus, que contemplamos na pobreza de Belém, faça-nos testemunhas de sua Verdade e de seu amor que O levou a despojar-se da glória divina, a fim de nascer entre os homens e morrer por nós.


Faça, Senhor, que a luz desta noite, mais brilhante que o dia, difunda-se no futuro e oriente nossos passos no caminho da paz, que só se encontra na Verdade.


O que diremos sobre a encarnação do Verbo Divino? A encarnação é o supremo ato de amor de Deus, que assume a condição humana, transformando-a pelo dom do amor pleno. Em Jesus não é assumida apenas a sua corporeidade individual, mas a condição corpórea de toda a humanidade, integrada em todos os valores de dignidade, justiça e verdade, que, no amor, são revestidos de eternidade. “Deus é amor, e aquele que permanece no amor, permanece em Deus, e Deus, nele” (1Jo 4,16).


A encarnação do Filho de Deus é a revelação da presença real, amorosa e terna, vivificante e eterna do Pai entre homens e mulheres, pequenos e humildes.


O prólogo do Evangelho de João apresenta a origem divina de Jesus, como a Palavra eterna que procede de Deus, faz-se carne, morando entre nós, e, por graça, torna-nos  seus filhos eternos. Renascidos no Batismo, como Ele, reinaremos eternamente.

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quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Homilia Diária - 24.12.2021

BENDITO SEJA DEUS Lc 1,67-79


HOMILIA


Bendito seja Deus, porque Ele está tão próximo de nós que já podemos pressentir os seus passos. Ele vem, no silêncio da noite, na periferia da cidade dos homens que não O acolheram. Ele nasceu em Belém.


Nas narrativas de infância de João Batista e Jesus, Lucas insere três hinos das primeiras comunidades dos cristãos convertidos do judaísmo, adaptando-os à interpretação da encarnação de Jesus. São os cânticos de Maria, de Simeão e Zacarias, que havia ficado mudo ao vacilar diante do anúncio do anjo Gabriel.


Zacarias, que emudeceu por causa da sua incredulidade, empresta agora a sua boca ao Espírito Santo para cantar as bênçãos que o Senhor derramou sobre o seu povo. Tendo assumido o nome de João para seu filho, recupera a fala e profetisa com seu hino. Após uma retrospectiva da história de Israel, centrada na figura de Davi, com os embates contra seus inimigos, afirma a manifestação da misericórdia de Deus.


Portanto, a primeira parte é um resumo geral da história da salvação. O tema é a misericórdia divina e a fidelidade de Deus à sua aliança.


A segunda parte é dirigida a João, o menino que será chamado “profeta do Altíssimo” porque irá à frente do Senhor, preparando-lhe os caminhos. A ele caberá dar a conhecer ao povo o caminho da salvação pela prática da justiça e com o perdão dos pecados. Em Jesus, iluminando os que estão nas trevas, Deus revelará a plenitude de sua misericórdia e o caminho da paz.


Jesus fez-se criança para que ninguém tivesse medo nem receio algum d’Ele. Enquanto aguardamos o seu nascimento, contemplemos seu amor sem fim e, neste dia internacional do perdão, aprendamos a nos perdoar mutuamente como Deus nos perdoa sem cessar.


O Cântico de Zacarias conta-nos as maravilhas de Deus, as bênçãos que o Senhor derramou sobre o seu povo amado.

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Homilia Diária - 24.12.2021 - Vigília do Natal

 JOSÉ, NÃO TENHAS MEDO...Mt 1,18-24


HOMILIA


Começamos nossa reflexão citando as palavras do anjo a José, no que toca a concepção e, conseqüentemente, o nascimento de Jesus.


José, timbrado e carimbado na Sagrada Escritura, depara-se com uma situação humanamente impossível: sua esposa está grávida sem a ter conhecido. Como será isso e que procedimento seguir? Se Ele a tivesse conhecido antes de viverem juntos, seria o pior vexame que teriam passado, além de correr o risco de serem apedrejados pela cultura do tempo; o que seria o de menos, pelo fato de terem violado a lei. O enigmático é que conscientemente isso aconteceu e ela aparece grávida.


Alguém lhe teria passado para trás? Ou a própria Maria o teria traído? Devido ao adjetivo a ele atribuído e sem querer difamá-la, porque era justo, José resolveu abandonar o amor da sua vida em segredo. Mas, enquanto pensava nisso, Deus veio ao seu encontro através de um anjo.


Na intervenção de Deus, neste momento de profunda angústia e confusão de José, manifesta-se o triunfo da justiça divina sobre os homens e mulheres fiéis a Ele, que andam observando e vivendo os seus mandamentos. “Aos homens retos, darei alegria plena”; diz Deus. Eu estou ao lado da justiça e julgo segundo o que vejo; não segundo as aparências.


A atitude de silêncio interior de José pode ser entendida como o tempo da meditação, de intimidade profunda com Deus, de deixar que Ele fale por nós. Quando nós levamos as nossas preocupações a Ele, o Senhor as faz suas; então, não somos nós que falamos, mas o Espírito do nosso Pai que fala por nós. Basta fazer a nossa parte, que consiste somente em confiar e saber esperar no Senhor que tudo pode. José não precisou falar alto nem muito com A ou B. Simplesmente, contemplando o sucedido e rezando, calou-se.


A resposta de Deus não se fez esperar. Imediatamente, agiu mandando o seu anjo que diz: “José, descendente de Davi, não tenha medo de receber Maria como sua esposa, pois ela está grávida pelo Espírito Santo. Ela terá um menino, e você porá n’Ele o nome de Jesus, pois Ele salvará o seu povo dos pecados”. Era isso que José esperava ouvir. Esclarecida a dúvida, José recebe Maria como sua esposa e toca a vida.


Muitas são as simbologias que podemos encontrar neste texto. Veja por exemplo: com a escolha do homem da casa de Davi, o Evangelho de Mateus quer, teologicamente, inserir Jesus na genealogia davídica para harmonizar a concepção virginal de Maria com a acolhida de José. O estranho é que, só depois de José sofrer profundamente ao perceber, progressivamente, a gravidez da mulher amada, o anjo é enviado a ele, dissipando a terrível dúvida acumulada.


Teologicamente, José, apresentado como inserido na genealogia davídica, representa o antigo judaísmo. De Maria, que está fora desta genealogia, nascerá Jesus. Maria representa a novidade de Jesus nas comunidades cristãs. Alguém que não pertence à raça, à estirpe, à tribo. Porém, o novo que se manifesta em Maria escapa à compreensão de José. Era necessário que, do alto, viesse a luz e José fosse advertido pelo anjo. E então, ele acolhe Maria para dizer que os judeus devem aceitar as novas comunidades cristãs, vendo nelas a obra de Deus.


Este judeu pode ser eu, pode ser você, meu irmão, quando diante dos pecadores públicos, dos criminosos. Nós nos consideramos justos, sem pecados; por isso queremos nos manter distantes dos leprosos, dos pecadores.


José, o homem justo, fiel e humilde, compreendeu o desígnio do Pai para com a humanidade e colaborou para que ele fosse realizado. Em que ponto você está? Assim como aconteceu com José ontem, hoje continua a palavra de Deus sendo dirigida para nós. Não tenha medo de receber o estrangeiro, o pobre, a viúva, o órfão, o drogado, o doente. Ame-o, assim você transformará a sua vida e salvará sua alma da morte eterna. E assim, celebrarás o verdadeiro Natal. (Emanuel quer dizer “Deus está conosco”).

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segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Homilia Diária - 23.12.2021

 O NASCIMENTO DE JOÃO BATISTA Lc 1,57-66


HOMILIA


A Igreja celebra o nascimento de João como algo sagrado, e é o único nascimento que se festeja: celebramos o nascimento de João e o de Cristo; e o seu nascimento foi motivo de alegria para muitos. Quando São João Batista nasceu, a Virgem Maria estava em sua casa. Quanta alegria e doçura reinavam naquele lar! Os dias da Virgem na casa de Zacarias foram de grande gozo para todos. Maria dava um novo sentido aos pequenos sucessos cotidianos. Esta alegria era contagiosa, e dela participavam os vizinhos e os parentes que ouviram dizer que Deus a cumulara com sua misericórdia e com ela se alegraram.


Os vizinhos e parentes também se alegraram por Isabel ter sido agraciada por Deus: “Não temas, Zacarias, porque a tua súplica foi ouvida, e Isabel, tua mulher, vai te dar um filho, ao qual porás o nome de João. Terás alegria e regozijo, e muitos se alegrarão com o seu nascimento. Pois ele será grande diante do Senhor; não beberá vinho, nem bebida embriagante; ficará pleno do Espírito Santo ainda no seio de sua mãe” (Lc 1, 13-15).


Hoje, infelizmente, muitos se enchem de inveja e de ódio, quando ficam sabendo que uma pessoa recebeu alguma graça ou que está progredindo na vida. Essa é a atitude de pessoas amigas e discípulas do demônio. Tu sabes quais são os sinais para saber se uma pessoa é invejosa?


1º Alegrar-se com o mal alheio. Se você percebe que uma pessoa se alegra com a desgraça do próximo, que sente prazer por qualquer insucesso ou fracasso do próximo, então já descobriu uma pessoa invejosa. Em 1 Pd 2,1 diz: “Rejeitai… qualquer espécie de inveja”. Cuidado com esse tipo de gente; isto é, cuidado com a pessoa que se alegra com o mal alheio, a mesma é pior que o diabo. Os invejosos são piores que o diabo, pois o diabo não inveja os outros diabos, ao passo que os homens não respeitam sequer os participantes da sua própria natureza.


2º Entristecer-se com o bem alheio. Se você percebe que uma pessoa se entristece, só porque viu alguém subir de cargo, tome cuidado, ela é invejosa e venenosa. O invejoso não consegue se controlar diante do sucesso do próximo, ele fica inquieto e se transforma num monstro: enruga a testa, cerra os dentes, torce o nariz, fica com o semblante azedo e olhos fixos no chão. A inveja quando não destrói o invejado, tira a paz do invejoso!


3º Reprimir os louvores dados aos outros. O invejoso não suporta ouvir ninguém ser elogiado, logo diz algo contra a pessoa que foi elogiada; o mesmo encontra defeito em tudo. Aos olhos do invejoso qualquer defeito dos outros é grande. O invejoso também vê o bem, mas sempre com maus olhos. Até das pessoas santas o invejoso tenta tirar alguma coisa, não podendo negar o louvor aos santos, ele o faz com avareza e reserva. Quanta maldade!


4º Falar mal do próximo. A língua do invejoso se assemelha a uma metralhadora incontrolável; a sua inveja é tão grande, que ele fala mal do próximo publicamente e também em segredo; quanto aos defeitos dos outros, o invejoso sempre aumenta ou inventa. Da inveja nascem o ódio, a maledicência e a calúnia.


No Antigo Testamento a circuncisão era um rito instituído por Deus para assinalar com uma marca os que pertenciam ao povo eleito. Deus mandou a circuncisão a Abraão como sinal da Aliança que estabelecia com ele e com toda a sua descendência (cf. Gn 17,10-14), e prescreveu que se realizasse no oitavo dia do nascimento. O rito realizava-se na casa paterna ou na sinagoga, e além da operação sobre o corpo do menino, incluía bênçãos e a imposição do nome.


Com a instituição do batismo cristão cessou o mandamento da circuncisão. Os Apóstolos, no Concílio de Jerusalém (cf. At 15,1ss.), declararam definitivamente abolida a necessidade do antigo rito para os que se incorporassem na Igreja. A libertação da voz de Zacarias, no nascimento de João, é o mesmo que o rasgar-se do véu do templo, pela cruz de Cristo. Se anunciasse a si mesmo, João não abriria a boca de Zacarias. Se solta a língua, é porque nasce a voz; já a prenunciar o Senhor. Com razão se soltou em seguida a sua língua, porque a fé desatou o que tinha atado a incredulidade. É um caso semelhante ao do apóstolo São Tomé, que tinha resistido a crer na Ressurreição do Senhor, e acreditou depois das provas evidentes que lhe deu Jesus ressuscitado (cf. Jo 20,24-29). Com estes dois homens, Deus faz o milagre e vence a sua incredulidade; mas ordinariamente Deus exige-nos fé e obediência sem realizar novos milagres. Por isso repreendeu e castigou Zacarias, e censurou o apóstolo Tomé: “Porque Me viste acreditaste; bem-aventurados os que sem ter visto acreditaram” (Jo 20, 29).


As pessoas ali presentes compreenderam que estavam diante de algo sobrenatural, ainda que não tivessem um conhecimento completo do que estava a suceder: “… e por toda a região montanhosa da Judéia comentavam-se esses fatos”. E diziam: ‘Que virá a ser esse menino? ‘ E, de fato, a mão do Senhor estava com ele”. Que São João Batista abra os nossos olhos e a nossa língua, porque estamos cegos e mudos espiritualmente, os vícios nos cegaram e taparam nossa boca, não conseguimos enxergar e falar da grandeza da vida de santidade.


Pai, conta comigo para realizar o teu projeto, como contaste com João cujo nascimento foi revestido de gestos amorosos de tua Providência.

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