sábado, 13 de dezembro de 2014

A ALEGRAI-VOS NO SENHOR Jo 1,6-8.19-28 - 14.12.2014


HOMILIA

João Batista é o profeta do Advento e, à semelhança de Isaías, faz ressoar o anúncio de um tempo decisivo que se aproxima. Sua presença é destacada com características semelhantes ao profeta Elias. Por isso é que foi interrogado se era Elias. Depois de um longo silêncio profético em Israel, desponta o Batista anunciando por primeiro a irrupção do Reino de Deus e preparando uma nova aliança: Eu sou aquele que grita assim no deserto: preparem o caminho para o Senhor passar. Nesta seqüência, João apareceu no deserto e pregava um batismo de conversão para a remissão dos pecados. Acreditava-se que o Messias só se manifestaria quando Israel fosse, de fato, a comunidade santa de Deus.
Para tornar-se o povo santo, Israel devia percorrer o caminho da conversão. João faz ecoar o apelo à conversão, à mudança radical de vida, comportamento e mentalidade. Quem se dispunha a acolher o Messias era convidado a iniciar-se na comunidade messiânica, na vida nova própria dos que aguardavam a chegada do Messias.
A pregação de João Batista, como um último apelo de Deus ao seu povo, encontrou ampla adesão: Iam ter com ele toda Judéia, toda Jerusalém, e eram batizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados. A preparação para a vinda do Messias passa pela mudança radical que se concretiza numa nova atitude de vida e na opção de uma nova escala de valores.
Ele ressalta a força do Messias e define sua missão como batizar no Espírito: Depois de mim vem outro mais poderoso do que eu, ante o qual não sou digno de me prostrar. O Messias terá a força de Deus e sua missão será comunicar o Espírito do próprio Deus, que transforma, renova e recria os corações. O batismo com o Espírito (Mc 1,8) revela que o Messias concederá a capacidade de discernimento no que diz respeito às exigências dos caminhos que conduzem a Deus
Alegremente hoje contemplamos a figura de João Batista. É o domingo da alegria: Alegrai-vos sempre no Senhor. O Senhor está perto! Este homem como dissemos dá o maior testemunho sobre Jesus, diante dos emissários das autoridades judaicas.
Os israelitas viviam dias difíceis sob o jugo dos romanos, explorados pela classe de dirigentes e escravizados pelo sistema religioso, que era ritual e legalista. Para a felicidade dos israelitas e a inquietude das autoridades, do deserto apareceu um homem enviado por Deus, que se chamava João. Na pessoa de João, Deus intervém em favor do povo.
O ambiente messiânico vivido pelo povo inquietava a hierarquia religiosa. Uma comissão de sacerdotes e levitas desloca-se de Jerusalém para investigar a ortodoxia de João Batista. Interrogado, o homem enviado por Deus descarta a hipótese de ser o Messias. Eu não sou o Messias. Também nega ser Elias ou um profeta. O Batista não se deixa seduzir pelas falsas opiniões que circulavam sobre ele e que deixavam preocupadas as autoridades. Na realidade, ele rejeita tudo o que o coloque no centro das atenções. Sua missão é ser testemunha da luz, à qual deviam se voltar os olhares.
Não satisfeitos, diante das negativas de João, os representantes das autoridades religiosas perguntam: Quem você é? Ao que o Precursor responde: Sou uma voz gritando no deserto. Novamente, ele se esquiva de ocupar o centro das atenções. Sou uma voz: uma voz que pede que os ouvintes acolham esta mensagem: Aplainem os caminhos do Senhor.
Desconcertados e inquietos, os membros da comissão tornaram a perguntar: Por que você batiza? João evitou responder à objeção dos enviados dos fariseus. Mais que isso, minimizou seu rito batismal e ressaltou que aquele que estava por vir ele mesmo não se considerava digno de desatar as correias de suas sandálias. Apesar de desconhecido, este será a luz que iluminará e libertará o povo da cegueira, da escravidão, da mentira e instaurará um novo tempo. João tinha consciência de que o batismo com água era apenas sinal de conversão e acolhida diante daquele que já estava no meio do povo. Infelizmente a Boa Nova trazida por Cristo e os novos céus e a nova terra podem passar despercebidos aos olhos dos acomodados e instalados numa vida de privilégios à custa do sofrimento do povo. Mas ontem como hoje a missão de João Batista, é minha e tua. Somos nós que devemos abrir as portas de par em par ao Redentor, Luz das nações e gloria de Israel seu povo para todos possa ver a manifestação da Glória de Deus.
Fonte Padre BANTU SAYLA

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