domingo, 23 de fevereiro de 2020

Homilia Diária -02.03.2020

VINDE BENDITOS DO MEU PAI!!! Mt 25,31-46
HOMILIA

A presente homilia descreve o final dos tempos, ou seja, o Juízo Final que é um tema tão antigo e tão atual com o qual a humanidade inteira se sempre depara. Dando uma passagem rápida o que dizem as três grandes religiões monoteístas verificamos que o tema é amplamente abordado em sua essência religiosa.

Assim, no cristianismo, às obras de misericórdia que envolvem compromisso de amor a Deus e ao próximo e são fundamentais para se obter a salvação; no judaísmo, está relacionado às obras de piedade presentes no Antigo Testamento; e no islamismo, o bem ou mal que se pratica com os irmãos são obras importantes para possuir o paraíso ou acabar no inferno.

Mateus que é o evangelista que nos apresenta Jesus como o Filho do Homem nos apresenta hoje um Jesus que se intitula e se declara realmente como Rei e Juiz da história da humanidade. Estamos diante do que São Paulo diz: O triunfo de Cristo, a vitória do bem sobre o mal, da vida sobre a morte. É a glória devida ao triunfo de Cristo sobre a cruz. Pois Ele é o Poder de Deus e a sua Sabedoria (1 Cor 1, 24).

Cristo Jesus ressuscitado vindo com poder e grande glória (Lc 21, 27) – assume as funções do verdadeiro Deus: Sua sentença é definitiva: eterna como o fogo eterno preparado pelo pai para os anjos rebeldes. Ele está rodeado de todos os seus anjos que estão submissos em tudo.

Trata-se de um juízo final, ou do início de uma era histórica após a destruição de Jerusalém? No primeiro caso, Jesus, o Filho do Homem – será o juiz definitivo como vemos no texto. No segundo caso indica quais entrarão a formar parte do novo reino entre os gentios. Os escolhidos serão os misericordiosos que alcançarão misericórdia ( Mt 5, 7) ou seja os que agiram com compaixão com os necessitados. Quais são estes irmãos menores?

Sobre o fogo preparado para o Diabo e os anjos, devemos comentar que na época de Jesus não se esperava que o Diabo estivesse no inferno, porque sabemos pelas palavras do próprio Jesus que viu Satanás cair do céu como um relâmpago (Lc 10, 18). Portanto o inferno não era sua morada, mas o fogo ou lago de fogo será o destino definitivo do Diabo (Ap 20, 10) ao qual será lançado quem não for escrito no livro da vida (Ap 20, 15). Talvez isso explique a influência do maligno em nossa história.

A condenação não é por atos de perversidade, mas de omissão. Talvez porque os primeiros já estavam incluídos na mentalidade antiga. Os segundos eram o grande pecado e ainda são dos batizados chamados discípulos de Cristo. Por outra parte o evangelho de hoje serve para responder à pergunta: Como poderão salvar-se os que não conhecem Jesus ou consideram verdadeira a sua própria religião? Obviamente a fé será substituída pelas obras de misericórdia, necessárias também entre os cristãos porque a fé sem obras está morta (Tg 2, 17) e Paulo afirma que o que tem valor é a fé que atua mediante o amor (Gl 5, 6).

Portanto, lembre-se do que nos é apresentada à atualização da mensagem do Juízo Final que tem, por base, três dimensões: pessoal, eclesial e social, onde, de acordo com os ensinamentos de Jesus, as obras de misericórdia, praticadas em relação aos mais pequeninos, aqui e agora, serão decisivas no dia do Juízo Final, quando o Filho do Homem julgará cada um de acordo com suas obras.

O último juiz virá. E o julgamento dele será sobre o serviço que tiveres prestado aos seus irmãos mais pequeninos. Ele chamará e congregará todos os que lhe forem fiéis e lhes dirá: Vinde benditos de meu Pai, possui por herança o reino que vos está preparado deste a fundação do mundo, porque tive fome e me destes de comer… Será que tu serás um destes benditos? Se sim, parabéns! E se não o tempo é este e a hora é agora de acertares o passo e convertendo-te seguires as pegadas do Mestre.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/


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Homilia Diária - 01.03.2020

A TENTAÇÃO DE JESUS Mt 4,1-11
HOMILIA

Andar em obediência a Deus é andar em santidade, longe do pecado. E Satanás, nosso inimigo, procura sempre uma forma de nos atrair para cairmos em tentação. Seu desejo de ver o homem na lama do pecado é tão grande que ele tentou até mesmo Jesus no deserto. Vamos ver o que aconteceu:

No Evangelho de hoje Mateus 4:1-11 vemos que Jesus foi levado pelo Espírito Santo ao deserto e lá passou 40 dias em jejum. Quando Satanás percebeu que o homem Jesus encontrava-se muito debilitado, afinal estava há 40 dias ser comer e sem beber, ele que sabia perfeitamente a Sagrada Escritura, achegou-se a Jesus e o tentou através da fome dizendo-lhe: Se tu és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pão (Mt 4:3,4). Jesus, embora enfraquecido, sabia que Sua força estava no Senhor e respondeu: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca Deus. Jesus poderia transformar pedras no que quisesse, afinal é o Filho do Deus Todo-Poderoso e n’Ele está todo o poder e autoridade, mas, se assim o fizesse, estaria cedendo à tentação de Satanás.

Vendo que a primeira armadilha não tinha dado certo, levou-o ao alto do templo, em Jerusalém, e tentou-o, desta vez usando a própria Palavra de Deus, dizendo-lhe: Se tu és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo, porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e tomar-te-ão nas mãos, para que não tropeces em nenhuma pedra. Muito astuto não é mesmo? Usar o Pai para tentar o Filho. Mas Jesus foi ainda mais esperto e respondeu: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, Teu Deus.

E como satanás, além de um derrotado, ainda é insistente, levou Jesus ao monte mais alto e de lá lhe mostrou todos os reinos do mundo e a glória deles e disse: Tudo isso te darei se prostrado me adorares. E Jesus disse-lhe: Vai-te satanás, porque está escrito: Ao Senhor adorarás e só a Ele servirás. Então satanás se retirou e os anjos do Senhor O serviram.

Tu podes pensar: por que satanás ofereceu a Jesus o poder e a glória dos reinos do mundo se todo poder e toda glória pertencem ao Senhor? Em Lucas 4:5, quando fala sobre a tentação de Jesus, Satanás diz que tudo na terra foi entregue a ele. Quando? Quando o homem pecou, quando no Jardim do Éden Adão e Eva desobedeceram a Deus e permitiram que a serpente do pecado os enganasse. Satanás se tornou o príncipe deste mundo (Jo 12:31; 16:11). Mas nós não! Embora vivamos neste mundo não somos do mundo veja o que diz Jesus à Seu Pai: “Eles não são do mundo como também eu não sou” – João 17:16

Conclusão: O que podemos aprender com isso?

1. Todos nós somos tentados. Diariamente as tentações batem à nossa porta: preguiça, desobediência aos pais e líderes, mentira, palavrões, inveja, orgulho, fofoca, namoro, sexualidade, roubo, drogasetc.

2. Temos a arma para vencer a tentação: a Palavra de Deus. Foi com ela que Jesus venceu a Satanás. Lembre-se: ela é mais poderosa que qualquer espada de dois gumes (Hebreus 4:12).

3. Quando vencemos, enchemos o coração do Pai de alegria e envergonhamos ao diabo, pois quando vencemos, em nós é cumprida a Palavra do Senhor de que em tudo somos mais do que vencedores (Romanos 8:37).

A privação da posse, do poder e do prazer deste mundo não se compara com a Glória que havemos de possuir quando tudo se consumar em todos ( Romanos 8.18-25).

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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Homilia Diária - 29.02.2020

JESUS E LEVI Lc 5,27-32
HOMILIA

A proximidade de Jesus com os cobradores de impostos e os pecadores era mal vista pelos fariseus e mestres da Lei. Por malevolência, faziam juízos apressados a respeito dele, de forma a levá-lo a perder a credibilidade, tanto diante dos discípulos quanto diante das multidões que o procuravam. Entretanto, conviver com os pecadores e excluídos fazia parte da pedagogia de Jesus, a fim de levá-los a converter-se ao Reino. Chama precisamente o evitado por todos para fazê-lo também merecedor do Reino. A solidariedade com os pecadores não se estendia aos pecados que cometiam. Mas sim à pessoa deles. Pois, era preciso também alertá-los para que banissem de suas vidas tudo quanto os afastava de Deus.

Jesus acreditava, com todas as forças de seu coração, na possibilidade de conversão do coração humano. Por isso, empregava todos os meios disponíveis para atrair os pecadores para Deus, mesmo correndo o risco de ser vítima da maledicência de seus adversários. Menosprezando as críticas alheias, importava mostrar aos pecadores a possibilidade de uma vida fundada na misericórdia e na justiça. O caminho escolhido por Jesus foi o da solidariedade, que revela como cada um de nós é tratado por Deus.

Os cobradores de impostos eram marginalizados porque colaboravam com o poder opressor romano, e porque tiraram o seu lucro cobrando a mais, através de extorsão. Jesus, quando entra na casa de Mateus para uma refeição, misturando-se com outros publicanos e pecadores, infringe prescrições fundamentais farisaicas e entra em comunhão com essas pessoas marginalizadas. O termo “pecadores” era um termo técnico da época para membros de profissões desprezadas e consideradas suscetíveis de impureza ritual. Uma lista indica pessoas que trabalhavam com asnos ou camelos, marinheiros, pastores, comerciantes, médicos (por causa do sangue), açougueiros, curtidores e cobradores de impostos como membros dessa categoria de “pecadores”. Jesus se defende usando um provérbio de bom senso, também conhecido nos escritos de outros autores como Plutarco. Como o médico tem que se expor ao contágio para curar doentes, o médico espiritual se expõe à impurezas legais para salvar os marginalizados.

A misericórdia de Deus não somente acolhe, mas vai em busca dos perdidos, e os reintegra na comunidade de fé, como também mostra especialmente Lucas.

O texto pode nos levar a questionar a nossa prática de misericórdia. Pois nós também criamos categorias de “puros” e “impuros”, muitas vezes em nome de Deus. Sempre existe a tendência de formar comunidades elitizadas, que se gabam de ser praticantes, observadoras da lei, e quem sabe, desprezam, sem que digam ou notem isso, os que não correspondem aos seus critérios. Como são tratadas as pessoas com problemas de divórcio, de vícios, ou com uma outra orientação sexual, em nossas comunidades? As nossas comunidades se assemelham a Jesus, que ia atrás das pessoas taxadas de impuras no seu tempo, ou se assemelham aos fariseus, que se fechavam nos seus rituais e rotulavam e marginalizavam os outros – comunicando um Deus mais preocupado com a pureza ritual do que com a misericórdia? Jesus não condena o sacrifício e os ritos, mas denuncia a situação quando o apego a eles leva ao abandono do mandamento fundamental de misericórdia. Para todos nós ressoa fortemente o desafio lançado por Jesus “aprendam, pois, o que significa: Eu quero a misericórdia e não o sacrifício”. Seja Jesus o nosso modelo de compaixão, para não cairmos numa prática religiosa que rotula e marginaliza, em nome de Deus, exatamente os que mais precisam sentir o seu rosto misericordioso e compassivo.

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Homilia Diária - 28.02.2020

JESUS E O JEJUM Mt 9,14-15
HOMILIA

“Vocês acham que os convidados de um casamento podem estar tristes enquanto o noivo está com eles? Claro que não! Mas chegará o tempo em que o noivo será tirado do meio deles; então sim eles vão jejuar”! Com estas palavras Jesus não aboliu nem o jejum e nem a oração.

Simplesmente Ele quis dizer aos discípulos de João Batista, e todos aqueles que ainda estavam presos ao passado que, jejum é feito em casos específicos, quando queremos servir melhor a Deus, quando estamos passando por tribulações, perseguições, doenças e calamidades, nos arrependimentos de pecados por nós e pelo povo, e conversões em massa.

Alías, Jejum, oração e boas obras são mencionados frequentemente por ambos judeus e cristãos. Oração não fica a frente do jejum, e boas obras, independente deles, mas como algo que os liga de dentro. O mais completo entendimento da oração é particularmente oferecido em conexão com o jejum. Quando nós olhamos o que é dito sobre a oração, e como ela é definida, nós podemos ver que a ênfase é naturalmente mais no estado do coração e alma que no corpo, como possível expressão da oração em geral.

Segundo São João Damasceno: “Oração é a subida da mente e do coração de alguém a Deus ou o pedido das boas coisas de Deus”.

Primariamente, a conversa com Deus como atividade espiritual é enfatizada. Todavia, há também a prática e a experiência de que não apenas pensamentos, conversa e atos espirituais por si só estão inclusos na oração, mas também é o corpo. A oração torna-se mais completa por meio do corpo e do movimento, que acompanha as palavras da oração. O corpo e seu movimento tornam a oração mais completa e expressiva para que ela possa mais facilmente envolver a pessoa inteira.

A unificação do corpo e da alma na oração é particularmente manifestada em jejuar e orar. O jejum físico torna a oração mais completa. Uma pessoa que jejua reza melhor e uma pessoa que reza, jejua mais facilmente. Desta forma, a oração não permanece somente uma expressão ou palavras, mas cobre o ser humano inteiro. O jejum físico é uma admissão para Deus diante dos homens que alguém não pode fazer sozinho e necessita de ajuda. Uma pessoa experimenta sua impotência mais facilmente quando ela jejua, e por isso, por meio do jejum físico, a alma está mais aberta a Deus. Sem jejum, nossas palavras na oração permanecem sem uma fundação verdadeira. No Antigo Testamento, os crentes jejuavam e rezavam individualmente, em grupos e em várias situações da vida. Por causa disso, eles sempre experimentavam a ajuda de Deus. Jesus confere uma força especial ao jejum e a oração, especialmente na batalha contra os espíritos do mal.

O jejum é um tipo de penitência no qual abrimos mão de algo que nos agrada, e oferecemos esse “sacrifício” por alguma boa intenção. E aqui entra um detalhe: só Deus precisa saber desse jejum! Não precisa sair por aí se gabando de jejuar, ou se mostrando abatido por causa do jejum! Pelo contrário, o verdadeiro jejum é feito escondido, para que somente o nosso Deus, que vê o que está escondido, tome conhecimento.

No evangelho de hoje, Jesus justificou que os seus discípulos não estavam em jejum porque Ele próprio estava presente, e isso era motivo de festa! E festa não combina com jejum! Chegaria o dia em que Jesus não estaria mais com eles. E aí sim, eles jejuariam. Querendo, pois fazer uma caminhada de penitência, sigámo-l’O. Hoje é o dia esta é a hora da prática do jejum. Abrindo mão de certos prazeres, ou até oferecendo as nossas dores e sofrimentos a Deus, a fim de que Ele amenize o sofrimento nosso ou de outras pessoas.

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terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Homilia Diária - 27.02.2020

ANÚNCIO DA MORTE E RESSUREIÇÃO DE JESUS Lc 9,22-25
HOMILIA

Os evangelistas, cada um a sua maneira, se referem à questão da identidade de Jesus. A interpretação dominante, entre os discípulos vindos do judaísmo, era que Jesus seria o messias davídico esperado conforme a tradição antiga do Primeiro Testamento. Jesus rejeita ser identificado com este messias (”cristo”) restaurador do reinado de Davi. É o momento de deixar isto claro. A partir da interrogação sobre quem Ele é, Jesus identifica-se como o “Filho do Homem”. Esta expressão, muito freqüente no livro de Ezequiel, refere-se a comum condição humana, humilde e frágil. Enquanto “humano” Jesus é vulnerável ao sofrimento e à morte. A “necessidade” deste sofrimento não significa um determinismo, mas as implicações inevitáveis decorrentes do compromisso libertador assumido por Jesus. Os poderes constituídos necessariamente vão reagir contra a prática libertadora de Jesus e de seus discípulos, e procurarão destruí-los. Porém, Jesus revela que ao “humano” foi dada, por Deus, a vida eterna. Perder a vida de sucesso oferecida por este mundo e consagrar-se ao seguimento de Jesus significa a comunhão com o Pai em sua vida divina e eterna.

Para Lucas, o que conta é a ressurreição, não a morte. Mesmo ao descrever a morte com traços vivos, destacando a inocência de Jesus, seu caráter de mártir, Lucas não lhe dá o sentido salvífico. Se, de fato, Lucas é um grego, então se pode ver nisto um motivo para não apelar para a morte expiatória e vicária, pois esta era teologia judaica. No contexto grego de Lucas é muito mais importante ressaltar a ressurreição, pois a morte para os gregos é loucura (1Cor 1,23).

– O Filho do Homem terá de sofrer muito. Ele será rejeitado pelos líderes judeus, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da Lei. Será morto e, no terceiro dia, será ressuscitado.

A morte de Jesus como vitória sobre o sofrimento e, sobretudo sobre os poderes da morte ,e a de descer aos infernos e lutar com a morte, era uma idéia bem conhecida no oriente e no ocidente. Faz parte da mitologia de muitos povos que a aplicavam aos seus heróis. Esta idéia penetrou no judaísmo tardio e dali passou para o Novo Testamento. Nesta mesma perspectiva, também Cristo tem vencido os poderes da perdição. Ele conquistou a salvação descendo ao reino dos mortos, libertando os que aí estavam presos , desde Adão até o último homem.

“A concepção é de que Cristo, na hora de sua morte, desce até ali e derrota – numa luta – o príncipe dos demônios. No Novo Testamento encontram-se vestígios desta visão mítica. Em Mt 27,51-53 se narra que no momento da morte de Jesus a terra tremeu e se abriu, muitos mortos saíram de suas sepulturas e entraram na cidade. Assim Jesus, pela sua morte liberta os mortos que lá estavam presos. Com esta visão mítica, personifica-se o poder que age sobre a morte. O diabo, a morte e as forças do mal se confundem. A morte de Jesus assim é vista como resgate e a destruição deste poder. Pela sua morte Jesus destruiu a morte (1Cor 15,24.26; 2Ts 2,8; 2Tm 1,10; Hb 2,14). “Assim, pois, já que os filhos têm em comum o sangue e a carne, também Ele participou igualmente da mesma condição, a fim de, por sua morte, reduzir à impotência daquele que detinha o poder da morte, isto é, o diabo” (Hb 2,14).

Através de sua morte, Jesus destruiu o poder da morte, deixando o ser humano livre. Mas, antes da Ressurreição existe a cruz. E Ele quer advertir os seus para que fiquem preparados para ela. Como aos apóstolos também cada um de nós está sendo convidado a segui-lo, passando por tudo o que Ele passou, a fim de que no final possamos ressuscitar com Ele para a eternidade.

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Homilia Diária - 26.02.2020

CARIDADE, ORAÇÃO E JEJUM Mt 6,1-6.16-18
HOMILIA

O texto de hoje nos ajuda a fazer uma reflexão, uma introspecção. Estamos diante de um Evangelho que determina o nosso ser cristão. É, diria eu, o termômetro da nossa própria fé católica. E não poderia existir passagem melhor do que a do Evangelho de hoje.

A prática da justiça, no sentido religioso, significava a busca de justificação diante de Deus. As mais consagradas eram: a esmola, a oração e o jejum. Por esta prática o piedoso judeu julgava-se justo diante de Deus. Com atitude ostensiva, os líderes religiosos do templo e das sinagogas afirmavam seu prestígio e poder.

A penitência, muitas vezes vista como uma prática de sofrimento, na verdade tem o caráter modificador, que nos transforma que nos faz perceber que podemos viver sem certas coisas do mundo. Que mais forte é Deus que nos dá o suficiente para viver. Compreendemos que os sacrifícios feitos deverão, portanto, ser fonte de crescimento, de amadurecimento espiritual e não motivo de promoção pessoal. E por isso, não devem ser expostos ao mundo, pois é interioridade, é intimidade com Deus.

Isto vale para todos os nossos atos religiosos ou aparentemente humanitários. Não podem ser forma de se vangloriar de sua bondade, mas de promover sua espiritualidade e também o bem de outras pessoas.

Sê assíduo à oração e à meditação. Disseste-me que já tinhas começado. Isso é um enorme consolo para um Pai que te ama como Ele te ama! Continua, pois, a progredir nesse exercício de amor a Deus. Dá todos os dias um passo: de noite, à suave luz da lamparina, entre as fraquezas e na secura de espírito; ou de dia, na alegria e na luminosidade que deslumbra a alma.

Se conseguires, fala ao Senhor na oração, louva-o. Se não conseguires, por não teres ainda progredido o suficiente na vida espiritual, não te preocupes: fecha-te no teu quarto e põe-te na presença de Deus. Ele ver-te-á e apreciará a tua presença e o teu silêncio. Depois, pegar-te-á na mão, falará contigo, dará contigo cem passos pelas veredas do jardim que é a oração, onde encontrarás consolo. Permanecer na presença de Deus com o simples fito de manifestar a nossa vontade de nos reconhecermos como seus servidores é um excelente exercício espiritual, que nos faz progredir no caminho da perfeição.

Quando estiveres unido a Deus pela oração, examina quem és verdadeiramente; fala com Ele, se conseguires; se te for impossível, detém-te, permanece diante dele. Em nada mais te empenhes como nisso.

Não se trata de conceber a oração interior, livre de todas as formas tradicionais, como uma piedade simplesmente subjectiva, e de opô-la à liturgia, que seria a oração objectiva da Igreja; através de toda a verdadeira oração, alguma coisa se passa na Igreja e é a própria Igreja quem reza, porque é o Espírito Santo que vive nela que, em cada alma única, “intercede por nós com gemidos inefáveis” (Rom 8, 26). E essa é, justamente, a verdadeira oração, porque “ninguém pode dizer ‘Jesus é o Senhor’ senão por influência do Espírito Santo” (1Cor 12, 3). O que seria a oração da Igreja se não fosse a oferenda daqueles que, ardendo com grande amor, se entregam ao Deus que é amor?

O dom de si a Deus, por amor e sem limites, e o dom divino que se recebe em troca, a união plena e constante, é a mais alta elevação do coração que nos é acessível, o mais alto grau da oração. As almas que o atingiram são, na verdade, o coração da Igreja; nelas vive o amor de Jesus, Sumo-Sacerdote. Escondidas com Cristo em Deus (Col 3, 3), não podem deixar de fazer irradiar para outros corações o amor divino de que estão cheias, concorrendo assim para o cumprimento da unidade perfeita de todos em Deus, como era e continua a ser o grande desejo de Jesus.

Jesus nos mostra neste texto ao falar da oração, jejum e caridade de forma consciente o momento e o ato mais importante da nossa íntima união com Ele. E nos faz saber que estes atos devem ser livres e desimpedidos, desinteressados de reconhecimento. A partir do momento em que vivemos estas três lições de Cristo oração, jejum e penitência, em nossas vidas, tudo em nós será um eterno aleluia. Jesus terá verdadeiramente ressuscitado em nós.

Espírito de piedade ensina-me o modo de agir que realmente agrade ao Pai, e mereça a recompensa divina.

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Homilia Diária - 25.02.2020

AS VERDADEIRAS CELEBRIDADES DO REINO Mc 9,30-37
HOMILIA

No longo processo de sua formação, os discípulos foram sendo instruídos no modo de ser, característico de quem aderiu ao Reino. Jesus ensinou-os a serem solidários, a cultivar a união fraterna, a estarem sempre prontos para servir. Não tinham sido organizados a partir de critérios humanos de superioridade ou inferioridade, pois entre eles deveria reinar a igualdade.

As lições do Mestre nem sempre encontraram corações abertos para acolhê-las. Os discípulos mostravam-se reticentes em abrir mão de sua mentalidade. Daí a preocupação em saber quem, dentre eles, seria o maior. Ou seja, quem teria autoridade sobre os outros; quem seria mais importante objeto da reverência e do respeito dos demais. Tudo ao inverso do que lhes fora ensinado!

E então, Jesus resume, numa frase, um princípio de ação que deveria nortear a vida do discípulo: “Quem quiser ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos”. Esta era sua pauta de ação. Ele se apresentava como Servo, e sua vida definia-se como serviço a todos, sem distinção.

Ele nunca esteve em busca de grandezas, muito menos reduziu os discípulos à condição de escravos seus. Não se preocupou em granjear a estima e a reverência alheias, a qualquer custo. Simplesmente seguiu o seu caminho de servidor, esforçando-se por satisfazer as carências e os sofrimentos humanos. Apresentou-se como exemplo a ser imitado!

Vivemos dias de muita insegurança e decepções, com respeito ao comportamento das pessoas. É muito comum, hoje, talvez muitos influenciados pelos meios de comunicação social em geral, a vontade incontestável de crescerem socialmente, subirem na vida, mas não no sentido espiritual e sim material, para se tornarem “celebridades”. A busca de glória, fama, cargo. Tudo isso porém, só se pode satisfazer plenamente quando for estruturado na sua raiz, pelo que é bom, pelo que é honesto, alicerçado em Deus.

Tu que buscas a gloria humana saiba que a celebridade social é muito falsa, fingida e cheia de interesses anexos, que vão frustrando aqueles que a alcançou. Até porque, num piscar de olhos se acaba e, a pessoa se sente completamente só e ignorada por aqueles que a aplaudiam enquanto lhes interessava.

Para que isso, nesse trecho do evangelho de Marcos, Jesus adverte os apóstolos que discutiam entre si, qual deles seria o maior, qual deles comandaria tudo após a partida do Mestre. E, Jesus lhes diz: “ Se algum de vocês quer ser o maior, seja o menor, seja o último, seja aquele  que serve.” E, quando nos atemos às palavras de Jesus e procuramos segui-las , colocando-as em prática na nossa vida, descobrimos , que servir  é mesmo melhor que ser servido.

Quando damos um presente como sinal de uma grande amizade, sentimo-nos plenamente realizados, só em sentir a alegria e contentamento de quem o recebeu; ele será, certamente, algo que nunca nos deixará esquecidos por aquele amigo, aquela família.

A doação sincera, seja ela material, na forma de presente, ou seja, espiritual, na forma de gesto ou palavra, de conselho, de companheirismo, realiza em nós, o gosto da presença de nosso Deus, que nos criou, principalmente, para amarmos a todos como Ele nos ama.

A realização pessoal verdadeira, não é essa que faz das pessoas celebridades sociais com tempo muito curto de glória, mas sim, aquela que nos realiza como verdadeiros seres humanos, criados à imagem e semelhança de Deus. Os apóstolos tornaram-se verdadeiras celebridades para as coisas de Deus. Todos simples, sem estudos nem preparo, foram chamados por Jesus e capacitados para o trabalho de divulgar a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo e, atravessaram o mundo inteiro e são e serão até o fim dos tempos as verdadeiras celebridades, simples, sem arrogâncias e nunca esquecidas. Tu e eu somos também chamados a sermos celebridades desde que na humildade, simplicidade, sem aspirações de grandezas e peçamos ao Pai do Céu que tire do meu e teu coração os ideais mundanos de glória, e nos coloquemos no verdadeiro caminho para ser glorificado por Ele, fazendo-nos servidor de todos.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/


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Homilia Diária - 24.02.2020

Ó GERAÇÃO INCREDULA Mc 9,14-29
HOMILIA

Na descida da montanha da Transfiguração, Jesus encontrou muita gente ao redor dos discípulos. Um pai estava desesperado, pois um espírito mudo tinha tomado conta do filho.

Marcos apresenta-nos hoje pedagógicamente a importância da fé e da oração para que o milagre da cura, da libertação e da salvação aconteça na vida da comunidade incrédula, que Jesus vai chamar de gente incrêdula. E então com muitos detalhes Marcos descreve a situação do menino possesso, a angústia do pai, a incapacidade dos discípulos e a reação de Jesus. O que mais chama atenção são duas coisas: de um lado, a confusão e a impotência do povo e dos discípulos diante do fenômeno da possessão e, do outro lado, o poder de Jesus e o poder da fé em Jesus diante do qual o demônio perde toda a sua influência. O pai tinha pedido aos discípulos para expulsar o demônio do menino, mas eles não foram capazes. Jesus ficou impaciente e disse: “Até quando vou agüentar esta geração sem fé! Tragam o menino aqui!”. Jesus pergunta a respeito da doença do menino. Pela resposta do pai, Jesus fica sabendo que o menino, “desde pequeno”, tinha uma doença grave que o colocava em perigo de vida. O pai pede: “Se o senhor puder fazer alguma coisa, tenha pena de nós!” A frase do pai expressa a situação bem real do povo. Ele estava com a fé abalada, sem condições de resolver os problemas, mas também tem muito boa vontade de acertar. Não é esta a situação minha e tua hoje?

Veja que o evangelista reúne neste texto várias passagem dos milagres de cura e libertação realizados pelo Mestre como fruto da fé tanto dos curados quanto dos que apresentavam os enfermos. É para ti e para mim que Jesus se dirige: Ó geração incrédula, acredite. Afaste-se as dúvidas e trevas do vosso coração.

Marcos nos faz ver o contraste entre a fé do pai da criança e a pouca fé dos discípulos, Por isso o Senhor lastima e sobretudo procura fortalecer os seus discípulos e a multidão. Em contrapartida, é admirável a oração simples e confiante do pai, que se apresenta como homem de pouca fé, mas que pede para ser nela fortalecido. Só a humildade e a confiança, como aquelas que inspiraram a oração daquele pai aflito, são caminho que leva à fé.

Feito o trabalho, libertado o garoto, o pai feliz da vida, é a hora de os discípulos amuados perguntarem ao Mestre: “Como explicar o nosso fracasso? Por que não pudemos expulsar o demônio?” E Jesus, curto e grosso: “Esta espécie de demônios com nada se pode expulsar, a não ser com oração e jejum.”

Pode ser que você esteja torcendo o nariz: “Jejum e oração?! Que coisa mais arcaica!” Ora, a água vegeto-mineral dos tempos da vovó pode ser um remédio arcaico, mas faz efeito ainda hoje. E os capetas do tempo de Jesus Cristo são os mesmos de nosso tempo, ainda que mais treinados e especializados. Tal como ontem ainda hoje Jesus continua realizando curas e libertações. Basta ter fé, confiança e esperança no Nome e Poder de Jesus.

Portanto, é urgente que como o pai daquela criança gritemos ante as diversas situações por que passamos: Eu tenho fé! Ajude-me a ter mais fé ainda!

Fonte https://homilia.cancaonova.com/


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Homilia Diária - 23.02.2020

O VOSSO AMOR DEVE OPOR-SE AO ÓDIO Mt 5,38-42
HOMILIA

Estamos diante da lei do Talião: “Ouvistes o que foi dito: Olho por olho, dente por dente”, embora à primeira vista pareça estar alimentando um sentimento de vingança, ela justamente deseja frear um ímpeto de vingança individual.

Vivemos em época caracterizada por ilegalidade. Que tem invadido nossa sociedade a um grau imprevisto e sem precedente. Os que fazem da lei a sua profissão, estão sendo convocados para repensar o propósito da lei na sociedade. Em nossos dias o indivíduo exige seus próprios direitos e o direito de agir como lhe apraz. Pouca consideração se dispensa ao efeito que isto possa ter sobre a vida de outrem.

Encontramos este princípio por todo o Novo Testamento. Vejamos o que Paulo diz. “O amor seja sem hipocrisia. Detestai o mal, apegando-vos ao bem. Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros” (Romanos 12:9-10). O justo manifesta amor. O amor é atencioso e altruísta. Como se revela esse amor?

Paulo disse: “Abençoai aos que vos perseguem, abençoai, e não amaldiçoeis. Alegrai-vos com os que se alegram, e chorai com os que choram”. “Não vos vingueis a vós mesmos, amados [não vos apegueis a vossos direitos, não demandeis pelo que vos é devido], mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu retribuirei, diz o Senhor”. Se for cometido algum erro, o entregue ao Senhor. Não se vingue, não busque seus próprios direitos. “Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem”. Paulo mostrou-nos o que nosso Senhor disse no capítulo 5 de Mateus: A pessoa tem direitos. Seus direitos foram violados. A pessoa pode exigir indenização. Mas o justo deixa esse problema com Deus, e demonstra amor e perdão até mesmo aos seus inimigos. Isso é justiça em ação.

Paulo menciona de novo este mesmo princípio em 1 Coríntios 6. Aqui ele luta com o problema de um crente recorrer ao tribunal contra outro crente para cobrar o que de direito lhe pertence. Certo homem insistia em seus próprios direitos, e o apóstolo criticou o descrédito que esse testemunho trazia ao mundo incrédulo: “Por que não sofreis antes a injustiça? Por que não sofreis antes o dano?” Paulo disse que o sinal do homem piedoso é abrir mão de seus direitos para que possa manifestar o amor altruísta de Cristo.” O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor”, diz o apóstolo Paulo em Romanos 13:10. A lei nos dá direitos, mas também nos dá a liberdade de renunciar a eles, e assim manifestar a justiça de Cristo. Temos nossos direitos, e a Palavra de Deus os protege. Temos, também, a liberdade de renunciar a eles para demonstrar o amor de Cristo. Não é a demanda por seus direitos que caracteriza o justo, mas o desistir deles é que destaca o homem que agrada a Deus.

Jesus no Evangelho de hoje, com as palavras, vai progressivamente nos conduzindo a ir além desta lei. Fazendo-nos reconhecer o não revide: oferecer a outra face; deixar também o manto; caminhar com ele dois mil passos. Jesus apresenta uma referência baseada, não na lei da justiça judaica, isto é, o que é devido a cada um, mas na lei da graça e do amor. Ouvistes o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente!’ Eu, porém, vos digo: Não enfrenteis quem é malvado! Pelo contrário, se alguém te dá uma tapa na face direita, oferece-lhe também à esquerda! Se alguém quiser abrir um processo para tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto! Se alguém te forçar a andar um quilômetro, caminha dois com ele! Dá a quem te pedir e não vires às costas a quem te pede emprestado.

Desta maneira, Ele nos leva ao mandamento da caridade, não só para melhor compreendê-lo, mas também como concretamente vivê-lo. O Senhor nos ordena a dar a todos, tudo o que eles nos pedem: que todos sejam cumulados, por nossa generosidade, de tudo o que lhes falta.

Façamos de modo que eles não sofram nem de sede, nem de fome, nem da falta de vestes. E então, seremos encontrados dignos dos bens que faltam a nós mesmos e que pedimos a Deus, pois o costume de dar nos merecerá obtê-los. Ademais, há mais alegria em dar do que em receber.

É urgente que aos nossos ouvidos soem as palavras de Jesus: vencer o mal com o bem, e tornar concreto em nosso agir o mandamento do amor fraterno.

Peçamos ao Senhor que encha nossos corações com as graças do Seu Espírito Santo; com amor, alegria, paz, paciência, bondade e humildade. E nos ensine a amar os que nos odeiam; a rezar pelos que nos perseguem. E com o Seu auxílio, renunciar aos prazeres deste mundo e a desejar uma nova terra e novos céus.

Pai, não permita que a violência tome conta do meu coração; antes, torna-me capaz de responder, com gestos de amor, a quem me faz o mal.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/


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Homilia Diária - 22.02.2020

A FÉ DE PEDRO Mt 16,13-19
HOMILIA

Quem dizem os homens que eu sou? Uns dizem que és João Baptista outros que és Elias ou um dos profetas. E vós, quem dizeis que eu sou?  Pedro tomando a palavras diz: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivente .O apóstolo  conhecido por diversos nomes : Simão, como Pedro, como Simão Pedro como Kefas em nome dos doze, responde: Tu és o Cristo, Ungido, o Filho do Deus vivente.

O nome de Filho de Deus é uma expressão usada por Oséias em 2, 1: Aos filhos de Israel…se lhes dirá filhos do Deus vivo, o qual concorda perfeitamente com a frase de Mateus e a confissão de Marta: Eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que vem a este mundo (Jo 11, 27).

Embora Pedro não soubesse o sentido das palavras que pronunciou, Jesus se serviu das mesmas para fundar sua Igreja.

Então tendo respondido Jesus disse-lhe: Bendito és Simão porque carne nem sangue te revelaram, mas o meu Pai o que está no céu. A carne e o sangue não te revelaram o que disseste. Foi o meu Pai nos céus que revelou o Filho a Pedro. Pois, descreve João em 6, 36: Todo aquele que o Pai me der virá a mim. Jesus considerou esta declaração de Pedro de tal importância que afirma duas coisas que sem dúvida transformarão a personalidade e o ministério do apóstolo.

E por isso te digo que tu és rocha e sobre esta rocha edificarei minha Igreja. E as portas do inferno não prevalecerão sobre ela

A) Tu és Pedro: Com esta primeira declaração, Jesus além de trocar o nome do apóstolo, que agora seria Kefas, como vemos nos primeiros escritos (Gálatas e 1Cor), significa seu novo ministério: ser fundamento de um edifício como a rocha era e é em todos os tempos.

B) Igreja: Sobre esta Rocha edificarei a minha Igreja. Jesus usa a palavra Igreja  que só aparece uma outra vez em Mateus 18, 17 com o significado de assembléia e nunca em outros evangelhos.

C) O Inferno: Esta Igreja que começou com Pedro-rocha será a última e eterna como reunião do povo eleito porque as portas do Inferno não prevalecerão contra ela. Se a afirmação de rocha como personalidade de Simão não fosse suficiente, Jesus persiste nos poderes e qualidades do seu apóstolo ao declarar seu papel primordial nessa grande assembléia dos eleitos, cuja perpetuidade descreve com palavras tomadas da tradição judaica. Fala dos portões do inferno. Como conclusão, podemos afirmar que a nenhum outro apóstolo foram dadas essas chaves que indicam o total domínio da Igreja. Pedro, além de ser a rocha sobre a qual o fundamento da fé que é Cristo, edificará sua Igreja terá as chaves para indicar quem deve ser incluído ou excluído. Estas chaves têm os seguintes significados:

a) O chefe do palácio era quem recebia as chaves (Is 22, 22) e, portanto era o dignatário de maior hierarquia.

b) Se ligadas ao parágrafo posterior, às chaves servem par abrir e fechar, para admitir a entrada dos dignos e para expulsar os indignos.

 c) Mas também, as chaves são o símbolo do ato de sentenciar questões religiosas como declarar lícita ou ilícita uma conduta.

Que cada um de nós saiba como Pedro professar a sua fé no Cristo Filho do Deus vivo, nada e alguém poderá prevalecer sobre nós.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/


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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Homilia Diária - 21.02.2020

SEGUIR JESUS IMPLICA TOMAR A CRUZ Mc 8,34-9,1
HOMILIA

Nesta passagem do Evangelho Jesus indica o caminho para nossa felicidade terrena e eterna. Se alguém me quer seguir, tome sua cruz, renuncie a si mesmo e me siga. Com esse ensinamento podemos perceber que o sofrimento nem sempre causa a infelicidade. Sobretudo quando é visto como um completar na carne o que falta a Paixão de Cristo, como nos ensina São Paulo.

Seguir a Jesus significa vivenciar seus ensinamentos, tornar prática a fé que temos na sua pessoa, porém, tudo isso feito conscientemente e não levados apenas pelas circunstâncias e com resignação. Já que não tenho outra saída então que seja assim.

É necessário termos plena consciência de que Jesus não veio para organizar o mundo pelo exercício do poder, mas para transformar o mundo pela prática do amor humilde e solidário. Isto implica sacrifício, jejum, penitência, partilha e despojamento. Por isso, Jesus, retoma a instrução aos discípulos quanto ao despojamento de si mesmos e à disponibilidade a serem assumidos por eles.

Perder a vida por causa de Jesus é desprezar os sedutores projetos de sucesso de enriquecimento e consumismo, oferecidos pelos poderosos deste mundo. Perder sua vida é ser para o outro, estar a serviço dos mais necessitados e excluídos, como Jesus. É viver o amor, comprometendo-se com a luta em vista da restauração da vida e da conquista da Paz.

Senhor Jesus Cristo, muitas vezes eu e os da minha família estamos bem agarrados à nossa vida. Não queremos abandoná-la mas guardá-la totalmente para nós. Queremos possuí-la, não oferecê-la. Mas tu nos precedes e mostras-nos que é apenas dando a vida que a podemos tê-la em plenitude e eternamente. Tu nos ensinas: o caminho para que isto aconteça é a cruz.

Tu nos dizes que a cruz é a oferenda de nós mesmos. Todavia, isto nos pesa bastante. Dai-me a graça de entender que na Tua Via Sacra, tu levaste também a minha cruz e não a levaste apenas num momento qualquer do passado, uma vez que o Teu amor é contemporâneo à minha existência. Leva-la hoje, comigo e por mim, e, de maneira admirável, queres que também eu, hoje, como outrora Simão de Cirene, leve contigo a Tua cruz e, acompanhando-Te, me ponha contigo ao serviço da redenção do mundo.

Ajuda-me não só a acompanhar-Te com nobres pensamentos, mas a caminhar pelo Teu caminho com o coração, mais ainda com os passos concretos da vida do meu dia-a-dia. Liberta-me da vergonha, do medo da cruz, do medo diante do que as pessoas possam dizer de mim até mesmo os da minha casa, da minha família, da troça dos outros, do medo que a minha vida possa escapar-me se não aproveitar tudo o que ela me oferece.

Ajuda-me a desmascarar as tentações que me prometem a vida, mas cujas consequências me deixam, no fim, sem objectivo e desiludido.

Ajuda-me a não me fazer senhor da minha vida nem da dos outros. Pois a Ti pertence. Dai-me força e coragem para renuniciar-me a mim mesmo e a tomar a minha cruz todos os dias e Te serguir.

Acompanhando-Te pelo caminho do grão de trigo que cai na terra para dar muito fruto (Jo12,24), ajuda-me a encontrar, “perdendo a minha vida”, o caminho do amor, o caminho que me dá verdadeiramente a vida, a vida em abundância.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/


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Homilia Diária - 20.02.2020

TU ÉS O CRISTO, O FILHO DO DEUS VIVO! Mc 8,27-33
HOMILIA

Jesus encerra o seu ministério entre os gentios. E decide dirigir-se para o sul a caminho de Jerusalém, pela Judéia, em um ambiente exclusivamente judaico, para ali fazer seu anúncio libertador. Depois de tudo o que falou e fez entre os gentios, agora quer colher a consciência popular sobre o que as pessoas dizem da sua pessoa: Quem o povo diz que eu sou? O mestre sabia das diversas imagens a respeito de sua personalidade. Mas Ele quer ouvir dos seus, o que têm escutado entre os ‘bastidores’, e pergunta sobre isso aproveitando a ocasião da viagem em direção às aldeias de Cesaréia de Felipe. Como era do conhecimento do mestre, as respostas são divergentes e até mesmo absurdas: Alguns dizem que o senhor é João Batista; outros que é Elias; e outros que é um dos profetas. Estas, cheiram à reencarnação de João Baptista, ao retorno de Elias e até citam Jeremias, em Mateus.

Falar sobre o que os outros dizem sobre Jesus era tão fácil que todos levantaram para se pronunciarem. Só que, o que Jesus queria mesmo era ouvir os discípulos, a resposta deles. Sobre o que eles pensavam do mestre. Até porque Ele não estava interessado em saber o que o povo dizia. Ele já o sabia. Ele quer sim saber se no coração de seus discípulos já se delineara a certeza de sua essência. E então redireciona a pergunta: Mas vós, quem dizeis que eu sou? Ante esta terrível pergunta, Pedro cheio do Espírito Santo, logo se apresenta para afirmar: Tu és o Cristo. Em Mateus aparece a profissão de fé mais contundente: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.

A esta afirmação, Jesus adverte que ainda não era hora de tornar público toda a verdade, e que esperassem um pouco mais para começar a propagar que Deus se fizera carne e habitava entre nós. E então, percebeu que havia alcançado o seu objetivo entre os seus discípulos, e que este conhecimento os fortaleceria para pregarem a sua mensagem a todos os demais. Eis o segredo de um ministério vitorioso: Deixar bem claro na mente e no coração de todos a verdade, para que estes dêem continuidade à pregação com zelo, com certeza e com firmeza. Jesus começa a ensinar a seus discípulos o que o aguardava: O Filho do Homem terá de sofrer muito. Ele será rejeitado pelos líderes judeus, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da Lei. Será morto e, três dias depois, ressuscitará.

Esta parte era a mais dura de ouvir a ponto de constranger os discípulos, pois eles esperavam que seu líder fosse reconhecido e homenageado pelos príncipes e recebesse honrarias, e não o contrário. Isto pareceu fora de propósito. Foi por isso que Pedro chamou Jesus à parte e começou a reprová-lo. Mas Jesus chega a conclusão que até Pedro tinha dado ouvidos a satanás e então, virando-lhe as costas, volta-se em direção aos discípulos, e repreende com veemência ao espírito que falava pela boca de Pedro naquela hora: Saia da minha frente, Satanás! Você está pensando como um ser humano pensa e não como Deus pensa.

Este episódio nos demonstra que ainda não estavam suficientemente maduros e ainda permitiam que o inimigo se manifestasse no meio deles. Esta muitas vezes é a minha e a tua situação. Quando nós não vivemos a constante vigilância e oração: vigiai e orai para não cairdes em tentação. Distraídos, o diabo pode  nos pegar de surpresa e nos derrubar em questão de segundos.

Graças a Deus o tempo do titubeio durou pouco, e logo os discípulos ficaram prontos para o Ministério da Salvação. Assim como eles, nós também precisamos pedir a Deus a graça do amadurecimento gradual da fé em nós e a revelação da verdadeira identidade de Jesus, servo fiel, cuja vida esteve totalmente entregue em tuas mãos.

Pai, revela-me a verdadeira identidade de Jesus, servo fiel, cuja vida esteve totalmente entregue em tuas mãos. E dá-me a graça de, como Ele, ser fiel a Ti.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/


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