quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Homilia Diária - 05.12.2018

SEGUNDO MILAGRE DA MULTIPLICAÇÃO DOS PÃES Mt 15,29-37
HOMILIA

O logo, logo o Senhor sem demora chegará. Ele iluminará o que estava coberto pelas trevas e se manifestará a todos os povos. É convite que se nos faz nestes dias do Advento. E enquanto esperamos precisamos de nos alimentar da palavra e do corpo de Jesus o alimento vivo do homem peregrino em direção à Pátria definitiva.

Neste texto da multiplicação dos Pães Jesus toma a iniciativa difrentemente do primeiro milagre. Ele olha para a multidão e sete compaixão. Quero entender nesta ‘ compaixão d’Ele não só a fome física, mas sobretudo a fome e a sede messiânica. O povo tem sede e fome da palavra de Deus. Esperava por um libertador que viesse quebrar as cadeias injustas e que tornasse presente o reino de Deus. E precisamente Jesus, desde o início de seu ministério, dirige-se a judeus e a gentios, fazendo discípulos entre eles. Esta atitude de mestre leva-nos a entender melhor o seu plano salvífico. Jesus é o salvador de todos os homens e do homem todo. Em Mateus temos, em primeiro lugar, um resumo das atividades de Jesus entre os gentios. Ele mantém-se em contato com as multidões, o que seria uma impureza do ponto de vista do judaísmo. As diversas curas de Jesus são sinais de sua ação libertadora da opressão e da exclusão. Já ocorrera uma partilha dos pães na área de influência do judaísmo, onde Jesus abençoa os pães (Mt 14,19). Agora a partilha dos pães se dá no próprio território gentílico, e Jesus dá graças ao partir o pão. Para nos ensinar que a nossa oração deve ser sempre de ação de graças, mesmo quando fazemos um pedido. Ação de graças por quê? Porque Deus sabe as nossas necessidades antes mesmo de lhas pedir e porque esperando e confiando temos a certeza de que Ele nos atenderá e nos dará o que pedidos. Por isso, louvamos e agradecemos por tudo o que fez a nosso favor.

Comendo com os gentios, revela que o banquete do Reino é para todos. A multiplicação dos pães representa e preanuncia o banquete eucarístico ao qual todos são convidados, principalmente os pobres, doentes, desamparados, humildes e todos aqueles que ajudam os necessitados. Entre eles também nós queremos estar: Se procurarmos a Jesus com humildade, conscientes de nossa miséria ele nos cura pelos sacramentos, principalmente os da penitência e da Eucaristia. Poucos pães e poucos peixes se tornam matéria de salvação, de milagre, de vida. Na Missa, a oferta de nossas ações, de nossos sofrimentos e alegrias, de nosso trabalho se torna para nós matéria que é assumida e valorizada, feita parte integrante do sacrifício.

A ordem de Jesus de recolher os fragmentos lembra-nos o dever de cuidarmos das minúcias, dos pormenores, com atenção às pequenas coisas, as únicas afinal que podemos oferecer. Poderia ser também uma advertência à nossa civilização de abundância para um mais generoso desinteresse no uso dos bens.

Que o Senhor prepare os nossos corações com a força da Sua graça, para que ao chegar o Cristo nosso Salvador nos encontre dignos do banquete da vida eterna e Ele mesmo passando nos possa servir o alimento da eternidade. Amén!

Fonte https://homilia.cancaonova.com/


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Homilia Diária - 04.12.2018

FELIZES OS QUE VEEM! Lc 10,21-24
HOMILIA

A alegria é uma característica de todo cristão porque primeiro foi de Cristo, é dom do Espírito Santo para todo batizado, é o que os primeiros cristãos possuíam (cf At 2, 46) e todos nós devemos ter. Mas, porque Jesus exultou de alegria naquele momento? Porque viu os planos do Pai se concretizando de uma maneira que é bem característica da Santíssima Trindade. Jesus reconhece, exulta de alegria vendo a humanidade mais uma vez participar das grandezas divinas. Nosso Senhor glorifica seu Pai porque Ele não escolheu os “sábios e entendidos” para serem os primeiros discípulos do Mestre, mas os pequeninos: povo sem estudo, sem muito entendimento, que não era capaz de muita coisa.

Creio que Jesus, em sua humanidade, tenha se desanimado um pouco ao olhar para aqueles 72 discípulos e ver a realidade. Tinha sido Ele mesmo que os havia escolhido por desígnio do Pai, mas Ele aconselha-os a rezarem ao Senhor pedindo mais operários para a messe (cf. Lc 10,2) pois aqueles não pareciam suficientes. Jesus reconhece que seus discípulos são ovelhinhas perto dos lobos astutos e inteligentes, mas envia-os acreditando que esses mesmos lobos darão a eles o sustento do dia de modo que nem precisam levar bolsas (cf. Lc 10,3-7), pois serão portadores da paz.

Apesar de toda a fé perfeita própria da divindade de Jesus, é difícil para a sua humanidade entender que essa gente com pouca instrução “dará conta do recado”.

Os 72 discípulos voltam alegres dizendo que até os demônios se submeteram a eles pelo nome de Jesus. Parece incrível, não? É como a profecia de Isaías na qual é prometida a harmonia entre lobo e cordeiro, pantera e cabrito, touro e leão, vaca e urso, criança e víbora. Tudo isso será possível porque sobre o nosso Salvador repousa o Espírito Santo com todos os seus dons e porque Ele não julga pelas aparências nem pelo ouvir dizer, mas com retidão e justiça. (cf. Is 11,1-8)

Esta é uma grande lição para todos aqueles que ficam tardando para dar uma resposta ao Senhor porque se acham incapazes, fracos, pequenos. Somente os pequeninos, isto é, os que abrem o coração e não colocam a razão em primeiro lugar, poderão distinguir os prodígios e milagres que acontecem quando o reino de Deus se lhes manifesta pela ação do Espírito Santo. Jesus louvou o Pai e exultou no Espírito quando os seus discípulos “enxergaram” as maravilhas que ocorreram quando eles saíram anunciando o Reino. “Felizes os olhos que veem o que vós vedes!” Quando nos dispomos a divulgar o Reino dos Céus aqui na terra, é sinal de que ele já está acontecendo na nossa vida e, na medida em que nós nos abrimos, mais e mais nós vamos experimentando a alegria e a felicidade interior. O Pai se dá a conhecer através da revelação do Filho e quanto mais nós conhecermos a Jesus, mais nós teremos comunhão com Deus Pai e assim estaremos vivendo a felicidade tão almejada.

Pensar assim seria ter um olhar puramente humano que não leva em consideração a misericórdia de Deus e seu poder soberano. Afinal, todas as coisas foram entregues à Jesus pelo Pai e Ele as dá a quem lhe apraz e quando lhe aprouver.

O que vale para Ele não são a inteligência e sabedoria humanas, mas o conhecimento de Deus, e “Ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, nem quem é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quiser revelar” (Lc 10,22). Ditosas são as nossas almas quando acreditamos na misericórdia e bondade do Senhor, mesmo que nossos olhos carnais não o tenham visto.

Obrigado, Pai, por nos conceder a oportunidade de Te conhecer mais profundamente. Obrigado, Jesus, por nos apresentar o Pai, e nos aceitar como irmãos teus, a medida que agimos como Tu nos ensinastes. Obrigado, Espírito Santo, por nos santificar, dando-nos coragem para enfrentar as batalhas do dia-a-dia, e dando-nos paciência para esperar o momento de Deus para aquilo que não podemos mudar. E que na hora certa nos fazes ouvir as palavras do Mestre: Felizes são as pessoas que podem ver o que vocês estão vendo! Jesus, Caminho, Verdade e Vida, Aquele que nos revela o Pai, dá-me um coração puro para acolhê-lo e reconhecê-lo nos momentos diversos de minha vida com a ajuda de Tua Graça.

Fonte https://homilia.cancaonova.com


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Homilia Diária - 03.12.2018

A Palavra de Jesus é sempre eficaz
HOMILIA

Os santos são homens e mulheres que se deixaram conduzir pela Palavra e pelo Espírito de Deus e, por isso, alcançaram a santidade. Celebramos hoje a memória de São Francisco Xavier.

O Evangelho de hoje é o de Mt 8,5-11. Estamos diante da narrativa do milagre que também aparece nos Evangelhos de Lucas e de João com diferenças sensíveis entre si.

O milagre em favor de um pagão, excluído do povo de Deus, é prova de uma fé que não havia sido mostrada em Israel. Assim, Jesus o apresenta como um membro do novo povo de Deus que não mais será formado por aqueles que pertencem a uma raça (a de Abraão), mas por aqueles que têm fé como Abraão: “Em verdade vos digo: nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé”.

Por isso, cabe dizer que o conteúdo principal da mensagem de Jesus, neste Evangelho, é a grande manifestação de fé de um gentio e a cura à distância, sem o toque direto d’Ele. A fé do gentio contrasta com a incredulidade dos israelitas. Com esta cura à distância, fica destacada a eficácia da Palavra de Jesus.

Além deste episódio com o centurião, a cura à distância acontece apenas com outra pagã: a mulher cananeia. Assim, é fortalecida a fé dos discípulos nas comunidades, em todo o mundo, que darão continuidade ao ministério de Jesus, sem a sua presença sensível.

Com Jesus, todos os povos de todos os tempos têm seu lugar à mesa de Deus, em comunhão com sua vida divina e eterna. Trata-se, portanto, de uma refeição, um banquete aberto para todos os povos, nações, línguas, tribos e raças desde que tenham como elemento fundamental a fé na Palavra do Filho do Homem: “Senhor … dizei somente uma ‘Palavra’ o meu criado ficará curado”.

Foi a partir da fé deste centurião que, hoje – antes de comungarmos -, professamos a nossa fé no Corpo e no Sangue de Jesus presentes na hóstia e no vinho consagrados: “Senhor, eu não sou digno de entreis em minha morada, mas dizei somente uma palavra e serei salvo”.

É comungando o Corpo e o Sangue de Jesus que o homem e a mulher se tornam fortes e comprometidos com a missão de anunciá-Lo aos seus irmãos. E, dentre estes homens ilustres, a Santa Mãe Igreja nos faz, hoje, meditar nas qualidades de São Francisco Xavier. Homem de uma fé verdadeira e sincera, o maior missionário dos nossos tempos. Com a garra de um verdadeiro “facho ardente”, São Francisco Xavier levou o Evangelho de Cristo para junto das culturas orientais, adaptando-as ao seu modo de compreender a Palavra da Salvação.

Que São Francisco Xavier nos inspire o seu jeito certo de hoje evangelizar, tal como ele se inspirou em Cristo nosso Senhor.

Padre Bantu Mendonça

Fonte https://homilia.cancaonova.com/

Homilia Diária - 02.12.2018

A VOSSA LIBERTAÇÃO ESTÁ PRÓXIMA Lc 21,25-28.34-36

HOMILIA

Neste primeiro domingo do Ano Litúrgico, Lucas nos mergulha num dos discursos escatalógicos do Evangelho. Sendo assim, usa imagens e símbolos que não são da nossa cultura e época, e por isso nem sempre são fáceis de serem compreendidos, mesmo que fossem claros para os leitores daquele época. Mas na literatura apocalíptica não é necessário interpretar cada imagem detalhadamente – o mais importante não é cada pedra do mosaico, mas o padrão inteiro – não cada imagem e símbolo, mas a sua mensagem.

O texto nos apresenta a figura do “Filho do Homem” – o título que nos Evangelhos Jesus mais usava para si mesmo, e que nós quase nunca usamos. Este título vem dum trecho do livro apocalíptico de Daniel: Em imagens noturnas, tive esta visão: entre as nuvens do céu vinha alguém como um filho de homem… Foi-lhe dado poder, glória e reino, e todos os povos, nações e línguas o serviram. O seu poder é um poder eterno, que nunca lhe será tirado. E o seu reino é tal que jamais será destruído.”(Dn 7,13s)

Então Jesus recorda aos seus discípulos a mensagem de ânimo que o Livro de Daniel trazia aos perseguidos do tempo dos Macabeus, pelo ano 175 a.C. – que embora possa parecer que os poderes deste mundo, os impérios opressores, sejam mais fortes do que o poder de Deus, isso não passa duma ilusão. Pois, na plenitude dos tempos, Deus, através do seu messias – o Filho do Homem – revelará o seu poder, e estabelecerá um Reino que jamais será destruído. E isso acontece agora em Jesus!

Qualquer interpretação de um texto apocalíptico que causa medo nos ouvintes, é necessariamente errada, pois a função da apocalíptica é de animar e dar coragem aos oprimidos e sofredores. Por isso, o ponto central do nosso texto de hoje é uma mensagem de ânimo, coragem e fé: “Quando essas coisas começarem a acontecer, levantem-se e ergam a cabeça, porque a libertação de vocês está próxima.”

Este trecho tem uma dimensão fortemente cristológica – nos afirma que Jesus, o Filho do Homem vitorioso, está no controle de todas as forças, sejam elas do céu ou do mar – símbolo de forças indomináveis para os judeus. E o versículo acima citado traz uma mensagem cheia de confiança: em contraste com a atitude de covardia dos malvados, os discípulos ficarão com a cabeça erguida, para acolher o juiz justo, o Filho do Homem.

Mesmo assim, os eleitos devem ficar atentos para não caírem. Devem cuidar muito para que: “Os corações … não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida.” Pois é fácil assumir as atitudes do mundo, sem que notemos, a não ser que sejamos vigilantes. Por isso, o texto de hoje termina com um conselho válido também para os discípulos dos tempos modernos: “Fiquem atentos e rezem todo o tempo, a fim de terem força”.

Quase dois mil anos atrás, o precursor do Império de hoje, o Romano, tentou, aliado com seus auxiliares locais, acabar com um projeto de vida, matando o seu arauto, Jesus de Nazaré. A força parecia ter a última palavra. Mas a verdade era outra – a força do Império era ilusão, pois Deus ressuscitou Jesus dentre os mortos, mostrando que o mal nunca é mais forte do que o bem, a morte do que a vida, a opressão do que a libertação.

Os dias do Império estão contados, não somente o império político e econômico, mas o dos barões do narcotráfico, da máfia e outros (todo Império tem pés de barro, como ensina o Livro de Daniel e toda a literatura apocalíptica). O projeto de Deus, concretizado em Jesus e continuado hoje por nós, vencerá o projeto dos abutres do complexo industrial-militar e petrolífero, que só sugam o sangue dos inocentes para que aumentem os seus lucros. A união das pessoas comuns vencerá a dominação dos propagadores do terror – quando, animados pela sua fé, seja com a expressão teológica que for, descobrirem a força da união, da solidariedade, da não-violência que inspira uma luta decidida pela verdadeira paz.

Advento é tempo oportuno para que examinemos a nossa vida para descobrir se realmente estamos atentos o tempo todo, para não perdermos as manifestações da presença de Jesus no meio de nós. É tempo de nos dedicarmos mais à oração, para renovarmos as nossas forças, para não cairmos na armadilha da desatenção no meio das preocupações e barulho do mundo moderno, para que os nossos corações continuem “sensíveis” aos apelos do Senhor, através dos irmãos, no nosso dia-a-dia.

A vinda do Senhor, a sua última vinda, ou melhor, o último momento da vinda que Ele inaugurou quando se fez homem e veio habitar no meio de nós, é, de novo, proclamada nesta leitura. E com que solenidade! E com que exigência! Mas, no fundo, será esse o momento supremo da nossa libertação, porque o Senhor, que vem, vem como Salvador. O Advento é o tempo particularmente consagrado a viver nesta expectativa.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/


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Homilia Diária - 01.12.2018

VIGIAI E ORAI Lc 21,34-36

HOMILIA

Esta exortação à vigilância encerra o discurso escatológico, iniciado com a fala de Jesus sobre a ruína do templo. Os discípulos, comprometidos com a libertação dos oprimidos e a restauração da dignidade humana, devem estar atentos para não se deixarem seduzir pelas propagandas e pelos projetos de sucesso oferecidos pelo sistema sob controle dos poderosos, que escravizam o povo.

Alguns dos seus discípulos estavam comentando como o templo era adornado com lindas pedras e dádivas dedicadas a Deus. Mas Jesus disse: Disso que vocês estão vendo, dias virão em que não ficará pedra sobre pedra; serão todas derrubadas. Mestre, perguntaram eles, quando acontecerão essas coisas? E qual será o sinal de que elas estão prestes a acontecer? Ele respondeu: Cuidado para não serem enganados. Pois muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu! E o tempo está próximo. Não os sigam. Quando ouvirem falar de guerras e rebeliões, não tenham medo. É necessário que primeiro aconteçam essas coisas, mas o fim não virá imediatamente. Então lhes disse: Nação se levantará contra nação, e reino contra reino. Haverá grandes terremotos, fomes e pestes em vários lugares, e acontecimentos terríveis e grandes sinais provenientes do céu.

Temos como objetivo fazer uma coisa muito gloriosa, que é anunciar o Evangelho do Reino de Deus por todo mundo. Há uma convicção muito clara em nosso coração de que Deus se agrada disso e nos capacita como instrumento, como um canal para honrar, glorificar e exaltar cada vez mais o nome do SENHOR. E temos também a convicção de que o SENHOR tem permitido que este trabalho se realize para que almas perdidas venham a ser resgatadas e levadas ao caminho certo que são os passos do SENHOR JESUS CRISTO. Muitos estão perdidos, preocupados com as coisas desse mundo, estão cegos, não conhecem a Palavra, mas Deus nos chamou para sermos LUZ. Deixe Deus te usar, Ele anseia por isso! Que você seja canal de benção para as pessoas. Vigiai e orai em todo o tempo para que não caia nas ciladas do vosso adversário, ficai firme, fortaleça o vosso coração no Senhor, porque Dele procede todas as coisas. Ele te ama e quer te usar.

Vigiai. A atitude que Jesus espera de cada cristão com relação à sua vinda não é outra senão a vigilância. E as coisas que vos digo, digo-as a todos: Vigiai (Mc.13:37). Estar vigilante é estar atento, é estar prestando atenção a todos os acontecimentos, a tudo que ocorre à sua volta, buscando ver nisto os sinais da proximidade da vinda de Jesus.

Apesar da exortação do próprio Senhor ser no sentido de o crente ter de vigiar durante todo o tempo, tem sido uma constante, na história da Igreja, movimentos que têm posto em segundo plano, quando não em último plano, a promessa da vinda de Jesus. Seja por meio da retirada total do tema do discurso eclesiástico, seja através de decepções com as falsas profecias de designação de datas para o tão aguardado retorno, muitos crentes têm negligenciado e deixado de esperar Jesus. Uma vida cristã sem esta esperança é uma vida sem alento, sem perspectiva da eternidade, uma vida que passa a ser perigosamente envolvida com as coisas deste mundo e que tem grande probabilidade de ser sufocada por estas mesmas coisas, como ocorreu com a semente que brotou entre os espinhos (Mt.13:22).

Os sinais da vinda do Senhor estão se cumprindo. Tudo indica que o retorno de Jesus é iminente. Esforcemo-nos, portanto, para que sejamos vigilantes, tenhamos uma vida de oração, de santidade, cheia do Espírito Santo, com o verdadeiro e genuíno amor divino em nossos corações e com absoluta fidelidade e lealdade ao Senhor. Não nos deixemos perturbar pelas falsas profecias, pelos que, mesmo entre nós, comecem a esmorecer e a desacreditar da volta do Senhor, passando a buscar as coisas desta vida, mesmo em nome de sua religiosidade, mesmo em nome de Cristo. Nunca percamos de vista que a razão de ser da nossa fé é a vida eterna, é o convívio para sempre com Nosso Senhor nas mansões celestiais. Vigiemos e, juntamente com o Espírito Santo, que nosso profundo desejo da alma seja dizer: “Ora vem Senhor Jesus!”

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Homilia Diária - 30.11.2018

A graça de cooperarmos com Deus
HOMILIA

‘Ano da Fé’ é tempo de estreitarmos os nossos laços de amizade com Jesus: «Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando» (Jo 13,14). E, como sabemos, o que difere o amigo de um simples servo executor de tarefa será sempre o conhecimento de causa.

Mas como, então, chegar a este nível de relacionamento, no qual a obediência passa a ser expressão de amor cheio de fé? O Evangelho de Mt 4,18-22 aponta-nos uma via segura, trilhada pelos primeiros escolhidos da Nova e Eterna Aliança.

No contexto da perícope citada, Jesus já havia iniciado o Seu ministério na Galileia, anunciando a proximidade do Reino dos Céus (cf. Mt 4,17), quando lança um olhar de eleição e conhecimento sobre a realidade de quem Ele queria compartilhando o Seu destino de vida e missão: «Jesus viu os dois irmãos: Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens» (Mt 4,18-19). Assim, o evangelista apresenta-nos diversos passos que podem ser traduzidos pelos verbos: ver, seguir e fazer.

Diferentemente dos mestres judeus que eram procurados pela cultura e santidade que apresentavam, o Sábio e Santo Jesus é quem toma a iniciativa de procurar as ovelhas para transformá-las em pastores e apóstolos, n’Ele o Pastor Eterno e Apóstolo do Pai.

Jesus, em tudo, comunicou o movimento da Trindade-Amor em relação à humanidade: «Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele que nos amou e enviou o Seu Filho como oferenda de expiação pelos nossos pecados» (1Jo 4,10). Por isso Ele, sem merecermos, nos dirige a Sua Palavra chamando, porque ama e, amando, porque chama: «Segui-me».

Estas palavras dirigidas aos primeiros continuam a penetrar a história da humanidade e os corações que se deixam conquistar por tão grande proximidade: «Tu me seduziste Senhor, e eu me deixei seduzir! Foste mais forte do que eu e me subjugaste» (Jr 20,7). Amor rico em promessas: «… eu farei de vós». Assim, no pessoal – «eu»- , Ele aceita bondosamente capacitar aqueles que são olhados e chamados.

Mas com que finalidade? Resposta: para participarmos do cumprimento das promessas de Deus novas e antigas: «Mas agora mando numerosos pescadores – oráculo do Senhor – para pescá-los. Meus olhos acompanham todo o seu caminhar» (Jr 16,16-17). Nas palavras neotestamentárias: «pescadores de homens».

Grande graça é podermos, como povo batizado, participarmos do comum dom e dever do apostolado, o qual tem uma origem divina como é próprio do mistério da Igreja Apostólica, assim ensina o Magistério oficial: «Toda a Igreja é apostólica, na medida em que, por meio dos sucessores de Pedro e dos apóstolos, permanece em comunhão de fé e de vida com a sua origem. Toda a Igreja é apostólica, na medida em que é “enviada” a todo o mundo. Todos os membros da Igreja, embora de modos diversos, participam deste envio. “A vocação cristã é também, por natureza, vocação para o apostolado”. E chamamos “apostolado” a “toda a atividade do Corpo Místico” tendente a “alargar o reino de Cristo à terra inteira”» (Catecismo da Igreja Católica, nº 863).

Por isso, os esforços para uma Nova Evangelização e Missões “ad Gentes” (aos povos distantes), não poderão cessar para a Igreja de Cristo. Contemos com o auxílio de todos os santos e santas que seguem como modelos autênticos de resposta correta e coerente às escolhas de Deus e nossos familiares (cf. CIC, nº 959). Eles (santos) seguem triunfantes no estado da Igreja Celeste como eficazes intercessores para uma milagrosa pescaria, a cada dia primada na qualidade.

Os homens e mulheres do nosso tempo precisam encontrar em nosso olhar, em nossas palavras e ações o reflexo d’Aquele Divino Pescador que, um dia, também nos chamou e nunca cessa de recordar-nos tão grande e imerecido dom do Espírito Santo.

Padre Fernando Santamaria – Comunidade Canção Nova

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terça-feira, 27 de novembro de 2018

Homilia Diária 29.11.2018

JESUS FALA DA DESTRUIÇÃO DE JERUSALÉM Lc 21,20-28
HOMILIA

Estamos vivendo o tempo que precede o Advento, tempo de espera e arrependimento. Ocasião propicia para que estejamos conscientes das nossas ações e atentos ao que podem significar as coisas que acontecem ao nosso redor. Jesus nos adverte dos fenômenos que acontecerão no mundo e com as pessoas antes da Sua vinda gloriosa. Se prestarmos atenção, muitos sinais já se fazem notar hoje, no mundo. A maioria das pessoas se apavora quando ouve falar desses prognósticos, porém, os que têm a percepção dos ensinamentos evangélicos, compreendem que as palavras de Jesus vêm nos edificar e nos ajudam a manter a esperança na nossa libertação.

O mundo à nossa volta se angustia e sofre. Muitas pessoas passam por dificuldades e se sentem perdidas, no entanto, isto é prenúncio de libertação. Jesus mesmo nos esclarece quando diz: “Quando estas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima”. Jesus já veio como homem e chegou para nós por meio do seio de Maria, se entregou por nós, foi crucificado, morto e ressuscitado para a nossa Salvação. Não podemos mudar os prognósticos de Jesus, todos esses fatos já estão acontecendo. Porém, o que nós podemos fazer é assumir o nosso posto de guardiões da fé sem temor, na certeza de que o tempo da libertação se aproxima e deixando que a manifestação da vida de Jesus aconteça no nosso coração primeiro.

Expressão retomada por todos os Evangelhos Sinóticos numa retomada da profecia de Daniel 9,27 sobre as 70 Semanas. Cremos que este mundo, conforme a profecia de Jesus está caminhando para o fim? O que Jesus fala sobre o fim dos tempos, o dia do julgamento e a destruição de Jerusalém não era novidade para os judeus. Jesus alerta sim para a iminência da destruição de Jerusalém pela rejeição do Evangelho. Segundo o historiador Josefo mais de um milhão de pessoas morreram quando os romanos destruíram Jerusalém com seu templo no ano 70. A ruína de Jerusalém deveu-se à sua indiferença diante da visita de Deus, na pessoa do Senhor Jesus Cristo (Lc 19,44).

A abominação é o termo específico para condenar os ídolos, como também a profanação e a apostasia que eles trazem consigo. Por isso, Jesus fala também do julgamento do fim do mundo. Só a cegueira espiritual nos pode impedir de reconhecer os claros sinais que anunciam o dia do julgamento para os que recusam a palavra de Deus a respeito da graça e da salvação. S.Cipriano e S. Agostinho afirmam que neste dia final não se salvarão os que carecem de fé, embora permaneçam na comunidade dos fiéis e participem dos sacramentos. Aliás, a palavra desolação, segundo a etimologia da palavra grega, significa tornar um deserto, vazio da vida de Deus.

Jesus tinha dito aos discípulos o que lhes custaria segui-lo. E prometeu que jamais os deixaria sozinhos, mesmo no tempo de tribulação. Os santos e mártires que foram submetidos aos tormentos e à morte fizeram da prisão um templo de oração e acesso para o trono da glória de Deus. Eles reconheceram a presença salvadora de Jesus em suas vidas em todas as circunstâncias. O discípulo que seguia Jesus podia perder sua vida corporal, mas não sua alma.

O maior dom que nos é dado é o de nossa redenção e de adoção como filhos de Deus. Jesus nos redimiu da escravidão do pecado, do medo da morte e da destruição final. Somos gratos porque nossa esperança está no céu e na promessa que Jesus retornará para estabelecer seu reino de paz e de justiça. Sua segunda vinda será marcada por sinais que todos reconhecerão. Seu julgamento é um sinal de esperança para os que confiaram nele.

Qual é a percepção que você tem das palavras de Jesus? Você se atemoriza quando ouve falar desses acontecimentos? As coisas que você vê acontecer no mundo, hoje, já confirmam isto? – Jesus já veio para você?

Senhor, enchei meu coração de gratidão pelo dom da redenção e aumentai minha esperança em vosso retorno na glória. Que aquele dia me traga alegria e paz. Ajudai-me a servir-vos fielmente, e que eu faça o melhor uso de meu tempo agora à luz do tempo que virá!

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Homilia Diária - 28.11.2018

PERSEGUIÇÕES E SOFRIMENTOS Lc 21,12-19
HOMILIA

Jesus Cristo, o Filho de Deus, Aquele no qual nós cremos e seguimos, disse muito claramente e de várias maneiras que aqueles que o seguirem serão perseguidos. Atenção, não que eles podem ser perseguidos, mas que o serão decerto. Eis algumas das suas palavras a tal propósito: “Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós” (Mt 5,11-12)

A perseguição e o sofrimento do discípulo são tidos por Jesus como sinais premonitórios do fim. O testemunho de seu Nome atrairia de tal forma a ira dos inimigos que estes lançariam mão de toda sorte de maldade contra os seguidores do Mestre. Sofrimento, perseguição, prisões, acusações na sinagoga, morte e ódio era o que lhes aguardava. Até mesmo, a perseguição por parte dos próprios familiares. Tudo isso por causa da fidelidade ao Mestre Jesus. Era preciso, pois, avivar neles a chama da perseverança. Tarefa desafiadora! Não obstante isso, nos momentos mais difíceis os discípulos receberiam a ajuda divina, de forma que não precisariam preparar a própria defesa. Receberiam, também, uma sabedoria tão sublime, capaz de levá-los a convencer seus adversários. Além da perseverança, os discípulos necessitarão de uma grande fé em Deus. “Nem um só cabelo cairá de vossa cabeça” – garante Jesus ao grupo dos discípulos, facilmente contamináveis pelo medo. A luta, afinal de contas, é do Mestre. Os discípulos são unicamente seus mediadores. O Pai os protege, preservando-os do mal, porque é o Senhor. Ninguém como Deus tem nas mãos a vida dos discípulos, e, por conseguinte, tem o poder de livrá-los do mal.

Os verdadeiros cristãos sempre foram perseguidos em qualquer época e lugar que tenham vivido. Algumas vezes a perseguição será mais forte outras vezes menos forte, mas a perseguição haverá sempre.

Meu irmão, minha irmã, no meio das perseguições permaneça firme na fé não negando o Senhor, sabendo que, como disse o Senhor Jesus, com a vossa perseverança ganhareis as vossas almas (cfr. Lucas 21,19). Lembrai-vos destas palavras de Paulo: “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há-de ser revelada” (Rom. 8,18), e também destas: “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós cada vez mais abundantemente um eterno peso de glória; não atentando nós nas coisas que se vêem, mas sim nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, enquanto as que se não vêem são eternas” (2 Cor. 4,17-18). Estas palavras são de grande consolação, pois fazem perceber como após o sofrimento, a nós, cristãos, nos espera a glória, uma eterna glória, diante da qual os sofrimentos são coisa pouca. Certo, o sofrimento, justamente porque é um sofrimento, faz-nos sofrer de várias maneiras, mas, aliás, é justo que nós soframos porque também Jesus Cristo sofreu muito por nós. Por que não haveríamos nós de sofrer por amor do seu Nome? E, além disso, as aflições cooperam para o nosso bem porque, como diz Paulo, produzem em nós paciência (cfr. Rom. 5,3) e a paciência cumpre perfeitamente a obra de Deus em nós (cfr. Tiago 1,2-4). Portanto, não murmuremos contra Deus no meio das aflições, mas oremos encomendando as nossas almas ao fiel Criador, fazendo o bem (cfr. Tiago 5,13 e 1 Ped. 4:19).

Não desanimeis, portanto, é normal, justo e útil aquilo que vos sucede. Alegrai-vos de serdes julgados dignos de ser menosprezados e perseguidos pelo Nome de Jesus.

Pai, dá-me uma fé profunda que me possibilite perseverar nos momentos de dificuldade, sem abrir mão da tarefa que recebi: levar adiante o projeto de Jesus.

Fonte https://homilia.cancaonova.com

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Homilia Diária - 27.11.2018

O ENSINAMENTO DE JESUS Lc 21,5-11
HOMILIA

Neste texto, São Lucas nos apresenta o ensinamento de Jesus. Ensinamento que liberta, traz vida nova e faz de todos os que o escutam, o guardam e o traduzem em vida templos santos do Seu Reino. Ao dizer não ficará pedra sobre pedra , Ele quer que a fé do povo não se limite simplesmente nas paredes do belo templo de Jerusalém. Mas que olhem para o interior de cada um deles. Pois dias virão em que os verdadeiros adoradores hão de adorar a Deus em espírito e verdade. Assim, como o templo de Jerusalém será destruido, assim também o será todo aquele em quem não houver gratuidade, respeito e justiça no relacionamento humano. Quem não tiver fé em Deus que deve ser adorado em espírito e em verdade, dias virão em que se desmoronará. A vida soidifica-se na gratuidade e no amor, no perdão e na justiça. Mas em nosso mundo, onde o poder econômico parece falar mais alto do que Deus, é preciso que o cristão esteja atento na fé, na esperança e na caridade confiando somente em Deus. Que seja como o vigia esperando pela aurora, para fazer e viver na gratuidade e não fazer da religião uma fonte de renda como fiziam os judeus no templo. É preciso que estejamos vigilantes, a fim de que não sejamos encanados pelos falsos profetas e filosofias errôneas que andam pelo mundo perdendo as almas. Alías nos adverte são Pedro” Sede sóbrios e vigilantes porque o nosso inimigo o demónio anda à nossa volta como leao que ruge procurando a quem devorar. Resisti-lhe firmes na fé. Portanto, para ti me dirijo também. Fique de olho aberto, os sinais preditos por Jesus já estão a acontecer. Diria eu, já não será o fim do mundo? Pois é. Quer seja quer não o nosso lema deve ser: Se o demónio madruga o cristão já não dorme. Por isso, siga o ensinamento de Jesus e será com Ele templo santo e destinatário do Reino de Deus seu e nosso Pai que está no Céu.

Que Deus te abençõe.

Pe. Bantu

Fonte https://homilia.cancaonova.com/


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Homilia Diária - 26.11.2018

A VIÚVA QUE DÁ TUDO O QUE TINHA PARA VIVER Lc 21,1-4
HOMILIA

Hoje, aprendemos de Jesus, o verdadeiro valor das coisas materiais. Parado à porta do Templo, Jesus observava o comportamento das pessoas que chegavam para participarem do culto. Perto de Jesus estava uma caixa para a coleta das ofertas que serviriam para a manutenção do Templo e, para socorrer os que estivessem necessitados. Ali, cada um colocava a sua contribuição livremente, de acordo com a sua vontade. Percebeu então Jesus, que muitos ricos depositaram boas quantias e que os pobres também contribuíam. E, uma viúva pobre, por fim, aproxima-se do cofre e deposita duas únicas moedinhas que tinha em sua bolsa. Jesus, após o culto, chama os seus apóstolos e lhes diz : Em verdade vos digo, que esta viúva pobre depositou muito mais do que todos os outros juntos pois, todos deram das sobras que sempre têm, mas ela, deu tudo o que tinha, todo o seu sustento.

Desta lição concluímos que a doação tem que representar, verdadeiramente, a vontade do nosso coração. Às vezes, sentimos muito quando presenciamos certas cenas que nos chocam, devido ao tamanho do sofrimento que um irmão nosso possa estar passando. Em vários locais que frequentamos, não estamos livres de presenciar a dor e o sofrimento que deprimem e sufocam pessoas como nós. Porém, pelas adversidades da vida, o que presenciamos dói muito na carne e no espírito daqueles sofredores.

Ficamos horrorizados, condoídos e compadecidos, chegando até mesmo às lágrimas. A maioria, enxugando os olhos e limpando a garganta, sai abatida e com muita dor no coração, porque mesmo não estando naquele estado, leva uma vida muito apertada, com muita luta e coragem, conseguindo sobreviver e mesmo tendo pouco recurso sempre são os que mais ajudam. Mas a minoria, privilegiada, ignora aqueles sofredores e até lastimam aquele quadro que enfeia a sua cidade; que mancha o bom nome que ela tem, mas com raras exceções, procuram ajudar àqueles desfavorecidos, mesmo tendo dinheiro e posição social que pode lhes dar condições de acionar as autoridades, para conseguir mudar o tratamento destinado àqueles que nada têm. Gastam, gastam, gastam, mas não gostam de partilhar.

Por isso Jesus fala que os ricos deram do que lhes sobrava. Isso não é dar com amor; é preciso partilhar. Não basta ter dó; não basta ter pena; não basta chorarmos compadecidos; como muitos fazem nos velórios quando abraçam e deixam uma mensagem para os parentes e, depois, falam mal dos defuntos, comentando sobre a sua vida. Isso não muda nada na vida dos que sofrem as marcas de um esquema social que os coloca à margem dos planos dos que dirigem esta e outras nações que têm os mesmos problemas no mundo inteiro. Com auxílio material, com boa vontade de os ouvirmos e falarmos com carinho e muito amor cristão, alguma coisa sempre se pode fazer. É preciso partilhar o Deus que trazemos dentro de nós com aqueles que encontramos nas esquinas da vida.

Que triste alguém que vem à casa do Senhor e tem a sua oferta rejeitada, porque com Deus não se pode barganhar, ou se oferece a oferta, a adoração de coração, com a vida ligada a Ele ou então melhor que nem ofereça.

O que essas pessoas não entendem é que Deus nunca precisou e nem precisa de recursos puramente humanos para levar a sua palavra, para levar a sua Igreja por esta terra em nossa era, mas o que Ele sempre procurou e procura ainda hoje, são os verdadeiros adoradores que o adorem em espírito e em verdade, Ele sempre procurou corações abertos que não se rendam às coisas desse mundo, mais que se dediquem a Ele em todos os momentos de sua vida. O Senhor nunca se preocupou com a quantidade da oferta, mas sim com a qualidade dessa. Era só aquilo que a viúva tinha, e foi para essa oferta que Deus atentou. O que é que nós temos para oferecer ao Senhor? Ofereçamos de todo o coração, para que possa chegar a nossa oferta em odor suave diante do nosso Deus!

Pai, dá-me um coração de pobre capaz de partilhar até do que me é necessário, porque confio totalmente no teu amor providente.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/

Homilia Diária - 25.11.2018

ENTÃO VOCÊ É REI? Jo 18,33b-37
HOMILIA

Dizer “Cristo Rei” é quase uma redundância, pois Cristo, que significa Messias, já supõe o significado de ser ungido Rei. A repetição, porém, enfatiza e endossa o desejo de realçar o atributo do poderio absoluto, que mais caracteriza sua pessoa divina, expresso também pelo título de Senhor, outrossim, releva o múnus régio de Jesus.

A Liturgia de hoje nos ajuda a conhecer a natureza da realeza de Jesus, cujo reinado não é deste mundo (Jo 18,36) e que, por isso, não faz concorrência aos reinos terrestres. Aliás, durante seu ministério público, Jesus foge quando querem fazê-lo rei (Jo 6,15), evitando dar à sua missão messiânica um cunho político e terreno.

No entanto, Jesus é Rei. Ele mesmo o afirma diante de Pilatos em circunstâncias, humanamente falando, pouco régias (Jo 18,37). Cabe a Paulo comentar alguns dos aspectos desta realeza: Jesus é o único mediador da Salvação de toda a criação; em Jesus todas as coisas encontram seu acabamento e consistência; por Ele todos os homens têm acesso a Deus Pai, participando da única família de Deus; é Ele o primogênito de toda a criação, a imagem do Deus invisível, cujo desígnio criador e salvador depende dele; é Ele o Redentor que reconcilia com seu sacrifício os homens, e, vencendo a morte, é elevado à direita de Deus, constituindo-se também primogênito dentre os mortos; finalmente, Ele é também a Cabeça do corpo que é a Igreja, que conquistou com seu sangue como propriedade ou povo que lhe pertence para realizar a sua vontade (Cl 1,15-20; Ef 1,20-23).

Em um mundo que se descristianiza e se seculariza, como expressar ainda o direito que Jesus tem de reinar? Como manifestar tal direito quando há batizados que se empenham e se responsabilizam pela História, sem nenhuma referência a Jesus e a seu Evangelho? A resposta, que é dada pelo conjunto da Pastoral exercida pela Igreja, é o próprio sentido da Solenidade de hoje. Os autênticos cristãos confessam ser Jesus o Senhor, por consequência, querem que Ele tenha seu espaço de influência na História que ajudam a construir. Vivendo o sacerdócio régio comum a todos os batizados, os fiéis cristianizam o mundo, iluminando a consciência dos homens, libertando-a da escravidão do pecado, tornando-os aptos a descobrirem a beleza de Cristo. As sociedades com suas estruturas quando são fermentadas por genuínos cristãos descobrem espaços contínuos para o estabelecimento do humanismo integral. Onde Cristo chega pela vivência dos fiéis, descortina-se um véu de esperança para o drama humano do sofrimento e da finitude.

Por todas as razões acima expostas, a Solenidade privilegia o protagonismo do laicato católico. Por isso, em muitos lugares hoje é o Dia do Leigo ou se administra o Sacramento da Crisma para que, na força do Espírito, os confirmados em Cristo, jovens e adultos, proclamem seu reinado na Igreja, na família e na sociedade, pela palavra, pelo serviço e pelo testemunho.

Pilatos, já informado da situação, pergunta diretamente a Jesus: “Tu és o rei dos judeus?”. Jesus responde com outra pergunta, indaga ao interrogador qual é a origem dessa acusação que, neste ponto, se converte em aclamação. Pilatos não está interessado em estabelecer nenhum tipo de vínculo com Jesus, contudo, segundo a forma como o evangelista João conduz o fio do relato, a realeza de Jesus acaba sendo proclamada não por seus patrícios mas pelos pagãos.

Indiretamente, Jesus responde de modo afirmativo à primeira pergunta de Pilatos, mas presta um esclarecimento que certamente nem Pilatos nem seus acusadores podem entender: “meu reinado”, ou também “minha realeza não é deste mundo”, mas deve ser entendida “não ao modo ou à maneira deste mundo”.

E a explicação continua: “Se minha realeza fosse ao estilo desta realidade, teria sido defendido por meu exército e não teria caído nas mãos dos judeus”.

Mas Pilatos quer uma resposta mais clara, um sim ou um não, e mais uma vez interroga: “Então, tu és rei?”. De novo, São João põe nos lábios de um pagão a expressão que confirma a realeza de Jesus. Pilatos o disse e assim é. Mas, em seguida, Jesus corrige a característica dessa realeza: “para isso vim, não para dominar nem para infundir terror, mas para servir a verdade”.

Assim, pois, o evangelista deixa claro em que consiste a dimensão messiânica e real de Jesus. Não se trata de um rei ao estilo dos reinos temporais, mas ao estilo do que já se havia entrevisto no Antigo Testamento: a entrega, o serviço ao projeto do Pai, que é, antes de tudo, a justiça. Isso é a verdade para João, o projeto do Pai encarnado em Jesus.

Infelizmente, com o correr do tempo, usou-se de subterfúgios com o conteúdo desse interrogatório, especialmente a resposta de Jesus sobre a origem de sua realeza. Algumas correntes cristológicas, que subsistem até hoje, defendem uma dimensão “espiritual” do reino de Jesus. Conforme isso, “meu reino não é deste mundo” desconecta Jesus e seu Evangelho de todo compromisso e de todo o contato com a ordem temporal, dessa realidade concreta em que vivemos, e o transfere para um mundo “espiritual”.

Mundo, para João, é uma forma sintética de referir-se a tudo o que contradiz o projeto divino, e que pode equiparar-se ao que ele deseja descrever também com a expressão “trevas” em oposição à “luz”. Assim, pode-se entender “meu reino não é deste mundo”, como “não é desses reinos que se opõem ao querer de Deus” e, nesse sentido, Jesus realizou toda a sua ação, não contradisse em nada a vontade do Pai.

Como me posiciono a respeito das ideologias e tendências que pretendem manipular a figura de Jesus, como se Ele fosse um chefe monárquico? Em meu trabalho apostólico, reforço essa ideologia ou a descarto? Com base em quais passagens da Escritura, sustento minha posição?

Senhor Jesus, aceita-me como membro do Reino que vieste implantar na história humana, deixando que Deus seja o Senhor da minha vida.

Fonte http://homilia.cancaonova.com/


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