quarta-feira, 31 de agosto de 2016

POR CAUSA DA TUA PALAVRA, LANÇAREI AS REDES Lc 5,1-11 - 01.09.2016

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HOMILIA

Por causa da Tua Palavra lançarei as redes. Mas que palavras? E com que autoridade? Avançai para águas mais profundas, e lançai as vossas redes para a pesca. Estas palavras foram garantia para que Pedro e os outros apóstolos voltassem a pescar naquele dia, depois de uma noite toda de pesca infrutífera. E continuam sendo ditas para nós hoje. Para ontem elas tendo sido cumpridas, fizeram com que os discípulos reconhecessem o poder de Jesus. E hoje? Que mensagem estas palavras trazem para mim e para você? A mensagem desse Evangelho nos motiva a nunca desistirmos e sempre tentarmos novamente. Saber que Jesus está perto e que, na pesca da nossa vida, Ele nos orienta, nos ilumina com o Seu Espírito é segurança para nunca perdermos a esperança. Ainda que já tenhamos trabalhado a noite inteira e nada conseguimos pescar. Mesmo que já tenha se exaurido a nossa capacidade de pedir, de suplicar, de esperar por alguma coisa de que necessitamos, “em atenção à palavra de Jesus”, devemos prosseguir lançando as redes. É esta a mesma Palavra que nos anima hoje a avançar na nossa vida, na nossa pescaria, na nossa luta em busca de paz, de felicidade, de vida plena. Avançar para águas mais profundas significa para nós, buscar mais conhecimento de Deus, da Sua Lei, dos Seus ensinamentos, dos Seus decretos. Quanto mais mergulharmos no Evangelho, nas Escrituras, mais nós iremos encontrar respostas para os nossos questionamentos, para as nossas angústias. O homem é um ser criado por Deus com o objetivo de viver a harmonia com Ele e com o próximo e isso realmente só acontecerá quando ele se jogar nos braços do amor misericordioso de Deus.

Para Pedro, Jesus era o seu mestre. Mas, diante da pesca milagrosa que não se explica por causas naturais, Pedro descobre que Jesus não é um simples mestre ou profeta comum. Já o vê como seu Senhor, nome reservado exclusivamente a Deus. Foi um grande passo na descoberta da verdadeira identidade de Jesus. A admiração atrai Pedro a Jesus; a consciência de seu estado de pecador afasta-o dele.

Diante do milagre presenciado, a fé de Simão começou a tornar-se uma rocha = pedra. Basta ver que Pedro começou a chamar Jesus de “Senhor” e não só de “Mestre”. Pela fé, Simão é transformado em rochedo, e já se põe o fundamento para a sua vocação em “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja” (Mt 16,18) e em “Tu, por tua vez, confirma teus irmãos” (Lc 22,32).

O homem, sozinho em suas tarefas, afadiga-se em vão: “Se o Senhor não edificar a casa, em vão labutam seus construtores” (SI 127). Mas se acolher com boa disposição a Palavra inspirada, receberá abundante ajuda da mão de Deus.

Quanto mais alguém se aproxima de Deus, tanto mais cresce nele a humildade, esse sentimento de sua pequenez, de seu nada e de seus pecados. Quanto mais distante de Deus alguém vive, tanto menos reconhecerá os próprios erros e limitações. Pedro, tão favorecido pela bondade divina, não pensa senão em sua própria insuficiência e condição de pecador que não merece tanta bondade. E então exclama: “Senhor afaste-se de mim, pois eu sou um pecador!” Mas Jesus, apesar de reconhecer a fraqueza de Simão, confirma-lhe em sua vocação.

Jesus também chama a mim e a você para sermos pescadores de homens! Ele providencia o peixe para nós, porém, necessita das nossas redes a fim de tomar para Ele as almas necessitadas de salvação. Que a nossa pesca seja profícua e não se restrinja somente ao nosso circulo de amizade. Jesus quer que nós sejamos pescadores no Seu Reino e a rede que Ele nos dá é o Seu amor e a Sua Palavra. Não tenha medo! De agora em diante, você vai pescar gente! É isso que Jesus faz contigo aqui e agora. Não tenha medo! Ele sabe da tua fraqueza, dos teus problemas. Mas te quer ver pescador de homens, restaurador de famílias, libertador dos presos, acolhedor dos excluídos e abandonados. Enfim, a dar vida e vida em abundância! Portanto, seja firme e não tenhas medo! Comece desde já: passe para os seus amigos, suas amigas a experiência que você tem com a Palavra de Deus, com a oração, com a reflexão. Conte para todos o que mudou na sua vida, qual a sua esperança e o que você tem descoberto com a Palavra de Deus. Você tem usado o Amor de Deus como rede para atrair as pessoas para Ele? – Mesmo que você não tenha muita vontade você atende ao chamado de Jesus em atenção à Sua Palavra?

Pai, confirma minha vocação de pescador de pessoas humanas, e conduze-me para águas mais profundas onde se encontram os que mais carecem de meu amor.
Fonte Canção Nova

terça-feira, 30 de agosto de 2016

MUITOS FORAM CURADOS Lc 4,38-44 - 31.08.2016

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HOMILIA

Lucas acentua o sofrimento da sogra de Simão Pedro e a autoridade de Jesus ao expulsar a febre; realça, assim, o caráter milagroso do evento. Jesus decide abandonar a Sinagoga. Por que razão não se diz. Mas, pelo que se pode entender, Ele quer transformar e fazer do ambiente familiar, simbolizado pela casa da sogra de Simão, no lugar de oração, de cura e libertação. De paz e justiça, de amor e partilha, de alegria e sucessos, de misericórdia e perdão. Faz do ambiente familiar o lugar de saúde e vida. Portanto a casa, o lar, a família, é o lugar privilegiado para se construir a nossa sociedade. Assim, numa sociedade como a nossa onde o conceito de família está “vazio”, Cristo chama o casal cristão a ser estrutura sustentadora de uma família capaz de encontrar relações novas, não ditadas pela carne e o sangue, mas pela vida nova que Cristo confere pelo Batismo. Isto reduz o egoísmo, e faz com que cresça a caridade, dom do Espírito e se realize a Igreja doméstica.

Jesus toma conhecimento da doença que afeta os casais e aí ele foi, parou ao lado da cama dela e deu uma ordem à febre. Este gesto apela primeiro pelo zelo apostólico dele e por outra chama-me como pastor de alma a visitar, entrar e abeirar-me dos leitos de muitos homens e mulheres que estão doentes e deitados sem forças para levantar a cabeça, o corpo e servir os seus como deveriam fazer.

Veja que na casa a mulher, personificada na sogra de Simão, é valorizada na sua prática do serviço, que é a característica fundamental do Reino. Outro pormenor a considerar é que a cena narrada se passa num sábado, dia do culto na sinagoga. Neste dia todo trabalho cessava, e só era permitido caminhar-se uma curta distância. Ao pôr-do-sol termina o dia do sábado, começando o primeiro dia da semana. É a introdução do domingo, o dia por excelência para nós cristãos. O povo, liberado das restrições legais prefiguradas pelo sábado legal, que ao invés de salvar, condenava, de dar vida, matava, acorre a Jesus, que os cura, os liberta e salva. Esta deve ser a minha e a tua atitude, fazendo-te recordar o que falávamos ontem, nas culturas antigas, muitas doenças físicas e mentais eram atribuídas a um ser imaginário, o demônio. Jesus, porém, na sua prática, vai revelando que os males da humanidade resultam, principalmente, do poder opressor, da falta de carinho, amor, ternura, paz, justiça, reconciliação, diálogo, atenção e falta de Deus na comunidade-família que deveria ser construtora de vidas novas.

Neste trabalho é preciso que a comunidade saiba que ela está a serviço de Deus e não a busca de privilégios ou de poder (e isto serve também para os evangelizadores). Que a comunidade tenha as portas abertas para todos. O meu e o teu serviço é levar todos os enfermos, quer os da família de sangue quer não: todos os que tinham amigos enfermos, com várias doenças, os levaram a Jesus. Ele pôs as suas mãos sobre cada um deles e os curou.

Me dirijo a você recordando que, como apóstolo, és enviado e ordenado para anunciar a Palavra de modo que trazendo todos os enfermos (quer corporais quer espirituais), eles possam ser curados e entendam Deus na Pessoa do Seu Filho, Jesus Cristo, que acolhe, liberta, perdoa e anuncia a verdade do Reino: a Vida Eterna. Esta missão do Filho de Deus nos compromete e interpela a sermos o homem, a mulher que, acolhendo bons e maus, sejas a mão, a braço, a boca, o coração e a mente de Cristo, convertendo-te em discípulo e missionário do Mestre para que o mundo conheça a Verdade e conhecendo a Verdade possa salvar-se. Peçamos hoje a Deus o ardor missionário.

Pai, que a presença de Jesus em minha vida seja motivo de libertação, de modo que eu possa servir com alegria o meu próximo, especialmente, os mais necessitados.
Fonte Canção Nova

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

JESUS, O HOMEM QUE LIBERTA Lc 4,31-37 - 30.08.2016

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HOMILIA

Este episódio da expulsão de um espírito impuro, narrado por Lucas, ocorre logo no início do ministério de Jesus. Ele passava o seu ensinamento às multidões, com sua ação amorosa e libertadora. É interessante o fato de que os primeiros atos de Jesus narrados por Lucas estejam ligados à expulsão dos demônios. Para os antigos, todos os males que afligiam as pessoas eram considerados obra de algum demônio, principalmente as doenças. Para conseguir a cura, era necessário expulsar o demônio. Jesus pode fazer isso porque venceu as tentações: abundância, poder, riqueza e prestigio, através das quais o diabo age, provocando os males do povo. Isso é o sinal concreto da chegada do Reino de Deus, que traz liberdade e vida para todos.

Cafarnaum é o centro da atividade de Jesus na Galileia, e aí Ele costuma ensinar na sinagoga no dia de sábado, que é o dia santo dos judeus. As pessoas se espantam com o seu ensinamento, porque Ele “fala com autoridade”. Que autoridade é essa? Certamente uma compreensão nova das Escrituras, aplicando diretamente o seu anúncio à uma prática de libertação concreta. Enquanto os doutores da Lei ficavam em especulações abstratas, Jesus vai direto ao que interessa ao povo: a Palavra de Deus como libertação concreta, interna e externa, dentro das situações em que o povo vive.

O primeiro milagre contado por Lucas é a expulsão de um demônio, indicando que, para libertar as pessoas primeiro é preciso expulsar o demônio. Quem é ele? É alguém que conhece Jesus, e sabe que Jesus é uma ameaça para seu império demoníaco. Ele chama Jesus de o “Santo de Deus”. Isto é, que Jesus, concebido por obra do Espírito Santo, é portador desse mesmo Espírito, capaz de vencer o domínio do espírito do mal. Para compreendermos bem o que isto significa, devemos nos lembrar de que a principal ação do demônio é alienar as pessoas, impedindo-as de pensar e agir por si mesmas. Tudo aquilo que aliena as pessoas é mau e demoníaco, e então compreendemos que as ideologias, as propagandas mentirosas, os sistemas, as estruturas opressoras são agentes do demônio, enganando e manipulando o povo. Quem seria esse demônio de hoje? Todos aqueles que tapeiam e manipulam o povo, para explorá-lo e oprimi-lo, a fim de conseguir vantagem. E esses agentes do demônio sabem muitos bem que Jesus é perigoso para eles, porque pode destruir o seu “negócio rentável”.

Entendemos, então, o espanto do povo e a fama de Jesus, que vai se espalhando pela redondeza. Jesus, com sua palavra e ação, vence os demônios que alienam o povo. Ele devolve ao povo a capacidade de ver, de pensar e agir por si, usando sua liberdade para conquistar a vida a que todos têm direito. O povo só é impedido disso por alguns que, demoniacamente, só pensam e buscam a própria abundância, poder, riqueza e prestigio, deixando todos os outros na miséria.

Quais são os demônios que hoje te deixam alienado, impedindo-te de ver, ouvir, falar e agir com liberdade, para descobrir e seguir o caminho da santidade? É justa uma lei que impede de curar? Em tua casa, bairro, cidade ou país existem leis assim? Quais são os demônios que provocam as doenças na tua casa e entre os teus familiares? Como esses demônios agem? Não te esqueça nunca: Jesus veio e Ele está presente ao teu lado, na tua casa e no teu coração para expulsá-los todos. Basta acreditar, confiar e saber esperar que Ele agirá!

Pai, faça-me forte para enfrentar e vencer as forças malignas que cruzam meu caminho, tentando afastar-me de Ti. Como Jesus, quero abalar e derrotar o poder do mal deste mundo.
Fonte Canção Nova

domingo, 28 de agosto de 2016

O MÁRTIR DA FÉ Mc 6,17-29 - 29.08.2016

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HOMILIA

Hoje celebramos o martírio de João, o Batista, aquele de quem Cristo disse: dos nascidos de mulher não há outro maior do que João, o Batista. Mas o menor no Reino do Céu é maior do que ele. É uma reflexão sobre minoridade, João escolheu a via menor, se fez pobre, vestia-se pobremente, comia gafanhotos e mel. Esta é a expressão que Mateus usa para expressar a humildade de João. E Jesus ainda diz: o menor no Reino do Céu é maior do que ele. Aqui percebemos que o Senhor demonstra que a sabedoria e o serviço estão no despojamento, na simplicidade, no profetismo sem recompensas. O profeta de Deus não é rico, nem poderá ser, e Jesus também revela que o menor, o mais pobre, o mais abandonado, o mais oprimido, no Reino de Deus, isto é, na Vontade de Deus, ainda é maior que o maior.

Falando da morte de João Batista, o Papa João Paulo II diz na Carta Encíclica “Veritatis Splendor” (cf. n. 91) que o martírio constitui um sinal preclaro da santidade da Igreja. Efetivamente, ele “representa o ponto mais alto do testemunho a favor da verdade moral.” Se são relativamente poucas as pessoas chamadas ao sacrifício supremo, há, porém, um testemunho coerente que todos os cristãos devem estar prontos a dar em cada dia, mesmo à custa de sofrimentos e de graves sacrifícios. Assim tu meu irmão, minha irmã, não podes e nem deves fugir. Gostaria que soubesses que desde o início do Cristianismo percebemos que três elementos estão quase sempre unidos: testemunho, profecia e doação da própria vida. É verdadeiramente necessário um compromisso, com estas três vias, por vezes heróicas, para não ceder, até mesmo na vida cotidiana: em casa com o marido, com os filhos, colegas do trabalho, com os familiares de perto ou de longe. É necessário saber que as dificuldades nos levam ao compromisso para viver na totalidade o Evangelho.

O exemplo heróico de João Batista nos deve fazer pensar nos mártires da fé que, ao longo dos séculos, seguiram corajosamente as suas pegadas. De modo especial, voltemos à mente os numerosos cristãos que, no mundo inteiro, foram vítimas do ódio, e da perseguição religiosa. Mesmo hoje, em algumas partes do mundo, os fiéis continuam a ser submetidos a duras provações, em virtude da sua adesão a Cristo e à sua Igreja. Os impérios opressores que existiram na história continuaram deixando seus mártires. Seus projetos elitistas e imperialistas fizeram com que seus chefes continuassem a embriagar-se com o sangue dos mártires. Portanto, o martírio não deve ser buscado por ninguém. Em última palavra, o martírio é uma graça de Deus. Mas, dele não se deve fugir, se é necessário dar o testemunho e para defender a vida do povo. Jesus também nos ensina que não devemos ter medo daqueles que matam o corpo. Por isso, dar a vida é a melhor forma de amor, a exemplo de Jesus que nos amou até o extremo.

O máximo do amor é dar a vida pelos seus. Deste modo, a vida não é tirada, mas é dada livremente. Foi isso que fez São João Batista em meio à crueldade que ameaçava a fidelidade conjugal: lutou, e sendo testemunha e testemunho fiel, derramou seu sangue, pagando com a própria vida. Ontem como hoje, o banquete dos criminosos continua sendo regado a sangue, como foi o de Herodes como nós ouvimos no Evangelho de hoje. Por isso, lembrar a morte de João Batista é não deixar morrer sua história, é recordar o seu testemunho, sua profecia e sua coragem; é lembrar que, se preciso for, todos devemos estar dispostos a lavar as nossas vestes e as branquear no sangue do Cordeiro (Ap 7,14).

Pai, que as contrariedades da vida jamais me intimidem e impeçam de seguir adiante, cumprindo minha missão de evangelizador.
Fonte Canção Nova

sábado, 27 de agosto de 2016

A Virtude da Humildade - 28.08.2016

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Homilia do Mons. José Maria – XXII Domingo do Tempo Comum (Ano C)

A virtude da humildade constitui o alicerce de todas as outras virtudes.

A humildade atrai sobre si o amor de Deus e o apreço dos outros, ao passo que a soberba os repele. Por isso, a primeira leitura (Eclo 3,19-21. 30-31) aconselha-nos: “Nos teus assuntos, procede com humildade, e haverão de amar-te mais que ao homem generoso. E na mesma passagem: Torna-te pequeno nas grandezas humanas, e alcançarás o favor de Deus, e Ele revela os seus segredos aos humildes”.

O homem humilde compreende melhor a vontade divina e sabe o que Deus lhe vai pedindo em cada circunstância. O humilde respeita os outros, as suas opiniões e as suas coisas; possui uma especial fortaleza, pois apóia-se constantemente na bondade e onipotência de Deus: “Quando sou fraco, então sou forte”, proclama São Paulo.

No Evangelho (Lc 14, 1. 7-14) no banquete na casa do fariseu, o Senhor diz: “Quando fores convidado, vai tomar o último lugar, para que, quando vier o que te convidou, te diga: Amigo vem mais para cima. Então serás honrado na presença de todos os convivas. Porque todo aquele que se exalta será humilhado; e aquele que se humilha será exaltado”.

A ambição, uma das formas de soberba, é causa freqüente de mal-estar em quem se deixa levar por ela. “Por que ambicionas os primeiros lugares? Para estar por cima dos outros?”, pergunta-nos São João Crisóstomo.

A virtude da humildade não tem nada a ver com a timidez ou a mediocridade. A humildade leva-nos a ter plena consciência dos talentos que Deus nos deu, mas para fazê-los render com o coração reto.

A humildade faz que tenhamos consciência clara de que os nossos talentos e virtudes, tanto naturais como na ordem da graça, pertencem a Deus, porque da sua plenitude, todos recebemos. Tudo o que é bom vem de Deus; a deficiência e o pecado, esses, sim, são nossos. Humildade é reconhecer que valemos pouco – nada -, e ao mesmo tempo sabermo-nos “portadores de essências divinas de um valor inestimável”.

A humildade elimina os complexos de inferioridade – que com freqüência resultam da soberba ferida -, torna-nos alegres e serviçais, sequiosos de amor de Deus: Nosso Senhor porá em nós tudo o que nos faltar.

Só o humilde procura a sua felicidade e a sua fortaleza no Senhor. Um dos motivos pelos quais os soberbos andam à cata de louvores e se sentem feridos por qualquer coisa que possa rebaixá-los na sua própria estima ou na dos outros, é a falta de firmeza interior; o seu único ponto de apoio e de esperança são eles próprios.

Os maiores obstáculos que o homem encontra para caminhar no seguimento de Cristo têm a sua origem no amor desordenado de si próprio, que o leva umas vezes a supervalorizar as suas forças e, outras, a cair no desânimo e no desalento.

São Bernardo indica diferentes manifestações progressivas da soberba: a curiosidade, o querer saber tudo de todos; a frivolidade de espírito, por falta de profundidade na oração e na vida; a alegria tola e deslocada, que se alimenta freqüentemente dos defeitos dos outros e os ridiculariza; a jactância; o prurido de singularidade; a arrogância; a presunção; o não reconhecer jamais as falhas próprias, ainda que sejam notórias; a relutância em abrir a alma ao sacerdote na Confissão, por parecer que não tem faltas…O soberbo é pouco amigo de conhecer a autêntica realidade do seu coração e muito amigo de calcar os outros aos pés, seja em pensamento, seja pelas suas atitudes externas.

Juntamente com a oração, que é sempre o primeiro meio de que devemos socorrer-nos, procuremos ocasiões de praticar habitualmente a virtude da humildade: nos nossos afazeres, na nossa vida familiar, quando estamos sozinhos…, sempre!

A humildade é tão necessária para a salvação que Jesus aproveita qualquer circunstância para colocá-la em relevo.

Procuremos, na medida do possível, falar pouco de nós mesmos, dos nossos assuntos, daquilo que nos exaltaria aos olhos dos outros…; procuremos evitar sempre a ostentação de qualidades, bens materiais, conhecimentos…

Aceitemos as contrariedades com paciência, sem mau-humor, oferecendo-as com alegria ao Senhor; aceitemos sobretudo as pequenas humilhações e injustiças que se produzem na vida diária, pensando sinceramente: “Que é isso para o que eu mereço?” (Caminho, nº 690).

Cuidemos de não insistir nas nossas opiniões, a não ser que a verdade ou a justiça o exijam, e empreguemos então a moderação unida à firmeza.

Passemos por alto os erros alheios, desculpando-os e ajudando-os com uma caridade delicada a superá-los; cedamos à vontade dos outros sempre que não esteja envolvido o dever ou a caridade.

Aceitemos ser menosprezados, esquecidos, não consultados nesta ou naquela matéria em que nos consideramos mais experientes ou em mais conhecimentos; fujamos de ser admirados ou estimados, retificando a intenção perante os louvores e elogios. Devemos procurar alcançar o maior prestígio profissional possível, mas por Deus, não por orgulho, nem para pisar os outros.

Aprenderemos a ser humildes se nos relacionarmos sempre mais intimamente com Jesus.

Mons. José Maria Pereira
Fonte Presbíteros

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

A PREPARAÇÃO DA VINDA DO SENHOR Mt 25,1-13 - 26.08.2016

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HOMILIA

Em duas ocasiões distintas Jesus contou duas parábolas cujo conteúdo apela pela prudência e pela vigilância antes de sua morte destacando-se o tema da preparação para a vinda do Senhor. A das dez virgens (Mateus 25:1-13) e a dos talentos (Mateus 25:14-30). Essas foram, aparentemente, contadas em particular aos seus discípulos (Mateus 24:3). Na primeira parábola, dez virgens saíram ao encontro do noivo, empolgadas com as alegrias vindouras da festa de casamento. Todas estavam presentes; todas estavam esperando o noivo; todas se sentiam satisfeitas com a sua preparação, pois estavam cochilando e dormindo, e todas tinham lâmpadas. A diferença entre as cinco virgens prudentes e as cinco tolas era que as cinco prudentes trouxeram óleo junto com suas lâmpadas. O tempo da preparação tinha-se passado. Enquanto as virgens tolas estavam comprando óleo, o noivo chegou e elas foram deixadas fora do casamento para sempre. Como você está esperando pelo seu Senhor? Você está vigiando? A que temperatura está o termômetro da tua prudência? Jesus decretou a sentença tanto para as dez virgens como para mim e para ti: “Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora” na qual o Filho do Homem vem!.

Na segunda parábola, um homem que ia viajar para um país distante confiou talentos aos seus servos. A um ele deu cinco, a outro dois e a outro um, distribuindo-os de acordo com a capacidade de cada servo. Os dois servos, um com cinco e o outro com dois talentos, duplicaram o que lhes tinha sido confiado, resultando em louvor e recompensa de seu senhor. O servo com um talento, agindo com temor, foi preguiçoso. Ele escondeu o talento que lhe havia sido dado em vez de usá-lo para obter rendimentos, suscitando a ira de seu senhor e a perda do talento que lhe havia sido entregue. Como e onde você escondeu tudo o que recebeu de Deus?

Há muita semelhança entre as duas parábolas. Vemos nestas duas parábolas a grande e muita expectativa pelo Senhor que vem. As dez virgens estavam esperando o noivo. Os servos sabiam que seu senhor voltaria. O noivo, ou o senhor, que retorna, naturalmente, é Jesus Cristo. Ele há de voltar. Não há desculpas a quem deixa de aguardar sua volta.

Saiba que todas as dez virgens tinham feito alguma preparação. Os dois servos, um com cinco e o outro com dois talentos, tinham-se preparado, obviamente; e até mesmo o servo com um talento tinha feito alguma preparação, mantendo cuidadosamente em segurança seu único talento até a volta de seu senhor. Por isso não fique de braços cruzados. Prepare-se para a vinda do teu Senhor. Em breve Ele chegará. Note que, como vimos nas duas parábolas, há preparação adequada contrastada com negligência. Não houve o despreparo completo, mas negligência: negligência em abandonar algum mau hábito; negligência em confessar os pecados cometidos; negligência em desenvolver os frutos do Espírito; negligência em tirar vantagem completa das oportunidades que Deus coloca diante deles; em resumo, negligência em tornar-se como seu Senhor. Como vai a tua preparação? Está sendo com inteligência ou negligência?

É verdade que nas duas parábolas houve demora na chegada. “E, tardando o noivo”. O senhor dos servos voltou “depois de muito tempo”. Só que isso não deve ser motivo para o desleixo. É muito fácil para as pessoas mal interpretarem a demora da vinda do Senhor. Elas vêem isso como motivo para descuido e descrença, quando deviam vê-la como evidência da longanimidade do Senhor que conduz à salvação. E você, como tem agido ante a demora de Deus?

Aqui não vale encostar-se à sua esposa, marido, pais ou filhos. A responsabilidade individual. As virgens prudentes não podiam compartilhar seu óleo com as tolas. O servo de um talento não podia sentir-se confortável com o fato de oito talentos terem-se tornado quinze. Cada um tinha que prestar contas pelo que tinha feito pessoalmente. Assim será quando o Senhor retornar. Nenhum pai será capaz de partilhar um pouco da sua fidelidade com os seus filhos; nenhum esposo com a sua esposa ou vice-versa; nenhum amigo com outro amigo. Ninguém poderá se gabar dizendo “veja o que nós fizemos”; ele só pode obter a graça na base de sua própria preparação e prudência. A salvação é individual e não coletiva.

Pois Deus nos conhece pelo nome e assim nos trata. No final de tudo haverá a escolha. Deus há de mandar os seus anjos para separar os bons dos maus. As cinco virgens prudentes entraram com o noivo no casamento, enquanto as cinco tolas não puderam entrar. Os servos dos cinco e dos dois talentos entraram na alegria de seu senhor, enquanto o de um talento foi lançado fora, nas trevas. A expressão “Fechou-se a porta”, encontrada na parábola das dez virgens, é uma das expressões mais tristes nas Escrituras para todos aqueles que não estiverem preparando prudentemente a vinda do Senhor.

Pai, mantenha acesa em mim a chama do zelo pelas coisas do Reino, de modo que eu esteja sempre preparado para o encontro com teu Filho Jesus.
Fonte Canção Nova

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

EMPREGADO FIEL E EMPREGADO INFIEL Mt 24,42-51 - 25.08.2016

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HOMILIA

Este texto de Mateus é a conclusão do “discurso escatológico”, sobre o fim dos tempos. Este “discurso” é uma coleção de textos que se constituíram como tradição das comunidades de discípulos de Jesus. Tais textos escatológicos estão presentes, também, nos evangelhos de Marcos e Lucas. No de hoje, encontramos os temas da vigilância e do julgamento final, com a condenação de alguns em contraposição à salvação de outros. Esta visão escatológica tem origem no Primeiro Testamento, em que prevalece a figura do Deus poderoso e punitivo. O estímulo à ação é o temor. Com a revelação do Deus de amor, em Jesus, predomina a perspectiva da sedução pela ternura e mansidão do coração. Com a encarnação, realiza-se a presença do Deus de amor no tempo presente.

Trazemos dentro de nós um desejo e um anseio de eternidade. Por isso nos confundimos achando que permaneceremos para sempre instalados aqui neste mundo. Jesus nos exorta para que fiquemos vigilantes quanto ao fato da brevidade da nossa vida. Na verdade, estamos aqui apenas estagiando e necessitamos ter consciência do valor do nosso tempo e das descobertas que, a todo o momento, nós fazemos em relação ao projeto de Deus para bem vivermos a nossa existência terrena. Por isso, precisamos então todos os dias pesar, medir e contar os nossos atos, as nossas intenções, pedindo ao Senhor graças para que sejamos encontrados no nosso posto quando Jesus voltar. Nunca chegará o dia em que nós poderemos descansar e nos refestelar achando que já cumprimos toda a nossa missão. A cada dia o Senhor nos mostra algo novo para vivenciarmos e nos renova a fim de que possamos assumir a obra que Ele nos destinou. O nosso compromisso com Deus é em relação ao nosso irmão e o amor que vivermos será o parâmetro da fidelidade da nossa vida. “Por isso, também, fiquemos preparados,” porque é esta a mensagem do Senhor hoje para nós!

Você costuma se perturbar quando lhe falam da morte? Você tem desejo de eternidade? Será que seria bom viver somente aqui para esta vida: o que você acha disso? Você é vigilante? O que você espera do seu futuro? O que você acha que Deus ainda vai entregar a você, como compromisso?

Lembre-se! Para nós cristãos a vigilância tem um novo sentido. É estar atento às necessidades dos irmãos, particularmente os mais carentes, na busca da justiça. No serviço e na partilha da vida, entra-se em comunhão com o próprio Jesus, hoje presente entre os irmãos. Hoje temos duas parábolas na forma comparativa, exortando à vigilância. A motivação é a expectativa da volta do Senhor. Enquanto é aguardada esta volta deve-se vigiar, para não ser pego de surpresa. Esta expectativa da “volta do Senhor” foi se frustrando com o tempo, dando lugar à visão mais realista do encontro com Jesus, já presente entre nós, no nosso próximo e irmão, principalmente nos mais carentes e necessitados. Vigiar é estar atento à vontade do Pai que quer que todos sejam um, sem privilegiados e excluídos. Temos aqui um texto típico de Mateus sobre o fim dos tempos. E por isso, devemos estar sensível, ou seja, atentos às necessidades de nossos irmãos, sobretudo os mais simples, humildes e excluídos, de modo a assumirmos o serviço como realização pessoal e partilha da vida para com eles, a fim de que eles nos venham a receber no reino dos Céus.

Pai, faça de mim um servo fiel e prudente, disposto a pautar toda a vida pelos ensinamentos de teu Filho Jesus. Que eu jamais seja insensato!
Fonte Canção Nova

terça-feira, 23 de agosto de 2016

JESUS CHAMA FILIPE E NATANAEL Jo 1,45-51 - 24.08.2016

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HOMILIA

Ao iniciar sua vida pública, Jesus começa, lentamente, a escolher os seus discípulos que, à medida que atendiam o chamado largavam tudo e continuavam a caminhada junto com Ele. Assim dentre os discípulos de João Batista. André, chamado por Jesus, chama Pedro e Filipe, e este chama Natanael. Natanael, diante da origem humilde de Jesus, manifesta sua incredulidade. Porém, ao primeiro contato com ele, Natanael o aclama como Filho de Deus e Rei de Israel. Jesus descarta este título de poder, identificando-se com o Filho do Homem, a presença divina no simplesmente humano que abre as portas do céu. O título “Filho de Deus” tem duplo sentido: título de realeza, comum nos reinos e impérios, e título específico de Jesus, enquanto presença divina, amorosa, encarnada. Natanael o usa no primeiro sentido. Jesus insinua que sua realidade é outra: por ele, o Filho do Homem, serão abertas as portas do céu aos humanos. Jesus vem realizar o projeto de Deus, que é levar o humano à plenitude pela comunhão com o amor divino.

Antes de ser chamado, Natanael conversava com Felipe que lhe disse haver encontrado aquele de quem escreveram Moisés e os Profetas: – Jesus de Nazaré, o filho de José. “Ao que Natanael lhe responde: – Por acaso pode sair algo de bom de Nazaré?” Nazaré era uma cidade pequena e habitada por pessoas muito simples. Jesus se aproxima dos dois naquele momento e Felipe diz a Natanael: – “Vem e vê!” Assim que ele olha encontra o seu olhar com o olhar de Jesus, que lhe diz: -“Eis um verdadeiro Israelita, no qual não há enganos”. E, assustado ele pergunta a Jesus: – “De onde me conheces?” Jesus lhe diz: – “Antes que Felipe te chamasse eu te vi quando estavas debaixo da figueira.” Daí Natanael exclama:- “Mestre, tu és o Filho de Deus, Tu és o Rei de Israel”.

Na nossa vida, como a Natanael, Jesus nos pergunta de várias maneiras, para nos incentivar a caminhar nos Seus caminhos; para vivermos fundamentados nos seus ensinamentos de Filho de Deus, demonstrando com a Sua vida, o verdadeiro lugar do amor na vida de todos os que O seguem. Muitas são as vezes que nós somos displicentes e, deixando-nos levar pelo barulho do mundo, principalmente, nos dias atuais, não percebemos o amor de Deus a nos abraçar e a falar dentro do nosso coração, completamente diferente daquilo que temos na nossa cabeça. Sem forçar, sem exigir, Ele não nos abandona nesses tempos; deixa-nos livres para seguirmos a nossa cabeça ou o nosso coração. Após tomarmos a atitude escolhida, vamos colher seus frutos, se bons ou ruins, advindos como resultados da nossa decisão tomada.

Rimos, ficamos felizes e alegres, se agimos acertadamente, mas , choramos e sofremos muito se erramos, agindo pelo instinto somente, sem usarmos o nosso coração. Assim aconteceu com Natanael que diminuiu Jesus pela Sua procedência, não lhe dando o valor que o próprio Criador nos ensina no Antigo Testamento. Jesus veio para salvar a humanidade, não descansou jamais, para cumprir a Missão a que veio: – Salvar a todos os seus irmãos, que somos todos nós, dando-nos a oportunidade de errarmos durante a nossa vida e, aceitando a qualquer momento o nosso arrependimento sincero e, nos levando para junto do Pai, na Eternidade, onde Ele nos espera desde que nascemos.

Por isso, devemos cultuar o perdão na nossa vida, nunca o negando aos que nos ofendem, aos que não gostam de nós, aos que nos prejudicam, nos ignoram ou não nos aceitam. Aí reside a nossa prova de que amamos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Assim é a essência do maior dos mandamentos que Jesus nos trouxe para a nossa salvação. Pois você verá coisas maiores do que esta. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: vocês verão o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem.

Pai leva-me a conhecer, cada vez mais profundamente, a identidade de teu Filho Jesus, e a fazer-me discípulo dele, de modo a compartilhar sua missão.
Fonte Canção Nova

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Quem encontra o Cristo encontra o sentido para a sua vida - 23.08.2016

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HOMILIA


Quem encontra o Cristo encontra o sentido para a sua vida! Encontre este tesouro precioso que se chama Jesus. Ele dará o sentido, o sabor, o valor e o gosto que a sua vida tanto precisa e merece.

“O Reino dos Céus também é como um comprador que procura pérolas preciosas. Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola” (Mateus 13, 45-46).

Ao meditar sobre a riqueza e sobre o significado do Reino de Deus em nossa vida, hoje, mais uma vez Jesus mostra-nos qual é o verdadeiro tesouro, porque o Reino dos Céus é um tesouro escondido no campo, é um tesouro que existe, mas não está aí para todo mundo ver ou achar. Ele precisa ser procurado e lapidado; precisamos nos esforçar para encontrar os tesouros escondidos no Reino dos Céus.

Quão precioso é um tesouro escondido, valoroso, de mais valor e importância do que qualquer outro tesouro! Quando alguém procura pérolas, e existem pérolas de vários valores e qualidades, e encontra uma pérola preciosíssima como nenhuma outra, essa pessoa deixa as outras pérolas para cuidar desta pérola preciosa que encontrou. Você vende seus bens e tudo o que você tem para ter aquela única pérola (cf. Mt 13, 45-46).

Nós vivemos a vida inteira em busca de uma “pérola”, em busca de um “tesouro”, ou seja, em busca de um sentido para a nossa vida, uma razão para a nossa existência. Algo que realmente possa nos preencher e dar sabor à nossa vida. Muitas vezes, nós nos enganamos, nos iludimos e vamos por caminhos errados; achamos que os bens e que os tesouros deste mundo dão sentido e valor à nossa vida. Outras vezes, paramos em pessoas e em situações e não descobrimos o tesouro essencial.

Quem encontra o Cristo encontra o sentido para a sua vida! Quem se encontra com Jesus, quem O descobre, quem entra no tesouro precioso, que é o Coração de Jesus, encontra a sua razão de viver. Assim como os apóstolos um dia encontraram o Senhor e tudo deixaram por Ele, quando nós encontramos Jesus deixamos de confiar em outras coisas e deixamos de colocar o nosso coração em outros valores que não são os valores do Reino de Deus.

Permita que o Reino de Deus entre em você, permita ser invadido por esse Reino, por essa pérola preciosa para que ela realmente dê sentido, sabor e valor à sua vida. A alegria que toma conta de um coração que se despoja por Deus, a alegria que toma conta de um homem e de uma mulher que fazem de Jesus o seu tesouro é única, é uma alegria indescritível, que não merece comparação.

Deixe-me dizer a você: Encontre este tesouro precioso que se chama Jesus. Ele dará o sentido, o sabor, o valor e o gosto que a sua vida tanto precisa e merece.

Deus abençoe você!


Padre Roger Araújo

Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte Canção Nova

domingo, 21 de agosto de 2016

O SIM DE MARIA Lc 1,26-38 - 22.08.2016

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HOMILIA

No Evangelho de hoje três aspectos me chamaram a atenção: a Fé de Maria que não questiona a vontade de Deus transmitida pelo anjo, o conteúdo da mensagem do anjo e a obediência expressa na resposta: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.”

Maria recebeu o dom da divina maternidade porque teve fé e pela fé se torna felizarda. O nascimento de Jesus é obra da intervenção de Deus, pois Maria concebe sem conhecer homem algum. Aquele que vai iniciar nova história surge dentro da história de maneira totalmente inédita.

0 título Filho de Deus, associado à ostentação de poder, foi atribuído aos faraós e a outros chefes de nações ou impérios, além de ao próprio rei Davi.  Muitos discípulos de Jesus se inclinaram a essa interpretação. Jesus, contudo, sempre se colocou em relação de filiação com o Deus Pai, misericordioso e todo amoroso. Filho de uma jovem pobre e de um carpinteiro, Jesus revela-se como o Filho de Deus humilde e solidário com os pobres e excluídos, aos quais deseja comunicar a vida divina.

Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra. Palavras muito simples mais que atraem responsabilidade. Pois doravante aquela pobre menina vai ser depositária dos desígnios de Deus. Deus entra no tempo por meio do sim de Maria que se coloca como escreva ao serviço do seu senhor 24 horas por dia.

Maria é um exemplo de humildade e obediência ao Pai. Devemos aprender com Maria a darmos sempre o sim a Deus acolhendo com humildade a Sua vontade sobre nós e nossas comunidades.        

Maria do Sim me ensina a dizer e viver o meu sim a Deus.
Fonte Canção Nova

sábado, 20 de agosto de 2016

DEIXE-TE VISITAR POR MARIA COMO ISABEL Lc 1,39-56 - 21.08.2016

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HOMILIA

Todo aquele intercâmbio de vida, todo aquele diálogo de amor à luz do Espírito Santo, leva Maria a um canto de ação de graças e de louvor, inspirado no canto de Ana, a mãe de Samuel (cf. Sm 2,1-10). É que tanto lá como aqui, se realimenta a esperança dos pobres por uma intervenção de Deus Salvador. Jesus, de fato, significa – Deus Salva! A primeira parte do canto apresenta o louvor e a santificação do nome de Deus por parte de Maria. Na verdade, Deus pôs seu olhar sobre aquela humilde jovem de Nazaré, fazendo grandes coisas em seu favor. Deus exalta sua humildade, de tal modo que todas as gerações têm a obrigação de chamar a Mãe de Deus de Bem-Aventurada, ou seja, de Santa.

Assim, Jesus é concebido como a misericórdia de Deus em ação, trazendo vida para todos, restaurando a fraternidade entre os filhos de Deus.

Ao descrever a visita de Maria a Isabel, Lucas quer mostrar Maria como um modelo de solidariedade, da comunidade fiel que atende a todos os irmãos necessitados. O serviço de Maria a Deus se concretiza no serviço aos irmãos e irmãs necessitadas. Descrevendo a visita de Maria a Isabel, Lucas quer ensinar como as pequenas comunidades devem fazer para transformar a visita de Deus em serviço aos irmãos e irmãs. Nossa acolhida à Palavra de Deus concretiza-se no serviço concreto às pessoas mais carentes.

Lucas acentua a prontidão de Maria em atender ao apelo de Deus contido nas palavras do anjo. O anjo tinha lhe falado da gravidez de Isabel. Imediatamente, Maria sai de sua casa para se colocar a serviço de Isabel. De Nazaré até as montanhas de Judá são mais de 100 quilômetros de caminhada. Tal atitude de Maria frente ao apelo da Palavra quer nos ensinar que não devemos nos fechar sobre nós mesmos, atendendo apenas as pessoas que nos são conhecidas ou que estão mais perto de nós. Devemos sair de casa, e estar bem atentos e atentas às necessidades concretas das pessoas e procurar ajudar na medida de nossas capacidades e possibilidades.

Até pouco tempo Maria levava uma vida “normal”; porém, depois do grande anúncio tudo muda; só Deus sabe o que passou em seus pensamentos, talvez muitas preocupações diante de um fato tão grandioso, do qual estava participando diretamente. Porém, uma coisa é certa: ela confia no Senhor. Não ficou presa no fato em si, mas põe-se, como nos diz a leitura, a caminho.

No diálogo que teve com o anjo, ‘na anunciação’, Maria fica sabendo que também Isabel foi agraciada milagrosamente: Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice, e este é o sexto mês para aquela que chamavam de estéril. Maria vai visitar sua parenta e ao vê-la confirma-se o que anjo já lhe havia falado.

Quando Isabel ouviu a saudação de Maria a criança lhe estremeceu no ventre e Isabel ficou repleta do Espírito Santo.

Ao chegar na casa de Isabel, após uma longa viagem de pouco mais de cem quilômetros, as duas mulheres se encontram, e não só elas, também os frutos da bondade e do amor de Deus. Aqui aproveito para abrir um pequeno parêntese: Maria estava com poucos dias de gestação, e ainda assim o seu filho foi percebido por Isabel, e o ainda não nascido João Batista. Como é que podem alguns ainda colocar em dúvida se o feto não constitui ainda um ser humano, capaz de reconhecer as grandes maravilhas de Deus, mesmo que estes sejam de poucos centímetros?

Maria foi a primeira anunciadora da boa nova, junto com ela, leva a mesma alegria recebida do anjo, leva também o Cristo e o Espírito Santo. Como não querer bem a uma mulher que soube realizar a vontade do Pai? Maria é aquela que conduz Jesus até aquela família, mais tarde será ela também que pede a Jesus para que ajude os noivos nas bodas de Caná; e ainda hoje ela continua atenta as nossas necessidades, com seu olhar materno.

Diante de tudo que recebeu, ela não se exalta, mas bendiz o Senhor: Minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito exulta em Deus meu Salvador. Este canto, que Lucas colocou nos lábios de Maria, relembra o que Deus fez em Maria, a Serva do Senhor. Mas recorda também o que Deus fez pelos pobres através de Jesus. Ele inverte as falsas situações humanas no campo religioso, político e social.

Pois Sua misericórdia perdura para sempre para os que o temem. Aos que não o temem – os orgulhosos – Ele dispersou com a força do seu braço. Ele derrubou do trono os poderosos. Quanto aos humildes, submissos e oprimidos, Ele os exaltou. Ele cumulou de bens os famintos e despediu os ricos de mãos vazias. Deixemo-nos visitar por Deus! Mas estejamos atentos com a mesma sensibilidade de Isabel e João Batista. Que possamos reconhecê-lo, acolhê-lo e com Ele alegrar-se.

Pai conduza-me pelos caminhos de Maria, tua fiel servidora, cuja vida se consumou, sendo exaltada por ti. Que, como Maria, eu saiba me preparar para a comunhão plena contigo.
Fonte Canção Nova

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Precisamos lutar contra a hipocrisia - Mt 23,1-12 - 20.08.2016

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HOMILIA

E a hipocrisia é justamente isto: é falar uma coisa e praticar outra; crer em uma coisa e viver de forma totalmente diferente daquilo em que se crê.

”Mas não imiteis suas ações! Pois eles falam e não praticam” (Mateus 23,3).

O relato do Evangelho de hoje coloca Jesus em um confronto direto com os fariseus e com a realidade em que os fariseus vivem. Nesse Evangelho o Senhor ensina aos Seus discípulos e as multidões que O seguem uma verdadeira catequese contra a hipocrisia. E a hipocrisia é justamente isto: é falar uma coisa e praticar outra; crer em uma coisa e viver de forma totalmente diferente daquilo em que se crê.

Sabem, meus irmãos, não é hora de nós olharmos para o erro deste ou daquele, porque, quando nós paramos para observar a nossa vida, vemos que ela é cercada de hipocrisias de um lado e de outro. A  nossa própria condição de pecadores nos deixa nessa situação hipócrita, nós queremos fazer o bem e acabamos fazendo o mal, nós prometemos amar a todos, mas só conseguimos amar alguns e olha lá!

Nós nos comprometemos com Deus a viver a Sua vontade, mas nos sucumbimos a tentações e a fragilidades, escondemos pecados que só nós e Deus conhecemos, às vezes os levamos para o confessionário.  Mas, muitas vezes, são situações que vivemos que vão se arrastando dentro de nós, de modo que a hipocrisia acaba sendo uma realidade para cada um de nós. É óbvio que é preciso separar o joio do trigo.

Há o hipócrita que se conformou com essa situação, que sabe da sua dificuldade, da sua miséria, mas simplesmente transforma o erro em uma coisa certa e já não quer mais ser corrigido, já não quer ser mais ajudado, não quer mais ser orientado: ”Eu sou assim e pronto e acabou!” . E pior ainda: nem reconhece que tem erros ou limites, acaba sendo duro, impiedoso com o erro dos outros, mas esconde os seus próprios erros e hipocrisias debaixo do tapete que nem ele mesmo é capaz de enxergar. Essa hipocrisia, sim, é perigosa! É a hipocrisia de quem não consegue fazer um ato de contrição, um bom exame de consciência, já não consegue mais ver seus erros e limites.

Do outro lado há a hipocrisia do dia a dia, da luta, aquele que quer ser melhor e nem sempre consegue; cai, levanta, pede ajuda, socorro, levanta, luta, lida com suas fraquezas, mas confia em Deus, não consegue ser perfeito. E quem de nós consegue? Mas ele luta e combate o mal, não se conforma com seus próprios erros; claro não se trata de viver se acusando, se culpando, mas se trata de humildemente se reconhecer pecador: ”Eu sei que estou errado e preciso de ajuda para mudar, que Deus me ajude, que o próximo me ajude, que eu busque auxílio na confissão, na direção espiritual, em um conselho, ao receber oração”. Ele não mascara a sua realidade. O ruim é quem sabe que está errado, mascara a sua realidade e transforma o erro em coisa certa!

O seu pecado pode ser o maior do mundo, se você reconhece, se você quer que Deus o ajude, que o próximo e que a Igreja o ajudem, pode ter certeza de que Deus o  ama independente do seu erro ou do seu pecado. Só não seja como os fariseus vivendo uma hipocrisia religiosa, duro com os outros, mas não é capaz de reconhecer os seus próprios erros.

Que Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte Canção Nova

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quinta-feira, 18 de agosto de 2016

DE QUE MODO AMAS A DEUS? Mt 22, 34-40 - 19.08.2016

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HOMILIA

Rezando e lendo o Evangelho, indo à Missa aos Domingos e Dias Santos de Guarda, pensando nas três pessoas da Santíssima Trindade, ouvindo e divulgando a sua Palavra, acreditando em Jesus. De que modo nós amamos as pessoas que fazem parte do nosso dia-a-dia na família, na escola e que são próximas a nós? Respeitando, evitando uma briga, não roubando, não prejudicando, sorrindo, cumprimentando, perdoando, tolerando, ajudando, demonstrando interesse, compreendendo, falando bem, mostrando seus erros, corrigindo, não sendo falso, mas amigo de verdade, não fazendo fofoca, não estragando as coisas dos outros, não fazendo bagunça durante às aulas, não tendo inveja e não desejando o mal a ninguém, não fazendo brincadeiras de mal gosto, obedecendo os professores e os pais, tendo pena e ajudando: os cegos, mendigos, paralíticos e outros deficientes, etc. Sendo honesto, dando esmola a um pobre, não mentindo, não sendo fingido, não caluniando, não guardando rancor, não tendo ódio, não sendo preguiçoso, não divulgando os defeitos dos outros, não ofendendo, não fazendo gozação, enfim, procurando acertar mais e errar menos, querendo para os outros exatamente o que desejamos para nós.

Cristão é aquele que vive o amor de Cristo e trabalha para construir um mundo melhor, combatendo as coisas erradas, por exemplo. O cristão cresce, ou se valoriza como pessoa, quando ele se preocupa com o verdadeiro desenvolvimento dos outros. Quando procura viver como irmão. E é esse amor fraterno que dá sentido a nossa vida e à vida das outras pessoas. Mas será que vivemos sempre esse amor fraterno? Será que no nosso dia-a-dia na família, na escola, no trabalho, nós nos esforçamos realmente para que este mundo seja melhor? Recebemos de Deus a tendência natural para fazermos o que Ele nos manda, de maneira que não podemos insurgir-nos, como se Ele nos pedisse uma coisa extraordinária, nem orgulhar-nos, como se déssemos mais do que aquilo que nos é dado. Ao recebermos de Deus o mandamento do amor, possuímos imediatamente, desde a nossa origem, a faculdade natural de amar. Não foi a partir do exterior que fomos por ela formados; e isto é evidente, porque procuramos naturalmente aquilo que é belo; sem que no-lo ensinem, amamos aqueles que nos são aparentados, pelos laços do sangue ou de uma qualquer aliança; enfim, de boa vontade damos provas de benevolência aos nossos benfeitores. Ora, haverá coisa mais admirável do que a beleza de Deus? Haverá desejo mais ardente do que a sede provocada por Deus na alma purificada, que exclama com emoção sincera: «Desfaleço de amor» (Cant 2, 5)? Esta bondade é invisível aos olhos do corpo, só podendo ser captada pela alma e pela inteligência. Sempre que iluminou os santos, deixou neles o aguilhão de um grande desejo, a ponto de eles exclamarem: «Ai de mim, que vivo no exílio» (Sl 119, 5), «Quando poderei eu chegar, para contemplar a face de Deus?» (Sl 41,3), «Desejo partir para estar com Cristo» (Fil 1, 23) e «A minha alma tem sede do Senhor, do Deus vivo» (Sl 41, 3). É assim que os homens aspiram naturalmente ao belo. Mas aquilo que é bom é também supremamente amável; ora, Deus é bom; portanto, se todas as coisas procuram o que é bom, todas as coisas procuram a Deus. Se o afeto dos filhos pelos pais é um sentimento natural, que se manifesta no instinto dos animais e na disposição dos homens para amarem as mães desde tenra idade, não sejamos menos inteligentes do que as crianças, nem mais estúpidos do que os animais: não nos apresentemos diante de Deus que nos criou como estrangeiros sem amor. Mesmo que não tivéssemos compreendido, pela Sua bondade, Quem Ele é, devíamos ainda assim, apenas pelo fato de termos sido criados por Ele, amá-Lo acima de tudo, e permanecer ligados à memória do que Ele é, como as crianças permanecem ligadas à memória de sua mãe pelo amor que essa lhe dedicou.

Só o amor de uma mãe pode tornar agradável a Deus a ação do homem: “Compreendo tão bem, que somente o amor pode nos tornar agradáveis ao Senhor, que isso constitui minha única ambição. O amor “é tudo.” O homem poderia fazer coisas grandiosas, mas sem o amor, permaneceriam vazias, completamente desvitalizadas como um corpo sem alma. Seu valor não depende da grandiosidade, mas do amor com o qual foram idealizadas e realizadas. O amor é o único elemento que pode plasmar e dar finalidade dignamente a todo o agir humano. “Com amor, não caminho apenas, ponho-me a voar.” Você já compreendeu que só o amor que você viver será agradável a Deus? Como você tem vivido o amor com o próximo? Você sabia que ser santo é amar? De que modo amas a Deus?

Pai, grava no meu coração o mandamento do amor a Ti e ao meu semelhante, de modo que toda a minha ação encontre seu sentido nesta dupla fidelidade.
Fonte Canção Nova

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

COM OU SEM VOCÊ A FESTA DE CASAMENTO SE REALIZA Mt 22,1-14 - 18.08.2016

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HOMILIA

Esta parábola das bodas, registrada somente por Mateus, foi proferida por Jesus, em Jerusalém, em sua última semana de vida sobre a terra. Essa última semana de vida de Jesus, em Jerusalém, foi de conflito contra todos os líderes religiosos: sacerdotes, escribas, fariseus, anciãos do povo. Na verdade, o mentor desta guerra contra Jesus era Satanás que queria se opor ao plano de Deus.

Na parábola das bodas, Jesus fala que o reino dos céus é semelhante a um certo rei que celebrou as bodas de seu filho e enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas. Estes, porém, não quiseram vir mesmo depois que o chamado foi renovado, com a observação de que tudo já estava preparado. Houve não só manifestação de indiferença como também até uso da violência contra os servos do rei, alguns dos quais chegaram a ser mortos. O rei, então, enfurecido, mandou seus exércitos, destruiu os homicidas e incendiou a cidade, tendo, então, chamado pessoas de fora dos limites da cidade para participar das bodas, sendo, então, recolhidos bons e maus. Com a festa nupcial cheia de convidados, o rei foi observar os convidados e encontrou um homem sem trajes nupciais que, depois de interrogado e nada ter dito, foi lançado às trevas exteriores, onde há pranto e ranger de dentes. Por isso, concluiu Jesus, muitos são chamados e poucos, escolhidos. Esta afirmação de Cristo deve ser verificada dentro do contexto da parábola. O rei chamou muita gente, mas aqueles que atenderam ao seu convite e participaram efetivamente da festa foram poucos, em relação à população convidada. Havia muita gente no banquete, mas esta muita gente era pouca em relação aos que haviam sido convidados. Do mesmo modo, os salvos são poucos em relação a toda a humanidade, que foi convidada para a salvação. O chamado é para todos, mas os escolhidos, ou seja, aqueles que atenderam ao chamado e se trajaram convenientemente, são poucos. Vemos, pois, que, ao contrário do que dizem alguns, este texto, ao invés de ser base para a doutrina da predestinação, confirma que a escolha é resultado do exercício do livre-arbítrio dos salvos.

De diversas maneiras o Senhor tem insistido conosco e, se não atendemos ao seu chamado, corremos o risco de que chegue o dia em que talvez nem tenhamos mais chance de sermos convidados. Outros ocuparão o nosso lugar. Porém, para atender ao convite do Senhor, não nos basta apenas ir e estar presente. Teremos, ao mesmo tempo, de assimilar a mentalidade do Evangelho, vestir a veste branca dos ensinamentos do Senhor, porque do contrário, destoaremos. Precisamos assumir de coração o nosso lugar na festa. Quantas pessoas nós encontramos no meio da comunidade ou da Igreja que teimam em não acolher os mandamentos de Deus e têm a sua concepção própria servindo muitas vezes de pedra de tropeço para outros que desejam seguir as práticas evangélicas. Neste caso, apesar de estarmos presentes de “corpo” poderemos ser enxotados e não haver mais lugar para nós dentro do reino. Quando aceitamos o convite de Jesus para participar do Seu reino precisamos nos desvencilhar de todos os nossos conceitos e preconceitos e nos deixar guiar pelo Espírito Santo que nos revestirá com a veste da santidade de Deus. Será que você também não é como este homem da veste diferente que a todo momento se posiciona contrário e dá testemunho falso dentro da sua família ou comunidade? Perceba como são as suas reações e veja se você precisa se emendar. Porque a festa das Bodas do Cordeiro não deixará de ser realizada se eu, ou você, recusarmos o convite para fazer a Obra de Deus. Na Igreja, ninguém, mas ninguém mesmo é insubstituível. Nem Moisés foi considerado insubstituível, até mesmo no momento em que mais Israel precisava dele, que era a conquista de Canaã.

Os propósitos de Deus não são frustrados – Pela Bíblia sabemos que Deus tem um plano, elaborado. E Ele trabalha de acordo com esse plano, zelando pelo seu fiel cumprimento; sabemos que Deus remove todo e qualquer obstáculo que tentar impedir a realização do seu plano, bem como substitui toda e qualquer pessoa, grupos, povos, nações, denominações evangélicas, que se recusarem a colaborar para a realização de seu plano.

Na parábola das bodas, o rei não adiou, e não cancelou a festa das bodas de seu filho, devido a recusa de seus convidados, os quais, segundo ele, não eram dignos. No dia determinado a festa nupcial ficou cheia de convidados. Os que rejeitaram o convite ficaram de fora, perderam a oportunidade que lhes fora oferecida; outros convidados ocuparam seus lugares, e a festa se realizou. Eu e você, meu irmão, não somos insubstituíveis, seja qual for o trabalho que estamos fazendo. Se nós recusarmos, Deus levantará outros, porque nada e nem ninguém poderá impedir a realização do seu plano.

A festa das Bodas do Cordeiro não deixará de ser realizada se eu, ou você, recusarmos o convite para fazer a obra de Deus. Na Igreja, ninguém, mas ninguém mesmo, é insubstituível.

Pai, tendo respondido ao teu convite para ser discípulo do Reino, desejo conformar toda a minha vida ao teu querer sendo fiel a ti para que não seja excluído da festa nupcial. Pois com ou sem eu a festa não deixa de ser realizada.
Fonte Canção Nova

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