HOMILIA
A Justiça que Transforma o Coração
Queridos irmãos e irmãs,
Hoje, ao meditarmos sobre o Evangelho de Mateus, somos convidados a refletir sobre a verdadeira essência da justiça cristã. Jesus nos ensina que nossa justiça deve exceder a dos escribas e fariseus, caso contrário, não entraremos no Reino dos Céus. Esta afirmação, aparentemente dura, é um chamado para irmos além da superficialidade das ações exteriores e mergulharmos na profundidade de uma transformação interior.
Os escribas e fariseus eram conhecidos pelo cumprimento minucioso da Lei, mas Jesus nos mostra que a mera observância não é suficiente. Ele nos convoca a uma justiça que emerge do coração, uma justiça que não se limita a evitar o pecado, mas que busca o amor e a reconciliação. Quando Ele diz que aquele que se encoleriza contra seu irmão será sujeito a julgamento, Ele está nos alertando sobre os perigos da raiva e do ressentimento que corroem nossa alma e afastam-nos da verdadeira paz.
A justiça cristã é, acima de tudo, uma justiça do coração. Não basta simplesmente não matar; devemos erradicar de nossos corações todo ódio, rancor e desprezo. Jesus nos ensina que reconciliar-se com nosso irmão é mais importante do que oferecer presentes no altar. Ele nos chama a priorizar a cura das relações humanas, a valorizar a dignidade e o respeito mútuo.
Este ensinamento é uma verdadeira revolução ética. Somos convidados a uma introspecção sincera, a identificar e tratar as raízes de nossos conflitos internos e interpersonais. O caminho da justiça cristã é árduo, pois exige humildade, perdão e um constante esforço para superar nossas fraquezas.
Que possamos, então, acolher este convite de Jesus para viver uma justiça que não apenas cumpre a Lei, mas que a transcende pelo amor e pela misericórdia. Que nossas ações reflitam a pureza de nossos corações transformados pela graça divina. E que, através de nossa busca sincera pela justiça, possamos aproximar-nos cada vez mais do Reino dos Céus.
Amém.
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