segunda-feira, 31 de outubro de 2016

O GRANDE BANQUETE Lc 14,15-24


HOMILIA

A parábola do banquete do Reino mostra como os que estão empenhados exclusivamente em seus negócios: comprei um terreno e tenho que examiná-lo, no frenesi de seu trabalho; comprei cinco juntas de bois e vou experimentá-las, ou na exclusividade do círculo familiar, não podem entrar para participar plena e alegremente na vida comunitária. Esta exige uma disponibilidade generosa e a aspiração de construir algo maior que os pequenos negócios e trabalhos familiares.

Por estas razões, aqueles que estão empenhados em suas próprias preocupações sem olhar o horizonte dos povos, sem valorizar as utopias históricas, não estão aptos para participar do banquete do Reino. Este necessita de uma abertura a todos os seres humanos e a todos os ideais de humanização.

Por isso os convidados são aqueles que realmente têm esperança histórica e confiam que podem construir a nova casa do Senhor. Esta é um projeto alternativo, um mundo onde não há excluídos e onde o importante não é a produtividade nem o lucro, mas a máxima expressão da criação: o ser humano.

Por outro lado, devemos saber que o coração de Deus nos aguarda para saciar-nos com o pão da vida, por isso, Jesus nos convida a participarmos do Banquete do Amor do Pai. Para cada um de nós há um lugar reservado a fim de que nos fartemos com o alimento adequado para a nossa alma. Neste Evangelho, Jesus nos fala das coisas “lícitas” que nos impedem de aceitar o convite do banquete no reino de Deus. Da mesma forma como na Parábola, nós vivemos dando desculpas e justificativas para não aceitarmos o convite de Jesus.

Nós nos escusamos, muitas vezes, de entrar no Reino dos Céus por causa das nossas ocupações. Só aceitamos o convite que Jesus nos faz por meio de outras pessoas na hora que nos convêm, damos preferência aos nossos negócios e interesses pessoais e desprezamos o pão de Deus para nos “deliciarmos” com o “pão do mundo”. Esta é uma verdade factual na nossa vida. A parábola do banquete é uma mensagem que abre os nossos olhos para as realidades de Deus que deixamos de usufruir em vista das nossas “ocupações” e que, mais tarde, talvez nós não tenhamos o tempo hábil para participarmos. No entanto, Jesus continuará a nos atrair quando acena para os coxos, os cegos, os aleijados, os pobres e miseráveis. Muitas vezes, nós precisamos nos sentir assim para que o convite de Jesus seja aceito por nós. “Feliz é aquele que come o pão no reino de Deus”! Felizes nós seremos quando, reconhecendo as nossas deformidades, buscarmos o alimento de Deus através da sua Palavra, da Eucaristia, da Oração, da Adoração ao Santíssimo, do estar em comunidade no serviço e no amor.

Você já aceitou o convite para participar do banquete do Reino de Deus? Você tem certeza que tem atendido ao convite de Jesus? A que alimento você tem dado prioridade para saciar a sua fome: ao pão do céu ou ao pão do mundo? O que tem sido mais importante para você: o banquete de Deus ou as suas ocupações e preocupações?

Pai, tu me convidas cada dia para participar das alegrias de teu Reino. Que eu saiba acolher teu convite paterno, fazendo-me solidário com os pobres e os deserdados deste mundo.
Fonte http://homilia.cancaonova.com/


Leia também:

sábado, 29 de outubro de 2016

JESUS E ZAQUEU Lc 19,1-10 - 30.10.2016


HOMILIA

Zaqueu era um homem rico. Mas Jesus despertou algo diferente em Zaqueu, e vemos logo à frente que devido à pouca estatura de Zaqueu ele subiu em uma figueira brava ou seja, uma árvore de sicômoros. Mas como podemos imaginar um homem rico simplesmente subindo numa árvore só para ver alguém? Com tanto dinheiro ele subiria numa árvore só para ver um homem que aglomerava uma multidão onde chegava? Por que tudo isso se ele nem conhecia Jesus?

A diferença é justamente essa, porque ele já ouvira falar de um Cristo que fazia sinais, prodígios e maravilhas. E as maravilhas que ele ouvia a respeito de Cristo eram tão grandes e verdadeiras que fez com que um homem da alta sociedade tivesse uma atitude de criança levada: subir numa árvore.

Mas esse Cristo já conhecia Zaqueu, veja no versículo 5. E, quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, viu-o e disse-lhe: Zaqueu desce depressa, porque, hoje, me convém pousar em tua casa.

Imagine você chegar em um lugar para ver alguém que muitos comentam a respeito e essa pessoa que você nunca viu olha para você e te chama pelo nome. Deve ser algo sem explicação. Aí Zaqueu ficou maravilhado! Agora vamos analisar o versículo 6: E, apressando-se, desceu e recebeu-o com júbilo.

Agora percebe-se um homem com prestígio na sociedade obedecendo a uma ordem (com educação, claro!) e ainda feliz da vida. Resumindo: é assim que acontece quando Cristo quer algo com alguém, ele não olha para classe social, cor, se têm nível fundamental, médio, superior ou se é analfabeto. Porque na verdade Cristo está procurando verdadeiros adoradores que o adorem em Espírito e em verdade!

Não importa a sua condição de vida, se você está até o pescoço no pecado, o que importa mesmo é que existe um homem que chamou a atenção de Zaqueu e que se importa com você. Esse mesmo homem, hoje mesmo, quer mudar a história da sua vida, acabar com essa vida de pecado e te dar uma vida digna! Uma vida em que você tenha orgulho de viver, e que todos vão olhar para você e dizer: Como essa pessoa mudou! E que a sua vida venha ser um espelho para muitos.

Se você quer hoje realmente ser uma pessoa diferente aos olhos humanos, faça como Zaqueu: chame a atenção de Cristo para você! E verás que Ele vai querer pousar em tua casa, mas não só na área de tua casa, mas em toda ela, ou seja, em toda sua vida , pois CRISTO se importa com você.

Decida-se por Cristo enquanto é tempo, busque a Cristo enquanto se pode achar. Que Deus te abençoe e te guarde. Lembre-se: Hoje mesmo Cristo te chama: APOCALIPSE 3:20 Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele, comigo.

Pai, faça-me puro de coração, como o Zaqueu convertido, tornando-me desapegado das coisas deste mundo e capaz de dividi-las com os pobres.
Fonte http://homilia.cancaonova.com/


Leia também:
Mensagens de Fé

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

HUMILDADE E HOSPITALIDADE Lc 14,1.7-11 - 29.10.2016


HOMILIA

Este Evangelho nos ajuda a corrigir um preconceito sumamente difundido. «Num sábado, Jesus entrou para comer na casa de um dos principais fariseus. Eles o observavam atentamente». Ao ler o Evangelho a partir de um certo ponto de vista, acabou-se fazendo dos fariseus o modelo de todos os vícios: hipocrisia, falsidade; os inimigos por antonomásia de Jesus. Com estes significados negativos, o termo «fariseu» passou a fazer parte do dicionário de nossa língua e de outras muitas.

Semelhante idéia dos fariseus não é correta. Entre eles havia certamente muitos elementos que respondiam a esta imagem e Cristo os enfrenta. Mas nem todos eram assim. Nicodemos, que vai ver Jesus de noite e que depois o defende ante o Sinédrio, era um fariseu (cf. João 3, 1; 7, 50ss). Também Saulo era fariseu antes da conversão, e era certamente uma pessoa sincera e zelosa, ainda que não estivesse bem iluminado. Outro fariseu era Gamaliel, que defendeu os apóstolos ante o Sinédrio (cf. Atos 5, 34 e seguintes).

As relações de Jesus com os fariseus não foram só de conflito. Compartilhavam muitas vezes as mesmas convicções, como a fé na ressurreição dos mortos, no amor de Deus e no compromisso como primeiro e mais importante mandamento da lei. Alguns, como neste caso, inclusive o convidam para uma refeição em sua casa. Hoje se considera que mais que os fariseus, quem queria a condenação de Jesus eram os saduceus, a quem pertencia a casta sacerdotal de Jerusalém.

Por todos estes motivos, seria sumamente desejável deixar de utilizar o termo «fariseu» em sentido depreciativo. Ajudaria ao diálogo com os judeus, que recordam com grande honra o papel desempenhado pela corrente dos fariseus em sua história, especialmente após a destruição de Jerusalém.

Durante a refeição, naquele sábado, Jesus ofereceu dois ensinamentos importantes: um dirigido aos «convidados» e outro para o «anfitrião». Ao dono da casa, Jesus disse (talvez diante dele ou só em presença de seus discípulos): «Quando deres um almoço ou um jantar, não convides seus amigos, nem seus irmãos, nem seus parentes, nem os vizinhos ricos…». É o que o próprio Jesus fez, quando convidou ao grande banquete do Reino os pobres, os alitos, os humildes, os famintos, os perseguidos.

Mas nesta ocasião quero deter-me a meditar no que Jesus diz aos «convidados». «Se te convidam a um banquete de bodas, não te coloques no primeiro lugar…». Jesus não quer dar conselhos de boa educação. Nem sequer pretende alentar o sutil cálculo de quem se põe em uma fila, com a escondida esperança de que o dono lhe peça que se aproxime. A parábola nisso pode dar pé ao equívoco, se não se levar em consideração o banquete e o dono dos quais Jesus está falando. O banquete é o universal do Reino e o dono é Deus.

Na vida, quer dizer Jesus, escolhe o último lugar, procura contentar os demais mais que a ti mesmo; sê modesto na hora de avaliar seus méritos, deixa que sejam os demais quem os reconheçam e não tu («ninguém é bom juiz em causa própria»), e já desde esta vida Deus te exaltará. Ele te exaltará com sua graça, te fará subir na hierarquia de seus amigos e dos verdadeiros discípulos de seu Filho, que é o que realmente importa.

Ele te exaltará também na estima dos demais. É um fato surpreendente, mas verdadeiro. Não só Deus «se inclina ante o humilde e rejeita o soberbo» (cf. Salmo 107, 6); também o homem faz o mesmo, independentemente do fato de ser crente ou não. A modéstia, quando é sincera, não artificial, conquista, faz que a pessoa seja amada, que sua companhia seja desejada, que sua opinião seja desejada.

Vivemos em uma sociedade que tem suma necessidade de voltar a escutar esta mensagem evangélica sobre a humildade. Correr para ocupar os primeiros lugares, talvez pisoteando, sem escrúpulos, a cabeça dos demais, são características desprezadas por todos e, infelizmente, seguidas por todos. O Evangelho tem um impacto social, inclusive quando fala de humildade e hospitalidade.

Pai, faz-me humilde e discreto no trato humano. E que eu não aspire grandeza humana. Basta-me ser reconhecido e exaltado por ti.
Fonte http://homilia.cancaonova.com/

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

A ORAÇÃO E ELEIÇÃO DOS DOZE APÓSTOLOS Lc 6,12-19 - 28.10.2016


HOMILIA

Jesus nunca subestimou a sua missão. Ele sabia da grande responsabilidade que era escolher, dentre muitos, os doze apóstolos que seriam os continuadores da sua obra aqui na Terra. Portanto, Ele subiu à montanha para em oração ao Pai fazer o discernimento. Quando desceu Ele estava seguro de que os seus escolhidos eram aqueles à quem o Pai havia destinado para pôr em prática o seu projeto salvífico. Até Judas teve o seu papel específico no plano de salvação de Deus Pai. Muitas vezes nós também rezamos, fazemos o discernimento e no primeiro sinal de que algo não vai muito bem, nós começamos a duvidar da nossa oração e do direcionamento do Senhor. Fica para nós o exemplo: Jesus ainda não sabia que entre os escolhidos havia um traidor, mas nunca duvidou de que fez a escolha certa segundo a vontade do Pai.

Para muitas coisas na vida nós nos preparamos, nós nos aprimoramos, nós nos adestramos. Porém, nas tomadas de decisões nós nos confundimos e não temos o mesmo cuidado. Agimos por impulso, por sentimento, por preferências pessoais. Jesus veio ao mundo não apenas para nos salvar da morte eterna. Ele veio nos ensinar a viver a vida em harmonia com o pensamento de Deus e, assim, descobrir o que é ou não agradável ao Pai a fim cumprir no mundo a missão que nos é proposta.

Ele nos instrui sobre o que fazer antes de tomar qualquer decisão, de resolver qualquer problema, de escolher, de fazer opções, enfim, antes de enfrentar as multidões. “…foi à montanha para rezar. E passou a noite toda em oração a Deus,” a fim de escolher os doze apóstolos a quem Ele entregaria a sua Igreja. Ao amanhecer Ele já sabia o que fazer: entre muitos Ele escolheu somente doze. Unicamente depois de escutar o Pai foi que Jesus tomou a iniciativa de reunir os seus discípulos e fazer a escolha conforme o Pai lhe havia segredado. Será que Jesus escolheu os melhores, os mais preparados, os mais capazes, os mais obedientes? Dentre os doze, haviam traidores, descrentes, pretensiosos, nenhum deles era exemplo de santidade. Porém, Jesus tinha a convicção de que aqueles lá eram os eleitos do Pai e por isso não relutou em chamá-los.

Muitas vezes nós também nos prostramos aos pés do Pai e pedimos orientação para a nossa caminhada. Falta-nos, no entanto, a paciência para esperar o fruto das escolhas que fazemos sob a orientação do Espírito. No primeiro contratempo nós já estamos nos decepcionando e nos frustrando, achando que fizemos as escolhas erradas e culpamos a Deus pelos acontecimentos. Jesus sabia que na sua Missão Ele teria que enfrentar dificuldades também com os seus escolhidos. Sabia que estaria lidando com homens cheios de defeitos, mas mesmo assim não desistiu e foi com eles, até o fim. Precisamos também nós, estarmos firmes e convictos em tudo quanto nos for revelado pelo Pai, em oração.

A sua Palavra é a garantia para confirmar o que Ele nos confidenciar durante a oração. Não tenhamos medo de confiar na força do Espírito Santo quando precisarmos de orientação. Jesus é o nosso modelo, o nosso Mestre e com Ele nós aprendemos a viver, sem temor, o que Deus nos mandar fazer.

Quando nós também subirmos à montanha para orar estejamos certos de que lá o Senhor nos dará a orientação segura para que possamos descer e enfrentar a multidão e até os traidores com serenidade e segurança. O que você faz quando tem que tomar uma decisão importante: pede o conselho dos homens ou o conselho de Deus? Você se reúne com alguém em oração para fazer suas opções de vida? Você pede ajuda a pessoas que têm intimidade com Deus? Você costuma orar pedindo discernimento para suas ações? Quando você reza e as coisas não acontecem de acordo com o que você esperava, qual é a sua reação? Você confia que o Senhor sempre dá o direcionamento seguro mesmo que haja algum contratempo em algum momento? Peça ao Senhor a graça da perseverança na oração.

O seu irmão, em Cristo Jesus, envia-lhe a benção do alto.
Fonte http://homilia.cancaonova.com/


Leia também:
Mensagens de Fé

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

JESUS E A SUA MISSÃO Lc 13,31-35 - 27.10.2016


HOMILIA

Caminhando para Jerusalém, Jesus atravessava cidades e povoados e firmemente caminhava para o desfecho final. Por outro lado estão os fariseus que, na sua ignorância, preveniam-no de que Herodes procurava matá-lo. Porém, Jesus continuava firme no seu propósito de fazer a vontade do Pai e não estava preocupado com o que Herodes poderia fazer com Ele. Por isso, afirmava que continuaria operando milagres até que seus dias chegassem ao fim. Ele caminhava para a morte e tinha consciência do que iria ter que enfrentar. Ele sabia muito bem o que o esperava em Jerusalém, mas era para lá que Ele deveria caminhar. Jerusalém, a cidade santa, seria o palco dos acontecimentos. Era lá que estava erguido o templo e, ao mesmo tempo, seria lá que Jesus morreria e, depois de três dias, ressuscitaria.

Jerusalém é, também hoje, o nosso destino. É para a Jerusalém celeste que nós caminhamos. Jesus Cristo abriu o caminho para nós, não precisaremos ser flagelados nem crucificados porque Ele mesmo já o foi por nós, entretanto haveremos de caminhar com coragem para atravessarmos os vales sombrios da nossa vida.

Colocando na nossa vida prática nós podemos tirar como mensagem o exemplo da determinação de Jesus diante da missão a que Ele se propunha. Não temeu os homens, mas permaneceu fiel ao Pai. Ele, como homem, tinha inteira liberdade para dar justificativas de afastar-se de Jerusalém porque o rei  queria matá-lo. No entanto, o seu ideal de vida era justamente “beber o cálice” que lhe estava destinado. E, assim, permaneceu fiel aos seus propósitos. Jesus chorou diante das muralhas de Jerusalém lamentando sua rebeldia e obstinação em não aceitá-lo como Salvador. Chorou por aqueles que não o acolheram e previu para eles um tempo de abandono e dispersão. Nós podemos também colocar-nos no lugar de Jerusalém, isto é, do povo que não aceita a salvação de Jesus e não aproveita o tempo em que é visitado. Muitas vezes rejeitamos a Deus, não caminhamos segundo sua Palavra, não seguimos os seus ensinamentos e perdemos o precioso tempo que estamos vivendo aqui na terra. Jesus também chora diante de nós e lamenta a nossa ignorância, mas, mesmo assim, torce e espera que nós, no devido tempo, possamos ainda dizer de coração: “Bendito aquele que veio em nome do Senhor”. Hoje, também, todos aqueles que não acolhem Jesus como Salvador e Senhor, vivem abandonados, sem templo, à espera daquele que ainda virá.

Como você tem agido diante das dificuldades do dia-a-dia? Você tem desistido de assumir a salvação em vista das dificuldades? Você tem coragem de enfrentar os “seus inimigos” como Jesus os enfrentou? Você tem medo de se entregar pela causa do Evangelho? Você é uma pessoa que caminha firme para a santidade mesmo sabendo que dificuldades o(a) esperam? Você foge da realidade quando percebe algum indício de sofrimento? Lembre-se: como vimos, a atividade de Jesus provoca temor e reação das autoridades. Todavia, Jesus não as teme, e continua a realizar a missão que liberta as pessoas e que ao mesmo tempo vai levá-lo à morte. Assim como Ele fez, também devem fazer os seus discípulos e missionários.

Pai, predispõe-me pela força do teu Espírito a acolher a salvação que teu Filho Jesus me oferece, fazendo-me digno deste dom supremo de tua bondade.
Fonte http://homilia.cancaonova.com/

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Faça todo esforço possível para entrar pela porta estreita - 26.10.2016


HOMILIA

Nós não podemos relaxar, nós precisamos com todo o nosso coração nos entregar, para valer, para que o Reino de Deus aconteça entre nós, para que possamos passar por essa porta, que é estreita, mas é a porta que nos salva!

“Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita. Porque eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão” (Lucas 13, 24).

A pergunta que foi feita hoje a Jesus é: “Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?” (Lucas 13, 23), o Senhor não respondeu nem que “sim” nem que “não”, mas apenas deu a deixa e o recado: “Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita” (Lucas 13, 24).

Não é que no Reino do Céus caiba pouca gente. Lá cabe o mundo inteiro, o universo, mas a porta de entrada para esse Reino não é larga, não está aberta para todo o mundo passar! É preciso fazer um esforço para poder se encaixar, para não ficar preso na porta ou então ser barrado e ficar do lado de fora.

Deixe-me dizer a você: a primeira coisa é que a palavra “esforço” já nos diz muito bem o que nós precisamos, de fato, fazer. Esforço quer dizer: se esforçar, ter uma força de vontade muito grande. O esforço é o contrário da mediocridade, porque o medíocre simplesmente fica paralisado e é paralisado pela vida, não se esforça, para no que não dá conta, naquilo que não consegue e diz: “Ah, está bom! É assim mesmo! Eu não posso mais!”.

Não, meus irmãos, nós precisamos de pulso, de firmeza e, muitas vezes, apertar o cerco com nós mesmos. Primeiro com a nossa vontade. Como precisamos disciplinar a nossa vontade, e a primeira coisa para é não fazermos tudo o que temos vontade, porque, frequentemente, a nossa vontade é enganosa, é rebelde e nos conduz pelos maus caminhos da vida, nos conduz a dizermos o que não deveria ser dito, a fazer o que não deveria ser feito e deixar de fazer o que era necessário.

Precisamos, muitas vezes, contrariar a nossa vontade para que ela seja disciplinada, guiada e orientada para o bem. Não há dificuldade para entrar no Reino dos Céus. É preciso apenas que nos coloquemos à disposição de fazer bem todas as coisas, amar a Deus sobre todas as coisas. Assim, percebemos que: “amar a Deus sobre todas as coisas” não é uma coisa simples, é preciso dar o melhor de si, é preciso um esforço. Nós, muitas vezes, queremos que a igreja venha à nossa casa, mas não queremos ir até ela. Nós nos acomodamos, esperamos que Deus venha bater à nossa porta. Deus já bateu à porta, agora somos nós quem precisamos abrir as portas do nosso coração para que o Pai more nele!

É preciso penitência e sacrifícios; é preciso lutar contra nós mesmos para que as nossas pernas, para que o nosso coração e para que a nossa vontade caminhem em direção ao Reino dos Céus. Nós não podemos relaxar, nós precisamos, com todo o nosso coração, nos entregar, para valer, para que o Reino de Deus já aconteça entre nós e para que possamos passar por essa porta.

Apenas uma coisa: não permitamos que o mundo nos iluda, nos engane, nos seduza, nos tire da porta da vida e nos leve para as portas largas da vida perdida, mundana, da vida que não nos leva para Deus. É apertada, mas é a porta da vida, é a porta que nos salva!

Que por essa porta possamos passar a cada dia, até definitivamente entrarmos pela única porta que jamais cessará: a porta da eternidade!

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte http://liturgia.cancaonova.com/


Leia também:

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

A SEMENTE DE MOSTARDA E O FERMENTO Lc 13,18-21 - 25.10.2016


HOMILIA

Jesus usava os exemplos mais simples possíveis, e em outra passagem chega a dizer que explicava essas coisas em parábolas a fim de confundir os doutores, justamente porque os doutores não tinham contato com coisas simples como plantar sementes, preparar massa de pão ou de bolo então eles tinham mais dificuldade de entender, e às vezes se confundiam.

Hoje, Ele se desafia. Com que poderei comparar o Reino dos Céus? Primeiro Ele compara com o homem que lança uma semente de mostarda no seu jardim. A semente gera uma árvore que os pássaros do céu fazem ninhos em seus galhos. Qualquer pessoa simples daquela época sabia que a semente de mostarda é a menor dentre todas as sementes, e que gera uma árvore enorme… E o que isso tem a ver com o Reino dos Céus? Veja que comparação linda: o homem que atirou a semente é o próprio Jesus; a semente é o Evangelho; o terreno é o nosso coração; e a árvore que vai crescendo a partir daquela semente é a nossa vida, que é próprio Reino dos Céus onde as aves do céu fazem ninho, ou seja, as crianças de todas as idades vêm se aconchegar aonde as pessoas vêm colher frutos para saciar sua fome de Deus onde tantos vêm descansar à sua sombra quando estão cansados… e mesmo quando vem o lenhador e corta o seus galhos ou até o seu tronco, a árvore exala perfume sobre o machado que a feriu, mas não morre antes de espalhar novas sementes pelo mundo afora.

A segunda comparação foi com o fermento que se mistura com 3 porções de farinha até que tudo fique fermentado. Jesus entendia até de cozinha! Quem cozinha sabe que não é só jogar o fermento e pronto… Existe todo um processo para fazer o fermento penetrar na massa. E eu fico imaginando aquelas mulheres, quando iam preparar o pão, fazendo as analogias a cada gesto durante a preparação do pão. A farinha é o nosso ser, e o fermento é o Amor. Enquanto a massa vai sendo misturada com o fermento, ela precisa ser batida, amassada, deformada e remodelada, para que o fermento se misture e fique igualmente distribuído em toda a massa, para que no momento de ir ao fogo, o pão resista ao calor e cresça por igual. Nós também precisamos ser amassados, deformados e remodelados para que o amor preencha todas as áreas da nossa vida. Enquanto houver áreas sem fermento, aquela área deverá ser amassada e sofrer um pouco mais, até que o fermento do amor entre nela. Tudo isso para que, no momento de ir ao fogo, o nosso pão cresça por igual, sem áreas deformadas pela falta do fermento.

Você deve ter observado que essa reflexão ficou grande, mas poderia ter ficado ainda maior, pela beleza e riqueza deste Evangelho. Jesus também se desafiaria para encontrar uma comparação interessante, com algo que você está habituado a ver no seu cotidiano, só para fazer você entender o que é o Reino dos Céus, e desejar, com todas as forças, fazer parte dele.

Senhor, faça com que eu seja instrumento de seu Reino para que ele chegue à todas as pessoas, sem exceção, mormente aos pobres e marginalizados.
Fonte http://homilia.cancaonova.com/

Leia também:
Mensagens de Fé

domingo, 23 de outubro de 2016

JESUS CURA A MULHER ENCURVADA Lc 13,10-17 - 24.10.2016


HOMILIA

O Evangelho de Lucas traz uma mensagem universal, global, anunciando Jesus como o Salvador do mundo; mas faz isso usando de uma linguagem e estilo literário regionais.

As parábolas de Jesus são organizadas no Evangelho de Lucas de forma a comporem um todo doutrinário, que pode melhor ser compreendido a partir do entendimento da cultura da época.

Entre os Evangelhos, o livro de Lucas é o único que possui a narrativa da cura da mulher encurvada. Jesus estava mais uma vez ministrando na sinagoga e entre a multidão estava uma mulher possessa de um espírito de enfermidade havia já dezoito anos; ela andava encurvada sem de modo algum poder endireitar-se. Vivia debaixo de um governo maligno. Sua enfermidade era espiritual e refletia no físico. Suas vértebras se fundiram e era impossível consertar. Hoje temos obras científicas comprovadas de que as doenças do espírito provocam descargas muito fortes na estrutura física do homem provocando todo tipo de enfermidades. Quem sabe na vida daquela mulher a falta de perdão, ressentimentos, raízes profundas de amargura, foram as brechas para o inimigo trabalhar e lançar a enfermidade. Não sabemos, pois a Palavra não nos afirma assim, mas podemos conjecturar.

Durante dezoito anos aquela mulher encurvada estava todas as semanas no templo, ouvindo as pregações, louvando, ofertando e sacrificando, mas sem nenhuma solução para o seu problema. Hoje temos muitos vivendo como essa mulher: vida pessimista, encurvada, oprimida por cargas e fracassos durante anos.

O versículo 12 nos diz que Jesus viu aquela mulher. As mulheres na sinagoga ocupavam os últimos lugares, elas não adoravam junto com os homens, havia uma cortina que separava, mas Jesus a viu, chamou-a e liberou uma Palavra de Autoridade contra o espírito de enfermidade que a atormentava, e logo em seguida tocou-a e ela se endireitou e glorificava a Deus. O Mestre a contemplou nos últimos bancos, na ala das mulheres, sentiu compaixão pela dor daquela mulher, parou tudo, e chamou-a para frente, a ala dos homens, quebrando totalmente o protocolo da tradição e diante de todos libertou-a de todo o tormento.

Em seguida os religiosos se levantaram contra a vitória daquela mulher, pois não aceitaram a cura em dia de sábado. Nunca haviam feito nada por ela em todo o decorrer dos anos, mas quando alguém fez levantaram-se contra. Jesus defendeu-a! A vida é muito mais importante do que as tradições e ritos. Quem sabe muitos tem se levantado contra a tua vitória, mas creia que Jesus no momento certo te defenderá diante de tudo e todos, tu serás justificado pelo Bom Mestre.

No versículo 6 Jesus afirma que aquela mulher estava cativa e era “Filha de Abraão”, ou seja, era israelita, filha da promessa, mas Satanás a havia escravizado.

Não é apenas Satanás que faz as pessoas se curvarem. O pecado (Salmo 38:6), a tristeza (Salmo 42:5), o sofrimento (Salmo 44,25) entre outros, também podem ter esse efeito. Jesus é o único capaz de libertar o cativo!

Ao final da história, no último versículo, haviam duas classes de pessoas: os envergonhados e os que se alegravam com a vitória daquela mulher.

Talvez você em alguma área da sua vida esteja encurvado. Você não consegue andar corretamente. Aquela mulher não levantava a cabeça, só olhava para o chão. Ninguém conseguia ver sua face, andava escondida, cheia de complexos. Mas quando Jesus chega, Ele muda tudo. Quando Jesus chega o inferno tem que se render diante do Seu grande Poder. Quando Jesus chega os inimigos tem que recuar e saírem envergonhados.

Meu irmão, minha irmã, este é o seu dia. Este é o seu momento!

Levante-se, erga a cabeça e tome posse do milagre! Jesus está lhe dizendo: “Você está curada. Vai em paz.”

Amém.
Fonte http://homilia.cancaonova.com/


Leia também:
Mensagens de Fé

sábado, 22 de outubro de 2016

Oração: Autêntica ou Falsa? - 23.10.2016

Homilia do Mons. José Maria – XXX Domingo do Tempo Comum (Ano C)

“A oração do humilde atravessa as nuvens”, diz Eclo 35, 21: sobe até Deus e desce cheia de frutos.

Em Lc 18, 9 – 14 Jesus põe em confronto a oração do soberbo e do humilde, contando-nos a parábola do fariseu e do publicano.

Antes de narrar a parábola, São Lucas preocupa-se em mencionar que Jesus falava a uns que confiavam em si mesmos, como se fossem justos, e desprezavam os outros. O Senhor fala de dois personagens bem conhecidos de todos os ouvintes: Subiram dois homens ao Templo para orar: um fariseu e outro publicano. Percebeu-se logo que, embora ambos tenham ido ao Templo com a mesma finalidade, um deles não fez oração. Não falou com Deus num diálogo amoroso, mas consigo próprio. Na sua oração, não há amor como também não há humildade. Está de pé, dá graças pelo que faz, mostra-se satisfeito. Compara-se com os outros e considera-se mais justo, melhor cumpridor da Lei. Parece não necessitar de Deus. Na oração, ao invés de louvar a Deus, louva-se a si mesmo… Sua oração é longa: é uma arrogante exaltação de si. Sua Salvação não é dom de Deus, mas conquista de suas  “boas obras”.

O publicano “ficou de longe, e por isso Deus aproximou-se dele mais facilmente. Não atrevendo a levantar os olhos ao céu, tinha já consigo Aquele que fez os céus… Que o Senhor esteja longe ou não, depende de ti. Ama e se aproximará” (Santo Agostinho). O publicano conquistou a Deus pela sua humildade, pois “Ele resiste aos soberbos e dá a sua graça aos humildes” (Tg 4, 6). Não se considera melhor do que os outros… Nem os julga… Sua oração é breve: resume-se em pedir perdão.

Efetivamente, a humildade é o fundamento do nosso trato com Deus.

“Deus gosta – ensina Santo Afonso Maria de Ligório – de que trateis familiarmente com Ele. Tratai com Ele dos vossos assuntos, dos vossos projetos, dos vossos trabalhos, dos vossos temores e de tudo o que vos interesse. Fazei-o com confiança e com o coração aberto, porque Deus não costuma falar à alma que não lhe fala.” Mas falemos-Lhe com a simplicidade da humildade.

Jesus começa a parábola do fariseu e o publicano (Lc 18, 1) insistindo em que é preciso orar sempre! O Mestre quer dizer-nos de muitas maneiras que a oração é absolutamente necessária para segui-Lo e para empreender qualquer tarefa cujo valor permaneça para além desta vida passageira.

Nos começos do seu Pontificado, o Papa João Paulo II declarava: “A oração é para mim a primeira tarefa e como que o primeiro anúncio; é a primeira condição do meu serviço à Igreja e ao mundo.” E acrescentava: “Todos os fiéis devem considerar sempre a oração como a obra essencial e insubstituível da sua vocação… Sabemos bem que a fidelidade à oração ou o seu abandono são a prova da vitalidade ou da decadência da vida religiosa, do apostolado, da fidelidade cristã.” Sem oração, não poderíamos seguir o Senhor no meio do mundo. A oração é tão indispensável como o alimento ou a respiração para a vida do corpo.

Façamos um exame, uma reflexão, sobre como estamos rezando! Examinemos hoje se a nossa oração, o nosso trato diário com Jesus, vivifica o nosso trabalho, a vida familiar, a amizade, o apostolado… Sabemos que tudo é diferente quando primeiro falamos com o Mestre. É na oração que o Senhor dá luzes para entender as verdades.

Peçamos ao Senhor a graça de termos zelo, amor, pelos tempos de oração, que defendamos os tempos dedicados à oração, “estando a sós com quem sabemos que nos ama” (Santa Teresa), pois dela tiramos forças para santificar os nossos afazeres diários, para converter em graça as contrariedades e para vencer todas as dificuldades. A nossa fortaleza está na proporção do nosso trato com o Senhor.

Não deixemos nunca a oração! Escreve Santa Teresa: “Outra coisa não me parece perder o caminho senão abandonar a oração.” Não devemos ficar preocupados se algumas vezes a oração se torna árida, não experimentamos nenhum sentimento especial enquanto tentamos rezar. No tratado sobre a oração, ensina São Pedro de Alcântara: “Para quem se empenha seriamente em fazer oração, virão tempos em que lhe parecerá vaguear por um deserto e, apesar de todos os esforços, não sentir nada de Deus. Deve saber que essas provas não são poupadas a ninguém que tome a oração a sério […]. Nesses períodos, deve esforçar-se firmemente por manter a oração, que ainda que possa dar-lhe a impressão de um certo artificialismo, é na realidade algo completamente distinto: é precisamente nessa altura que a oração constitui uma expressão de sua fidelidade a Deus, na presença do qual quer permanecer mesmo que não seja recompensado por nenhuma consolação subjetiva.”

“É a presença silenciosa de Deus na base do nosso pensamento, da nossa reflexão e do nosso ser, que impregna toda a nossa consciência.” (Bento XVI)

Nesse DIA MUNDIAL DAS MISSÕES, o papa nos lembra que… “é uma ocasião para renovar o compromisso de anunciar o Evangelho e conferir às atividades pastorais ampla conotação missionária…

‘Queremos ver Jesus’ é um apelo atual… Os homens de nosso tempo pedem aos fiéis que não apenas “falem” de Jesus, mas “apresentem”, fazendo resplandecer o seu rosto, em todos os cantos da terra.

A oração ajudará a ser “Discípulos-Missionários”

Mons. José Maria Pereira
Fonte http://www.presbiteros.com.br/


Leia também:
Mensagens de Fé

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

O ARREPENDIMENTO Lc 13,1-9 - 22.10.2016


HOMILIA

Esses dois episódios, como sinais dos tempos, dizem que a morte pode vir de improviso. Assim também o juízo de Deus pode chegar quando menos esperarmos. Por isso, precisamos e devemos nos arrepender de todos os nossos pecados.

Jesus deixa claro que não necessariamente há uma relação direta de causalidade entre culpa e sofrimento. Mas as desgraças públicas são, como sinais dos tempos, oportunidade para reflexão e penitência dos pecados. Jesus adverte que toda nação caminha para a ruína se não se converter ao Messias. Todos necessitamos de conversão contínua porque todos erramos. O mistério do sofrimento sem espírito de fé esmaga o homem.

Primeiro, arrepender-se é desviar do pecado, mudando de direção em relação à iniquidade.

O arrependimento é mais do que um aprimoramento pessoal, é mais do que uma maneira de se controlar a vida. É uma medida profunda, uma decisão de abandonar tudo o que é estranho a Deus. Essa medida contribui para uma transformação total, a que Jesus chama novo nascimento (João 3:3).

Arrepender-se não é simplesmente sentir remorso do pecado cometido. Uma pessoa pode sentir remorso de ter pecado devido às complicações que o pecado trouxe à sua vida, ou devido a uma consequência desvantajosa que tenha de sofrer pelo ato pecaminoso. Judas sentiu remorso por ter traído Jesus, mas não se arrependeu (Mateus 27:3). Pedro, que negou Cristo (Mateus 26:34,69–75), arrependeu-se; Judas sentiu apenas remorso. É possível sentir-se perturbado pelo fato de ter pecado, sem, contudo, arrepender-se.

O arrependimento não é simplesmente uma convicção do pecado. No dia de Pentecostes, Pedro expôs o pecado dos judeus que o ouviam. As palavras do apóstolo levaram convicção ao coração deles, a ponto de clamarem: “Que faremos?” (Atos 2:37). Pedro, porém, não considerou essa convicção como arrependimento; pois ao responder à indagação deles, disse: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados e recebereis o dom do Espírito Santo” (Atos 2:38).

O arrependimento não é simplesmente uma tristeza divina. A tristeza divina por causa dos pecados precede e produz o arrependimento, segundo o apóstolo Paulo: Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza segundo o mundo produz morte (2 Coríntios 7:10).

O arrependimento não deve ser tampouco definido como uma mudança de vida. Ele produz, sim, uma mudança de vida. Se o arrependimento não resultar numa vida transformada, então não houve de fato arrependimento genuíno; mas a mudança de vida não é o arrependimento propriamente dito. João Batista advertia o povo que o seguia: “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento” (Mateus 3:8). O arrependimento real precede os frutos de arrependimento, a saber uma vida mudada.

Arrependimento tem a ver com mudança resoluta da vontade própria em relação ao pecado. Envolve o intelecto, as emoções e a consciência. Essa mudança de atitude em relação ao pecado torna-se tão nítida na personalidade humana, que capacita o crente a desistir de um modo de vida. No batismo, uma pessoa é imersa para morrer espiritualmente para o pecado, crucificando seu velho eu, de modo que o corpo do pecado seja destruído (Romanos 6:6).

Em segundo lugar, arrepender-se é voltar-se para Cristo. Não é apenas uma reação negativa ao mal; é também uma resposta positiva a Cristo.

O arrependimento consiste em abandonar o pecado e voltar-se para Cristo para ter vida. Jesus não convidou ninguém para tirar férias religiosas, ou dar uma breve trégua na iniquidade.

Ele pediu comprometimento total, descrito como um nascimento da água e do Espírito, um nascimento do alto (João 3:5). Essa transformação é tão radical e duradoura que Paulo a comparou com uma circuncisão espiritual, uma remoção completa do corpo da carne por obra de Deus: Nele, também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo (Colossenses 2:11).

O arrependimento envolve um compromisso constante. Ao respondermos a Deus, devemos fazer morrer as obras do corpo. Daí para frente, uma tarefa que temos como cristãos é não deixar virem à tona essas obras.

Paulo disse: “Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e avareza, que é idolatria” (Colossenses 3:5).

É preciso viver no mundo sem ser dele, e nele viver conforme o Espírito de Deus. O juízo de Deus sobre nós pode dar-se quando menos esperamos e por isso devemos viver de tal modo que não sejamos surpreendidos. O cristão está em contínua vigilância pela caridade e pela prática da misericórdia.

Pai, que a minha vida seja uma contínua busca de comunhão contigo, por meio de um arrependimento sincero e de minha conversão urgente para ti.
Fonte http://homilia.cancaonova.com/



Leia também:
Mensagens de Fé

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

O SINAL POR EXCELÊNCIA É JESUS Lc 12,54-59 - 21.10.2016


HOMILIA

Jesus lamenta que os seus ouvintes sejam capazes de interpretar os sinais do tempo e não captem os sinais dos tempos que representam a chegada do Reino de Deus entre eles. Não descobrem nele e nos seus sinais a importância do momento em que vivem.

Portanto, Jesus repreende os seus contemporâneos, que sabem distinguir os sinais meteorológicos, mas não o sinal que Ele mesmo é: o Filho Unigênito enviado pelo Pai para salvação de todos. Compreender o tempo  em que vivemos é compreender as intenções de Deus que, em todo o tempo, sobretudo pelo mistério da Igreja e dos sacramentos, torna atual o mistério de Jesus com toda a sua eficácia salvífica.

Saber fazer previsões do tempo, analisando os dados da meteorologia, implica uma atenção interessada. Se não estivermos realmente interessados e atentos para nos darmos conta da importância do tempo como tempo para exercer a justiça e a caridade, corremos sério risco. Há que reconciliar-se radicalmente com aqueles com que estamos em conflito. Caso contrário, podemos cair no redemoinho do não-perdão, donde não sairemos sem danos. É como se Jesus apontasse o sinal do tempo por excelência, que é Ele mesmo, como sinal de salvação, mas só para quem se compromete a viver como reconciliado, isto é, na paz, na justiça e na bondade.

É na história que podemos compreender as intenções de Deus, e não fora dela. Daí a atenção que devemos dar aos sinais dos tempos. Deus atua dentro do tempo. É também no tempo que responde às nossas interrogações. Quantas vezes Lhe fazemos perguntas na oração, e encontramos as respostas na vida.

É, pois, no tempo que havemos de ler os sinais de salvação e de perdição. O sinal de salvação por excelência é sempre Cristo, com o seu mistério pascal. Ele salva-nos à medida que, lendo os sinais dos tempos e confrontando-os com a Palavra, deixamos que ela mesma, a Palavra, produza frutos em nós e no nosso tempo. Pondo em prática a Palavra, permitimos a Deus fazer muito mais do que podemos esperar.

Um dos sinais do nosso tempo é a chamada globalização, em que passamos de um mundo dividido e fragmentado, àquilo a que M. McLuhan chamou de a «aldeia global». Os meios de comunicação, que podem ser instrumentos de divisão e guerra, também podem e devem tornar-se instrumentos de união e de paz. Para isso, todos os homens de boa vontade, e particularmente nós, os crentes, havemos de superar a tentação do individualismo, que fragmenta, e dar espaço à unificação da nossa pessoa, e à união entre os homens. Como crentes, temos a certeza de que Cristo habita no nosso coração e que, fundados e radicados na sua caridade, podemos ser repletos da plenitude de Deus, e alcançar a unificação do coração e de todas as nossas faculdades e forças, a unificação da nossa pessoa. S. Paulo indica-nos os meios para isso: a humildade, a mansidão, a paciência, e o suportar amoroso de nossas índoles.

A chave que temos ao alcance da mão, para contribuirmos para a unidade entre os homens, é procurar tudo o que une e deixar de parte tudo o que divide como dizia e fazia João XXIII. Com essa chave chegaremos à unificação pessoal, comunitária, eclesial, social e… planetária. Vivendo e realizando esse projeto, o nosso tempo, que está sob o signo de Jesus, tornar-se-á um tempo de claridade, iluminado pela luz da salvação. E, com Cristo e como Cristo, tornar-nos-emos instrumentos de unidade e de paz. A exemplo do Fundador, sintonizando com os sinais dos tempos e em comunhão com a vida da Igreja, queremos contribuir para instaurar o reino da justiça e da caridade cristã no mundo; queremos participar na construção da cidade terrena e na edificação do Corpo de Cristo empenhando-nos sem reserva, no advento da nova humanidade.

Muitas vezes nós, como os conterrâneos de Jesus, temos um coração duro. Não sabemos olhar em profundidade e não descobrimos, ou não queremos descobrir, o sentido dos acontecimentos; inclusive, olhamos para o outro lado se o que vemos nos compromete.

Pai, corrige a negligência que me impede de entregar-me inteiramente à ti, sem demora. Torna-me hábil para as coisas do teu Reino! Cura a minha cegueira, Senhor, e dá-me a luz do teu Espírito para ver a profundidade das pessoas.
Fonte http://liturgiadiaria.cnbb.org.br/


Leia também:
Mensagens de Fé

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

DIVISÃO POR CAUSA DE JESUS Lc 12,49-53 - 20.10.2016


HOMILIA

Neste evangelho, Jesus mais uma vez nos mostra o seu amor, convidando-nos a conhecer sua missão em meio às alegrias e dificuldades. Jesus veio nos trazer o Espírito Santo, o Espírito de amor, o Consolador, Aquele que nos ensina todas as coisas.

Jesus nos deixa o exemplo: Ele que é o Rei se fez pequeno quando pediu a João Batista para o batizar, batismo esse que nos dá força em meio ao combate espiritual, onde a carne e o espírito conseguem vivenciar dentro de uma fraternidade de amor e paz. Após o batismo, somos chamados a vivenciar os frutos do Ressuscitado para que possamos ter uma vida plena e cheia do Espírito Santo.

Jesus era consciente de que um efeito (ainda que não desejado) do seu trabalho ia ser causa de divisão entre os partidários do imobilismo e os que lutam por um mundo novo. Por isso inflamou a ira dos funcionários do templo e de todos os que se consideravam donos da verdade. O fogo da Palavra de Deus não era para funcionários lúgubres saturados de doutrinas e sedentos de poder.

Mas o fogo de Jesus não é o fogo das paixões políticas. É o fogo do Espírito que tem que ser aprovado na entrega total, no batismo da doação pessoal. É um fogo que prende aí onde se abandonaram os interesses pessoais e se busca um mundo de irmãos.

A paz de Jesus é um fogo purificador que não se confunde com a “Pax Romana”, aquela paz que Roma (e qualquer império) se esforça por proclamar. Esta é só uma tranquilidade institucional que garante a vantagem dos opressores sobre os oprimidos, do império sobre os subalternos, da injustiça sobre o direito.

O fogo purificador de Jesus faz amadurecer os mensageiros, os discípulos, os profetas, os apóstolos. O destino deles, como o do mestre, é sair ao encontro da obscuridade com um clarão que põe às claras tudo o que a ordem atual esconde. O fogo põe as claras também as deficiências pessoais, as ambições subterrâneas, os desejos reprimidos. O fogo que se prova com a entrega total ao serviço do evangelho.

Devemos observar que o Senhor Jesus Cristo não está atacando o relacionamento familiar, mas indica que nenhum laço terreno, embora muito íntimo, poderá diminuir a lealdade a Ele.

Essa lealdade pode até mesmo causar em determinados membros de uma familia que eles sejam afastados ou ignorados pelos outros por terem escolhido seguir a Cristo Jesus.

Podemos resumir que o Senhor Jesus Cristo se refere a espada por ser um instrumento cortante e que na qual a sua vinda causará separação em muitas pessoas, não porque Ele quer, mas pela opção de cada um em seguí-lo como Senhor e salvador.

Pai, que o batismo de Jesus, por sua morte de cruz, purifique-me de todo pecado e de toda maldade, como um fogo ardente, abrindo o meu coração totalmente para ti.
Fonte http://homilia.cancaonova.com/

terça-feira, 18 de outubro de 2016

VÓS TAMBÉM FICAI ATENTOS Lc 12,39-48 - 19.10.2016


HOMILIA

Estas duas parábolas, a da chegada inesperada do ladrão e a do comportamento do servo que aguarda a chegada do senhor, continuam o tema escatológico da Parusia. Esperando continuamente a chegada imprevisível do Senhor que serve, a comunidade cristã permanece atenta, concretizando a busca do Reino através da prontidão para o serviço fraterno. Os vv. 41-46 mostram que isso vale ainda mais para os dirigentes da comunidade, que receberam de Jesus o encargo de servir, provendo às necessidades da comunidade. A responsabilidade é ainda maior, quando se sabe o que deve ser feito.

Vós também, ficai preparados, pois na hora em que menos pensais, virá o Filho do Homem. O tema de hoje é a vigilância, eu e você precisamos estar preparados. Se você soubesse que hoje é o último dia da sua vida, o que você faria, meu amigo, minha amiga? Quantas respostas não? Talvez diriam: “Eu correria para a Igreja a fim de fazer uma boa confissão”. Outros diriam: “Eu vou correr e perdoar todas as pessoas que me ofenderam; eu iria pedir perdão a todos aqueles que eu ofendi; eu iria repartir o que eu tenho a mais com os pobres”.

O que te impede, meu amigo, minha amiga, de fazer isso hoje, mesmo sabendo que talvez hoje não seja o último dia da sua vida? Fazer assim é estar preparado. Não sabemos nem o dia e nem a hora. Eu preciso viver como se este dia, como se esta hora fossem os últimos na minha vida. Se eu viver assim o dia de hoje, tenho certeza que estarei preparado, porque se o Senhor vier no dia de hoje, não vai haver desespero para mim e nem para você. Por quê? Porque estou vivendo este dia como o último, esta hora como a última. E o que faria no último dia da tua vida? Certamente farias o melhor dia da tua vida, irias amar a todos, perdoar a todos, servir a todos. O que te impede de viver assim o dia de hoje, eu lhe pergunto? Então viva assim, buscando fazer o bem, buscando amar a todos, buscando perdoar a todos, lutar pela verdade, lutar pela justiça, cuidar de quem sofre, amar os mais pobres, socorrer os necessitados, consolar os aflitos. É assim que o Senhor quer te encontrar e me encontrar na sua segunda vinda.

Agora, seria muito triste eu não zelar, não administrar bem o que o Senhor me confiou, os talentos: a quem muito foi dado, muito será colhido, a quem muito foi confiado, dele muito será exigido. É verdade. Deus me confiou muitas coisas, Deus me deu muitos dons, Deus me confiou uma obra, Deus me confiou muito. Então, eu tenho que ser fiel àquilo que Deus me confiou, eu tenho que administrar bem aquilo que Deus me confiou, mesmo sabendo de minhas fraquezas e pecados, Deus me confiou.

Deus te confiou uma família, Deus te confiou um trabalho, Deus te confiou tantas coisas. Deus te confiou uma comunidade, Deus te confiou filhos, Deus te confiou pais, Deus te confiou o que está à tua volta para que você cuidasse com toda fidelidade e pudesse estar vigilante: hoje o Senhor vai vir! Os primeiros cristãos viviam sempre na iminência da segunda vinda de Cristo. Assim como eles, também nós estejamos vigilantes porque Jesus vai voltar. Ele pode voltar hoje pela manhã, pela tarde, ou durante a noite. Vivamos então, meu amigo e minha amiga, preparados, para que o Senhor possa assim nos encontrar.

Pai, leva-me a tomar consciência de que muito será exigido de mim, pois muito me foi dado. Que minha vida seja compatível com minha condição de discípulo do teu Reino.
Fonte http://homilia.cancaonova.com/

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

A MINHA E A TUA MISSÃO... Lc 10,1-9 - 18.10.2016


HOMILIA

Em Lucas 9,1-6 encontramos o envio dos doze apóstolos. Mas, estes, apesar de formarem o núcleo da jovem Igreja, não foram mandados como precursores de Jesus, já que não tinham ainda identificado como Messias aquele que os enviara como se pode ver em no versículo 20 do mesmo capítulo. Agora, Lucas narra que Jesus envia um novo grupo: o dos setenta e dois discípulos; estes, sim, são enviados “na frente” de Jesus. Sua missão específica é: Curem os doentes daquela cidade e digam ao povo dali: O Reino de Deus chegou até vocês. Portanto, são enviados como precursores, como preparadores da chegada do reino de Deus que eles anunciam na pessoa de Jesus.

Lucas nos apresenta 72 discípulos enviados. Este número é simbólico e indica a universalidade da missão. Todo o povo de Deus está chamado a se lançar na missão de anunciar a Boa do Reino. Esta missão, não é uma tarefa somente do papa, de bispos, sacerdotes e diáconos. Mas sim, uma obra de todos os batizados. Portanto, a missão é universal desde a sua origem e compreende todos.

As instruções para os dois grupos de missionários são praticamente as mesmas. O texto especifica que Jesus envia “dois a dois”, pois o anúncio do Evangelho não é uma tarefa pessoal, mas de uma comunidade. O fato de serem enviados pelos menos dois também quer mostrar a credibilidade do testemunho, além do fato do encorajamento que um pode dar ao outro no caso de desânimo diante das dificuldades.

Em seguida, Jesus, depois de ter falado em semente e em arado, fala agora de colheita. Esta é imensa, mas os trabalhadores disponíveis são poucos. E a situação é a mesma, ontem e hoje. É um trabalho gigantesco, e nunca haverá trabalhadores suficientes; só o Pai pode chamá-los e enviá-los, por isso, é necessário rezar a Ele, pedindo que chame mais pessoas. É justamente por causa da extensão da missão que Jesus chama mais este grupo de ajudantes, e, mesmo assim, são poucos diante da imensidão da missão que ele tem pela frente e da qual nos torna participantes.

Jesus faz o envio: “Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos”. É a imagem clássica da fraqueza diante da violência. A missão é uma obra difícil e perigosa. Aqueles que ele enviou devem cumprir fielmente o seu trabalho, mas não devem exigir demasiado de si mesmos nem entrar em pânico diante da grandeza da missão. Devem, sim, ter consciência que não será uma tarefa fácil e que nem sempre serão recebidos de braços abertos. Devem fazer sua parte com competência e perseverança, pois, em último caso, a responsabilidade é de Deus, e Ele não vai deixar cair em ruínas a sua messe, mandando trabalhadores necessários para isto.

A mensagem a ser levada é o dom da paz, no sentido mais completo, para as pessoas e às famílias, e, sobretudo, a mensagem de que é “o Reino de Deus está próximo de vós”. O reino de Deus é antes de tudo uma pessoa: Jesus. Quem o acolhe encontra a vida, a alegria, a missão de anunciá-lo. O gesto de bater, sacudir a poeira dos pés, era um gesto simbólico dos israelitas que, ao ingressar de novo no próprio país, depois de terem estado em terra pagã, não queriam ter nada em comum com o modo de vida dos pagãos. Libertar-se da poeira que se grudou aos pés enquanto estavam em território pagão significava ruptura total com aquele sistema de vida. Fazendo isso, os discípulos transferem toda responsabilidade pela rejeição da Palavra àqueles que os acolheram mal e rejeitaram o anúncio do evangelho. E a paz oferecida não se perde, mas volta a quem oferece.

O estilo da missão de Jesus e dos discípulos é o oposto daquele dos poderosos que o mundo de hoje idolatra. Não se baseia sobre a vontade de dominar, a arrogância ou a ambição, mas sobre a proposta humilde. Os enviados não devem levar nada de material, mas devem contar com a providência divina e com a hospitalidade fortemente praticada naquela época; eles devem ser respeitosos, atentos aos mais fracos; devem curar os doentes; devem fazê-lo gratuitamente sem buscar outras recompensas. O Evangelho de Jesus é uma mensagem de vida verdadeira para quem confia somente em Deus. A fé e a missão começam no coração e devem terminar nos lábios e nas ações. Não podemos deixar que o receio atrapalhe a nossa missão cristã de anunciar o Reino de Deus que está presente entre nós.
Fonte http://homilia.cancaonova.com/


Leia também:
Mensagens de Fé