terça-feira, 3 de março de 2015

CONVITE À CONVERSÃO Lc 16,19-31 - 05.03.2015


HOMILIA

Que lição Jesus nos ensina hoje neste texto de São Lucas? Com o exemplo do rico e do pobre Lázaro, Jesus nos revela mistérios da realidade mais presente na nossa vida: a nossa caminhada na terra em direção ao nosso fim último, que é o céu. O homem rico tinha tudo aqui na terra, vestia-se bem, comia maravilhosamente e celebrava isto todos os dias com festas esplêndidas. Assim ele se refestelava na sua própria felicidade. No entanto, mesmo sabendo da existência do pobre, o rico ignorava a sua situação, e deixava-o caído à sua porta esperando que alguma coisa lhe sobrasse quando a festa findasse. Se formos prestar atenção a este quadro, chegamos à conclusão que hoje isto também acontece na nossa vida guardando as devidas proporções e na medida da nossa realidade.
Porém, o que nós precisamos estar atentos é que assim como o pobre morreu e foi levado pelos anjos ao seio de Abraão, que é o Céu, o rico também morreu, mas, foi enterrado, como nos revela Jesus. Isto para nós faz uma diferença incrível, pois nos induzi a meditar sobre a visão que temos em relação ao morrer e ao depois do morrer. Se nós tivermos uma idéia da vida só para ser uma experiência terrena, agindo e reagindo conforme os critérios humanos, com as práticas ditadas pela mentalidade do mundo, com certeza nós iremos ser enterrados. No entanto, se concebermos a idéia de que a nossa vivência na terra é um passaporte e passagem que nos encaminham para o Céu, porto seguro, casa do Pai, retorno à vida, aí então, com a mesma certeza, nós esperamos ser levado pelos anjos ao seio de Abraão.
Contudo, isso não depende apenas do nosso saber, ter conhecimento, mas sim, do nosso viver, do nosso conviver e do nosso participar, porque aqui na terra nós já começamos a construir esta via, através dos nossos relacionamentos pessoas com TODOS. Não apenas com aqueles que são para nós os mais queridos, não somente para com os ricos, mas também com aqueles intoleráveis, “os pobres” que são carentes de pão, mas principalmente de vida e santidade. Jesus abriu para nós um cenário real, o qual nós não podemos mais ignorar: cenário da vida na terra e depois dela. Para onde vamos, só Deus sabe, mas nós podemos ter uma idéia, dependendo do que nós estivermos colocando em prática.
O rico não foi enterrado porque era abastado, nem tampouco o pobre subiu aos céus só porque era carente, mas pelas circunstâncias em que viveram e por causa das atitudes que tomaram. Aqui na terra nós recebemos as condições para nos apropriarmos dos terrenos do céu. Há, porém, uma condição imprescindível: a de partilharmos os nossos bens e dons dos nossos terrenos da terra com os outros moradores. Nós sabemos que a figura do pobre sempre será uma realidade entre nós, no entanto, a sua existência é uma chance que Deus dá ao rico para bem empregar os seus bens e assim poder obter ainda muito mais para ajudar a quem precisa. No entanto, ninguém é tão pobre que não possua nada para dar nem igualmente é tão rico que não necessite partilhar com alguém a sua riqueza.
Há, porém, outra coisa importante que nós precisamos ter em conta: o tempo é hoje e a hora é agora! Não podemos esperar para quando chegar lá no nosso destino, depois quer findar a festa, pois há um abismo enorme e nós não podemos retroceder. Nem tampouco nós podemos de lá fazer com que aqueles que nós temos interesse que escapem possam se redimir. No entanto, Abraão falou ao rico: Eles lá têm Moisés e os profetas, que os escutem! E isto vale também para nós HOJE, pois somos convocados a sermos também, profetas, com palavras, atos e sem omissão. Quando abrimos os olhos e os ouvidos para apreender os ensinamentos de Jesus, nós também assumimos o compromisso com a verdade e nos tornamos mensageiros do céu aqui na terra.
Quais os bens que você tem recebido na vida? Você os tem partilhado com os “pobres” que se encontram à sua porta? Como é a sua vida: você tem recebido mais bens ou mais feridas Qual é a idéia que você tem da vida após a vida aqui na terra? – Você tem aberto os olhos das pessoas da sua família para isso?
Meu irmão, minha irmã! Jesus nos recomenda a dar aos outros o melhor, a partilhar, a viver a fraternidade. Quanto a mim, começo meu gesto concreto, com minha atitude de conversão, rezando com toda Igreja, a Oração:
Ó Deus criador, do qual tudo nos vem, nós te louvamos pela beleza e perfeição de tudo que existe como dádiva gratuita para a vida.
Nesta Campanha da Fraternidade Ecumênica, acolhemos a graça da unidade e da convivência fraterna, aprendendo a ser fiéis ao Evangelho.
Ilumina, ó Deus, nossas mentes para compreender que a boa nova que vem de ti é amor, compromisso e partilha entre todos nós, teus filhos e filhas.
Reconhecemos nossos pecados de omissão diante das injustiças que causam exclusão social e miséria. Pedimos por todas as pessoas que trabalham na promoção do bem comum e na condução de uma economia a serviço da vida.
Deus nos dê a graça da conversão profunda e sincera hoje e sempre! Amém!
Fonte Padre BANTU SAYLA

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