quinta-feira, 31 de maio de 2018

Homilia - 05.06.2018

DAI A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR Mc 12,13-17
HOMILIA

Jesus é interrogado pelos discípulos dos fariseus com a intenção de pegá-lo em falso. Mas Cristo, conhecendo bem as artimanhas dos seus pensamentos. Eles incoscientemente nos apresentam a verdadeira personalidade de Jesus: Mestre, sabemos que és verdadeiro, e não dás preferências a ninguém. Não olhas para as aparências do homem, mas ensinas com verdade o caminho de Deus.

Tudo o que eles disseram sobre Jesus, é verdade e constitui a missão de Jesus. Só que nunca imaginaram que da boca de Jesus viesse a sair uma resposta tão sábia e tão inteligênte que os fizesse cair nas malhas das suas próprias palavras. É lícito ou não pagar o imposto a César? Devemos pagar ou não? Já que eles maliciosamente fizeram esta pergunta, Jesus responde-lhes com uma outra desafia-lhes a sabedoria. De quem é a figura e a inscrição que estão nessa moeda? E eles então dão a sua própria sentença: é de César! Sem mais perca de tempo, o Mestre lhes faz meditar na verdade do ditado segundo o qual pela “boca morre o peixe”: Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus!

É necessário que eles ontem e nós hoje aprentamos a estabelecer de uma vez por todas que existem o poder temporal e àquele atemporal. O poder deste mundo passagerio e o do mundo que não tem fim. Ao se referir a César, Ele ensina que enquanto estivermos no mundo, embora não lhe pertençamos devemos tenhamos a capacidade e o espírito de discernimento entre o que pertence a terra e o que pertence ao reino do céu. Que saibamos exercer com dignidade a nossa cidadania obedecendo as autoridades legalmente instituídas pelo Estado. Que assumamos os nossos deveres e usufluamos dos nossos direitos dentro e fora da nossa Pátria.

A segunda parte da resposta de Jesus nos faz ver que como Seus discipúlos temos um distino diferente dos deste mundo. O preço da nossa salvação é paga com a moeda que também tem faces dum lado está escrito: SOU CIDADÃO DO CÉU. E JESUS É O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA PARA LÁ CHEGAR. E do outro ládo está a imagem de Jesus crucificado e ressuscitado.

Meu irmão minha irmã se dum lado somos chamados a vivermos a sobriedade nas nossas palavras para não nos condenamos como os fariseus do evagelho de hoje, por outro lado Jesus chama-nos atenção a que não tenhamos outro senhor a quem adoremos, simoblisado pelo pagamento de impostos, a que nas nossas relações com os nossos irmãos e irmãs não tenhamos outra moeda senão a do amor de Jesus Cristo. Pois sem Ele ninguém entrará no Reino do Céu!

Ó Deus, dai-me a graça de possuir a única moeda com a qual eu possa comprar o reino do Céu, que me ensine e ajude proclamar a minha fé não somente em palavras, mas também na verdade das minhas ações que é Jesus Cristo, Vosso Filho que convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo. Amén!

Fonte https://homilia.cancaonova.com

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Homilia - 04.06.2018

OS LAVRADORES MAUS Mc 12,1-12
HOMILIA

Iniciamos hoje o Tempo da Igreja! Depois da Festa do Pentecostes, os discípulos são enviados como agricultores para produzirem frutos. É o tempo da primavera, o tempo comum batendo a tua porta para que possas florir e dar muitos frutos que permaneçam a vida inteira. São Marcos nos presenteia hoje com a parábola dos maus agricultores.

Nesta parábola, Jesus está mostrando o caráter dos líderes judeus, que tinham rejeitado os profetas de Deus e estavam se preparando para rejeitar e matar seu Filho amado.

Na aplicação da parábola, apesar da prepotência e violência nela contida, Deus pode ser entendido como o proprietário da vinha. A vinha, conforme a tradição profética, é o povo amado por Deus. Os agricultores violentos são os chefes religiosos, que oprimem, exploram o povo e procuram eliminar quem busca libertação. Eles entenderam que Jesus falava deles. Irritam-se e procuram prendê-lo.

Jesus é o herdeiro de Deus e nós, “feitos filhos de Deus”, ganhamos o privilégio de também sermos herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo Jesus. Que bênção, que privilégio Ele nos concede!

No texto de hoje, Jesus dá a conhecer a todos o que os religiosos do templo tinham escondido nas entranhas do coração – tinham-se apoderado da vinha, consideravam-na sua e não administradores dela! Quantos de nós, hoje, temos “subido acima da chinela” e nos temos por donos do que é de Deus, e não mais mordomos.

É preciso deixar o lugar que não nos pertence e retomarmos o lugar de servos e despenseiros de Deus, trabalhando de alma e coração. Como é que te consideras em relação às coisas de Deus? Dono, senhor ou despenseiro? Convém que sejamos bons despenseiros da graça de Deus.

Quantos conflitos evitaríamos na causa de Deus se, em vez de nos “armarmos” em donos da vinha de Deus, assumíssemos, com submissão e gratidão, o privilégio de mordomos fiéis do nosso Pai do Céu.

Fiquemos certos que, no tempo próprio, Deus nos chamará, com Sua autoridade e poder: muito bem, servo bom e fiel, porque foste fiel no pouco; entra no gozo do Senhor. Toma, agora, posse da tua herança, por teres aceite a capacidade de crer: a todos quantos O receberam, deu-lhes a graça de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no Seu Nome.

Pai, porque és misericordioso, nunca te cansas de querer levar a mim e a toda a humanidade para junto de ti. Que eu perceba e acolha a manifestação deste teu imenso amor e me converta no agricultor que produza bons frutos no devido tempo e os entregue a Vós!

Fonte http://homilia.cancaonova.com


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segunda-feira, 28 de maio de 2018

Homilia - 03.06.2018

O FILHO DO HOMEM É SENHOR DO SÁBADO Mc 2,23-28
HOMILIA

Marcos inicia seu Evangelho com o anúncio de João Batista que vem “preparar o caminho” de Jesus. Agora, os discípulos de Jesus começam a “abrir caminho”. Marcos, na primeira parte de seu Evangelho, coloca a “casa” como o lugar de formação e convívio das comunidades envolvidas pelo ministério de Jesus. Na segunda parte, quando vai se encerrando o ministério ao redor da Galiléia, o destaque é o “caminho” para Jerusalém, onde se dará o confronto final com os chefes do Templo.

Ao longo do ministério na Galiléia e vizinhanças, fica caracterizado o confronto com os chefes das sinagogas locais pelas infrações às regras de pureza, pela observância sabática, pelo jejum e pelo convívio social, bem como pela promulgação do perdão dos pecados. Jesus, por sua prática, revela que a necessidade está acima da Lei.

O que Jesus e os discípulos estavam fazendo em Marcos 2,23 seria perfeitamente lícito aos olhos dos fariseus se não fosse realizado no sábado (Deuteronômio 23,25). A Tradição oral determinava minuciosamente o que podia e não podia ser feito aos sábados. Havia até uma lista de 39 verbos (trabalhos) que não podiam ser feitos naquele dia. Quatro destes verbos (colher, debulhar, limpar e preparar) eram descrições de que os discípulos estavam fazendo ao comer.

Jesus combateu a tradição judaica muitas vezes, especialmente as tradições com respeito ao sétimo dia. Há uma grande quantidade de situações onde Jesus entrou em choque com os judeus nesta questão (Mc 3,1-6; Lc 13,10-17; 14,1-6; Jo 5,1-9; 16-17; 7,22; 9,1-14). A seita dos chamados essênios, por exemplo, proibia claramente que um homem tirasse de uma cisterna ou fosso um animal que ali tivesse caído (Documento de Damasco, 11.13-14). Jesus, e até mesmo a maioria dos judeus, achava isto um absurdo (Mt 12.11; Lc 14,5, também 13,15).

O Mestre citou o exemplo de Davi em 1Sm 21,1-6 para chamar atenção dos seus opositores ao fato que nem tudo pode ser resumido ou explicado pela tradição rabínica. Davi comeu os pães da proposição (Lv. 24,5-9) numa situação de perigo de vida e não foi punido por isto. De fato, este evento ocorreu num sábado, dia no qual os pães eram retirados do tabernáculo, substituídos por outros e disponibilizados aos sacerdotes para seu alimento. Tal fato não prova que os pães da proposição podiam ser comidos por qualquer um; pelo contrário, a exceção prova a regra. Quebrar a lei de Deus quando houver necessidade não é o que Jesus ensina aqui. O que fica provado é que o modo rígido e legalista dos fariseus de interpretar a Lei não explicava tudo (Mc. 2,25 – 26).

De fato, Davi só comeu os pães da proposição impunemente por ter Deus concedido a ele esta prerrogativa naquele momento. De uma forma similar, Jesus tem prerrogativas e autoridade superiores às da Tradição e da própria Lei judaica. Jesus está dizendo: “Se Davi teve autorização para quebrar o protocolo, muito mais o Senhor de Davi pode fazê-lo”.

Mateus ainda menciona o caso dos sacerdotes judaicos que trabalham no templo em pleno sábado (Mt 12,5-7). Se o serviço no templo exige a suspensão da lei do sábado para alguns, a obra de Jesus exige a suspensão da mesma lei, pois Jesus é maior que o templo (Mt 12,6). Se o templo era maior que o sábado e se Jesus era maior que o templo, certamente era maior que o sábado, um dos grandes preceitos da Lei.

Em tudo isto, pode-se notar também que há prioridades dentro das prescrições da Lei e que há momentos em que um princípio maior supera outras regras menores. A citação de Os 6,6 aponta nesta direção. O ritual não é maior que a fidelidade; a Palavra do Cristo era maior que o ritual do sábado.

O provérbio “O sábado foi estabelecido (feito) por causa do homem, e não o homem por causa do sábado” é peculiar a Marcos, não sendo retomada por Mateus e Lucas. É difícil saber o motivo da omissão da frase nestes dois Evangelhos. O interesse pode ser simplesmente o de resumir Marcos, gerando espaço para introduzir outros materiais. Este é o costume de Mateus e Lucas. Outro motivo seria o de eliminar qualquer ambigüidade ou mau uso da frase nas comunidades receptoras das obras, embora seja muito questionável e difícil imaginar quais seriam estes maus usos do provérbio.

Mateus e Lucas, ao omitirem o provérbio que estamos estudando, colocaram toda a ênfase do episódio na frase: “O Filho do Homem é Senhor do sábado” (Mt. 12,8 e Lc. 6,5). Lucas, inclusive, por não mencionar (como faz Mateus) a questão do serviço do templo, faz com que o leitor seja claramente induzido a entender a comparação que Jesus fez de si mesmo com Davi. Observe que Jesus, como Davi, era o ungido de Deus, que agia sob orientação divina e por causa disto tinha grande autoridade.

“O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado” é uma clara alusão à criação. Jesus usa o verbo na chamada voz passiva (‘foi feito’) para designar a ação de Deus. o Senhor criou o homem no sexto dia e estabeleceu o sétimo como dia de repouso.

A própria ordem da criação indica que o homem era o alvo do benefício do repouso sabático. Contudo, o modo rabínico de interpretar o Velho Pato afastava o mandamento das intenções originais de Deus. O sábado, que era para ser um dom, um presente e um dia de refrigério, acabou sendo um dia de castigo, de opressão e de tensão devido à grande carga de mandamentos associados com ele e dos inúmeros preceitos reguladores. Esqueceram a função do sábado e ficaram apenas com a sua forma externa.

Este método de recorrer às origens e à criação para resolver questões é característico de Jesus. Na questão do divórcio, narrada em Mc 10,2-12, enquanto todos buscavam alguma “interpretação” que permitisse o divórcio, Jesus buscava a intenção original do Criador na instituição do primeiro casal (Mc 12,6-9).

Jesus arremata a questão dizendo: “De sorte que o Filho do Homem é senhor também do sábado” (Mc. 2,28). No Evangelho de Marcos esta frase aparece como conclusão do texto, mas apresenta uma verdade que é anterior à argumentação. De fato, o ensino que Jesus é o Senhor do sábado e de tudo mais permite que ele diga como que o mandamento do sábado deve ser obedecido. A razão para aceitar o ensino de Jesus é o fato d’Ele ser o Filho do Homem. Seu ensino não tem validade apenas por sua lógica ou por sua veracidade, mas sobretudo por causa de sua autoridade. O modo de Jesus interpretar a questão é importante, pois a norma é Ele mesmo. A era messiânica já havia começado, e o conhecimento de quem era o Messias traria compreensão para saber cumprir a vontade de Deus.

Somos chamados a abrir caminhos, rompendo as cercas ideológicas ou materiais armadas pelo sistema de poder, para que o pão seja farto na mesa de todos.

Fonte http://homilia.cancaonova.com/homilia/


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Homilia - 02.06.2018

A AUTORIDADE DE JESUS Mc 11,27-33
HOMILIA

Quem chega para Jesus e faz a pergunta que da sequência ao texto, é gente que tem autoridade: “os chefes dos sacerdotes, os mestres da lei e os líderes religiosos”, diz Marcos. E o que dita a autoridade deles sobre os outros, ou seja, aquilo que os coloca acima e outros abaixo, aquilo que faz deles gente que manda e dos outros gente que a eles obedece é o seu poder, o seu dinheiro, a sua posição em relação aos outros, o que eles são e outros não, entre outras coisas. E, como em cima não cabe todo mundo, eles não querem aquele sujeito chamado Jesus lá, por isso a pergunta que quer derrubá-lo é feita: “com que autoridade?”, ou, também, para ser mais direto: “quem você pense que você é para fazer essas coisas?” Ele sabia que não poderia responder tal pergunta, pois, se respondesse provavelmente geraria uma situação negativa para seu ministério. Mas Jesus era dotado de uma sabedoria divina que fez com que Ele saísse desde combate vitorioso. Depois de ter lido este texto, despertou em mim o desejo de saber qual é a autoridade que Cristo possui.

A palavra “autoridade” vem da palavra Hebraica que traduzida para o grego é exousia (impondo) ou (pondo), termo usado para as mãos, na cerimônia de ordenação de um Juiz ou Rabino. Impor as mãos é na Bíblia, um ato simbólico que confere ou transfere um cargo, junto com seus deveres e privilégios, representando o derramar das bênçãos e dons de Deus necessário para a obra. Podemos citar a ordenação de Josué por Moisés (Dt 34: 9).

Se seguirmos Marcos, o texto que lemos Jesus não responde, ele faz apenas uma pegadinha com a autoridade de João Batista, e eles ficam sem resposta, e ele, Jesus, também não dá nenhuma resposta. Não porque não pudesse dar uma resposta. Ele poderia ter dito que era um grande profeta, ou o Messias, o Cristo, ou o “Filho de Deus”. Poderia ter dito que fazia aquilo em nome de Deus, por mando d’Ele, com a autoridade vinda d’Ele. Pois essa autoridade ele tinha. Mas não o fez. Por quê? Porque Jesus não entendia a autoridade como um princípio de poder. Mas sim como um princípio de valores. Ele não queria uma autoridade dada por seus títulos, “Filho do Homem” (que não propriamente um título, mas sim uma forma de mostrar-se igual), Rabi, Messias, Cristo, Filho de Davi, Filho de Deus, etc. Nem queria uma autoridade dada por aquilo que ele era, nem por aquilo que ele poderia fazer a partir de seu poder. Jesus não queria estar acima, ser obedecido ou seguido por conta disso, mas sim por conta dos valores que ele estava deixando. Pois ele não veio para mostrar quem ele era: “olha para mim eu sou o Cristo”, mas para dizer este é o caminho, estes são os valores, essas são as palavras, este é o evangelho, este é o Reino de Deus. Se há alguma autoridade, a autoridade que há está nisso, em princípios de valores.

Esse é o fim da autoridade. E não é só o mundo de hoje, o nosso mundo da tela global, que é avesso a toda a forma de autoridade, Jesus também era. Pelo menos da autoridade baseada em princípios de poder. Quando Jesus curava, quando ele ajudava, quando ele fazia o que fazia ele não estava querendo acrescentar feitos poderosos ou ajuntar poder, mas era por uma questão de valores. Quando ele chega a Jerusalém, Marcos 11,01ss, e é aclamado com louvores: “Bendito é o que vem em nome do Senhor!, Hosana”, e purifica o templo, Marcos 11,12ss, tudo isso é feito por um princípio de valor, são os valores do evangelho, do Reino. O templo era para ser casa de oração para todos e não um covil de ladrões e salteadores. Esse era o real valor, isso o autorizava. Pois a sua autoridade estava nos seus valores.

Assim, conhecer a Jesus, dar autoridade a Jesus, colocá-lo acima, louvá-lo, obedecê-lo, segui-lo, caminhar nos seus caminhos, ser seu servo etc, significa não só reconhecer quem Ele é, o “com que autoridade”, mas sim conhecer e viver os princípios de valor que ele deixou que consistem no Serviço: "Vocês sabem que aqueles que são considerados governantes das nações as dominam, e as pessoas importantes exercem poder, autoridade sobre elas. Não será assim entre vocês. Ao contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo; e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo de todos”. Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos".

Fonte PADRE BANTU MENDONÇA KATCHIPWI SAYLA


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domingo, 27 de maio de 2018

Homilia - 01.06.2018

O TEMPLO DE JESUS Mc 11,11-26
HOMILIA

No Evangelho de hoje, Jesus toma uma atitude surpreende. Pois o Jesus que conhecemos anteriormente é Aquele que se sempre se mostrou manso e humilde de coração, paciente e misericordioso com os pecadores. Hoje, porém, assume uma atitude que parece impulsiva e levada pela paixão do momento. Se observarmos com mais cuidado, veremos que não foi assim. Embora sendo o mais resumido de todos, o evangelista Marcos relata um pormenor que não vem em nenhum dos outros três Evangelhos. O pormenor é este: “Chegou a Jerusalém e entrou no templo. Depois de ter examinado tudo em seu redor, como a hora já ia adiantada, saiu para Betânia com os Doze.” (Mc 11,11) Ou seja, Nosso Senhor entrou no templo, viu a confusão que lá estava, mas não agiu no mesmo dia. Foi para Betânia, com os seus discípulos, e passou lá a noite. Só no dia seguinte fez a purificação do templo, com um chicote de cordas feito por ele. Isto quer dizer que não foi uma atitude de impulso descontrolado, mas algo que provavelmente foi objeto de sua oração durante a noite, de sua conversa com o Pai, ao qual lhe ardia o zelo pela Sua casa.
Quando interrogado sobre a autoridade com que fazia aquilo e qual sinal dava de que poderia proceder assim, Jesus disse: “Destruí este templo, e em três dias Eu o levantarei!” Replicaram então os judeus: “Quarenta e seis anos levou este templo a construir, e Tu vais levantá-lo em três dias?” Ele, porém, falava do templo que é o seu corpo. (Jo 2,19-21) Nosso Senhor estabelece assim uma analogia entre o seu Corpo e o templo. São Paulo dirá também que esse Corpo de Cristo somos nós os batizados: “… assim acontece conosco: os muitos que somos formamos um só corpo em Cristo, mas, individualmente, somos membros que pertencem uns aos outros.” (Rm 12,5) E ainda: “Não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, porque o recebestes de Deus, e que vós já não vos pertenceis? Fostes comprados por um alto preço! Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo.” (1 Cor 6,19).
Mas que corpo é que hoje Jesus faz alusão? É o meu e o teu caro amigo. Jesus reclamando pelos maus tratos a que submetemos o nosso corpo, manchando-o e o profanando com os vícios do alcoolismo, da droga, da prostituição, adultério, fornicação, do homossexualismo, da bruxaria, feitiçaria, da criminalidade, das brigas e desavenças familiares pega no chicote e quer expulsar de nós tudo isso. Ele não quer que nos tornemos um covil de ladrões. Porque sendo nós batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, somos o seu templo. E por isso, Jesus tem todo o direito de purificar este templo, ou dito de outro modo, temos o direto de que Ele nos purifique.
Pai ensina-me a viver a religião pura e agradável a ti. Cheio de fé e disposto a perdoar e a viver reconciliado, que eu possa rejeitar tudo o que desvirtua a verdadeira religião para que me deixe purificar pela Tua Palavra e jamais me deixe levar pelos vícios e atrativos do mundo que profanam o meu corpo, Templo do Vosso Filho Jesus meu Salvador, amém!

Fonte PADRE BANTU MENDONÇA KATCHIPWI SAYLA


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sexta-feira, 25 de maio de 2018

Homilia - 31.05.2018

TOMAI E COMEI, ISTO É O MEU CORPO Mc 14,12-16.22-26
HOMILIA

Celebramos hoje a festa do Santíssimo Sacramento do Corpo e do Sangue do Senhor, reafirmamos a nossa fé na presença real e substancial de Cristo no pão e no vinho consagrados como alimento da nossa salvação. Diante de tão grande mistério, somos chamados a elevar os nossos corações para o alto e fazer eco à profissão de fé eucarística no pão e vinho.

Esta festa de Corpus Christi foi instituída pelo papa Urbano IV em 11 de agosto de 1264, em vista de destacar a dimensão sacramental que a tradição romana associou à última ceia de Jesus, já celebrada na semana santa.

A ceia é um momento de alegria, partilha e comunhão. Descartando comer o cordeiro pascal, Jesus apresenta-se como o pão que dá a vida, e o vinho que alegra a todos, inaugurando a nova celebração do Reino de Deus. A Eucaristia é a celebração da comunidade viva, animada pelo Espírito, unida em torno de Jesus, empenhada em cumprir a vontade do Pai, que é vida para todos.

Por que o Senhor utilizou pão e vinho? Porque são os alimentos mais simples, mais comuns da mesa dos judeus. O pão e o vinho eram do dia-a-dia do pobre e do rico. Ainda hoje, nos países da bacia do Mediterrâneo, ao sentarmo-nos para o almoço ou jantar, encontramos logo na mesa uma garrafa d’água, uma garrafa de vinho e pão fatiado. Pois bem: Jesus não quis ser o Jesus dos grandes momentos, o Jesus de algumas poucas ocasiões; ele quis ser o Jesus de todos os dias, o Jesus de todos os momentos, o Jesus dos pobres e dos ricos, o Jesus de todos e de tudo. Por isso mesmo escolheu sinais tão ínfimos, tão humildes.  Mais uma vez, obrigado, Jesus, por tua humildade, por tua divina disponibilidade em se dar a nós de modo tão simples, tão desprovido de grandeza! Ensina-nos, pelo pão e vinho eucarístico, a virtude da humildade, da simplicidade, da arte de perceber o valor das coisas humildes e pequena, nas quais tu te escondes…

Por que Jesus disse “é meu corpo, é meu sangue”? Corpo ou carne, na Bíblia, não é somente a musculatura da pessoa, mas toda ela – sua inteligência, seus sentimentos, seu corpo, suas emoções, seus planos… É dito carne ou corpo para significar que o homem é frágil, murcha como a erva do campo. Pois bem, quando Jesus diz: “Isto é o meu corpo”, ele quer dizer: “Isto sou eu com minha vida, que tomei de vós no seio de Maria, a Virgem. Eu vos dou minha humanidade: meus cansaços, meus sonhos, minhas andanças… Dou-vos tudo quando vivo no meio de vós, feito homem, eu, o Verbo que se fez carne!” E o sangue? Não significa simplesmente o líquido vermelho que corre nas nossas artérias. Sangue, na Bíblia, significa a vida. O sangue derramado significa a vida tirada, a vida violentada. Pois, vede que coisa tão linda: ao dizer “Isto é o meu sangue”, o Senhor está dizendo: “Eu vos dou toda a minha vida que se foi derramando por vós, desde o primeiro momento da minha existência humana. Fui me derramando por vós em cada cansaço, em cada decepção; fui me derramando em cada noite em oração, em cada agonia… até aquela última, da cruz e da sepultura…” Então, meus caros, “isto é o meu corpo, isto é o meu sangue” significa “isto sou eu todo, com o que tenho, com o que sou, com o que vivi e com o que morri, com o que amei e com o que sonhei, que agora entrego a vós e por vós”.

Que podemos dizer? Senão simplesmente: Obrigado, Senhor, por esse amor tão grande, que te fez a nós te entregares assim, totalmente! Dá-nos a graça de, recebendo teu Corpo e Sangue, plenos do Espírito Santo, na força do mesmo Espírito, fazer de nossa vida uma entrega a Ti e, por Ti, a todos os irmãos e irmãs. Ensina-nos a ser para os outros pão repartido e dado por amor afim de que um dia possamos chegar ao Pai do Céu, onde convosco viveremos e reinaremos em comunhão com o Espírito Santo pelos séculos dos séculos! Amém.

Fonte https://homilia.cancaonova.com

quinta-feira, 24 de maio de 2018

Homilia - 30.05.2018

ANÚNCIO DA MORTE E RESSURREIÇÃO DE JESUS Mc 10,32-45
HOMILIA

Estamos caminhando na trajetória de dialogar, conhecer e aprofundar mais de perto a proposta do Evangelho de São Marcos. Espero que essa caminhada possa iluminar o nosso cotidiano dando respostas aos presentes desafios da realidade. Para entender melhor o texto de hoje é preciso fazer uma releitura dos três anúncios da Paixão Morte e Ressurreição de Jesus. Assim, convido a você fazer uma caminhada através dos três anúncios da paixão de Jesus: Mc 8,27-38; Mc 9,30-37; e finalmente Mc 10,32-45 que é o Evangelho de hoje.

Com a paixão de Jesus ao longo do caminho, podemos compreender e dar razão à nossa fé na pessoa e na missão de Jesus de Nazaré. A paixão de Jesus está presente nas paixões de tantas pessoas que vivem nas comunidades, nas pastorais e nos movimentos sociais que testemunham radicalmente o projeto libertador de Jesus de Nazaré. Assim, os anúncios da paixão se tornam o cerne, o núcleo da fé cristã na perspectiva da ressurreição. É a ressurreição a força motivadora para os discípulos superarem as contradições, as dificuldades e os desafios da caminhada.

É no caminho de Cesárea de Felipe (8,27 a) para Jerusalém (10,32) que Jesus ensinará os discípulos sobre as implicações do seu projeto. Ele mostrará como devemos segui-lo mediante os conflitos, crises e desafios. A pedagogia de Jesus será um processo de contínua partilha e ensinamentos no caminho. Para isso, ele precisou ficar sozinho com os discípulos a fim de catequizá-los. É no caminho que a sua catequese, a sua formação ocorrerá. Será uma longa catequese sobre o “seguimento”.

A comunidade de Marcos é marcada por uma experiência de conflitos e crises. Diante disto, ela constrói a imagem de Jesus. Por isso que em Mc 8,27-30, Jesus no auge da crise, quis avaliar a caminhada da sua comunidade fazendo uma pergunta simples e direta: “Quem dizem os homens que eu sou?”.

Estão subindo para Jerusalém e, embora já saibam qual seria o destino de Jesus, acontece o anuncio: “...o Filho do Homem vai ser entregue aos chefes dos sacerdotes e aos doutores da Lei. Eles condenarão à morte e o entregarão aos pagãos. Vão caçoar dele, cuspir nele, vão torturá-lo e matá-lo. E depois de três dias ele ressuscitará”.(cf.10,33-34). Esse último anúncio mostrará claramente que o seguimento de Jesus não tem privilégios como pensavam os discípulos, porque a caminhada é marcada não só de glória. Passa pela coragem de deixar tudo para suportar a opção de vida que levará ao longo do caminho. O caminho de Jesus será marcado de rejeição, de perseguição, de luta e de sofrimento. Essas são as condições para se chegar à glória.

E para, definitivamente, mostrar que para seguí-lo é preciso muitas vezes ser curado da surdez e da cegueira, estas estavam presentes durante todo o caminho. Por isso estava difícil que os discípulos compreendessem a mensagem de Jesus a respeito da sua paixão como condição de seguí-lo.

Portanto, os três anúncios da paixão de Jesus se encerra com a cura do cego de Jericó (10,46-52). O cego curado se põe a “seguir a Jesus pelo caminho”, o que não fizera o cego de Betsaida, no capítulo 8, e nem o homem rico. Bartimeu é apresentado, assim, como modelo do discípulo. Jesus cura e ilumina seus discípulos, tornando-os capazes de seguí-lo.

Pai, a exemplo de Jesus, transforma-me em servidor de meus semelhantes, e não me deixes ter medo de colocar minha vida a serviço de quem precisa de mim.

Fonte PADRE BANTU MENDONÇA KATCHIPWI SAYLA

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Homilia - 29.05.2018

Os humildes são reconhecidos no coração de Deus
HOMILIA

Os humildes são reconhecidos no coração de Deus. Quem é considerado o último, sem prestígio e sem valor algum neste mundo tem um lugar muito especial no coração de Deus!

“Muitos dos primeiros serão os últimos, e dos últimos serão os primeiros” (Marcos 10, 31).

A lógica do Reino de Deus não é a mesma lógica deste mundo. Neste mundo os primeiros são os que mais têm, são os que mais possuem, são os que mais podem, porque a lógica dele [mundo] é baseada no ter, no poder e no prazer. Por isso quem pode mais e quem tem mais sempre manda, comanda e é exaltado pelos homens.

Muitas vezes, nós nos preocupamos com o lugar que podemos ocupar no coração de Deus, contudo, algumas vezes, a nossa inquietação é com relação ao lugar que nós ocupamos neste mundo e no coração das pessoas.

A respeito do coração de Deus, deixe-me dizer uma coisa a você: quem este mundo considera último, sem prestígio, sem valor algum, esse tem um lugar muito especial no coração de Deus! Da minha parte, uma veneração muito grande pelos pobres, pelos sofridos e pelos desprovidos de bens materiais! A minha total veneração por aqueles que trabalham honestamente e dão o melhor de si para ganhar o pão sofrido do trabalho com o suor do seu rosto! Não são reconhecidos, não são aplaudidos, muitas vezes, são injustiçados com salários que não são dignos, com a falta de promoção e de reconhecimento. Mas não se esqueça de que esses são os reconhecidos e os promovidos no coração de Deus!

Há aqueles que já nasceram pobres e muito pobres por condições materiais e por terem vindo de famílias que não lhes puderam lhes dar uma vida mais digna e mais justa. Há aqueles que sofrem nas sarjetas deste mundo, que não tiveram oportunidade nenhuma de melhorar de vida, de crescer e evoluir; porque a sociedade não lhes deu espaço, não lhes deu voz nem vez. Essas pessoas não conseguiram, como queriam, chegar um pouco mais longe. Saiba que essas pessoas não são esquecidas por Deus, Ele está com elas!

E também há aqueles que se fizeram pobres, se colocaram para viver e ser como os pobres. Há aqueles que de uma forma muito espiritual vivem isso. Conheço tantas pessoas ricas, no meio de nós, que têm um coração humilde, uma vivência e uma simplicidade encantadoras. Há aqueles que deixam tudo: oportunidades, serviços e trabalhos para viver uma vida de radicalidade e entrega a Deus e ao Seu Reino.

Nenhuma pessoa que tenha deixado pai, mãe, bens materiais ou a possibilidade de adquiri-los por causa de Deus deixará de receber de Deus cem vez mais aqui e depois na vida futura.

Você é um abençoado de Deus e será muito mais abençoado quando souber ser livre, despojado e usar tudo o que tem e pode em favor dos outros, dos menos favorecidos e dos mais sofridos deste mundo! O mundo talvez não vá valorizá-lo, não vá reconhecê-lo; talvez você não seja aplaudido (e os aplausos do mundo não nos fazem bem!), mas no coração de Deus você ocupará um lugar primordial, que é somente seu!

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte http://homilia.cancaonova.com/


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Homilia - 28.05.2018

O MOÇO RICO Mc 10,17-27
HOMILIA

O evangelho de hoje traz dois assuntos: Conta a história do homem rico que perguntou pelo caminho da vida eterna; e Jesus chama a atenção para o perigo das riquezas.
O homem rico não aceitou a proposta de Jesus, pois era muito rico. Uma pessoa rica é protegida pela segurança que a riqueza lhe dá. Ela tem dificuldade em abrir mão desta segurança. Agarrada às vantagens dos seus bens, vive preocupada em defender seus próprios interesses. Uma pessoa pobre não costuma ter esta preocupação. Mas pode haver pobres com cabeça de rico. Então, o desejo de riqueza cria neles uma dependência e faz com que eles também se tornem escravos do consumismo. Ficam devendo prestações em todo canto e já não têm mais tempo para dedicar-se ao serviço do próximo. Com esta problemática na cabeça, tanto das pessoas como dos países, vamos ler e meditar o texto do homem rico.
Alguém chega perto de Jesus e pergunta: “Bom mestre, o que devo fazer para herdar a vida eterna?” O evangelho de Mateus informa que se tratava de um jovem (Mt 19,20.22). Jesus responde bruscamente: “Por que me chamas bom. Ninguém é bom senão só Deus!” Jesus desvia a atenção de si mesmo e aponta para Deus, pois o que importa é fazer a vontade de Deus, revelar o Projeto do Pai. Em seguida, Jesus afirma: “Você conhece os mandamentos: não matar, não cometer adultério, não roubar, não levantar falso testemunho, não defraudar ninguém, honrar pai e mãe”. É importante olhar bem a resposta de Jesus. O jovem tinha perguntado pela vida eterna. Queria a vida junto de Deus! Mas Jesus não mencionou os três primeiros mandamentos que definem nosso relacionamento com Deus! Ele só lembrou aqueles que dizem respeito à vida junto do próximo! Para Jesus, só conseguimos estar bem com Deus, se soubermos estar bem com o próximo. Não adianta se enganar. A porta para chegar até Deus é o próximo.
            O homem responde dizendo que já observava os mandamentos desde a sua juventude. O curioso é o seguinte. Ele tinha perguntado pelo caminho da vida. Ora, o caminho da vida era e continua sendo: fazer a vontade de Deus expressa nos mandamentos. Quer dizer que ele observava os mandamentos sem saber para que serviam. Do contrário, não teria feito a pergunta. É como muitos católicos de hoje: não sabem dizer para que serve ser católico. ”Nasci num país católico, por isso sou católico!” Coisa de costume!
            Ouvindo a resposta do jovem, “Jesus olhou para ele, o amou e lhe disse: Só uma coisa te falta: vai, vende o que tens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu, e em seguida vem e segue-me!” A observância dos mandamentos é apenas o primeiro degrau de uma escada que vai mais longe e mais alto. Jesus pede mais! A observância dos mandamentos prepara a pessoa para ela poder chegar à doação total de si a favor do próximo. Jesus pede muito, mas ele o pede com muito amor. O moço não aceitou a proposta de Jesus e foi embora, “pois era muito rico”.
            Depois que o jovem foi embora, Jesus comentou a decisão dele: Como é difícil um rico entrar no Reino de Deus! Os discípulos ficaram admirados. Jesus repete a mesma frase e acrescenta: É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino! A expressão “entrar no Reino” diz respeito, não só e nem em primeiro lugar à entrada no céu depois da morte, mas também e sobretudo à entrada na comunidade ao redor de Jesus. A comunidade é e deve ser uma amostra do Reino. A alusão à impossibilidade de um camelo passar pelo buraco de uma agulha  vem de um provérbio popular da época usado pelo povo para dizer que uma coisa era humanamente impossível e inviável. Os discípulos ficaram chocados com a afirmação de Jesus e perguntavam uns aos outros: "Então, quem pode ser salvo?" Sinal de que não tinham entendido a resposta de Jesus ao homem rico: “Vai vende tudo, dá para os pobres e vem e segue-me!” O jovem tinha observado os mandamentos desde a sua juventude, mas sem entender o porquê da observância. Algo semelhante estava acontecendo com os discípulos. Eles já tinham abandonado todos os bens conforme o pedido de Jesus ao jovem rico, mas sem entender o porquê do abandono! Se o tivessem entendido, não teriam ficado chocados com a exigência de Jesus. Quando a riqueza ou o desejo da riqueza ocupa o coração e o olhar, a pessoa já não consegue perceber o sentido do evangelho. Só Deus mesmo para ajudar! Jesus olhou para os discípulos e disse: "Para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus tudo é possível."
            Pai, não permitas que o meu coração se apegue de tal forma aos bens deste mundo, a ponto de levar-me a te colocar em segundo lugar.

Fonte PADRE BANTU MENDONÇA KATCHIPWI SAYLA


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Homilia - 27.05.2018

UNIDOS NA TRINDADE SANTA Mt 28,16-20
HOMILIA

A festa de hoje é um convite a mergulhar no imenso mistério da vida íntima do próprio Deus e a louvar a grandeza do seu amor: Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo!

Deus revela-nos o mistério da sua vida quando, para nos fazer participar da sua própria vida, nos envia o seu Filho à Terra, e o Filho – consumada a obra da Redenção – nos envia do Pai o Espírito Santo.

A Igreja – fundada por Deus à imagem da SSª Trindade – é também um mistério de comunhão na unidade, a que jamais pode renunciar.

Ora, pois bem! Jesus se comunica não com terrores e poder, mas com palavras dirigidas aos seus discípulos de irmão para irmão, de amigo para amigo. São palavras de vida que seduzem e conquistam. Os discípulos são enviados de modo a eles próprios fazerem novos discípulos entre todas as nações. Não há nenhuma eleição particular; todos são chamados ao seguimento de Jesus, na observância de sua palavra e na adesão à vontade do Pai. Agora, os discípulos são enviados para batizar, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Jesus ao afirmar: Toda autoridade me foi dada no céu e na terra, torna muito bem claro que Ele não é somente o Filho de Deus, como algumas pessoas acreditam, mas sim, o próprio Deus descido do Céu, consubstancial ao Pai, isto é, da mesma natureza que o Pai, com os mesmos poderes do Pai, porque quem o viu, viu o Pai. Ele está repetindo o discurso que havia feito antes através do evangelista João: Eu e o Pai somos um!

Ao enviar ordenadamente os seus discípulos: Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ele está nos confirmando que Deus é uno e trino, pois é composto de três pessoas distintas, muito embora não entendamos isso com a nossa razão nem com a nossa inteligência, mas sim com os olhos da fé. Não se trata de um dogma inventado pelos papas e bispos, mas sim, uma realidade anunciada pelo próprio Deus na pessoa de seu filho amado. A Santíssima Trindade, assim como a existência da nossa alma invisível, é um grande desafio para a nossa fé, pois tais verdades anunciadas por Jesus, só podem ser detectadas, repito, pelos olhos da nossa fé.

Quando Jesus nos garante: Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo. É para a gente confiar mesmo, ter coragem e a decisão inabalável de continuar o nosso trabalho de multiplicação de cristãos, de catequistas, de padres, através do nosso trabalho missionário, sem nenhum ciúme entre nós irmãos. Isto porque não somos concorrentes uns dos outros, mas sim, somos multiplicadores de muitos outros cristãos, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Vejam que os discípulos são enviados de modo que eles próprios vão fazer novos discípulos entre todas as nações. Não há nenhuma eleição particular, nem tampouco nenhuma obrigação de aceitar, também não há nenhum processo de seleção, porque todos, sem distinção, são chamados ao seguimento de Jesus, para ouvir a sua palavra, e colocá-la em prática, e através da observância de sua lei e na adesão à vontade do Pai, todos sejam salvos. A missão de Jesus começou com o seu batismo no Rio Jordão.

No Evangelho de hoje, Jesus me envia e te envia como discípulos para evangelizar e batizar, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Não ofereça resistência à sua voz. Responda sim ao seu chamado e vai unido, unida à Santíssima Trindade: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.

Fonte http://homilia.cancaonova.com/homilia



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Homilia - 26.05.2018

JESUS E AS CRIANÇAS Mc 10,13-16
HOMILIA

Depois de Jesus ter falado da importância do matrimônio no evangelho de ontem, hoje nos propõe contemplar a beleza de ser criança como garantia do Reino. A família saudável é aquela que se expor à graça de Deus e pede benção para si e para os seus filhos. É o que vemos neste evangelho. As crianças são trazidas para serem abençoadas. Os discípulos, porém repelem-nas. Todavia Jesus os repreende a atitude. Por quê? A razão é simples.
A criança representa simplicidade, inocência e dependência. Elas ainda estão livres da malícia e fingimento. Nela está a simplicidade e inocência que são as características do reino. Assim elas se tornam sinais do reino presentes entre nós. A pureza de coração é inseparável da simplicidade e da humildade. Exclui todo pensamento de egoísmo e de orgulho. Eis porque Jesus toma a infância como símbolo dessa pureza, como já a tomara por símbolo de humildade. Quem não receber o Reino de Deus como uma criança nunca entrará nele. Sê, pois, simples, humilde, puro e serás, tu e a tua família também destinatário do Reino como as crianças.
Meu irmão, minha irmã o teu filho precisa receber o toque da graça. As mãos elevadas para o céu, na Bíblia são símbolos de oração e transmissão de bênção, consagração e cura. A imposição das mãos transmite o amor de Deus. Quando um pai ou mãe abençoa um filho, uma filha está transmitindo bênção. Transite é uma energia espiritual, porque o ser humano é também espiritual. Uma pessoa quando está em comunhão, comprometida com o bem transmite energia espiritual positiva, benéfica. E quando está comprometida com o mal transmite energia espiritual negativa, portanto maléfica. Eu te pergunto que carga traz no teu dia a dia? Lembro-te de que algumas pessoas nos fazem bem e outras mal. Por causa do encardido com o qual fizeram pato.
Jesus transmitiu àquelas crianças a paz e atenção e sobre tudo as fez  a medida para os destinatárias do Reino.Em verdade vos digo: Quem não receber o reino de Deus como uma criança de maneira nenhuma entrará nele. Aqui a criança serve de exemplo não pela inocência ou pela perfeição moral. Ela é o símbolo do ser fraco, sem pretensões sociais: é simples, não tem poder nem ambições. Principalmente na sociedade do tempo de Jesus, a criança não era valorizada, não tinha nenhuma significação social. A criança é, portanto, o símbolo do pobre marginalizado, que está vazio de si mesmo, pronto para receber o reino.
Pai, coloca no meu coração o mesmo carinho e afeto que Jesus demonstrou às criancinhas, pois a simplicidade delas me ensina como devo acolher o teu Reino.

Fonte  PADRE BANTU MENDONÇA KATCHIPWI SAYLA


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Homilia - 25.05.2018

JESUS FALA SOBRE O DIVÓRCIO Mc 10,1-12

HOMILIA

Estamos diante dos fariseus que já tinham uma opinião formada sobre a questão do divórcio. Eles não buscavam uma resposta, mas armavam uma cilada para Jesus. Eles não estavam focados nos princípios de Deus sobre o casamento, mas na concessão mosaica para o divórcio. O que queriam era colocar Jesus contra Herodes. Foi nessa mesma região que João Batista foi preso e degolado por denunciar o divórcio ilegal e o casamento ilícito de Herodes com sua cunhada Herodias. Os fariseus instigavam Jesus a ter a mesma atitude de João, pensando que com isso, teria o mesmo destino. O que os fariseus queriam era que Jesus se tornasse intolerável em termos políticos e religiosos. Por outra, eles queriam colocar à prova a ortodoxia de Jesus, para poderem acusá-lo de heresia. Se Jesus dissesse que era lícito, ele afrouxaria o ensino de Moisés sobre o divórcio. Mateus registra essa mesma pergunta acrescentando um dado importante: “É lícito ao marido repudiar sua mulher por qualquer motivo”? (Mt 19.3). Moisés havia ensinado que se o homem encontrasse alguma coisa indecente na mulher, lavraria carta de divorcio e a despediria (Dt 24.1). A grande questão é entender o que significa essa “coisa indecente”.

Jesus não caiu na armadilha dos fariseus. Ele respondeu a pergunta deles com outra pergunta, abrindo a porta para a verdadeira interpretação sobre a concessão de Moisés acerca do divórcio. Algumas verdades são destacadas aqui:

Deus instituiu o casamento, não o divórcio. O casamento é a expressa vontade de Deus, não o divórcio. No princípio, quando Deus instituiu o casamento (Gn 1.27; 2.24), antes da queda humana, não havia nenhuma palavra sobre divórcio. Ele é fruto do pecado. Ele é resultado da dureza do coração. Enquanto o casamento é digno de honra entre todos (Hb 13.4), Deus odeia o divórcio (Ml 2.16).

Jesus como supremo intérprete da Escritura diz que Moisés não mandou divorciar por qualquer motivo, ele permitiu por um único motivo, a dureza de coração (10.4,5; Mt 19.8). Mateus registra a pergunta dos fariseus assim: “Por que mandou, então, Moisés dar carta de divórcio e repudiar”? (Mt 19.7). Na verdade, Moisés nunca mandou. O divórcio nunca é um mandamento ou ordem, mas uma permissão e uma permissão regida por balizas bem estreitas, ou seja, a dureza da coração.

O casamento foi instituído por Deus, o divórcio não. O casamento é ordenado por Deus, o divórcio não. O casamento agrada a Deus, o divórcio não. Deus ama o casamento, mas odeia o divórcio. Deus permite o divórcio, mas jamais o ordena. Ele jamais foi o ideal de Deus para a família.

“Vocês ouviram a apelação dos mestres judeus sobre Deuteronômio 24:1, com a intenção de consubstanciar uma prática que permita aos maridos divorciar-se, livremente e a seu bel-prazer, de suas esposas, fornecendo-lhes simplesmente um estúpido documento legal de transação”.  “Mas eu digo a vocês”, continuou Jesus, que tal comportamento irresponsável da parte do marido fará com que ele, sua esposa e os novos parceiros tenham uniões que não constituem casamentos, mas adultérios. Neste princípio geral, temos uma exceção. A única situação em que o divórcio e o novo casamento são possíveis sem transgredir o sétimo mandamento é quando o casamento já foi quebrado por algum sério pecado sexual.

            Não podemos esquecer que o divórcio existe por causa da dureza do coração humano. Tanto o contexto anterior como todo ensino da Bíblia fala de reconciliação [arrependimento e perdão]. O padrão é o coração de Deus, não o coração duro do homem. Antes de falarmos de divórcio temos que falar sobre o que é casamento e sobre reconciliação. Depois dessa compreensão é que podemos achar espaço para falarmos de divórcio. O divórcio por questões banais: o amor acabou, achou alguém mais atraente, não sinto mais nada, não há comunicação. Se você entrar para o divórcio, se houver outro casamento haverá adultério, pois mesmo se legalmente for aprovado, diante do Senhor você é casado com o cônjuge. O divórcio não é a resposta, abre ferida. As conseqüências são terríveis para todos.

A solução é o perdão não o divórcio.  Conclusão: Dicas para proteger seu matrimônio: 1. Ponha Deus em primeiro lugar. 2. Ponha Seu Cônjuge em primeiro depois de Deus. Não são os filhos.  3. Comunique-se Diariamente com Seu Cônjuge. Fale de suas necessidades. 4. Gaste Tempo a sós com seu cônjuge. 5. Elogie Seu Cônjuge Regularmente, Reservadamente e Publicamente. 6. Tenha expectativas realistas. 7. Tenha determinação de permanecer casado. 8. Pese o Custo humano de Divórcio - Advogado, pensão, os efeitos nas crianças, reputação.  9. Aprenda a Crescer nas Dificuldades. 10. Peça ajuda de alguém na crise.

Pai, que os casais cristãos, unidos pelo sacramento do matrimônio, saibam reconhecer e realizar o mistério de comunhão que os chama a viver.

Fonte  PADRE BANTU MENDONÇA KATCHIPWI SAYLA


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