quinta-feira, 30 de outubro de 2014

CURA NUM SÁBADO Lc 14,1-6 - 31.10.2014


HOMILIA

Esta narrativa de Lucas é mais uma dentre as inúmeras narrativas encontradas nos evangelhos, que destacam a reação e a perseguição dos chefes religiosos de Israel diante do comportamento libertador de Jesus. A cena tem bastante semelhança com a cura no sábado, do homem da mão seca ou da mulher encurvada. Este homem e esta mulher simbolizam o povo imobilizado e encurvado pelo sistema opressor da Lei da sinagoga e do Templo. Agora, o hidrópico representa os ilustres convivas do chefe fariseu, inchados de orgulho e satisfação por suas posições privilegiadas e pelo poder de sua doutrina. A cura do hidrópico significa o ato libertador de Jesus para com os submissos à ideologia doutrinal e legal.
            O descaso para com a observância sabática é uma das práticas mais comuns de Jesus, o que causa a reação dos fundamentalistas observantes. Libertar os que estão sob jugo da ideologia opressora é uma opção prioritária de Jesus. Jesus age com uma coerência que desnorteia aqueles que, apegados ao poder, o rejeitam. Acabarão decidindo, então, que só resta o caminho da violência para eliminar Jesus.
            Porém, Jesus se vai entregar em Sacrifício para ser nosso alimento: Tomai todos e comei. Tomai todos e bebei, isto é o meu corpo este é o meu sangue.  E tudo acontece e tem o seu final no dia da Ressurreição do Senhor, como nos diz são Paulo. Se Cristo não ressuscitou vá é nossa fé.
            Assim sendo, a Eucaristia faz parte do domingo. Na manhã de Páscoa, primeiro as mulheres, depois os discípulos, tiveram a graça de ver o Senhor. Nesse momento, compreenderam que, doravante, o primeiro dia da semana, o domingo, seria o dia dele, o dia de Cristo. O dia do início da criação tornava-se o dia da renovação da criação. Criação e redenção caminham juntas.
            É por isso que o domingo é tão importante. É belo que, nos nossos tempos, em tantas culturas, o domingo seja um dia livre ou, com o sábado, constitua mesmo o que se chama o fim-de-semana livre. Esse tempo livre, contudo, permanece vazio se Deus não estiver aí presente.
            Às vezes, num primeiro momento, pode tornar-se talvez incómodo ter de prever também a Missa no programa do domingo. Mas, se a tal vos comprometerdes, constatareis também que isso é precisamente o que dá a verdadeira razão ao tempo livre. Não vos deixeis dissuadir de participar na Eucaristia dominical e ajudem também os outros a descobri-la. Porque a alegria de que precisamos emana dela, devemos certamente aprender a perceber cada vez mais a sua profundidade, devemos aprender a amá-la. Comprometamo-nos nesse sentido porque isso vale à pena! Descubramos a profunda riqueza da liturgia da Igreja e a sua verdadeira grandeza: não fazemos a festa para nós, mas, pelo contrário, é o próprio Deus vivo que nos prepara uma festa.
Fonte Padre BANTU SAYLA

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