quinta-feira, 30 de março de 2017

Homilia - 11.04.2017

GLORIA DO FILHO DO HOMEM Jo 13,21-33.36-38
HOMILIA

Estamos no dia mais movimentado do Ministério Público de Jesus. Trata-se da última Terça Feira que Jesus passou na terra, antes da Sua morte na cruz.

O dia começou bem cedo, com a saída de Jesus e Seus discípulos de Betânia para Jerusalém, e terminou pela noite dentro, num jantar, em Betânia, onde Maria unge Jesus para a sepultura, Jesus aponta o traidor e delineia o conteúdo do novo mandamento e de onde Judas sai possuído por Satanás, para trair o seu Mestre, entregando-o aos principais dos sacerdotes e capitães do templo. Infelizmente, Judas é uma peça na articulação dos chefes religiosos do templo e das sinagogas ao planejarem a morte de Jesus. Felizmente porque tendo sido configurado o ato de traição de Judas, Jesus anuncia a glorificação do Filho do Homem. É a manifestação plena do amor de Jesus, até o fim, sem limites. A partir da traição de Judas a glória de Jesus:Paixão e Morte, é a obra de Sua vida em plenitude, pela qual nos tornamos eternamente perfeitos.

O dia está cinzento e nublado por causa dos bombardeamentos, de acusações e respostas dadas pelo Senhor às ardilosas questões dos fariseus, saduceus e herodianos, sobre a sua autoridade, ressurreição dos mortos, tributo, grande mandamento; fica também o discurso escatológico de Jesus, a profecia da destruição de Jerusalém, ensinos sobre a segunda vinda, condenação dos ímpios e galardão dos salvos.

É um dia terrivelmente desgastante e que só Jesus, o Senhor, podia concretizar. Ele foi fiel, concreto e objetivo. Nada deixou por fazer.

É Terça-feira santa Jesus vislumbra já a Sua futura trajetória na qual com a Cruz às costas e com um sorriso dirá: Está consumado.

O evangelista João dirá várias vezes que se tratava de um ladrão. Logo, alguém de caráter duvidoso, de quem se pode esperar tudo. A traição seria apenas mais uma manifestação da personalidade malsã deste discípulo. Os evangelhos, em geral, referem-se a Judas como alguém que vendeu sua própria consciência ao aceitar entregar o Mestre por um punhado de dinheiro. Entretanto, é possível suspeitar de outras razões desta atitude tresloucada. Será que Judas entendeu, de fato, o projeto de Jesus? Terá sido capaz de abrir mão de seus esquemas messiânicos para aceitar Jesus tal qual se apresentava? Estava disposto a seguir um Messias pobre, manso, amigo dos excluídos e marginalizados, anunciador de um Reino incompatível com a violência e a injustiça? Judas esperava tirar partido do Reino a ser instaurado por Jesus. Vendo frustrado o seu intento, não teria tido escrúpulo de traí-lo? Uma coisa é certa: Judas como muitos de nós, estava longe de sintonizar-se com Jesus. Algo parecido acontecia com Pedro, que haveria de negá-lo. A diferença entre os dois é que este recuou e se converteu à misericórdia do Senhor.

Meu irmão minha irmã o texto de hoje nos revela a Festa já da última Ceia. S. João vai interpretando os acontecimentos de maneira simbólica: atrás do pão, Satanás entra em Judas; já era noite; a morte de Jesus que já ferimos, é a sua glorificação; Pedro, segui-l’O-à depois, mas antes O nega. Espiritualmente está com vontade e desejo de seguir o seu Mestre. Mas a carne impedia-o de fazê-lo. Jesus está cada vez mais abandonado dos homens, ao mesmo tempo em que é o seu Salvador, por isso não olha para traz e segue o Seu caminha. Ele sabe que chegou a hora da glorificação do Filho do Homem: Agora a natureza divina do Filho do Homem é revelada, e por meio dele é revelada também a natureza gloriosa de Deus. E, se por meio dele a natureza gloriosa de Deus for revelada, então Deus revelará em si mesmo a natureza divina do Filho do Homem. E Deus fará isso agora mesmo.

Depois da rejeição dos meios oficiais, vem agora a traição e a negação dos seus. Esta foi a atitude dos dois discípulos. Mas, muitas vezes é nossa também. Quantas vezes depois de um emprego adquirido, depois de uma linda esposa ou esposo maravilhoso, de um filho pedido, uma casa própria, de uma graça recebida, colocamos Jesus de lado e o que é grave trocámo-l’O pelos bens temporais e o negamos?

Olhemos para nós e nos perguntemos se somos fiéis ao Evangelho e se O testemunhamos no mundo de hoje.
Fonte http://homilia.cancaonova.com/

Homilia - 10.04.2017

JESUS EM BETÂNIA Jo 12, 1-11
HOMILIA

Nosso Senhor amava Lázaro, Marta e Maria. Ele volta a Betânia seis dias antes da Páscoa: “Jesus visita de novo os Seus amigos de Betânia. Comove ver como o Senhor tem esta amizade, tão divina e tão humana, que se manifesta num convívio freqüente”.

Cristo Jesus sempre foi muito bem recebido por Lázaro, Marta e Maria, em qualquer dia e a qualquer hora, com alegria e afeto. Havia grande respeito, atenção e caridade entre eles. E meu irmão, minha irmã qual tem sido o teu comportamento ante, os que não têm por onde reinclinar a cabeça? Assim como Lázaro, Marta e Maria recebiam o Senhor em sua casa com alegria e amor, abramos também o nosso coração para recebê-lO.

São milhares aqueles que negam hospedagem para Cristo Jesus em seus corações, mas escancara-os para o mundo e suas vaidades; esses vivem com a alma cheia de vícios: a alma, sem a presença de seu Deus e dos anjos que nela jubilavam, cobre-se com as trevas do pecado, de sentimentos vergonhosos e de completa ignomínia. Ai da alma se lhe falta Cristo, que a cultive com diligência, para que possa germinar os bons frutos do Espírito! Deserta, coberta de espinhos e de abrolhos terminará por encontrar, em vez de frutos, a queimada. Ai da alma, se seu Senhor, o Cristo, nela não habitar! Abandonada, encher-se-á com o mau cheiro das paixões, virará moradia dos vícios” diz São Macário.

Era costume da hospitalidade do Oriente honrar um hóspede ilustre com água perfumada depois de se lavar. Mas mal se sentou Jesus, Maria tomou um frasco de alabastro que continha uma libra de perfume muito caro, de nardo puro. Aproximou-se por detrás do divã onde estava recostado Jesus e ungiu os seus pés e secou-lhes com os seus cabelos: Trata-se de Maria Madalena que, pela segunda vez, unge o corpo santíssimo do nosso divino Salvador.

O nardo era um perfume raríssimo, de grande valor, que ordinariamente se encerrava em pequenos vasos de boca estreita e apertada. Quebrar este vaso e derramar o conteúdo sobre a cabeça de alguém, era, entre os antigos, sinal de grande honra e distinção.

Maria ofereceu o melhor para Cristo Jesus. Ela não ofereceu um perfume barato, e sim, o melhor e o mais caro. E tu o que tens oferecido ao teu Senhor?

Façamos também nós o mesmo; ofereçamos para Nosso Senhor aquilo que temos de melhor e precioso: o melhor cálice, a mais bela patena, o mais piedoso ostensório, os melhores paramentos, a nossa vida, tudo o que somos e temos. Pois, todo o luxo, majestade e beleza são poucos, perante a tamanha grandeza de Jesus no Mestre.

Àquele, toda a honra, todo o louvor, adoração, o domínio pelos séculos dos séculos. Amén!
Fonte http://homilia.cancaonova.com


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Homilia - 09.04.2017

A CRUCIFICAÇÃO DE JESUS 26,14-27,66
HOMILIA

Aqui começa a semana maior da nossa fé cristã. Nesta Semana Santa não só lembraremos um fato histórico do passado, mas celebraremos a presença viva de Cristo Jesus que padeceu, morreu e ressuscitou; e leva em frente toda a nossa comunidade cristã, pela presença do seu Divino Espírito Santo, até os dias de hoje.

        Jesus entra triunfalmente em Jerusalém e o povo todo o acolhe: “Bendito aquele que vem como Rei em nome do Senhor! Paz no céu e glória no mais alto dos céus!” E o Evangelho também fala solenemente da Paixão do Senhor.

        A narração no Evangelho segundo São Mateus se estrutura através da sucessão de pequenos núcleos, carregados de significação e de importância para a vida cristã. Há uma introdução, composta pela “Unção em Betânia e a traição na Última Ceia” (Mt 26,1-19). Há também o núcleo central da “Paixão”, composto pela “Agonia no Getsemani” (Mt 26,30-56), pelo “Processo religioso e civil” (Mt 26,57-27,31) e pela “Crucificação e morte” (Mt 27,32-66).

        Jesus é apresentado, desse modo, com toda sua humanidade, compartilhando a angústia e a dor dos homens frente à injustiça e à traição, sem, por isso, perder a serenidade de quem confia e espera em Deus – Ele é o “Servo Sofredor” que carrega o peso de toda humanidade, como havia anunciado o Profeta Isaías. Mateus apresenta Jesus, como o perfeito orante.

        A ceia que precedeu essa dramática experiência indica que, apesar de tudo o que possa acontecer, Jesus permanecerá sempre presente entre os seus (Mt 26,29).

        Por outro lado, o processo permite que Jesus enfrente ambas as autoridades: a civil e a religiosa, e proclame a sua máxima autoridade messiânica “Verão o Filho do Homem, sentado à direita de Deus poderoso, vir sobre as nuvens do céu” (Mt 26,64).

        A Paixão de Jesus se toma assim, um desafio, um alerta para a vida de seus seguidores. Trata-se de um convite a optar pelos crucificados, pelos excluídos, pelos marginalizados da história, sempre lembrando que a justiça de Deus se inicia ali onde os homens sofrem a injustiça dos opressores.

        O exemplo de Jesus é um terno apelo para que confiemos em Deus, apesar de tudo e contra tudo. Jesus nos ensina, com seus gestos de perdão e de reconciliação, que as adversidades não devem nos afastar de uma oração ardente, constante e confiante.

        A cruz de Jesus é um convite para superarmos nossas opções egoístas e oferecer, doar ao irmão o melhor de nós mesmos, e, se for necessário, também nossa vida.

        A sabedoria do homem é afirmação em si mesmo, servindo-se do outro, e o seu poder é possuir, dominar e exaltar-se. A sabedoria de Deus expressa em Jesus crucificado, é afirmação do outro mediante o extremo dom de si mesmo; seu poder é despojar-se de tudo, inclusive do próprio eu, abaixando-se até à morte de cruz.

Por isso a cruz de Jesus nos salva nos dá equilíbrio, nos faz viver bem em comunidade respeitando as diferenças de cada um. Jesus está em nossas cruzes, a Páscoa só será bem vivida se tivermos certeza que a cruz é sinal de libertação.

Boa caminhada para Cristo nossa Páscoa definitiva
Fonte http://homilia.cancaonova.com/


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quarta-feira, 29 de março de 2017

Homilia - 08.04.2017

NÃO JULGUEIS E NÃO SEREIS JULGADOS Jo 11,45-56
HOMILIA

A mensagem central de hoje e de todo o Evangelho de São João é que “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho Unigênito, para que não morra todo aquele que nele crê, mas, tenha a vida eterna” (Jo 3, 16). A presença de Jesus, como luz do mundo, divide inevitavelmente os seres humanos entre os que se decidem pela Luz e, por isso, ficam do lado da vida, e os que se decidem pelas trevas, ficando do lado da morte.

Assim, os fariseus, escribas e sacerdotes não descansaram enquanto não conseguiram um jeito de anular a pessoa de Jesus Cristo. Preocupados com a sua fama e a multiplicação dos milagres, estavam sem saber o que fazer. Foram muitos os enfrentamentos entre eles e Jesus, onde questionavam a pessoa de Cristo. Até que finalmente, os pontífices e os fariseus convocaram o conselho. E desde aquele momento resolveram tirar-lhe a vida.

Decidiram matar Jesus. Resolveram matá-lo por Ele fazer o bem. Curar e ressuscitar pessoas, aconselhar-nos a seguir o caminho reto, a não nos preocupar com o dia de amanhã, e a não ter medo, mas crer n’Ele e no Pai. E o que mais indignou os pontífices ou sumo sacerdotes, foi Ele dizer que era o Filho de Deus. Para os judeus, isso foi blasfêmia, mas na verdade, eles queriam apagar o concorrente. Então aquele conselho foi um pré-julgamento de Jesus, onde o Filho de Deus foi, de antemão, condenado.

Também nós condenamos e até mesmo “queimamos” os nossos concorrentes, arrumando um jeito de diminuir as suas qualidades: sejam no emprego, por ciúmes daqueles colegas que são mais capazes que nós, seja aquele cara forte que arrasa quando chega na área.

Jesus era consciente de que um efeito ainda que não desejado do seu trabalho, fosse ser causa de divisão entre os partidários do imobilismo e os que lutam por um mundo novo. Por isso inflamou a ira dos funcionários do templo e de todos os que se consideravam donos da verdade.

Aproximando-nos da festa da Páscoa, vamos ao encontro do Senhor da nova e eterna aliança. A Quaresma é ocasião oportuna para reforçarmos nossa decisão pela luz, que é Cristo, e ajudarmos os que estão nas trevas a optar pela luz e abandonar a morte.

Que esta quaresma, tempo favorável da graça de Deus, nos dê as forças necessárias para renovar nossos corações, e assim possamos viver a Páscoa do Senhor, que deseja devolver-nos a alegria de viver.

Precisamos tomar mais cuidado para não fazer como os líderes judaicos. Ter mais cuidado com os nossos pensamentos e palavras. E, lembrar, acima de tudo o que nos disse o Ressuscitado: “Não julguem e não serão julgados! Não condenem e não serão condenados!”
Fonte http://homilia.cancaonova.com


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Mensagens de Fé

Homilia - 07.04.2017

O RETORNO À FONTE BATISMAL Jo 10,31-42
HOMILIA

Mais uma vez procuravam prender Jesus, mas Ele escapou das mãos deles. Para os que meditaram o Evangelho dessa semana, além de ler a partilha, puderam perceber que durante toda a semana os fariseus tentaram prender Jesus, mas nunca conseguiam prendê-lo e nem apedrejá-lo.

Em primeiro lugar eles não conseguiam prender Jesus e muito menos apedrejá-lo porque ainda não era a hora dEle viver a sua Paixão, e nós muitas vezes em meio às doenças, o desemprego, as tribulações na família, as dificuldades nos relacionamentos, ficamos apreensivos, nos sentimos como se já não tivéssemos mais forças para continuar. Mas saiba que nada é por acaso, e jamais Jesus deixaria que algo nos acontecesse se não for a nossa hora. Jesus pregava sabendo que os fariseus tentariam prendê-lo, mas Ele não tinha medo. Ele os incomodava, e o que O fazia perseverar era a confiança que Ele tinha no Pai. Mas essa confiança vinha da oração de amados, e se tu não rezas, se tu não buscares a Deus em oração, todas as vezes que surgirem as tribulações na tua vida, tu te sentirás derrotado, desanimado e com sentimento de abandono de Deus na tua vida. Talvez hoje estejas assim, mas saiba que Jesus está ao teu lado e nada acontece antes da hora.

O que devemos fazer, isto sim, é entrar na pessoa de Jesus humano que foi perseguido, que foi caluniado, que foi maltratado e que foi crucificado, mas que no fim saiu glorioso e vitorioso. E essa é a vontade de Deus para nossa vida, para a tua vida meu irmão, minha irmã: que sejas vitorioso, vitoriosa das tribulações e perseguições que tens sofrido. Saiba e perceba que quando Jesus se sentia ameaçado Ele se retirava do meio dos homens para ficar só. E no caso de hoje, Ele retorna à fonte, ao início do Seu ministério. Vai para o Jordão onde foi batizado e onde recebeu a unção do Espírito Santo, e a voz do Pai testemunhou a Seu favor. Assim, quando te sentires ameaçado volte às origens. Relembre do lugar onde foste batizado e deixe que se reinflame a unção batismal para seres reconfirmado na fé e poderes caminhar pacientemente ao encontro do Cristo vitorioso. Tu foste batizado na Igreja, na casa de Deus. Se voltares para lá como Jesus fez para se fortalecer tu sairás vitorioso. Por isso, acorde meu irmão, minha irmã. Saiba que sem Deus nada podemos fazer. Retira-te para a pia batismal, o lugar onde recebeste a unção do Espírito Santo. E então como Cristo serás testemunha e testemunho da Boa Nova da salvação a todas as pessoas a começar pelos da tua casa.

Ademais, a Igreja dá muita ênfase à missão evangelizadora do cristão, à necessidade e obrigação que temos de levar a Palavra de Deus até onde nos for possível. O acolhimento da Palavra é essencial para desenvolvermos nossa fé. “A Lei chama deuses as pessoas às quais se dirigiu a Palavra de Deus” O sinal efetivo de nossa fé se reflete nas obras que realizamos que brotam segundo os critérios divinos, nos identificando como criaturas semelhantes a Deus. “Acaso não está escrito na vossa Lei: Eu disse: vós sois deuses?”

A verdadeira fé nos induz à disponibilidade a Deus, semelhante a de Maria na Anunciação do Anjo, tornando-nos instrumentos para Sua ação junto aos nossos irmãos. Deus sempre age através dos homens, mas nós só teremos méritos quando nos colocamos conscientemente disponíveis à sua ação.

As boas obras decorrentes de nossa fé são elementos importantes de evangelização, servindo de testemunho às nossas palavras, o que levou os contemporâneos de Jesus a afirmarem convictamente: “João não realizou nenhum sinal, mas tudo que ele disse a respeito deste homem, é verdade.” Mas para isso é preciso voltar a fonte batismal para sermos reabastecidos constantemente.
Fonte http://homilia.cancaonova.com/

Homilia - 06.04.2017

JESUS REVELA A SUA IDENTIDADE Jo 8,51-59
HOMILIA

Diante da incredulidade do mundo e dos desatinos que nele acontecem dia após dia, Jesus revela a Sua verdadeira identidade: Eu vos digo que isto é verdade: antes de Abraão nascer, “EU SOU”. Ontem como hoje, a maior parte dos homens não tem experiência com o amor de Deus, não observam os Mandamentos da Lei de Deus e como se não bastasse, ignorando a pessoa de Jesus procura obter sinais e se interrogam sobre quem seja Jesus. Convém dizer, porém, que somente quem conhece e guarda a Sua Palavra pode dizer que O conhece e experimenta o Seu amor. Jesus mesmo foi quem afirmou isso aos judeus: vós não conheceis aquele que vós dizeis ser o vosso Deus, mas eu o conheço e guardo a sua palavra. Não podemos dizer que conhecemos a Deus se não conhecemos a Sua Palavra. A Palavra de Deus é quem nos direciona para a vida eterna em Cristo Jesus, a qual começa no agora da nossa vida. Quem não compreende a Palavra, quem não tem abertura para o Espírito Santo, morre na ignorância do pecado e, lamentavelmente, nunca poderá conhecer a Deus.

A origem e o destino de Jesus foram motivos de controvérsia com os judeus. Por um lado, o Mestre proclamava: “Se alguém guarda a minha palavra, jamais verá a morte”. Por outro, afirmava: “Antes que Abraão existisse, Eu sou”.

Seus adversários raciocinavam de maneira aparentemente lógica. Os personagens mais veneráveis do povo, como Abraão e os profetas, morreram. Acreditava-se na volta do profeta Elias, que fora arrebatado ao céu numa carruagem de fogo. Não se tinha, porém, notícia de alguém que não iria experimentar a morte. Com Jesus, não haveria de ser diferente. Quanto à sua origem, era suficiente considerar sua idade bastante jovem – “Ainda não tens cinqüenta anos” – para se dar conta da falsidade de sua afirmação.

Este modo de pensar estava em total descompasso com a real intenção de Jesus. Referindo-se à morte, pensava em algo muito mais radical que a pura morte física. Suas palavras abririam caminho para a vida eterna, na comunhão plena com o Pai, para além das vicissitudes desta vida terrena. Ao referir-se à sua origem, não estava pensando no seu nascimento carnal, historicamente determinável, e sim na sua vida prévia, no seio do Pai. Neste sentido, pode-se dizer anterior ao patriarca Abraão, por possuir uma existência eterna.

Neste texto, temos a conclusão do tenso e longo diálogo de Jesus com os judeus em Jerusalém, por ocasião da festa das Tendas. Jesus mostra-se acolhedor e reafirma o dom da vida eterna, já: “Se alguém cumprir a minha palavra, nunca verá a morte”. Contudo os judeus permanecem firmes em sua rejeição a Jesus, procurando apedrejá-lo.

Jesus, que cumpre a palavra do Pai, já vive a eternidade. Pois antes que Abraão existisse, Eu sou. Disse Jesus àquele povo e continua dizendo o mesmo hoje. Quando estas palavras encontrarem espaço em nossos corações, então significa que vivemos em comunhão eterna com Jesus e com o Pai ao cumprirmos sua palavra, no despojamento e na partilha, na mansidão, na acolhida ao irmão, na prática da misericórdia e da justiça que liberta e promove a vida.

Voltando à questão da palavra diremos que o estudo da Sagrada Escritura é o melhor caminho para conhecermos quem é Jesus. Pois Ele é o Verbo, é a Palavra feita Carne. Ouvi-l’O é ouvir a Palavra de Deus. Assim, sem medo de errar quero que saibas que a Bíblia é a própria Palavra Pai dirigida a nós, afim de que possamos conhece-l’O e nos conhecer a nós mesmo e simultaneamente termos acesso ao Seu grande amor e Misericórdia. É feliz quem adora a Deus mergulhando nos Seus ensinamentos. Tu tens a Palavra de Deus como ensinamento para o seu dia a dia?
Fonte http://homilia.cancaonova.com/


terça-feira, 28 de março de 2017

Homilia - 03.04.2017

... NEM EU TE CONDENO, VAI EM PAZ Jo 8,1-11
HOMILIA

No Evangelho de hoje, a pergunta dos mestres da lei tinha uma resposta clara segundo a Torá e a tradição. Porém existiam umas conclusões que podiam colocar em situação crítica aquele que respondesse legalmente à pergunta solicitada. Caso Jesus desse uma resposta afirmativa, ele seria condenado pela autoridade romana como executor de uma sentença de morte, à qual não tinha direito; e, portanto seria punido como um assassino. Caso sua resposta fosse negativa, Jesus seria condenado como quem despreza a lei pátria e seu desprestígio seria máximo entre os judeus ortodoxos, com uma reputação totalmente negativa que o aniquilava como mestre em Israel.

Por isso, como bom Mestre, Jesus nada responde e se inclina para escrever no chão como quem desenha letras sem sentido na terra. Ele se desentende de um problema que não é seu e que não tem por que responder, pois ele não tinha testemunhado o adultério e não era juiz no caso, que como caso de morte seria o sinédrio quem o julgaria. Eram as testemunhas que deviam atuar através da denúncia ao juiz e atirando as primeiras pedras, para que o povo respondesse e assim evitar o mal que do contrário, contaminaria todo o povo (Dt 22, 22). È costume entre os árabes fazer traços com o dedo quando o que estão escutando não é de seu interesse. É possível que Jesus atuasse em consonância com esta última suposição. Por isso os acusadores insistem.

Para entendermos a resposta de Jesus, devemos buscar precedentes na tradição e na Lei. Já disse que são as testemunhas que deveriam ser as primeiras pessoas a atirar as pedras que deviam ser dirigidas ao coração da vítima para acabar de imediato com sua vida. Quem estiver sem pecado entre vós atire a primeira pedra. Pela resposta de Jesus e venho que naquele tempo os homens adúlteros eram tantos que se deixou de aplicar a lei. E então, suas atitudes estavam em confronto com a posição do Mestre: O sem pecado entre vós seja o primeiro a lhe atirar a pedra. Ninguém esperava esta resposta que respeita a lei e não é um mandato, mas um aviso e uma lição.

Meu irmão minha irmã, nós que gostamos de julgar e condenar os outros por pouco que façam de errado. Não podemos e nem temos o direito de julgar e condenar se somos culpados do mesmo delito. Veja que os mestres da lei atacaram a Jesus com a lei. Mas Ele os contra-ataca com a consciência, que é a lei suprema para todo homem em particular. O que aconteceu ontem se repete em nossos dias. Que aconteceu dentro da consciência dos acusadores? Por que começaram a desfilar, a começar pelos mais velhos? Eles ficaram com a consciência pesada de tantos pecados e por isso fora saindo um por um. Os mais velhos foram os primeiros. Efetivamente os jovens são como discos novos em que o pecado inicia seu caminho de vício e raia com a ação repetitiva a consciência do indivíduo. Os mais velhos não são mais pecadores, mas os que acumulam maior número de pecados. Os mais velhos entenderam por experiência que agora eram eles, as testemunhas, as que passavam de declarantes a juizes e o processo e a condenação estava transferido de Jesus a eles mesmos. Jesus não poderia ser incriminado nem pela relaxação da lei de Moisés, nem pela execução de uma pessoa que a lei romana não permitia na época.

A morte da adúltera não era o motivo principal da denúncia, pois o que pretendiam era a implicação de Jesus na morte da mesma. Faltando este último, o teatro urdido desmoronava como um castelo de cartas.

Falando do perdão S Agostinho, diz que no fim duas pessoas estavam presentes na cena: a miséria e a misericórdia. Se ninguém a condenava, Jesus tampouco a condena. A lei divina foi transformada por esta sentença: sempre que o arrependimento seja sincero e o acompanhe o propósito de não pecar mais, o perdão será absoluto O passado é apagado e o futuro só depende do presente e das disposições do momento. A memória servirá para enaltecer a bondade de Deus que perdoa, sem exigir compensações e reditos pelo passado.

É assim que Deus faz conosco quando erramos e Jesus nos ensina a fazer quando os nossos nos ofendem. Portanto, a sabedoria de Jesus dá um xeque-mate a quem pensava tê-lo apanhado. E é precisamente por meio de uma consciência que aparentemente não funcionava que os mais velhos reconhecem seu erro e retiram sua denúncia. Como está a tua consciência quando censuras o teu marido, esposa, filho, filha, pais, vizinho, colega, funcionário ou qualquer um com quem te encontras pelo caminho pelos mesmos delitos que nós usualmente cometemos e talvez até mais graves do que os que consegues enxergar dos outros? Lembro-te que muitas falhas erros que os outros cometem teriam solução na tua casa se nós os assumíssemos como nossos e nos empenhássemos a resolve-los. Até porque neles somente os contemplamos para criticá-los e não para ajuda na solução. Verdade ou mentira?

Levante os olhos e veja que o perdão divino é mais amplo do que nós geralmente acreditamos. Só exige que tenhamos a vontade de não optar mais pelo mal. Pare de olhar para o pecado do outro e de formular um juízo de condenação, pois os teus são maior do que os do outro. A única diferença é que os teus são invisível e dificilmente os vês com os teus olhos ao passo que os dos outros consegues ver. Mas se te colocas no lugar do outro e te propões a ajudar para que o outro se levante e caminhe. Terás ganhado o seu irmão e tu terás a tua recompensa nos céus.
Fonte http://homilia.cancaonova.com/


Homilia - 02.04.2017

LÁZARO, SÁI PARA FORA! Jo 11,1-45
HOMILIA

Ressurreição e Luz são dois temas intimamente ligados, porque são sinônimos da salvação: “Se alguém caminha de dia, não tropeça; mas tropeçará, se andar de noite”(Cf. Jo 11,10).

O tema central do Evangelho de hoje é a vida. Vida que foi restituída a Lázaro e que está ligada à amizade, ao amor fraterno, a compaixão, atitudes cristãos que estão presentes na glorificação de Deus, que é o destino dos homens e mulheres que crêem verdadeiramente. A vida verdadeira, que o Cristo trouxe, tem face humana e face divina, que se misturam.

A ressurreição de Lázaro é um dos maiores sinais de Jesus. Jesus, assim, vai manifestando a sua filiação divina, seu poder messiânico, sua missão salvadora, e provoca, cada vez mais, a admiração, a fé, o testemunho daqueles que são beneficiados pela sua ação evangelizadora. O próprio Evangelista João anuncia que Jesus fez muitos outros sinais, e que Estes sinais foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, em crendo, tenhais a vida” (Jo 20,30-31).

Assim, poderíamos afirmar que a vida do homem é a razão de ser da encarnação de Jesus. Os milagres e sinais de Jesus foram efetuados para destacar a VIDA PLENA, a VIDA QUE SÓ ELE PODE NOS DAR.

Jesus afirmou: EU SOU A VIDA; EU SOU O PAO DA VIDA, EU SOU A LUZ DA VIDA. Jesus veio ao mundo para despertar a criatura humana do sono.

E esta vida nova só será possível àqueles que viverem, com dignidade, a grandeza do seu Batismo. Aderindo a Cristo o batizado deve viver uma vida realmente nova, animada pelo espírito de Cristo. Mas sem a fé, traduzida em obras, o batismo ficará morto. A vida da fé batismal se verifica, se atualiza, por exemplo, quando ela transforma a sociedade de morte numa comunidade viva de vida, de fraternidade e de comunhão.

Como Lázaro, acolhamos a ordem de Jesus: “SAI PARA FORA”. Peçamos ao Senhor que nos desperte e ressuscite do sono da morte e nos revista da Sua imortalidade com a Celebração da Festa da Páscoa que se aproxima.
Fonte http://homilia.cancaonova.com

Homilia - 01.04.2017

MESSIAS OU PROFETA? Jo 7,40-53
HOMILIA

A mensagem central de hoje e de todo o Evangelho de São João é que “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho Unigênito, para que não morra todo aquele que nele crê, mas, tenha a vida eterna” (Jo 3, 16). A presença de Jesus, como luz do mundo, divide inevitavelmente os seres humanos entre os que se decidem pela Luz e, por isso, ficam do lado da vida, e os que se decidem pelas trevas, ficando do lado da morte. A Quaresma é ocasião oportuna para reforçarmos nossa decisão pela luz, que é Cristo, e ajudarmos os que estão nas trevas a optar pela luz e abandonar a morte.

“Não vim trazer a paz, mas a divisão”. Jesus era consciente de que um efeito ainda que não desejado do seu trabalho fosse ser causa de divisão entre os partidários do imobilismo e os que lutam por um mundo novo. Por isso inflamou a ira dos funcionários do templo e de todos os que se consideravam donos da verdade.

O fogo da Palavra de Deus não era para funcionários lúgubres saturados de doutrinas e sedentos de poder.

Mas o fogo de Jesus não é o fogo das paixões políticas. É o fogo do Espírito que tem que ser aprovado na entrega total, no batismo da doação pessoal. É um fogo que prende aí onde se abandonaram os interesses pessoais e se busca um mundo de irmãos. Jesus ensinava as multidões em Jerusalém, durante a festa das Tendas. Muitos aderem às suas palavras. E aclamam que na verdade Jesus era um Profeta que tinha surgido no meio deles. Outros que esperavam um messias glorioso, ficam céticos diante da origem de Jesus, da Galiléia. Pois segundo eles, o messias que esperavam não se saberia de onde é. E de Jesus sabiam, pois conheciam os seus pais. Embora soubessem pelas Escrituras que diz que Ele seria descendente de Davi e que haveria de nascer em Belém, cidade de David.

Pelo sim ou pelo não, Ele é o Messias que devia vir ao mundo. A hostilidade crescente dos dirigentes judeus se concretiza em ação, mandando prender Jesus.

Os próprios guardas reconhecem a autenticidade das palavras de Jesus e se recusam a prendê-lo. Os fariseus, censurando os guardas, mostram o desprezo que tinham pelo povo, considerando-o ignorante, maldito e pecador.

Um dos fariseus, Nicodemos, procura defender Jesus e é também censurado. A origem de Jesus não é a de um messias poderoso, mas é o próprio Deus de misericórdia que a todos acolhe em seu eterno amor. A morte e ressurreição de Jesus é o juizo do mundo. Pois Ele é mais do que profeta. Ele é o Messias, o Deus conosco! É o Deus presente na história da minha vida marcada de quedas e muitas vezes de fracassos. Ele veio para me reerguer e fortalecer dando-me uma dignidade igual à d’Ele. É urgente que o fogo trazido por Ele se ateie o quanto antes no meu coração.

Jesus veio para estabelecer a unidade universal, a união de todo o universo com o Pai, acaba por ser “sinal de contradição”, para os olhos e o coração de quem para Ele se não sabe voltar. Volte-te para Ele e estarás livre do juízo final. Tu e a tua família estareis salvos da morte eterna.
Fonte http://homilia.cancaonova.com/


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quarta-feira, 22 de março de 2017

Homilia - 30.03.2017

JESUS É A ÚLTIMA PALAVRA DO PAI Jo 5,31-47
HOMILIA

Assim como hoje, existiam no tempo de Jesus, pessoas que ouviram seus ensinamentos, presenciaram seus milagres, mas mesmo assim tinham dúvidas. E eram judeus, como Jesus! Hoje, eles não acreditam que Jesus é, de fato, o Filho de Deus. E continuam esperando a primeira vinda do Messias Salvador, anunciado pelos profetas do Antigo Testamento. Também existem muitos não-judeus, que não acreditam que Jesus é o Filho de Deus, e nem acreditam em seu poder. Se você é uma destas pessoas, no Evangelho de hoje Jesus fala diretamente para você!

Jesus cita dois profetas famosos e conhecidos de todos, na época: João Batista e Moisés. Os dois vieram para anunciar a vinda do Messias Salvador. Pois bem, Jesus se apresenta como esse Messias! Quem não acreditar nesses dois profetas, também não acreditará em Jesus. Eles dão testemunho de Jesus. Mas o maior testemunho de Jesus é o próprio Pai, que lhe enviou. Mas quem de vocês já ouviu a voz de Deus? Deus não fala da forma que conhecemos. Deus fala através dos milagres que Jesus realizou e realiza ainda hoje, para quem lhe pede.

Mas no Evangelho de hoje, Jesus não se dirige aos desentendidos. Ele se dirige àqueles que estudam a Bíblia, mas que mesmo assim não acreditam que Ele é o Filho de Deus! E afirma categoricamente: “Mas eu sei que não tendes em vós o amor de Deus.” Ou seja, quem não consegue enxergar os milagres realizados por Jesus como sendo obras de Deus Seu Pai, é porque tem o coração endurecido. E num coração endurecido não existe o Amor. E se Deus é Amor, então essa pessoa não tem o Amor de Deus. Essa é a pior tristeza que um ser humano pode ter na vida: a falta do Amor que vem de Deus.

Há uma “sabedoria de Deus, misteriosa e oculta, que, desde antes dos séculos, Deus antecipadamente nos destinou”. Esta sabedoria de Deus é Cristo; Ele é “poder de Deus e sabedoria de Deus”. No Filho, com efeito, “encontram-se escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento”; oculto no mistério, destinado previamente, desde antes dos séculos, Ele é o que foi predestinado e prefigurado na Lei e nos profetas. Por isso, os profetas tinham o nome de “videntes”; viam Aquele que estava escondido e desconhecido dos outros. Também Abraão “viu o seu dia e rejubilou”. Para Ezequiel, os céus abriram-se, enquanto para o povo pecador permaneciam cerrados. “Retirai o véu de cima dos meus olhos, diz David, e contemplarei as maravilhas da vossa lei”. Na verdade, a lei é espiritual e, para compreendê-la, é preciso que seja “afastado o véu” e que “a glória de Deus seja contemplada de rosto descoberto”. No Apocalipse, mostra-se um livro fechado com sete selos. Quantos homens hoje, que se pretendem instruídos, têm nas mãos um Livro selado! São incapazes de o abrir, a menos que seja aberto por “Aquele que tem a chave de David; se Ele abrir, ninguém o fechará e, se Ele fechar, ninguém o abrirá”. Nos Atos dos Apóstolos, o eunuco lia o profeta Isaías; contudo, ignorava Aquele que venerava no livro sem O conhecer. Surge Filipe: mostra-nos o Pai e isto nos basta! Jesus mostra-lhe oculto pela letra: há tanto tempo que estou convosco e não me conheces? Eu e o Pai somos Um.

Compreende, pois, que não podes comprometer-te com as Sagradas Escrituras sem teres um guia que te mostre o caminho. E este guia é a Última Palavra de Deus. Não espere outros sinais. Em Jesus tu tens tudo o que precisas para ser feliz para sempre. Se ainda tens dúvidas eu mostro-te o caminho. Hoje Jesus bate à tua porta e te diz venha e siga-me, pois Eu e o Pai somos Um. Venha que te mostrarei o caminho que te conduz à vida eterna.
Fonte http://homilia.cancaonova.com/


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Homilia - 29.03.2017

Jesus veio para nos dar a Sua vida e nos resgatar do mal!
HOMILIA

Enquanto o inimigo deste mundo estiver destruindo a obra de Deus, Jesus a estará resgatando, salvando, libertando e restaurando. Cristo não para, Ele está agindo no meio de nós, Ele está entre nós!

”Meu Pai trabalha sempre, portanto, também eu trabalho” (João 5,17).

Nós, hoje, queremos refletir sobre a Palavra de Deus em João 5, 17, que fala de Jesus no cumprimento de Sua missão. É o próprio Jesus quem nos diz que Ele é o reflexo da ação do Pai. Você sabe que Deus Pai criou todas as coisas, fez todas as coisas, mas a obra da criação não terminou; por isso, Jesus afirma: ”Assim como meu Pai trabalha, eu também estou trabalhando e não vou parar a minha obra!”.

Como os judeus ficaram incomodados com a ação de Jesus; melhor dizendo: contra a missão de Jesus, porque Ele realizava curas, prodígios e milagres, porque Ele cuidava das pessoas no dia de sábado.

Deixe-me dizer a você: curar alguém e cuidar de alguém é continuar a obra da criação de Deus. O machucado, o doente, o sofrido e o maltratado são a criação de Deus Pai, e Jesus veio resgatar essa criação. O Senhor não quer que aquilo, que o Pai criou, simplesmente se perca pela falta de cuidado e por tudo aquilo que o pecado e as opressões da vida fazem com a criação de Deus.

Jesus vem restaurá-la e não tem dia nem hora para cuidar da obra do Senhor. Seja numa sexta, seja num sábado, seja no domingo ou em outro dia, Jesus trabalha para fazer o Reino de Deus acontecer. E quanto isso causa fúria no inimigo de Deus! Quanto isso causa fúria naquele que veio para roubar, destruir, matar e assassinar, naquele que se opõe ao Reino de Deus desde o seu princípio. O que ele [inimigo de Deus] estraga, Jesus restaura; o que ele pisa e derruba, Jesus levanta. Ele massacra e oprime; Jesus alivia e conforta! Ele veio para tirar a vida, Jesus veio para nos dar a Sua vida e nos resgatar.

Enquanto o inimigo deste mundo estiver destruindo a obra de Deus, Jesus a estará resgatando, salvando, libertando e restaurando. Ele não para, Ele está agindo no meio de nós, Ele está entre nós.

Já dizem os padres da Igreja que a obra da criação de Deus é feita com duas mãos: o Pai que usa a ”mão de Jesus” e a ”mão que é o Espírito”. Jesus é a continuação dessa ação do Pai, no meio de nós, por meio de Seu Espírito.

Deixe-se ser cuidado por Deus, deixe-se ser restaurado por Ele, deixe que Jesus, o Homem Perfeito, cuide de você nesse tempo de resgate. Jesus está resgatando nossas almas, deixemo-nos ser cuidados por Ele.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte http://homilia.cancaonova.com


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Mensagens de Fé

Homilia - 28.03.2017

A CURA DE UM PARALÍTICO Jo 5,1-16
HOMILIA

Segundo São João por cinco vezes Jesus foi para Jerusalém por ocasião da grande festa do templo. Enquanto para alguns a ida à Jerusalém é motivado pela participação nos ritos judaicos, para comer e beber. Para Jesus o motivo é outro.

É sim o anúncio do seu projecto. Ele quer lançar mãos à obras a vontade de Deus seu Pai. Dar a conhecer a todo o mundo que está chegando a hora em que o príncipe deste mundo será derrotado. Novos céus e a nova terra estão para chegar. E os verdadeiros adoradores já não dependerão das paredes do Templo de Jerusalém e nem tão pouco das sinagogas. Eles hão de adorar o Pai em espírito e em verdade.

Numa destas idas e voltas ao Templo e precisamente na Porta das ovelhas onde costumavam estar os pagãos, negociadores, cambistas e outros, dá conta da enfermidade que infernizava a vida daquele homem. Curando um paralítico ali presente, Jesus revela ser a fonte do amor e da vida para todos. Em contradição, os judeus promotores da festa religiosa perseguem Jesus por sua prática misericordiosa e libertadora.

Muitas vezes, as pessoas que sofrem diferentes formas de males possuem uma fé muito grande no poder de Deus, mas de algumas formas são impedidas de chegar até ele e receber as suas graças, condição indispensável para a superação de seus males e sofrimentos. É o caso do paralítico, que acreditava no poder de Deus e na cura que viria pela ação do anjo ao agitar a água, mas era impedido pelos outros que entravam primeiro na piscina. Assim também acontece hoje quando criamos uma série de regras e preceitos humanos que dificultam a participação de muitos na vida divina e um relacionamento pessoal com ele, que é a fonte de todas as graças que nos dão vida em abundância.

Apresenta-te também tu a Jesus e diz para Ele: não tenho quem me ajuda. Enquanto eu vou outros descem antes de mim… E Ele que tudo pode te dirá. Pega a tua maca, cama e vai para a casa que tua fé te salvou.
Fonte http://homilia.cancaonova.com/


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Mensagens de Fé

terça-feira, 21 de março de 2017

Homilia - 26.03.2017

CREIO SENHOR! Jo 9,1-41
HOMILIA

Apesar de Jesus ter dado a vista ao sego de nascença, ainda continuou a ser para ele um desconhecido. Não o vira quando Ele lhe untou os olhos com o lodo; só o ouvia dizer: «vai, lava-te na piscina de Siloé». Depois quando do seu encontro com Jesus, realizado só após algum tempo, travou-se esta conversa: «Tu crês no Filho do Homem?…»; «Quem é Ele, Senhor, para que n’Ele creia?»…; «Tu já O viste; é Ele que fala contigo». Respondeu: «Creio Senhor».

Esta passagem do Evangelho tem a sua particular motivação histórica na 4ª semana da Quaresma. Nos primeiros séculos o período de 40 dias foi, na Igreja, o tempo de preparação especial intensiva para o Baptismo. Foi o tempo dedicado de modo especial ao catecumenato. Realizava-se deste modo, durante ele, o processo de conversão que é necessário considerar como o primeiro e mais fundamental: a conversão a Deus que nos dá a nova vida em Cristo. Devemos, de facto, ser mergulhados na sua Morte para nos tornarmos depois, no sacramento do Baptismo, a nova criatura — participando, à custa desta Morte, na Sua Ressurreição. Para nos tornarmos o sujeito vivo do Mistério em que Deus renova, em cada um de nós, o homem velho criando-o de novo por meio da graça, à imagem do Seu Filho Unigénito.

Olhemos com atenção para o comportamento deste homem. Logo depois de receber a vista, torna-se objecto de interrogações e investigações. Primeiro, são-lhe feitas perguntas pelos conhecidos e vizinhos. Estes, em seguida, levam-no aos escribas e fariseus. Aqui muda o carácter das perguntas. Estes não se limitam ao pasmo diante do facto de um cego de nascença ter adquirido a vista. Nem ainda se limitam a aceitar — como os vizinhos e os conhecidos tudo o que ele declara, quer dizer, ter recebido a vista graças ao homem que se chama Jesus. Mais, procuram enfraquecer nele a certeza e levá-lo a negar precisamente esta verdade. Mas não podendo negar o facto, que é evidente — era incontestável que o cego de nascença agora via — procuram negar as circunstâncias e o significado do acontecimento. As circunstâncias: «Este homem não vem de Deus, pois não guarda o sábado»… «Sabemos que esse homem é pecador». E o significado do facto, o que, precisamente para eles, é o mais importante: «Tu que dizes daquele que te abriu os olhos?». E ele respondeu: «Que é profeta».

A resposta perturba-os. Poderia ser perigoso caso se difundisse entre o povo (é preciso que Jesus de Nazaré seja considerado como pecador que transgride a lei do sábado). Os fariseus procuram influir nele por meio dos pais. Em vão. Todos os esforços destinados a desacreditar o Taumaturgo aos olhos do curado, acabam por gorar-se. Apertado por tais perguntas, ele mantém grande prontidão de espírito. Faz um raciocínio lógico e incontestável, e termina com as palavras: «Se Ele não fosse de Deus, nada poderia fazer». Os fariseus só podem mostrar desprezo e raiva: «Tu nasceste inteiramente em pecado e ensinas-nos a nós?». «E expulsaram-no».

Mas ele reconhecendo e acolhendo o dom de Deus se sente seduzido e encharcado por ele. Acreditando, aposta e arrisca toda a sua vida seguindo atrás de Jesus, porque sabe que não se engana nem na vida nem na morte. Para ele, Jesus é o Caminho, a Verdade, a Luz e a Vida. E para ti quem é  Jesus???
Fonte http://homilia.cancaonova.com/


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Homilia - 25.03.2017

O SIM DE MARIA Lc 1,26-38
HOMILIA

No Evangelho de hoje três aspectos me chamaram a atenção: a Fé de Maria que não questiona a vontade de Deus transmitida pelo anjo, o conteúdo da mensagem do anjo e a obediência expressa na resposta: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.”

Maria recebeu o dom da divina maternidade porque teve fé e pela fé se torna felizarda. O nascimento de Jesus é obra da intervenção de Deus, pois Maria concebe sem conhecer homem algum. Aquele que vai iniciar nova história surge dentro da história de maneira totalmente inédita.

0 título Filho de Deus, associado à ostentação de poder, foi atribuído aos faraós e a outros chefes de nações ou impérios, além de ao próprio rei Davi.  Muitos discípulos de Jesus se inclinaram a essa interpretação. Jesus, contudo, sempre se colocou em relação de filiação com o Deus Pai, misericordioso e todo amoroso. Filho de uma jovem pobre e de um carpinteiro, Jesus revela-se como o Filho de Deus humilde e solidário com os pobres e excluídos, aos quais deseja comunicar a vida divina.

Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra. Palavras muito simples mais que atraem responsabilidade. Pois doravante aquela pobre menina vai ser depositária dos desígnios de Deus. Deus entra no tempo por meio do sim de Maria que se coloca como escreva ao serviço do seu senhor 24 horas por dia.

Maria é um exemplo de humildade e obediência ao Pai. Devemos aprender com Maria a darmos sempre o sim a Deus acolhendo com humildade a Sua vontade sobre nós e nossas comunidades.      

Maria do Sim me ensina a dizer e viver o meu sim a Deus.
Fonte http://homilia.cancaonova.com


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quinta-feira, 16 de março de 2017

Homilia - 24.03.2017

O MANDAMENTO MAIS IMPORTANTE Mc 12,28b-34
HOMILIA

Qual é o mais importante de todos os mandamentos da Lei? Partimos do princípio de que os escribas eram intelectuais, conhecedores profundos e pormenorizados dos textos da Lei de Moisés. A ser assim, não havia nenhuma razão para perguntar a Jesus sobre qual seria o maior mandamento. Por outro lado Jesus olhando bem para ele, poderia até se questionar como é possível, este homem sendo doutor da Lei não saber qual era o maior. Mas tudo bem: Escuta Israel! O Senhor, vosso Deus, é o único Senhor. Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com toda a tua mente e com todas as tuas forças. E o segundo mais importante é este: Amarás próximo como a ti mesmo. Não existe outro mandamento mais importante do que esses dois.

Jesus, fazendo uma análise da figura deste escriba, e pelo seu interesse, chega a conclusão de que ele não está longe do Reino de Deus. Pelos detalhes, esta narrativa assemelha-se à cena do jovem rico (Mc 10,17-22), ao qual apenas faltou dar tudo aos pobres e seguir Jesus. Ao escriba faltava romper seus laços com as doutrinas e observâncias legais.

E para ti o que falta? Que barreiras deves romper para seguir e adorares ao Deus Único e verdadeiro? Saiba que a expressão da sua adesão ao amor de Deus não é o culto religioso, não é a observância do domingo, cumprimento de liturgias, mas sim o amor concreto e solidário ao próximo, que se resumem no: amar a Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como a ti mesmo.

Nesta resposta de Jesus vemos duas realidades: A relação do homem com Deus e do homem com o próximo, para depois voltarem os dois para Deus, o princípio e o fim do homem. Portanto o segundo mandamento completa o primeiro e que, em conjunto, resumem toda a lei e todos os profetas. Sendo assim, Jesus explica ao escriba a impossibilidade que existe em cumprir o primeiro mandamento sem o segundo.

Para João não é possível amar a Deus, que não vemos, se não amarmos o nosso próximo a quem vemos. Se a assim for, não passamos de mentirosos. Porque Deus é amor e quem o ama deve amar o irmão. Logo, os dois mandamentos se abraçam e se completam. Este é o modelo que o próprio Evangelho nos apresenta na relação amistosa entre Jesus e o escriba, pois ambos se elogiam reciprocamente. Nisto consiste o amor: no reconhecimento de uma recíproca igualdade e numa mútua e perpétua fidelidade. É assim com amor: dá e recebe como Jesus. N’Ele está constantemente a cumprir-se o tudo, dar de Deus ao mundo no Filho e o tudo receber por parte do Filho para tudo dar ao Pai nos seus irmãos.

A fé pregada por Jesus apóia-se em dois pilares: o amor a Deus e o amor ao próximo. Isto é o essencial. Tudo o mais é complemento, e pode ser relativizado. Quem ama a Deus, recusa toda forma de idolatria, não aceitando ser subjugado por nenhum outro Absoluto fora dele. Quem ama o próximo, põe freios ao seu egoísmo, de modo a jamais desejar-lhe o mal, ou a fazer algo que possa prejudicá-lo.

Ante a sábia resposta do Verdadeiro Mestre, assim como o mestre da Lei, no diálogo com Jesus enxergou e afirmou que o amor a Deus e ao próximo supera todos os holocaustos e sacrifícios, que também eu possa ver e reconhecer nEle o caminho, a verdade e a vida, que me aproximam cada vez mais do Reino e da Casa do meu Pai que está no Céu.
Fonte http://homilia.cancaonova.com/


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