quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Homilia - 25.12.2016

Os pastores encontraram Maria e José e o recém-nascido.

Sugestões para a homilia

1) Vamos a Belém

Vamos procurar Jesus como os pastores, depois da aparição dos anjos.

Encontrá-Lo-emos pela fé, que nos faz desobri-Lo para além das aparências. Também eles não viram Jesus na Sua divindade. Contemplaram um menino envolvido em paninhos, reclinado numa manjedoura. Mas tinham fé no que os anjos lhes tinham dito e adoraram-No. E contaram cheios de alegria o que lhes tinha acontecido.

Temos a Jesus connosco neste momento, mas não podemos contemplá-Lo como é.

Avivemos o desejo de O ver, repitamos o ato de fé do apóstolo que duvidava da ressurreição: -Meu Senhor e meu Deus (Jo 20, 28).

Que oração tão bela para estes dias de Natal! Ou então aquela de S.Tomás de Aquino: «Adoro-Te com amor Deus escondido» (Adoro Te de devote, latens Deitas)

Há anos, no Peru, um miúdo estava em risco de não ser admitido à primeira comunhão, pois o pároco duvidava se ele saberia o suficiente. O bispo, que estava ali, interrogou o rapaz. E, na igreja, perto do sacrário, perguntou-lhe: -Olha lá, onde é que está Jesus?

O pequeno respondeu apontando para a cruz: -Ali parece que está mas não está. Mais abaixo parece que não está mas está.

O bispo disse ao pároco: – pode admiti-lo à primeira comunhão sem receio.

Que bela lição na sua simplicidade!

Temos de procurar a Jesus cada dia na Santa Missa, na comunhão, e no sacrário das nossas igrejas.

Que bom se neste Natal procuramos aumentar a nossa fé na presença de Jesus no Sacrário! E nos esforçamos por viver em cada domingo o encontro com Ele na Santa Missa!

2) Encontraram Maria e José

Os pastores encontraram a Jesus com Maria e José. A nós hoje acontece o mesmo.

Eles são modelos para nós, pela sua simplicidade e pela sua fé. O Espírito Santo, pela boca de Isabel, louvou a fé de Maria, feliz porque acreditou (Lc 1, 45). Primeiro na incarnação virginal. Depois no presépio de Belém. Ela via um menino na sua pequenez humana e não na Sua natureza divina, escondida também para Ela. Mas era como se visse.

Aparentemente aquele menino era como os outros. Chorava, precisava que O amamentasse, que O vestisse. Dormia tranquilamente no Seu colo. Jesus, perfeito Deus, quis ser também perfeito homem, em tudo igual a nós excepto no pecado (Heb 4, 15).

Vamos olhar para Jesus Menino, contemplar a Sua Humanidade Santíssima, enamorar-nos dela. No Sacrário está como em Belém. Podemos falar-Lhe como a um amigo. Melhor, como ao Amigo com letra grande, o Amigo de verdade.

Quando comungamos temo-Lo em nosso peito. Podemos imaginar como Lhe pegaria a Virgem e também S. José e imitá-los no carinho, na fé, na confiança, na delicadeza.

Tantos vão comungar sem se confessarem. Sem se preocupar em agradecer a Jesus após a comunhão. Que pena se alguém vai ao altar apenas porque é moda, ou para dar nas vistas!

3) Meditando-os em Seu Coração

Maria guardava todas aquelas coisas meditando-as em Seu coração. A fé de Maria levava-a a fazer do dia todo oração, a saber encarar todos os acontecimentos com os olhos de Deus.

A nossa há-de levar-nos a encarar tudo também com olhos diferentes. Não entendemos tudo o que acontece, mas sabemos que está nas mãos de Deus, que tudo conduz para o bem: tudo concorre para o bem dos que amam a Deu (Rom 8, 28). É uma das lições do presépio. Desilusões, alegrias tudo ali se mistura. E a Virgem aparece serena, porque sabe encarar as coisas com os olhos de Deus, com visão sobrenatural.

Também nós pelo dia fora, temos de imitar Nossa Senhora. Sabermos vir até Jesus no Sacrário, procurar nEle a serenidade. Vinde a Mim, vós todos que andais sobrecarregados e fatigados e Eu vos aliviarei (Mt 11,28). Ir a Jesus, ao Amigo que nos espera e pode dar solução a todas as nossas necessidades.

«Para mim -dizia um sacerdote santo do nosso tempo -o Sacrário foi sempre Betânia, o lugar tranquilo e aprazível onde está Cristo, onde Lhe podemos contar as nossas preocupações, os nossos sofrimentos, as nossas aspirações e as nossas alegrias, com a mesma simplicidade e naturalidade com que aqueles amigos seus, Marta, Maria e Lázaro, lhe falavam» (J.ESCRIVA, Cristo que passa, 154)

Sabermos falar-Lhe na comunhão, fazendo os nossos pedidos, contando as nossas alegrias e apresentando os nossos queixumes.

Sabermos oferecer com Ele na Santa Missa os nossos trabalhos e sofrimentos. Ao vir à terra – diz a Carta aos Hebreus, com palavras dum salmo do Antigo Testamento -Jesus exclama para o Pai: Eis que venho para fazer a Tua vontade (Heb 10, 7).

Isso foi a vida de Jesus, desde o presépio até ao Calvário, em que se consumou o Seu Sacrifício. E este torna-se presente na Santa Missa, onde havemos de nos oferecer com Ele. Pondo sobre a mesa do altar as nossas penas e alegrias.
Fonte http://www.presbiteros.com.br/


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