quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Homilia Diária - 03.09.2022

 JESUS E O SÁBADO Lc 6,1-5


HOMILIA


A observância da lei do sábado era a maior instituição do judaísmo, e para isso tinham sido criadas leis extremamente rígidas e pormenorizadas, que proibiam qualquer atividade que se assemelhasse a um trabalho. Por exemplo, os especialistas interpretavam o gesto de debulhar espigas de trigo como colheita e, portanto, como violação do repouso sabático (6,1-2; Êxodo 34,21). Jesus responde à acusação dos adversários recorrendo a um exemplo tirado da Escritura (1 Samuel 21,1-6): fugindo do rei Saul, Davi e seus homens entraram no santuário e comeram os pães oferecidos a Deus (os doze pães, renovados a cada sábado, e que só os sacerdotes do santuário podiam comer- veja Levítico 24,5-9). Esse precedente celebrado na própria Escritura, diz Jesus, mostra que a lei positiva está subordinada ao bem do homem, e que a necessidade de sobreviver está acima de qualquer lei.


É a segunda vez que Jesus se arroga um direito: o Filho do homem, que tem poder para perdoar pecados (5,24), também é “o senhor do sábado” (6,5). Em outras palavras, Jesus está introduzindo uma nova ordem humano-religiosa, onde as instituições, estruturas, leis e costumes devem estar sempre a serviço do homem, podendo ser abolidos e cair para segundo plano em qualquer circunstância em que uma necessidade urgente o exigir.


“Sábado” provém do hebraico “Shabath”, que significa “repouso, cessão”. Assim, o sábado bíblico nada mais é que um dia de descanso observado a cada sete dias. Ele na Bíblia se prende ao ritmo sagrado da semana, que se encerra com um dia de repouso e de culto a Deus (cf. Os 2,13; 2Rs 4,23; Is 1,13; Ex 20,8; 23,12; 34,21). O sábado deveria ser observado por diversas razões: por questões humanitárias (cf. Ex 23,12; Dt 5,12-14), por ser sinal de distinção com relação aos outros povos (cf. Ez 20,12.30; Ex 31,13-17), por ser um dia que não poderia ser profanado pelo trabalho (Ez 22,8) e por ser legislação sacerdotal, já que Deus teria descansado no 7º dia (cf. Gn 1,1-2.4a; Ex 30,8-11; 31,17). O sábado era um dia festivo (cf. Os 2,13; Is 1,13), no qual não podia haver compras, vendas ou trabalhos no campo (cf. Am 8,5; Ex 34,21). Era também proibido acender fogo (Ex 35,3), recolher lenha (Nm 15,32) e preparar alimentos (Ex 16,23). Até mesmo a guarda do palácio era reduzida (2Rs 11,5-9)… Os fiéis iam ao santuário (Is 1,12s), após uma convocação santa (Lv 23,3), ofereciam sacrifícios (Nm 28,9-10) e renovavam o pão da proposição (Lv 24,8; 1Cr 9,32) ou simplesmente aguardavam a visita de um profeta (2Rs 4,23). Após o exílio babilônico, a observância do sábado foi radicalizada: Neemias agiu com energia para garanti-lo (Ne 13,15-22), as viagens foram proibidas (Is 58,13) assim como o transporte de cargas (Jr 17,19-27). Na época macabéia, a observância era tão cega que muitos se deixaram matar sem oferecer resistência (1Mc 2,37-38; 2Mc 6,11-12; 15,1-2). Finalmente, na época de Jesus, os fariseus elaboraram verdadeira “casuística” quanto ao sábado: 39 tipos de trabalho eram proibidos (entre eles colher espigas [Mt 12,2], carregar fardos [Jo 5,10], etc). Os médicos somente podiam atender os doentes em perigo iminente de morte (motivo pelo qual se opuseram a Jesus, que curava aos sábados – cf. Mt 12,9-13; Mc 3,1-5; Lc 6,6-10; 13,10-17; 14,1-6; Jo 5,1-16; 9,14-16)… os essênios chegaram ao absurdo de proibirem a defecação no sábado!


Já no Novo Testamento, os discípulos observaram o sábado para pregar o evangelho nas sinagogas (At 13,14; 16,13; 17,2; 18,4) logo se deram conta que a Nova Lei havia superado a Antiga. São Paulo sempre lutou contra a infiltração de idéias judaizantes, sobretudo quando escreve “que ninguém vos critique por questões de alimentos ou bebidas ou de festas, luas novas e sábados. Tudo isto não é mais do que a sombra do que devia vir. A realidade é Cristo.” (Cl 2,16-17; v.tb. 2Cor 5,17). Os cristãos, então, passaram a realizar seus cultos no dia seguinte ao sábado, isto é, no domingo, dia em que o Senhor Jesus ressuscitou (aliás “domingo” vem de “domini dies”, isto é, “Dia do Senhor”). Diversas são as provas bíblicas da observância do domingo: Jo 20,22-23.26; At 2,2; At 20,7-16; 1Cor 16,1-2; Ap 1,10. Repare-se bem que esse era o dia em que os cristãos se reuniam! Dessa forma, a perspectiva cristã sempre enxergou o antigo sábado dos judeus como uma figura, da mesma forma que outras instituições do AT.


“Pelo repouso do sábado os israelitas comemoravam o repouso (figurado) de Deus após haver criado o mundo e o homem. Ora, com a ressurreição de Cristo, a primeira criação tornou-se prenúncio e figura da segunda criação ou da nova criação do gênero humano que se deu quando Cristo venceu a morte e apareceu como novo Adão. Era justo, portanto, ou mesmo necessário, que os cristãos passassem a observar, como Dia do Senhor ou como sétimo dia e dia de repouso (sábado), o dia da ressurreição de Cristo” (d. Estevão Bettencourt, “Diálogo Ecumênico, p.250). A própria carta aos Hebreus acentua a índole figurativa do sábado, afirmando que o repouso do sétimo dia era apenas uma imagem do verdadeiro repouso que fluiremos na presença de Deus (cf. Hb 4,3-11). E você cristão católico, ainda tem dúvida do porque deves observar os domingos e festas de guarda?


Finalmente Cristo se auto-declarou como “Senhor do Sábado” (tendo, portanto, poder sobre ele); Jesus ressuscitou num domingo; o Espírito Santo veio sobre a Igreja num domingo; os apóstolos se reuniam aos domingos; os cristãos antes do Período Constantiniano (séc. IV) se reuniam aos domingos; os cristão pós-Constantinianos também se reuniam aos domingos; todos os cristãos atuais (católicos, ortodoxos e protestantes – com exceção dos adventistas e batistas do 7º dia) ainda observam o domingo… Como duvidar que o domingo não foi instituído divinamente? Temos todos os testemunhos que precisávamos: Bíblia, Tradição e Magistério; temos a palavra final: Domingo é o Dia do Senhor!


Faço minhas as palavras do Pe. Arthur Betti: “Vale mais um domingo, dia em que Cristo ressuscitou, do que todos os sábados sem ressurreição, sem a verdadeira libertação”! Que a vitória de Cristo sobre o sábado e a morte seja também a minha e a tua sobre o pecado e consequentemente sobre a morte para que com Cristo ressuscitemos eternamente!


Pai, torna-me sensato na prática das exigências religiosas, para eu buscar, em primeiro lugar, o que realmente é do teu agrado e está a serviço da vida, cuja fonte és Tu.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/

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terça-feira, 30 de agosto de 2022

Homilia Diária - 02.09.2022

 JESUS E O JEJUM Lc 5, 33-39


HOMILIA


Depois de ter sido questionado pelos fariseus por comer com os publicanos e pecadores, agora é cobrada de Jesus a observância do jejum e das orações rituais. Jesus rompe com a tradicional piedade da Lei. Além de sentar-se à mesa com companhias pouco recomendáveis segundo os critérios do legalismo religioso, “comem e bebem”, desprezando os jejuns rituais. Jesus, como um noivo presente entre os convidados em uma festa de núpcias, não vem trazer castigos, mas sim comunicar alegria e vida.


Neste Evangelho de Lucas e no de Marcos, o questionamento a Jesus é feito por um sujeito indeterminado: “eles”. Já Mateus, de modo próprio, atribui a pergunta aos discípulos de João. O jejum era praticado tendo-se em vista o perdão dos pecados diante de um Deus vingativo para com homens e mulheres, o qual deveria ser aplacado com sacrifícios.


A parábola do remendo, em Lucas, é revestida de um colorido especial: não se corta um pedaço de uma roupa nova para colocá-lo como remendo em roupa velha. Além de estragar a roupa nova, repuxa a roupa velha e, ainda mais, não vai combinar! A sentença final é uma alusão aos judeus, apegados à sua antiga tradição, que rejeitam a novidade de Jesus.


Jesus não vem castigar nem condenar, mas libertar e acolher. A sua presença entre os discípulos, expressa pela imagem do noivo em um casamento, é motivo de alegria e festa, não de luto e jejum.


As duas parábolas que se seguem exprimem bem a novidade de Jesus, que não combina com a prática legalista da tradição do Primeiro Testamento. A frase final, que termina com a expressão: “o vinho velho é melhor”, é estranha no texto e indica inserções que se cristalizaram na tradição.


O que na verdade Jesus quer salientar é uma prática que saia do fundo do coração. É esta a proposta que Jesus nos apresenta para nossas ações. Diante de Deus todos os nossos atos terão o valor proporcional ao que o nosso coração lhes confere. Fazer apenas por fazer, não nos edifica nem nos ajuda na caminhada para Deus. O odre e a roupa significam a nossa mentalidade e a maneira como acolhemos as observâncias que Deus nos propõe por meio da sua Palavra e dos seus mandamentos. A maneira como encaramos os fatos da nossa vida e a mentalidade com a qual nós participamos das propostas de Deus nos dão a garantia para que as nossas ações diante do Senhor tenham valia. O que é novo não cabe na mentalidade antiga. Precisamos de um espírito aberto, para acolher as novidades do Evangelho e viver segundo os mandamentos de Deus. Do contrário, não daremos frutos.


Você é uma pessoa apegada ao seu modo de pensar? – Você é capaz de mudar de opinião diante das novidades do Evangelho? – Com que espírito você jejua ou faz sacrifício? – Você costuma murmurar e se lastimar das coisas boas que você faz aos outros


Pai, abre meu coração para acolher a novidade trazida por Jesus, sem querer deturpá-la com meus esquemas mesquinhos e contaminá-la com o egoísmo e o pecado.

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segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Homilia Diária - 01.09.2022

 POR CAUSA DA TUA PALAVRA, LANCAREI AS REDES Lc 5,1-11


HOMILIA


Por causa da Tua Palavra lançarei as redes. Mas que palavras? E com que autoridade? Avançai para águas mais profundas, e lançai as vossas redes para a pesca. Estas palavras foram garantia para que Pedro e os outros apóstolos voltassem a pescar naquele dia, depois de uma noite toda de pesca infrutífera. E continuam sendo ditas para nós hoje. Para ontem elas tendo sido cumpridas, fizeram com que os discípulos reconhecessem o poder de Jesus. E hoje? Que mensagem estas palavras trazem para mim e para você? A mensagem desse Evangelho nos motiva a nunca desistirmos e sempre tentarmos novamente. Saber que Jesus está perto e que, na pesca da nossa vida, Ele nos orienta, nos ilumina com o Seu Espírito é segurança para nunca perdermos a esperança. Ainda que já tenhamos trabalhado a noite inteira e nada conseguimos pescar. Mesmo que já tenha se exaurido a nossa capacidade de pedir, de suplicar, de esperar por alguma coisa de que necessitamos, “em atenção à palavra de Jesus”, devemos prosseguir lançando as redes. É esta a mesma Palavra que nos anima hoje a avançar na nossa vida, na nossa pescaria, na nossa luta em busca de paz, de felicidade, de vida plena. Avançar para águas mais profundas significa para nós, buscar mais conhecimento de Deus, da Sua Lei, dos Seus ensinamentos, dos Seus decretos. Quanto mais mergulharmos no Evangelho, nas Escrituras, mais nós iremos encontrar respostas para os nossos questionamentos, para as nossas angústias. O homem é um ser criado por Deus com o objetivo de viver a harmonia com Ele e com o próximo e isso realmente só acontecerá quando ele se jogar nos braços do amor misericordioso de Deus.


Para Pedro, Jesus era o seu mestre. Mas, diante da pesca milagrosa que não se explica por causas naturais, Pedro descobre que Jesus não é um simples mestre ou profeta comum. Já o vê como seu Senhor, nome reservado exclusivamente a Deus. Foi um grande passo na descoberta da verdadeira identidade de Jesus. A admiração atrai Pedro a Jesus; a consciência de seu estado de pecador afasta-o dele.


Diante do milagre presenciado, a fé de Simão começou a tornar-se uma rocha = pedra. Basta ver que Pedro começou a chamar Jesus de “Senhor” e não só de “Mestre”. Pela fé, Simão é transformado em rochedo, e já se põe o fundamento para a sua vocação em “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja” (Mt 16,18) e em “Tu, por tua vez, confirma teus irmãos” (Lc 22,32).


O homem, sozinho em suas tarefas, afadiga-se em vão: “Se o Senhor não edificar a casa, em vão labutam seus construtores” (SI 127). Mas se acolher com boa disposição a Palavra inspirada, receberá abundante ajuda da mão de Deus.


Quanto mais alguém se aproxima de Deus, tanto mais cresce nele a humildade, esse sentimento de sua pequenez, de seu nada e de seus pecados. Quanto mais distante de Deus alguém vive, tanto menos reconhecerá os próprios erros e limitações. Pedro, tão favorecido pela bondade divina, não pensa senão em sua própria insuficiência e condição de pecador que não merece tanta bondade. E então exclama: “Senhor afaste-se de mim, pois eu sou um pecador!” Mas Jesus, apesar de reconhecer a fraqueza de Simão, confirma-lhe em sua vocação.


Jesus também chama a mim e a você para sermos pescadores de homens! Ele providencia o peixe para nós, porém, necessita das nossas redes a fim de tomar para Ele as almas necessitadas de salvação. Que a nossa pesca seja profícua e não se restrinja somente ao nosso circulo de amizade. Jesus quer que nós sejamos pescadores no Seu Reino e a rede que Ele nos dá é o Seu amor e a Sua Palavra. Não tenha medo! De agora em diante, você vai pescar gente! É isso que Jesus faz contigo aqui e agora. Não tenha medo! Ele sabe da tua fraqueza, dos teus problemas. Mas te quer ver pescador de homens, restaurador de famílias, libertador dos presos, acolhedor dos excluídos e abandonados. Enfim, a dar vida e vida em abundância! Portanto, seja firme e não tenhas medo! Comece desde já: passe para os seus amigos, suas amigas a experiência que você tem com a Palavra de Deus, com a oração, com a reflexão. Conte para todos o que mudou na sua vida, qual a sua esperança e o que você tem descoberto com a Palavra de Deus. Você tem usado o Amor de Deus como rede para atrair as pessoas para Ele? – Mesmo que você não tenha muita vontade você atende ao chamado de Jesus em atenção à Sua Palavra?


Pai, confirma minha vocação de pescador de pessoas humanas, e conduze-me para águas mais profundas onde se encontram os que mais carecem de meu amor.


Fonte https://homilia.cancaonova.com/

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domingo, 28 de agosto de 2022

Homilia Diária - 31.08.2022

 MUITOS FORAM CURADOS Lc 4,38-44


HOMILIA


Lucas acentua o sofrimento da sogra de Simão Pedro e a autoridade de Jesus ao expulsar a febre; realça, assim, o caráter milagroso do evento. Jesus decide abandonar a Sinagoga. Por que razão não se diz. Mas, pelo que se pode entender, Ele quer transformar e fazer do ambiente familiar, simbolizado pela casa da sogra de Simão, no lugar de oração, de cura e libertação. De paz e justiça, de amor e partilha, de alegria e sucessos, de misericórdia e perdão. Faz do ambiente familiar o lugar de saúde e vida. Portanto a casa, o lar, a família, é o lugar privilegiado para se construir a nossa sociedade. Assim, numa sociedade como a nossa onde o conceito de família está “vazio”, Cristo chama o casal cristão a ser estrutura sustentadora de uma família capaz de encontrar relações novas, não ditadas pela carne e o sangue, mas pela vida nova que Cristo confere pelo Batismo. Isto reduz o egoísmo, e faz com que cresça a caridade, dom do Espírito e se realize a Igreja doméstica.


Jesus toma conhecimento da doença que afeta os casais e aí ele foi, parou ao lado da cama dela e deu uma ordem à febre. Este gesto apela primeiro pelo zelo apostólico dele e por outra chama-me como pastor de alma a visitar, entrar e abeirar-me dos leitos de muitos homens e mulheres que estão doentes e deitados sem forças para levantar a cabeça, o corpo e servir os seus como deveriam fazer.


Veja que na casa a mulher, personificada na sogra de Simão, é valorizada na sua prática do serviço, que é a característica fundamental do Reino. Outro pormenor a considerar é que a cena narrada se passa num sábado, dia do culto na sinagoga. Neste dia todo trabalho cessava, e só era permitido caminhar-se uma curta distância. Ao pôr-do-sol termina o dia do sábado, começando o primeiro dia da semana. É a introdução do domingo, o dia por excelência para nós cristãos. O povo, liberado das restrições legais prefiguradas pelo sábado legal, que ao invés de salvar, condenava, de dar vida, matava, acorre a Jesus, que os cura, os liberta e salva. Esta deve ser a minha e a tua atitude, fazendo-te recordar o que falávamos ontem, nas culturas antigas, muitas doenças físicas e mentais eram atribuídas a um ser imaginário, o demônio. Jesus, porém, na sua prática, vai revelando que os males da humanidade resultam, principalmente, do poder opressor, da falta de carinho, amor, ternura, paz, justiça, reconciliação, diálogo, atenção e falta de Deus na comunidade-família que deveria ser construtora de vidas novas.


Neste trabalho é preciso que a comunidade saiba que ela está a serviço de Deus e não a busca de privilégios ou de poder (e isto serve também para os evangelizadores). Que a comunidade tenha as portas abertas para todos. O meu e o teu serviço é levar todos os enfermos, quer os da família de sangue quer não: todos os que tinham amigos enfermos, com várias doenças, os levaram a Jesus. Ele pôs as suas mãos sobre cada um deles e os curou.


Me dirijo a você recordando que, como apóstolo, és enviado e ordenado para anunciar a Palavra de modo que trazendo todos os enfermos (quer corporais quer espirituais), eles possam ser curados e entendam Deus na Pessoa do Seu Filho, Jesus Cristo, que acolhe, liberta, perdoa e anuncia a verdade do Reino: a Vida Eterna. Esta missão do Filho de Deus nos compromete e interpela a sermos o homem, a mulher que, acolhendo bons e maus, sejas a mão, a braço, a boca, o coração e a mente de Cristo, convertendo-te em discípulo e missionário do Mestre para que o mundo conheça a Verdade e conhecendo a Verdade possa salvar-se. Peçamos hoje a Deus o ardor missionário.


Pai, que a presença de Jesus em minha vida seja motivo de libertação, de modo que eu possa servir com alegria o meu próximo, especialmente, os mais necessitados.

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sábado, 27 de agosto de 2022

Homilia Diária - 30.08.2022

 JESUS, O HOMEM QUE LIBERTA Lc 4,31-37


HOMILIA


Este episódio da expulsão de um espírito impuro, narrado por Lucas, ocorre logo no início do ministério de Jesus. Ele passava o seu ensinamento às multidões, com sua ação amorosa e libertadora. É interessante o fato de que os primeiros atos de Jesus narrados por Lucas estejam ligados à expulsão dos demônios. Para os antigos, todos os males que afligiam as pessoas eram considerados obra de algum demônio, principalmente as doenças. Para conseguir a cura, era necessário expulsar o demônio. Jesus pode fazer isso porque venceu as tentações: abundância, poder, riqueza e prestigio, através das quais o diabo age, provocando os males do povo. Isso é o sinal concreto da chegada do Reino de Deus, que traz liberdade e vida para todos.


Cafarnaum é o centro da atividade de Jesus na Galileia, e aí Ele costuma ensinar na sinagoga no dia de sábado, que é o dia santo dos judeus. As pessoas se espantam com o seu ensinamento, porque Ele “fala com autoridade”. Que autoridade é essa? Certamente uma compreensão nova das Escrituras, aplicando diretamente o seu anúncio à uma prática de libertação concreta. Enquanto os doutores da Lei ficavam em especulações abstratas, Jesus vai direto ao que interessa ao povo: a Palavra de Deus como libertação concreta, interna e externa, dentro das situações em que o povo vive.


O primeiro milagre contado por Lucas é a expulsão de um demônio, indicando que, para libertar as pessoas primeiro é preciso expulsar o demônio. Quem é ele? É alguém que conhece Jesus, e sabe que Jesus é uma ameaça para seu império demoníaco. Ele chama Jesus de o “Santo de Deus”. Isto é, que Jesus, concebido por obra do Espírito Santo, é portador desse mesmo Espírito, capaz de vencer o domínio do espírito do mal. Para compreendermos bem o que isto significa, devemos nos lembrar de que a principal ação do demônio é alienar as pessoas, impedindo-as de pensar e agir por si mesmas. Tudo aquilo que aliena as pessoas é mau e demoníaco, e então compreendemos que as ideologias, as propagandas mentirosas, os sistemas, as estruturas opressoras são agentes do demônio, enganando e manipulando o povo. Quem seria esse demônio de hoje? Todos aqueles que tapeiam e manipulam o povo, para explorá-lo e oprimi-lo, a fim de conseguir vantagem. E esses agentes do demônio sabem muitos bem que Jesus é perigoso para eles, porque pode destruir o seu “negócio rentável”.


Entendemos, então, o espanto do povo e a fama de Jesus, que vai se espalhando pela redondeza. Jesus, com sua palavra e ação, vence os demônios que alienam o povo. Ele devolve ao povo a capacidade de ver, de pensar e agir por si, usando sua liberdade para conquistar a vida a que todos têm direito. O povo só é impedido disso por alguns que, demoniacamente, só pensam e buscam a própria abundância, poder, riqueza e prestigio, deixando todos os outros na miséria.


Quais são os demônios que hoje te deixam alienado, impedindo-te de ver, ouvir, falar e agir com liberdade, para descobrir e seguir o caminho da santidade? É justa uma lei que impede de curar? Em tua casa, bairro, cidade ou país existem leis assim? Quais são os demônios que provocam as doenças na tua casa e entre os teus familiares? Como esses demônios agem? Não te esqueça nunca: Jesus veio e Ele está presente ao teu lado, na tua casa e no teu coração para expulsá-los todos. Basta acreditar, confiar e saber esperar que Ele agirá!


Pai, faça-me forte para enfrentar e vencer as forças malignas que cruzam meu caminho, tentando afastar-me de Ti. Como Jesus, quero abalar e derrotar o poder do mal deste mundo.

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Homilia Diária - 29.08.2022

 O MÁRTIR DA FÉ Mc 6,17-29


HOMILIA


Hoje celebramos o martírio de João, o Batista, aquele de quem Cristo disse: dos nascidos de mulher não há outro maior do que João, o Batista. Mas o menor no Reino do Céu é maior do que ele. É uma reflexão sobre minoridade, João escolheu a via menor, se fez pobre, vestia-se pobremente, comia gafanhotos e mel. Esta é a expressão que Mateus usa para expressar a humildade de João. E Jesus ainda diz: o menor no Reino do Céu é maior do que ele. Aqui percebemos que o Senhor demonstra que a sabedoria e o serviço estão no despojamento, na simplicidade, no profetismo sem recompensas. O profeta de Deus não é rico, nem poderá ser, e Jesus também revela que o menor, o mais pobre, o mais abandonado, o mais oprimido, no Reino de Deus, isto é, na Vontade de Deus, ainda é maior que o maior.


Falando da morte de João Batista, o Papa João Paulo II diz na Carta Encíclica “Veritatis Splendor” (cf. n. 91) que o martírio constitui um sinal preclaro da santidade da Igreja. Efetivamente, ele “representa o ponto mais alto do testemunho a favor da verdade moral.” Se são relativamente poucas as pessoas chamadas ao sacrifício supremo, há, porém, um testemunho coerente que todos os cristãos devem estar prontos a dar em cada dia, mesmo à custa de sofrimentos e de graves sacrifícios. Assim tu meu irmão, minha irmã, não podes e nem deves fugir. Gostaria que soubesses que desde o início do Cristianismo percebemos que três elementos estão quase sempre unidos: testemunho, profecia e doação da própria vida. É verdadeiramente necessário um compromisso, com estas três vias, por vezes heróicas, para não ceder, até mesmo na vida cotidiana: em casa com o marido, com os filhos, colegas do trabalho, com os familiares de perto ou de longe. É necessário saber que as dificuldades nos levam ao compromisso para viver na totalidade o Evangelho.


O exemplo heroico de João Batista nos deve fazer pensar nos mártires da fé que, ao longo dos séculos, seguiram corajosamente as suas pegadas. De modo especial, voltemos à mente os numerosos cristãos que, no mundo inteiro, foram vítimas do ódio, e da perseguição religiosa. Mesmo hoje, em algumas partes do mundo, os fiéis continuam a ser submetidos a duras provações, em virtude da sua adesão a Cristo e à sua Igreja. Os impérios opressores que existiram na história continuaram deixando seus mártires. Seus projetos elitistas e imperialistas fizeram com que seus chefes continuassem a embriagar-se com o sangue dos mártires. Portanto, o martírio não deve ser buscado por ninguém. Em última palavra, o martírio é uma graça de Deus. Mas, dele não se deve fugir, se é necessário dar o testemunho e para defender a vida do povo. Jesus também nos ensina que não devemos ter medo daqueles que matam o corpo. Por isso, dar a vida é a melhor forma de amor, a exemplo de Jesus que nos amou até o extremo.


O máximo do amor é dar a vida pelos seus. Deste modo, a vida não é tirada, mas é dada livremente. Foi isso que fez São João Batista em meio à crueldade que ameaçava a fidelidade conjugal: lutou, e sendo testemunha e testemunho fiel, derramou seu sangue, pagando com a própria vida. Ontem como hoje, o banquete dos criminosos continua sendo regado a sangue, como foi o de Herodes como nós ouvimos no Evangelho de hoje. Por isso, lembrar a morte de João Batista é não deixar morrer sua história, é recordar o seu testemunho, sua profecia e sua coragem; é lembrar que, se preciso for, todos devemos estar dispostos a lavar as nossas vestes e as branquear no sangue do Cordeiro (Ap 7,14).


Pai, que as contrariedades da vida jamais me intimidem e impeçam de seguir adiante, cumprindo minha missão de evangelizador.

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sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Homilia Diária - 28.08.2022

 HUMILDADE E HOSPITALIDADE Lc 14,1.7-11


HOMILIA


Este Evangelho nos ajuda a corrigir um preconceito sumamente difundido. «Num sábado, Jesus entrou para comer na casa de um dos principais fariseus. Eles o observavam atentamente». Ao ler o Evangelho a partir de um certo ponto de vista, acabou-se fazendo dos fariseus o modelo de todos os vícios: hipocrisia, falsidade; os inimigos por antonomásia de Jesus. Com estes significados negativos, o termo «fariseu» passou a fazer parte do dicionário de nossa língua e de outras muitas.


Semelhante idéia dos fariseus não é correta. Entre eles havia certamente muitos elementos que respondiam a esta imagem e Cristo os enfrenta. Mas nem todos eram assim. Nicodemos, que vai ver Jesus de noite e que depois o defende ante o Sinédrio, era um fariseu (cf. João 3, 1; 7, 50ss). Também Saulo era fariseu antes da conversão, e era certamente uma pessoa sincera e zelosa, ainda que não estivesse bem iluminado. Outro fariseu era Gamaliel, que defendeu os apóstolos ante o Sinédrio (cf. Atos 5, 34 e seguintes).


As relações de Jesus com os fariseus não foram só de conflito. Compartilhavam muitas vezes as mesmas convicções, como a fé na ressurreição dos mortos, no amor de Deus e no compromisso como primeiro e mais importante mandamento da lei. Alguns, como neste caso, inclusive o convidam para uma refeição em sua casa. Hoje se considera que mais que os fariseus, quem queria a condenação de Jesus eram os saduceus, a quem pertencia a casta sacerdotal de Jerusalém.


Por todos estes motivos, seria sumamente desejável deixar de utilizar o termo «fariseu» em sentido depreciativo. Ajudaria ao diálogo com os judeus, que recordam com grande honra o papel desempenhado pela corrente dos fariseus em sua história, especialmente após a destruição de Jerusalém.


Durante a refeição, naquele sábado, Jesus ofereceu dois ensinamentos importantes: um dirigido aos «convidados» e outro para o «anfitrião». Ao dono da casa, Jesus disse (talvez diante dele ou só em presença de seus discípulos): «Quando deres um almoço ou um jantar, não convides seus amigos, nem seus irmãos, nem seus parentes, nem os vizinhos ricos…». É o que o próprio Jesus fez, quando convidou ao grande banquete do Reino os pobres, os humildes, os famintos, os perseguidos.


Mas nesta ocasião quero deter-me a meditar no que Jesus diz aos «convidados». «Se te convidam a um banquete de bodas, não te coloques no primeiro lugar…». Jesus não quer dar conselhos de boa educação. Nem sequer pretende alentar o sutil cálculo de quem se põe em uma fila, com a escondida esperança de que o dono lhe peça que se aproxime. A parábola nisso pode dar pé ao equívoco, se não se levar em consideração o banquete e o dono dos quais Jesus está falando. O banquete é o universal do Reino e o dono é Deus.


Na vida, quer dizer Jesus, escolhe o último lugar, procura contentar os demais mais que a ti mesmo; sê modesto na hora de avaliar seus méritos, deixa que sejam os demais quem os reconheçam e não tu («ninguém é bom juiz em causa própria»), e já desde esta vida Deus te exaltará. Ele te exaltará com sua graça, te fará subir na hierarquia de seus amigos e dos verdadeiros discípulos de seu Filho, que é o que realmente importa.


Ele te exaltará também na estima dos demais. É um fato surpreendente, mas verdadeiro. Não só Deus «se inclina ante o humilde e rejeita o soberbo» (cf. Salmo 107, 6); também o homem faz o mesmo, independentemente do fato de ser crente ou não. A modéstia, quando é sincera, não artificial, conquista, faz que a pessoa seja amada, que sua companhia seja desejada, que sua opinião seja desejada.


Vivemos em uma sociedade que tem suma necessidade de voltar a escutar esta mensagem evangélica sobre a humildade. Correr para ocupar os primeiros lugares, talvez pisoteando, sem escrúpulos, a cabeça dos demais, são características desprezadas por todos e, infelizmente, seguidas por todos. O Evangelho tem um impacto social, inclusive quando fala de humildade e hospitalidade.


Pai, faz-me humilde e discreto no trato humano. E que eu não aspire grandeza humana. Basta-me ser reconhecido e exaltado por ti.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/

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quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Homilia Diária - 27.08.2022

 Usemos os talentos que Deus nos deu


HOMILIA


Temos dons e capacidades. Precisamos nos ocupar com o essencial, para colocarmos para fora os dons e os talentos que Deus nos deu

“Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!” (Mateus 25,21).


 

A parábola dos talentos – em que o administrador confia a uma pessoa cinco talentos, a outro dois talentos, e ao terceiro um talento – revela que Deus respeita a capacidade e o dom que cada um pode dar, porque nem todo mundo consegue dar a mesma coisa, fazer a mesma coisa; nem todo mundo consegue ser tudo. Cada um pode dar o pouco ou o muito que tem, mas todos podem dar, todos podem mudar o dom, a capacidade e a entrega que têm.


Não podemos ser o servo preguiçoso, relaxado, descomprometido, muito menos indignado e amargurado. “Por que não sou como fulano?”. Somos o que somos, temos o que temos e fazemos o melhor com o que temos. Se temos, na nossa casa, somente arroz, vamos nos virar com ele, vamos fazer dele o melhor arroz do mundo, porque, se formos chorar pelo fato de, na casa do vizinho ter arroz, feijão e carne, vamos lamentar e desperdiçar o arroz que temos; e viveremos lamuriando na vida. Há pessoas que, com o único arroz que têm, fazem muito mais do que nós, que temos tudo, mas, simplesmente, vivemos na acomodação.


Hoje, Deus está chamando a nossa atenção para que evitemos, de toda e qualquer forma, a acomodação, para que evitemos ficar indignados ou conformados, dizendo: “O que temos é muito pouco. Com muito pouco não se conhece nada, e a vida não nos deu sorte. Não fomos abençoadas nessa vida”.


Todos nós temos uma bênção que, muitas vezes, está clara, está na nossa frente. Outras vezes, parece que ela está enterrada e precisamos descobri-la, puxá-la e transformá-la em dons que se multiplicam.


É tão bom ver pessoas que, humanamente, nem daríamos nada para elas, pareciam incapazes, mas elas correram atrás, empenharam-se, superaram a si mesmas, pegam o dom que receberam e o transformam.


O que você está fazendo com o seu dom? O que está fazendo com a capacidade que você tem? Você vive na reclamação, na indignação, na revolta, na acomodação? Ou você é aquela pessoa que não importa o que tenha, leva adiante aquilo que você pode? Você se esforça? Você dá o seu melhor para que o melhor seja feito com o pouco ou com o muito que você tem?


Ninguém tem o direito de ficar desocupado. Podemos até ficar desempregados, passar por momentos difíceis na vida, mas é maravilhoso ver como as pessoas se viram, mesmo não podendo ter o emprego que gostariam. Muitas não estão no trabalho que gostariam, mas estão se virando na vida. Estão trabalhando na rua, estão correndo atrás.


Deus não nos quer desocupados, porque temos dons e capacidades. Precisamos nos ocupar com o essencial, para colocarmos para fora os dons e os talentos que Ele nos deu.


Deus abençoe você!


Fonte Padre Roger Araújo

Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova. 


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quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Homilia Diária - 26.08.2022

 A PREPARAÇÃO DA VINDA DO SENHOR Mt 25,1-13


HOMILIA


Em duas ocasiões distintas Jesus contou duas parábolas cujo conteúdo apela pela prudência e pela vigilância antes de sua morte destacando-se o tema da preparação para a vinda do Senhor. A das dez virgens (Mateus 25:1-13) e a dos talentos (Mateus 25:14-30). Essas foram, aparentemente, contadas em particular aos seus discípulos (Mateus 24:3). Na primeira parábola, dez virgens saíram ao encontro do noivo, empolgadas com as alegrias vindouras da festa de casamento. Todas estavam presentes; todas estavam esperando o noivo; todas se sentiam satisfeitas com a sua preparação, pois estavam cochilando e dormindo, e todas tinham lâmpadas. A diferença entre as cinco virgens prudentes e as cinco tolas era que as cinco prudentes trouxeram óleo junto com suas lâmpadas. O tempo da preparação tinha-se passado. Enquanto as virgens tolas estavam comprando óleo, o noivo chegou e elas foram deixadas fora do casamento para sempre. Como você está esperando pelo seu Senhor? Você está vigiando? A que temperatura está o termômetro da tua prudência? Jesus decretou a sentença tanto para as dez virgens como para mim e para ti: “Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora” na qual o Filho do Homem vem!.


Na segunda parábola, um homem que ia viajar para um país distante confiou talentos aos seus servos. A um ele deu cinco, a outro dois e a outro um, distribuindo-os de acordo com a capacidade de cada servo. Os dois servos, um com cinco e o outro com dois talentos, duplicaram o que lhes tinha sido confiado, resultando em louvor e recompensa de seu senhor. O servo com um talento, agindo com temor, foi preguiçoso. Ele escondeu o talento que lhe havia sido dado em vez de usá-lo para obter rendimentos, suscitando a ira de seu senhor e a perda do talento que lhe havia sido entregue. Como e onde você escondeu tudo o que recebeu de Deus?


Há muita semelhança entre as duas parábolas. Vemos nestas duas parábolas a grande e muita expectativa pelo Senhor que vem. As dez virgens estavam esperando o noivo. Os servos sabiam que seu senhor voltaria. O noivo, ou o senhor, que retorna, naturalmente, é Jesus Cristo. Ele há de voltar. Não há desculpas a quem deixa de aguardar sua volta.


Saiba que todas as dez virgens tinham feito alguma preparação. Os dois servos, um com cinco e o outro com dois talentos, tinham-se preparado, obviamente; e até mesmo o servo com um talento tinha feito alguma preparação, mantendo cuidadosamente em segurança seu único talento até a volta de seu senhor. Por isso não fique de braços cruzados. Prepare-se para a vinda do teu Senhor. Em breve Ele chegará. Note que, como vimos nas duas parábolas, há preparação adequada contrastada com negligência. Não houve o despreparo completo, mas negligência: negligência em abandonar algum mau hábito; negligência em confessar os pecados cometidos; negligência em desenvolver os frutos do Espírito; negligência em tirar vantagem completa das oportunidades que Deus coloca diante deles; em resumo, negligência em tornar-se como seu Senhor. Como vai a tua preparação? Está sendo com inteligência ou negligência?


É verdade que nas duas parábolas houve demora na chegada. “E, tardando o noivo”. O senhor dos servos voltou “depois de muito tempo”. Só que isso não deve ser motivo para o desleixo. É muito fácil para as pessoas mal interpretarem a demora da vinda do Senhor. Elas vêem isso como motivo para descuido e descrença, quando deviam vê-la como evidência da longanimidade do Senhor que conduz à salvação. E você, como tem agido ante a demora de Deus?


Aqui não vale encostar-se à sua esposa, marido, pais ou filhos. A responsabilidade individual. As virgens prudentes não podiam compartilhar seu óleo com as tolas. O servo de um talento não podia sentir-se confortável com o fato de oito talentos terem-se tornado quinze. Cada um tinha que prestar contas pelo que tinha feito pessoalmente. Assim será quando o Senhor retornar. Nenhum pai será capaz de partilhar um pouco da sua fidelidade com os seus filhos; nenhum esposo com a sua esposa ou vice-versa; nenhum amigo com outro amigo. Ninguém poderá se gabar dizendo “veja o que nós fizemos”; ele só pode obter a graça na base de sua própria preparação e prudência. A salvação é individual e não coletiva.


Pois Deus nos conhece pelo nome e assim nos trata. No final de tudo haverá a escolha. Deus há de mandar os seus anjos para separar os bons dos maus. As cinco virgens prudentes entraram com o noivo no casamento, enquanto as cinco tolas não puderam entrar. Os servos dos cinco e dos dois talentos entraram na alegria de seu senhor, enquanto o de um talento foi lançado fora, nas trevas. A expressão “Fechou-se a porta”, encontrada na parábola das dez virgens, é uma das expressões mais tristes nas Escrituras para todos aqueles que não estiverem preparando prudentemente a vinda do Senhor.


Pai, mantenha acesa em mim a chama do zelo pelas coisas do Reino, de modo que eu esteja sempre preparado para o encontro com teu Filho Jesus.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/

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terça-feira, 23 de agosto de 2022

Homilia Diária - 25.08.2022

 EMPREGADO FIEL E EMPREGADO INFIEL Mt 24,42-51


HOMILIA


Este texto de Mateus é a conclusão do “discurso escatológico”, sobre o fim dos tempos. Este “discurso” é uma coleção de textos que se constituíram como tradição das comunidades de discípulos de Jesus. Tais textos escatológicos estão presentes, também, nos evangelhos de Marcos e Lucas. No de hoje, encontramos os temas da vigilância e do julgamento final, com a condenação de alguns em contraposição à salvação de outros. Esta visão escatológica tem origem no Primeiro Testamento, em que prevalece a figura do Deus poderoso e punitivo. O estímulo à ação é o temor. Com a revelação do Deus de amor, em Jesus, predomina a perspectiva da sedução pela ternura e mansidão do coração. Com a encarnação, realiza-se a presença do Deus de amor no tempo presente.


Trazemos dentro de nós um desejo e um anseio de eternidade. Por isso nos confundimos achando que permaneceremos para sempre instalados aqui neste mundo. Jesus nos exorta para que fiquemos vigilantes quanto ao fato da brevidade da nossa vida. Na verdade, estamos aqui apenas estagiando e necessitamos ter consciência do valor do nosso tempo e das descobertas que, a todo o momento, nós fazemos em relação ao projeto de Deus para bem vivermos a nossa existência terrena. Por isso, precisamos então todos os dias pesar, medir e contar os nossos atos, as nossas intenções, pedindo ao Senhor graças para que sejamos encontrados no nosso posto quando Jesus voltar. Nunca chegará o dia em que nós poderemos descansar e nos refestelar achando que já cumprimos toda a nossa missão. A cada dia o Senhor nos mostra algo novo para vivenciarmos e nos renova a fim de que possamos assumir a obra que Ele nos destinou. O nosso compromisso com Deus é em relação ao nosso irmão e o amor que vivermos será o parâmetro da fidelidade da nossa vida. “Por isso, também, fiquemos preparados,” porque é esta a mensagem do Senhor hoje para nós!


Você costuma se perturbar quando lhe falam da morte? Você tem desejo de eternidade? Será que seria bom viver somente aqui para esta vida: o que você acha disso? Você é vigilante? O que você espera do seu futuro? O que você acha que Deus ainda vai entregar a você, como compromisso?


Lembre-se! Para nós cristãos a vigilância tem um novo sentido. É estar atento às necessidades dos irmãos, particularmente os mais carentes, na busca da justiça. No serviço e na partilha da vida, entra-se em comunhão com o próprio Jesus, hoje presente entre os irmãos. Hoje temos duas parábolas na forma comparativa, exortando à vigilância. A motivação é a expectativa da volta do Senhor. Enquanto é aguardada esta volta deve-se vigiar, para não ser pego de surpresa. Esta expectativa da “volta do Senhor” foi se frustrando com o tempo, dando lugar à visão mais realista do encontro com Jesus, já presente entre nós, no nosso próximo e irmão, principalmente nos mais carentes e necessitados. Vigiar é estar atento à vontade do Pai que quer que todos sejam um, sem privilegiados e excluídos. Temos aqui um texto típico de Mateus sobre o fim dos tempos. E por isso, devemos estar sensível, ou seja, atentos às necessidades de nossos irmãos, sobretudo os mais simples, humildes e excluídos, de modo a assumirmos o serviço como realização pessoal e partilha da vida para com eles, a fim de que eles nos venham a receber no reino dos Céus.


Pai, faça de mim um servo fiel e prudente, disposto a pautar toda a vida pelos ensinamentos de teu Filho Jesus. Que eu jamais seja insensato!

Fonte https://homilia.cancaonova.com/

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Homilia Diária - 24.08.2022

 JESUS CHAMA FILIPE E NATANAEL Jo 1,45-51


HOMILIA


Ao iniciar sua vida pública, Jesus começa, lentamente, a escolher os seus discípulos que, à medida que atendiam o chamado largavam tudo e continuavam a caminhada junto com Ele. Assim dentre os discípulos de João Batista. André, chamado por Jesus, chama Pedro e Filipe, e este chama Natanael. Natanael, diante da origem humilde de Jesus, manifesta sua incredulidade. Porém, ao primeiro contato com ele, Natanael o aclama como Filho de Deus e Rei de Israel. Jesus descarta este título de poder, identificando-se com o Filho do Homem, a presença divina no simplesmente humano que abre as portas do céu. O título “Filho de Deus” tem duplo sentido: título de realeza, comum nos reinos e impérios, e título específico de Jesus, enquanto presença divina, amorosa, encarnada. Natanael o usa no primeiro sentido. Jesus insinua que sua realidade é outra: por ele, o Filho do Homem, serão abertas as portas do céu aos humanos. Jesus vem realizar o projeto de Deus, que é levar o humano à plenitude pela comunhão com o amor divino.


Antes de ser chamado, Natanael conversava com Felipe que lhe disse haver encontrado aquele de quem escreveram Moisés e os Profetas: – Jesus de Nazaré, o filho de José. “Ao que Natanael lhe responde: – Por acaso pode sair algo de bom de Nazaré?” Nazaré era uma cidade pequena e habitada por pessoas muito simples. Jesus se aproxima dos dois naquele momento e Felipe diz a Natanael: – “Vem e vê!” Assim que ele olha encontra o seu olhar com o olhar de Jesus, que lhe diz: -“Eis um verdadeiro Israelita, no qual não há enganos”. E, assustado ele pergunta a Jesus: – “De onde me conheces?” Jesus lhe diz: – “Antes que Felipe te chamasse eu te vi quando estavas debaixo da figueira.” Daí Natanael exclama:- “Mestre, tu és o Filho de Deus, Tu és o Rei de Israel”.


Na nossa vida, como a Natanael, Jesus nos pergunta de várias maneiras, para nos incentivar a caminhar nos Seus caminhos; para vivermos fundamentados nos seus ensinamentos de Filho de Deus, demonstrando com a Sua vida, o verdadeiro lugar do amor na vida de todos os que O seguem. Muitas são as vezes que nós somos displicentes e, deixando-nos levar pelo barulho do mundo, principalmente, nos dias atuais, não percebemos o amor de Deus a nos abraçar e a falar dentro do nosso coração, completamente diferente daquilo que temos na nossa cabeça. Sem forçar, sem exigir, Ele não nos abandona nesses tempos; deixa-nos livres para seguirmos a nossa cabeça ou o nosso coração. Após tomarmos a atitude escolhida, vamos colher seus frutos, se bons ou ruins, advindos como resultados da nossa decisão tomada.


Rimos, ficamos felizes e alegres, se agimos acertadamente, mas , choramos e sofremos muito se erramos, agindo pelo instinto somente, sem usarmos o nosso coração. Assim aconteceu com Natanael que diminuiu Jesus pela Sua procedência, não lhe dando o valor que o próprio Criador nos ensina no Antigo Testamento. Jesus veio para salvar a humanidade, não descansou jamais, para cumprir a Missão a que veio: – Salvar a todos os seus irmãos, que somos todos nós, dando-nos a oportunidade de errarmos durante a nossa vida e, aceitando a qualquer momento o nosso arrependimento sincero e, nos levando para junto do Pai, na Eternidade, onde Ele nos espera desde que nascemos.


Por isso, devemos cultuar o perdão na nossa vida, nunca o negando aos que nos ofendem, aos que não gostam de nós, aos que nos prejudicam, nos ignoram ou não nos aceitam. Aí reside a nossa prova de que amamos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Assim é a essência do maior dos mandamentos que Jesus nos trouxe para a nossa salvação. Pois você verá coisas maiores do que esta. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: vocês verão o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem.


Pai leva-me a conhecer, cada vez mais profundamente, a identidade de teu Filho Jesus, e a fazer-me discípulo dele, de modo a compartilhar sua missão.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/

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domingo, 21 de agosto de 2022

Homilia Diária - 23.08.2022

 JESUS E OS FARISEUS Mt 23,23-26


HOMILIA


O capítulo 23 de Mateus é uma coletânea de advertências contra os escribas e fariseus e sua doutrina oficial, sob a forma do lamento “ai de vós…”. Esta expressão é bastante usada no Primeiro Testamento, dirigida aos que praticam a iniqüidade. A forma literária deste texto se aproxima das advertências do profeta Isaías (5,8-22). A hipocrisia é a atitude do sistema religioso representado pelos escribas e fariseus, os quais se fecham em seu prestígio e poder, julgando-se justos e desprezando o povo humilde.


Jesus critica severamente os escribas e fariseus porque eles desprezavam os preceitos mais importantes da lei, que era: a justiça, a misericórdia, a fidelidade. A hipocrisia dos fariseus e escribas com relação à religiosidade era algo que eles não conseguiam disfarçar, não obstante a sua falsa aparência de santos. Eles se fecham para não perder prestígio e poder, julgando-se justos e perfeitos desprezavam o povo humilde e excluído da sociedade. Jesus que enxerga além das aparências daqueles falsos santos denuncia toda a sua falsidade. Por outro lado, Jesus, no estilo profético, contradisse a religião da Lei que oprime e humilha o povo com suas inumeráveis observâncias, favorecendo aqueles que subjugavam o povo em nome de Deus. E estes mandatários ou representantes da elite religiosa procuram manter as aparências, porém falta o essencial, que é a acolhida da pessoa de Jesus, e o seu plano de salvação com seu amor misericordioso, libertador e vivificante.


Jesus é duro em suas advertências chegando a chamar os fariseus de cegos e de hipócritas que limpam o exterior dos seus corpos enquanto por dentro continuava sujo de pecados.


Jesus penetra no coração dos homens e com muita sabedoria e propriedade Ele denuncia o que há de escondido por debaixo das aparências. Assim como Ele falava para os mestres da lei e para os fariseus, chamando-os de “hipócritas”, Ele também poderá estar dirigindo-se a qualquer um de nós que nos enaltecemos em vista das nossas “boas ações”. Nós também como os antigos, podemos estar pagando o dízimo de todos os nossos proventos e até promovendo o bem comum, no entanto, ao mesmo tempo, podemos estar agindo como guias cegos, se as nossas atitudes não estiverem edificando a ninguém. Se estivermos fazendo o bem apenas para aparecer e chamar a atenção estão nos faltando os ensinamentos mais importantes, que são a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Isto acontece quando nós aproveitamos os momentos em que todos tomam conhecimento das nossas boas obras em campanhas que têm como objetivo somente a nossa promoção pessoal. Os que se preocupam com isso são os fariseus e hipócritas. Que a semente e o veneno dos fariseus hipócritas bem como dos escribas não caiam em nossos corações a ponto de uma vez germinando sufoque, envenene e mate a boa nova que recebemos de Jesus. Procuremos, pois, viver o que nós ensinamos, pregamos e aparentamos ser perante a comunidade cristã! Pois não nos esqueçamos que Deus que vê tudo vai um dia nos julgar.


A partir daqui é fundamental que tanto o nosso exterior quanto o interior apareçam sem manchas e não como os doutores da Lei, cujo exterior aparecia sem manchas, todavia o seu interior estava cheio de maldade. Jesus nos adverte enquanto é tempo: “limpa primeiro o copo por dentro, para que também por fora fique limpo”. Podemos enganar a todos, mas não enganamos a Deus que sonda o nosso coração e conhece o que há de mais camuflado dentro de nós. A justiça, a misericórdia e a fidelidade, portanto, se constituem em atos concretos de amor. Somos chamados a dar o dízimo e a fazer o bem, mas tudo com sentido e, por amor! Mesmo que não participemos de campanhas beneficentes nem de grandes promoções na época do Natal que a regra de ouro da nossa vida seja TUDO FAZER POR AMOR!


Prezados irmãos: Será que Jesus no evangelho de hoje está dizendo alguma coisa para nós? Será que nós também não lavamos muito bem o nosso corpo e até passamos perfume e deixamos a nossa alma embaçada pelo pecado? Ou será que nós procuramos manter uma aparência de santos, de quem observa todos os mandamentos de Jesus, e tudo mais, porém, na realidade, não passamos de pecadores maiores que aqueles que ao ver as nossas aparências de justos se sentem pequeninos em relação a nós?


Com que espírito você tem dado o seu dízimo? Você acha que Deus está vendo as suas ações de caridade? Você tem sido fiel, justo(a) e misericordioso(a) com as pessoas com quem você convive? Você faz alguma coisa para aparecer?


Pai, dá-me pureza de coração para que do meu interior brotem a justiça, a misericórdia e a fidelidade, e assim, eu possa guiar meus semelhantes na caminhada para ti.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/

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